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ÉTICA E ESTATUTO DA OAB

Infrações e Sanções Disciplinares

Livro Eletrônico
Presidente: Gabriel Granjeiro
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CÓDIGO:
230511354125

CÍNTHIA BIESEK

Assessora Jurídica do Ministério Público do Trabalho. Professora em cursos


preparatórios para carreiras jurídicas. Autora de livros e artigos jurídicos. Aprovada
no concurso de Analista Jurídico do TJ-SC. Especialista em Direito Administrativo
– Extensão em Direito Digital.

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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Ética e Estatuto da OAB
Infrações e Sanções Disciplinares
Cínthia Biesek

SUMÁRIO
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Infrações e Sanções Disciplinares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1. Infrações Disciplinares. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2. Sanções Disciplinares. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.2. Reabilitação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
2.1. Prescrição. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
Mapas Mentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Resumo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
Gabarito Comentado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
Gabarito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
Gabarito Comentado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72

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APRESENTAÇÃO
Olá, prezado(a) aluno(a). Tudo bem? Desejo que sim!
O exame que avalia a capacitação de bacharéis em Direito para exercer a advocacia no Brasil é
realizado pela Ordem dos Advogados do Brasil e organizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
A prova é composta de duas fases, sendo que a primeira conta com 80 questões objetivas.
As questões da prova objetiva serão do tipo múltipla escolha, com quatro alternativas (A, B, C
e D) e uma única resposta correta, de acordo com o comando da questão. Cada questão vale
um ponto e a nota da prova será a soma da pontuação obtida nas questões, considerando-se
aprovado na primeira fase quem obtiver o mínimo de 50% de acertos, ou seja, 40 pontos ou mais.
A matéria que vamos estudar agora é de extrema relevância, já que o próprio edital
estabelece que a prova objetiva conterá, no mínimo, 15% de questões versando sobre
Estatuto da Advocacia e da OAB e seu Regulamento Geral, Código de Ética e Disciplina,
Direitos Humanos e Filosofia do Direito, o que representa um grande número de questões
e um pequeno conteúdo quando comparado com as demais.
O nosso método de estudo será direcionado na individualização dos artigos, na inserção
de comentários, contextualização dos conceitos trazidos na lei, bem como na resolução de
questões de provas anteriores.
A regra será trazer os artigos do Estatuto da Advocacia (Lei n. 8.906/1994) e, de modo
complementar, vamos adicionar os artigos e princípios estabelecidos no Código de Ética
e Disciplina da OAB e no Regulamento Geral, pois os diplomas legais são complementares.
Vamos praticar muito resolvendo provas anteriores para que você consiga identificar o
“perfil” das questões, não confunda a matéria e não caia em pegadinhas clássicas da banca.
Todas as questões serão comentadas e nos comentários vamos enfatizar as afirmativas corretas
para facilitar a memorização da aplicação adequada do conteúdo e da fonte da questão.
Dessa forma, meu (minha) caro(a), fique tranquilo(a), vamos esmiuçar todo o conteúdo
do edital e garantir que com a leitura atenta dessas aulas você irá confiante para a prova,
tendo a garantia de que todos os tópicos relevantes foram estudados.
Ah! Não se esqueça de avaliar esta aula, pois sua opinião é muito importante para
melhorarmos ainda mais nossos materiais.

SUPORTE
Estou à disposição para sanar todas as suas dúvidas que surgirem no decorrer da
aula. Não hesite em mandá-las, por mais simples que possam parecer. Citarei exemplos,
explicarei de forma mais contextual ou doutrinária, se necessário, mas tenho certeza de
que se a dúvida for esclarecida você seguirá seus estudos de forma eficaz e não esquecerá
do assunto tratado. Caso contrário, um pequeno detalhe que não foi esclarecido poderá

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comprometer sua preparação. Sendo assim, não existem dúvidas irrelevantes. Portanto,
contate-me sempre que julgar necessário.
Grande abraço e bons estudos!
SEJA IMPARÁVEL!

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INFRAÇÕES E SANÇÕES DISCIPLINARES

1. INFRAÇÕES DISCIPLINARES
O advogado, ao desempenhar o ministério da advocacia, atividade essencial à justiça
revestida de múnus público, está amparado por direitos e prerrogativas e possui o dever de
proceder em todos os atos do seu ofício com lealdade e boa-fé, observando os princípios
éticos e morais, a fim de zelar pelo respeito e pela dignidade da categoria.
Em complemento, o Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil elencou um rol taxativo
de situações que não devem ser praticadas pelos advogados, sob pena de cometerem
infrações disciplinares.
Ao todo, são vinte e nove condutas que ensejam a aplicação de penalidades por parte
da Ordem, penalidades que também estudaremos nessa aula.
Paulo Lobo (Comentários ao Estatuto da Advocacia e da OAB - 2017) discorre que:

Diferentemente dos deveres éticos, que configuram conduta positiva ou comportamento


desejado, encartados no Código de Ética e Disciplina, as infrações disciplinares caracterizam-
se pela conduta negativa, pelo comportamento indesejado, que devem ser reprimidos. Sob a
perspectiva da tradicional classificação das normas, são imperativas as que cuidam dos deveres,
e proibitivas as que tratam das infrações disciplinares.

Parece óbvio, mas é importante destacar que só cometem infrações disciplinares os


advogados regularmente inscritos na OAB, ou seja, as pessoas que preencherem os requisitos
para inscrição nos quadros da OAB estabelecidos no artigo 8º do Estatuto da OAB:

EOAB
Art. 8º Para inscrição como advogado é necessário:
I – capacidade civil;
II – diploma ou certidão de graduação em direito, obtido em instituição de ensino oficialmente
autorizada e credenciada;

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III – título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro;


IV – aprovação em Exame de Ordem;
V – não exercer atividade incompatível com a advocacia;
VI – idoneidade moral;
VII – prestar compromisso perante o conselho.

Assim sendo, o exercício da atividade de advocacia no território brasileiro e a denominação


de advogado são privativos dos inscritos no OAB (art. 3º do Estatuto da OAB).
Lembre-se de que são atividades privativas de advocacia a postulação ao órgão do
Poder Judiciário e aos juizados especiais e às atividades de consultoria, assessoria e direção
jurídicas, além do visto em atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas para que
sejam admitidos a registro (art. 1º do Estatuto da OAB).
O artigo 4º do Estatuto da OAB define que são nulos os atos privativos de advogado
praticados por pessoa não inscrita na OAB. A nulidade dos atos será absoluta, de forma que
a irregularidade não pode ser sanada e o ato praticado não pode ser convalidado.
Além da nulidade, serão aplicadas sanções civis, penais e administrativas, se couber.
É importante lembrar que o mesmo fato poderá ensejar a aplicação de sanções em mais
de uma esfera e que uma jurisdição é independente da outra (art. 4º).
O Código Civil, em seu artigo 927, estabelece que aquele que, por ato ilícito, causar dano
a outrem fica obrigado a repará-lo.
Por sua vez, quem induzir ou manter alguém em erro referente a sua falsa condição
de advogado sujeitar-se-á as penas do crime de estelionato, previsto no artigo 171 do
Código Penal, além de incidir na infração penal do artigo 47 da Lei de Contravenções Penais
caracterizada pelo exercício ilegal da profissão:

Lei de Contravenções Penais


Art. 47. Exercer profissão ou atividade econômica ou anunciar que a exerce, sem preencher as
condições a que por lei está subordinado o seu exercício:
Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa [...].

Ademais, o Regulamento Geral da OAB acrescenta que a prática de atos privativos de


advocacia por profissionais e sociedades não inscritos na OAB constitui exercício ilegal da
profissão. E, ainda, é defeso (proibido) ao advogado prestar serviços de assessoria e consultoria
jurídicas para terceiros em sociedades que não possam ser registradas na OAB (art. 4º).
As condutas que configuram a infração disciplinar são definidas taxativamente pela Lei
n. 8.906/1994, sendo vedadas as interpretações extensivas ou analógicas, bem como o juízo
subjetivo de valor (LOBO, Paulo. Comentários ao Estatuto da Advocacia e da OAB, 2017).

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Os limites estabelecidos para a interpretação das condutas que caracterizam infrações


disciplinares visam a evitar o cometimento de abusos em face dos advogados e lhes conferir
segurança jurídica para o bom desempenho da atividade da advocacia.
O devido processo legal é direito fundamental previsto no artigo 5º, inciso LIV, da
Constituição Federal de 1988.
Seria um tanto quanto contraditório permitir a restrição da atividade da advocacia
sem garantir ao próprio advogado, que exerce função essencial à justiça, a observância do
devido processo legal e o direito ao contraditório e ampla defesa, não é mesmo?
Ricardo Duarte Cavazzani, em “Responsabilidade Civil do Advogado”, discorre que:

Uma vez que as infrações disciplinares são normas que restringem direito, isto é, restringem
o direito de atuação do advogado, balizando seu campo de atuação dentro de limites éticos
dessa profissão, são taxativamente indicados em texto legal (EAOAB), não deixando para o
Código de Ética essa missão, visando com essa tipificação das infrações, a garantia do devido
processo legal quando o Estado tiver de usar de seu poder sancionatório contra atos indevidos
praticados por advogados.

Por essa razão, na próxima aula veremos as regras aplicáveis aos processos na OAB.
Pois bem.
A partir de agora veremos as infrações disciplinares estabelecidas no artigo 34 do
Estatuto da OAB.

EXERCER A PROFISSÃO, QUANDO IMPEDIDO DE FAZÊ-LO, OU FACILITAR, POR QUALQUER


MEIO, O SEU EXERCÍCIO AOS NÃO INSCRITOS, PROIBIDOS OU IMPEDIDOS (INCISO I)
O impedimento afeta a plenitude de atuação do advogado, uma vez que é caracterizado
como o impedimento parcial da atividade da advocacia, configurando o exercício irregular
da profissão (art. 27 do Estatuto da OAB).
Conforme o artigo 30 do Estatuto da OAB são impedidos de exercer a advocacia:

EOAB
Art. 30.
I – os servidores da administração direta, indireta e fundacional, contra a Fazenda Pública
que os remunere ou à qual seja vinculada a entidade empregadora;
II – os membros do Poder Legislativo, em seus diferentes níveis, contra ou a favor das pessoas
jurídicas de direito público, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas,
entidades paraestatais ou empresas concessionárias ou permissionárias de serviço público.
Parágrafo único. Não se incluem nas hipóteses do inciso I os docentes dos cursos jurídicos.

A outra hipótese prevista no inciso ocorre quando o advogado, mediante ação ou omissão,
facilita o exercício da advocacia aos não inscritos, proibidos ou impedidos.

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Nesse contexto, é importante destacar que o estagiário de advocacia, se regularmente


inscrito, poderá praticar os atos privativos de advogado em conjunto com o advogado e
sob responsabilidade deste (art. 3º, § 2º, do Estatuto da OAB).
Desse modo, o advogado não pode facilitar, nem permitir o exercício de atos privativos
de advogado pelo estagiário ou qualquer outra pessoa não inscrita, por exemplo atendentes
e secretários.
Para entendermos melhor, devemos memorizar os atos que podem ser praticados
isoladamente pelo estagiário inscrito na OAB, sob responsabilidade do advogado, nos termos
do artigo 29 do Regulamento Geral da OAB:

Regulamento Geral
Art. 29
§ 1º O estagiário inscrito na OAB pode praticar isoladamente os seguintes atos, sob a
responsabilidade do advogado:
I – retirar e devolver autos em cartório, assinando a respectiva carga;
II – obter junto aos escrivães e chefes de secretarias certidões de peças ou autos de processos
em curso ou findos;
III – assinar petições de juntada de documentos a processos judiciais ou administrativos.
§ 2º Para o exercício de atos extrajudiciais, o estagiário pode comparecer isoladamente, quando
receber autorização ou substabelecimento do advogado.

Veja que, além do impedimento, o inciso I do artigo 34 do Estatuto menciona a proibição


de advogar.
Sob a ótica do Estatuto da OAB, a proibição total de advogar é a incompatibilidade
estabelecida no artigo 28, que estudaremos em aula futura:

EOAB
Art. 28. A advocacia é incompatível, mesmo em causa própria, com as seguintes atividades:
I – chefe do Poder Executivo e membros da Mesa do Poder Legislativo e seus substitutos legais;
II – membros de órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos tribunais e conselhos de
contas, dos juizados especiais, da justiça de paz, juízes classistas, bem como de todos os que exerçam
função de julgamento em órgãos de deliberação coletiva da administração pública direta e indireta;
III – ocupantes de cargos ou funções de direção em Órgãos da Administração Pública direta ou
indireta, em suas fundações e em suas empresas controladas ou concessionárias de serviço público;
IV – ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a qualquer órgão do
Poder Judiciário e os que exercem serviços notariais e de registro;
V – ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a atividade policial de
qualquer natureza;
VI – militares de qualquer natureza, na ativa;
VII – ocupantes de cargos ou funções que tenham competência de lançamento, arrecadação ou
fiscalização de tributos e contribuições parafiscais;

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VIII – ocupantes de funções de direção e gerência em instituições financeiras, inclusive privadas.


§ 1º A incompatibilidade permanece mesmo que o ocupante do cargo ou função deixe de
exercê-lo temporariamente.
§ 2º Não se incluem nas hipóteses do inciso III os que não detenham poder de decisão relevante
sobre interesses de terceiro, a juízo do conselho competente da OAB, bem como a administração
acadêmica diretamente relacionada ao magistério jurídico.
§ 3º As causas de incompatibilidade previstas nas hipóteses dos incisos V e VI do caput deste
artigo não se aplicam ao exercício da advocacia em causa própria, estritamente para fins de
defesa e tutela de direitos pessoais, desde que mediante inscrição especial na OAB, vedada a
participação em sociedade de advogados. (Incluído pela Lei n. 14.365, de 2022).
§ 4º A inscrição especial a que se refere o § 3º deste artigo deverá constar do documento
profissional de registro na OAB e não isenta o profissional do pagamento da contribuição anual,
de multas e de preços de serviços devidos à OAB, na forma por ela estabelecida, vedada cobrança
em valor superior ao exigido para os demais membros inscritos. (Incluído pela Lei n. 14.365, de
2022).

DICA
Todas as hipóteses de impedimento serão estudadas mais
detalhadamente nas nossas próximas aulas. Fique tranquilo:
por ora, a leitura do dispositivo acima é suficiente.

MANTER SOCIEDADE PROFISSIONAL FORA DAS NORMAS E PRECEITOS ESTABELECIDOS


NESTA LEI (INCISO II)
Os advogados podem se reunir em sociedade simples de prestação de serviços de
advocacia ou constituir sociedade unipessoal de advocacia, que adquire personalidade
jurídica com o registro aprovado dos seus atos constitutivos no Conselho Seccional da OAB
em cuja base territorial tiver sede, nos termos do artigo 15 do Estatuto da OAB.
Não são admitidas a registro nem podem funcionar todas as espécies de sociedades de
advogados que apresentem forma ou características de sociedade empresária, que adotem
denominação fantasia, que realizem atividades estranhas à advocacia, que incluam como
sócio ou titular de sociedade unipessoal de advocacia pessoa não inscrita como advogado
ou totalmente proibida de advogar (art. 16 do Estatuto da OAB).
Desse modo, apenas com a leitura desses dois artigos podemos trazer alguns exemplos
dos requisitos considerados essenciais a serem observados pelas sociedades profissionais,
já que esse assunto também será aprofundado em aula própria:
O registro das sociedades deverá ser feito no Conselho da OAB, sendo, nos termos do
§ 3º do artigo 16, proibido o registro nos cartórios de registro civil de pessoas jurídicas e
nas juntas comerciais.
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Assim sendo, podemos concluir que as sociedades de advogados se distinguem das


sociedades empresárias trazidas pelo Código Civil e são regidas pelo Estatuto da OAB, pelo
Regulamente Geral da OAB e pelos Provimentos do Conselho Federal.
É vedada a inclusão, no quadro societário da sociedade de advogados, de pessoa sem
inscrição na OAB ou que exerça atividade incompatível com a advocacia, bem como associar
a sociedade a outra atividade diversa, por exemplo: contabilidade, corretora de imóveis etc.
De todo modo, é essencial que as sociedades profissionais observem as normas e
preceitos estabelecidos no Estatuto da OAB, no Regulamento Geral da OAB, bem como
nos Provimentos do Conselho Federal. Caso contrário, os advogados estarão sujeitos às
penalidades da infração disciplinar.

VALER-SE DE AGENCIADOR DE CAUSAS, MEDIANTE PARTICIPAÇÃO NOS HONORÁRIOS


A RECEBER (INCISO III)
A simples indicação do advogado ou da sociedade de advogados feita por pessoa comum
não configura a prática da infração trazida acima, já que é elementar o recebimento de
vantagem pecuniária por parte do agenciador.
O agenciador poderá atuar de diversas maneiras, seja por meio de panfletagem ou da
publicidade feita em palestras e reuniões sindicais, por exemplo.
No entanto, o intuito principal da previsão dessa prática está em punir os advogados
que se valem de terceira pessoa para angariar clientes, desmerecendo toda a categoria
profissional, além de vincular a atividade da advocacia à mercantilização, já que a prestação
de serviços advocatícios é oferecida como mercadoria, o que é expressamente vedado pelo
Código de Ética e Disciplina da OAB (art. 5º).

ANGARIAR OU CAPTAR CAUSAS, COM OU SEM A INTERVENÇÃO DE TERCEIROS (INCISO IV)


Em complemento ao inciso anterior, agora o Estatuto busca abranger todas as
possibilidades de captação de causas.
Como já vimos, é princípio fundamental do Código de Ética e Disciplina da OAB a vedação
ao oferecimento de serviços profissionais que implique, direta ou indiretamente, em angariar
ou captar clientela (art. 7º, CED-AOB).
O advogado não pode oferecer seus serviços como se fosse uma mercadoria, prometendo
resultados e oferecendo um produto final.
Lembre-se, a publicidade profissional deve possuir caráter meramente informativo,
primando pela discrição e sobriedade (art. 39, CED-OAB).
Paulo Lobo (Comentários ao Estatuto da Advocacia e da OAB – 2017) acrescenta que:

Para o Estatuto, nenhuma forma de captação de clientela é admissível; o advogado deve


ser procurado pelo cliente, nunca procurá-lo. A inculcação dá-se sempre de modo prejudicial à

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dignidade da profissão, seja quando o advogado se oferece diretamente ao cliente em ambientes


sociais, autopromovendo-se, seja quando critica o desempenho de colega que esteja com o
patrocínio de alguma causa, seja, ainda quando se utiliza dos meios de comunicação social
para manifestações habituais sobre assuntos jurídicos.

Em manifestações públicas, o advogado deve evitar insinuações com o sentido de


promoção pessoal ou profissional, bem como o debate de caráter sensacionalista (art. 43,
parágrafo único, CED-OAB).

ASSINAR QUALQUER ESCRITO DESTINADO A PROCESSO JUDICIAL OU PARA FIM


EXTRAJUDICIAL QUE NÃO TENHA FEITO, OU EM QUE NÃO TENHA COLABORADO (INCISO V)
Aqui, estamos diante de uma situação que pode abranger a ocorrência de outra infração,
que seria a de facilitar o exercício ilegal da profissão de advogado, já que o profissional
estaria possibilitando a elaboração de peças por pessoa não habilitada, uma vez que não
inscrita nos quadros da Ordem, e estaria simulando, portanto, que é o autor da peça.
Destaca-se que o escrito não precisa integrar lide processual, mas poderá ser utilizado
em procedimentos administrativos e extrajudiciais.
Flávio Olimpio de Azevedo em “Comentários ao Estatuto da Advocacia – 2015” traz outra
prática irregular nesse caso:

[...] a contratação pelas partes de verdadeiros advogados “calígrafos” para promover simulação
processual. Na realidade, o advogado é contratado apenas para assinar as petições elaboradas
por terceiros no processo simulado, pois existe somente um único causídico que patrocina
simultaneamente o autor e o réu, sendo comum a esta nefasta prática o conluio visando a
fraudar credores. Este grave ato infracional, além de tipificar a conduta prevista no inciso ora
comentado, constitui a infração de patrocínio infiel, prestação a clientes para fraudar à lei [...].

Além disso, é conveniente destacar que a conduta definida como infração pode ser
entendida por outro viés: o de evitar a ocorrência de plágio da produção intelectual de
outro profissional, na qual o advogado se apropria total ou parcialmente de peças elaboradas
por outros advogados.

ADVOGAR CONTRA LITERAL DISPOSIÇÃO DE LEI, PRESUMINDO-SE A BOA-FÉ


QUANDO FUNDAMENTADO NA INCONSTITUCIONALIDADE, NA INJUSTIÇA DA LEI OU EM
PRONUNCIAMENTO JUDICIAL ANTERIOR (INCISO VI)
O advogado é indispensável à administração da Justiça, é defensor do Estado Democrático
de Direito, dos direitos humanos e garantias fundamentais, da cidadania, da moralidade,
da justiça e da paz social, cumprindo-lhe exercer seu ministério em consonância com sua
elevada função pública e com os valores que lhe são inerentes. Portanto, é vedado ao
advogado utilizar-se do direito e das leis para fins ilegais ou ilegítimos.

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De outra parte, há presunção de boa-fé do advogado em determinadas situações,


tendo em vista que esse não deve se calar ou se conformar com inconstitucionalidades,
injustiças da lei ou precedentes jurisprudenciais, mas, sim, atuar para combatê-las.

VIOLAR, SEM JUSTA CAUSA, SIGILO PROFISSIONAL (INCISO VII)


As relações entre advogado e cliente baseiam-se na confiança recíproca (art. 10,
CED-OAB): de um lado, o cliente deve esclarecer todos os fatos que interessam à causa ao
advogado, mas, por outro, o advogado tem o dever de guardar sigilo dos fatos de que tome
conhecimento no exercício da profissão (art. 35, CED-AOB).
O sigilo profissional é de ordem pública e está previsto na Constituição Federal de 1988:

CF/88
Art. 5º.
XIV – é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando
necessário ao exercício profissional.

As comunicações de qualquer natureza entre advogado e cliente presumem-se


confidenciais, independendo de solicitação de reserva pelo cliente (art. 36, CED-AOB), de
modo que violar o sigilo profissional, sem justa causa, constitui infração disciplinar e o crime
de violação de segredo profissional previsto no artigo 154 do Código Penal.
O sigilo profissional cederá em face de circunstâncias excepcionais que configurem
justa causa, como nos casos de grave ameaça ao direito à vida e à honra ou que envolvam
defesa própria do advogado (art. 37, CED-OAB).
Apenas para relembrar: o dever de sigilo inclui o direito do advogado de se recusar
a depor como testemunha em processo no qual funcionou ou deva funcionar, ou sobre
fato relacionado com pessoa de quem seja ou foi advogado, mesmo quando autorizado
ou solicitado pelo constituinte, bem como sobre fato que constitua sigilo profissional
(art. 7º, inciso XIX, do Estatuto da OAB).

ESTABELECER ENTENDIMENTO COM A PARTE ADVERSA SEM AUTORIZAÇÃO DO CLIENTE


OU CIÊNCIA DO ADVOGADO CONTRÁRIO (INCISO VIII)
Essa infração disciplinar está intimamente ligada ao dever de honestidade e lealdade
do profissional (art. 2º, inciso II, CED-OAB).
Ademais, é princípio fundamental da ética do advogado o dever de se abster de se
entender diretamente com a parte adversa que tenha patrono constituído, sem o
assentimento deste (art. 2º, inciso VIII, alínea ‘d’, do CED-OAB).
Na prática, são duas as consequências prejudiciais dessa conduta: de um lado, a parte
que não está sendo devidamente assistida por seu procurador poderá ser influenciada

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a aceitar condições precárias ou abdicar de seus direitos; por outro, esse entendimento
entre as partes poderá visar a lesão ao pagamento dos honorários advocatícios devidos
ao advogado adverso.
Além disso, devemos lembrar que a solução do litígio por qualquer mecanismo adequado
de solução extrajudicial não permite, em qualquer hipótese, a diminuição dos honorários
contratados (art. 48, § 5º, CED-OAB), bem como que, caso o cliente do advogado e a
parte contrária firmem acordo, não serão prejudicados os honorários convencionados ou
concedidos por sentença (art. 24, § 4º, do Estatuto da OAB).

PREJUDICAR, POR CULPA GRAVE, INTERESSE CONFIADO AO SEU PATROCÍNIO (INCISO IX)
É essencial para a configuração da infração a existência de prejuízo ao cliente em razão
da culpa grave do advogado.
O conceito de culpa grave é trazido por Paulo Lobo, em “Comentários ao Estatuto da
Advocacia e da OAB – 2017”, da seguinte forma:
[...] uma negligencia extraordinária, superior à média da diligência comum, ou seja, não usar a
atenção mais vulgar, não entender o que entendem todos. A culpa grave aproxima-se do dolo
(dolu malus), mas com ele não se confunde porque falta a intenção de prejudicar. A culpa
grave é aquela inescusável na atividade do advogado. Resulta da falta que o profissional mais
desleixado ou medíocre não poderia cometer.

Ou seja, o advogado não poderá ser responsabilizado por perder uma demanda se para
o deslinde o processo se empenhou, inexistindo erro inescusável.
De todo modo, segundo o artigo 32 do Estatuto da OAB, o advogado é responsável
pelos atos que, no exercício profissional, praticar com dolo ou culpa.
Além disso, é importante mencionar mais uma vez que as esferas civil, penal e administrativa
são independentes e, assim, o prejuízo causado poderá ser reparado na seara civil.

ACARRETAR, CONSCIENTEMENTE, POR ATO PRÓPRIO, A ANULAÇÃO OU A NULIDADE DO


PROCESSO EM QUE FUNCIONE (INCISO X)
O advogado deve colaborar para o bom andamento do processo. Nesse caso, a anulação ou a
nulidade deve decorrer diretamente do ato praticado pelo advogado, já que a infração do inciso
requer um dolo direcionado, mesmo que seja por omissão, consciente e voluntária, do procurador.

ABANDONAR A CAUSA SEM JUSTO MOTIVO OU ANTES DE DECORRIDOS DEZ DIAS DA


COMUNICAÇÃO DA RENÚNCIA (INCISO XI)
A atuação do advogado quando postula, em juízo ou fora dele, está vinculada a existência
de um mandato, no qual o constituinte confere ao advogado poderes para representá-lo
em juízo ou na via extrajudicial (art. 5º do Estatuto da OAB).

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Nada impede, todavia, que o advogado renuncie ao mandato, de acordo com a sua
conveniência, sem menção do motivo que determinou a renúncia, exigindo-se, apenas, que
continue representando o mandante durante 10 (dez) dias, contados da notificação da
renúncia, salvo se for substituído antes do término desse prazo, sendo que cessará, após
o decurso desse prazo, a responsabilidade profissional pelo acompanhamento da causa
(art. 5º, § 3º, do Estatuto da OAB).
O Código de Ética e Disciplina da OAB recomenda que o advogado, em face de dificuldades
insuperáveis ou inércia do cliente quanto a providências que lhe tenham sido solicitadas,
não deixe ao abandono ou ao desamparadas as causas sob seu patrocínio, mas, sim, que
renuncie ao mandato (art. 15 do CED-OAB).
A renúncia poderá ocorrer sem que o advogado explique sua motivação. Todavia, o
advogado não está autorizado a abandonar a causa, deixando desamparado o mandante,
sem lhe oportunizar prazo razoável para contratar procurador substituto.
A infração disciplinar, ora em comento, somente se configura se o advogado não estiver
acobertado por uma justa causa que justifique o abandono, tal como a ocorrência de grave
acidente que impeça o advogado de exercer a atividade da advocacia.
Nesse sentido, de acordo com o artigo 37 do Código de Ética e Disciplina da OAB, são
circunstâncias excepcionais que configuram justa causa: grave ameaça ao direito à vida
e à honra ou que envolvam defesa própria do advogado.

RECUSAR-SE A PRESTAR, SEM JUSTO MOTIVO, ASSISTÊNCIA JURÍDICA, QUANDO


NOMEADO EM VIRTUDE DE IMPOSSIBILIDADE DA DEFENSORIA PÚBLICA (INCISO XII)
Uma das garantias fundamentais previstas na Constituição Federal de 1988 relacionada
com a atividade dos advogados é a assistência jurídica integral e gratuita prestada pelo
Estado aos que comprovarem insuficiência de recursos (art. 5º, inciso LXXIV, CF/88).
A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado,
incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático, fundamentalmente,
a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus,
judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita, aos
necessitados, conforme traz o artigo 134 da Constituição Federal de 1988.
De acordo com o artigo 2º, inciso XIII, do Código de Ética e Disciplina da OAB, o advogado,
indispensável à administração da Justiça, é defensor do Estado Democrático de Direito, dos
direitos humanos e garantias fundamentais, da cidadania, da moralidade, da justiça e da paz
social, cumprindo-lhe exercer o seu ministério em consonância com a sua elevada função pública.

Obs.: Segundo o § 1º do artigo 22 do Estatuto da OAB, o advogado quando indicado para


patrocinar causa de juridicamente necessitado, no caso de impossibilidade da

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Defensoria Pública, tem direito aos honorários fixados pelo juiz, segundo tabela
organizada pelo Conselho Seccional da OAB, e pagos pelo Estado.
Destaco que uma vez nomeado, o advogado não poderá se recusar a prestar assistência
jurídica sem justo motivo.

FAZER PUBLICAR NA IMPRENSA, DESNECESSÁRIA E HABITUALMENTE, ALEGAÇÕES


FORENSES OU RELATIVAS A CAUSAS PENDENTES (INCISO XIII)
Na aula passada, vimos que a publicidade profissional se afasta da mercantilização
da profissão, da captação de clientela e possui caráter meramente informativo, bem como
que deve primar pela discrição e sobriedade.
Ademais, estudamos as diretrizes trazidas pelo Código de Ética e Disciplina da OAB,
que devem ser observadas pelos advogados. Dentre elas, está a vedação ao advogado de
responder com habitualidade a consulta sobre matéria jurídica nos meios de comunicação
social, além de divulgar demandas de seus clientes (art. 42, incisos I e V, do CED-OAB).
A infração disciplinar visa coibir a autopromoção do advogado e ainda a captação de
clientes. No entanto, pode o advogado participar eventualmente de programa de televisão
ou de rádio, de entrevista na imprensa, de reportagem televisionada ou veiculada por
qualquer outro meio, para manifestação profissional, desde que o objetivo da manifestação
seja exclusivamente ilustrativo, educativo e instrutivo (art. 43, CED-OAB).

DETURPAR O TEOR DE DISPOSITIVO DE LEI, DE CITAÇÃO DOUTRINÁRIA OU DE JULGADO,


BEM COMO DE DEPOIMENTOS, DOCUMENTOS E ALEGAÇÕES DA PARTE CONTRÁRIA, PARA
CONFUNDIR O ADVERSÁRIO OU ILUDIR O JUIZ DA CAUSA (INCISO XIV)
No exercício da profissão, o advogado é inviolável por seus atos e manifestações, nos limites
desta lei (art. 2º, § 3º, do Estatuto da OAB). Entretanto, essa garantia não é absoluta e não autoriza
o advogado a falsear deliberadamente a verdade e utilizar de má-fé (art. 6º do CED-OAB).
É importante destacar a necessidade de dolo específico na conduta do advogado, uma
vez que deturpação deve ocorrer com a intenção de confundir o adversário ou iludir o juiz.
Nesse sentido, Flávio Olimpio de Azevedo, em “Comentários ao Estatuto da Advocacia
– 2015” define que:

Mas não ocorre infração disciplinar quando o causídico, durante o curso processual, por excesso
de profissionalismo e no afã de defender seu constituinte, interpreta a doutrina, a jurisprudência
ou depoimentos de forma tendenciosa e equivocada, contudo sem alterar maliciosamente o
conteúdo das citações.

Ademais, não faz sentido o advogado ser penalizado pelo cometimento de erro material
na elaboração de suas peças.

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FAZER, EM NOME DO CONSTITUINTE, SEM AUTORIZAÇÃO ESCRITA DESTE, IMPUTAÇÃO


A TERCEIRO DE FATO DEFINIDO COMO CRIME (INCISO XV)
Um dos preceitos fundamentais da atividade da advocacia é a independência, sendo
um dever do advogado atuar com destemor e independência (art. 2º do CED-OAB).
Além disso, o advogado, ainda que vinculado ao cliente ou constituinte, deve zelar pela
sua liberdade e independência (art. 4º do CED-OAB).
No exercício da profissão, o advogado é inviolável por seus atos e manifestações, ou
seja, possui imunidade profissional, não constituindo injúria ou difamação puníveis qualquer
manifestação de sua parte, no exercício de sua atividade (art. 2º, § 3º, do Estatuto da OAB).
Em que pese a independência funcional do advogado ser um dos princípios fundamentais
da ética do advogado, a infração em comento é uma exceção, em razão da gravidade da
conduta de imputar a alguém fato definido como crime.
O artigo 138 do Código Penal traz que a imputação falsa de fato definido como crime
constitui calúnia.
O Código de Processo Penal estabelece que a queixa poderá ser dada por procurador
com poderes especiais, devendo constar do instrumento do mandato do querelante e a
menção do fato criminoso (art. 44).
No caso, o Estatuto é ainda mais abrangente, já que não se trata propriamente de
calúnia, uma vez que para concretizar a infração disciplinar basta a imputação a terceiro,
em nome do constituinte, sem sua autorização escrita, mesmo que o fato definido como
crime seja verdadeiro (Paulo Lobo - Comentários ao Estatuto da Advocacia e da OAB - 2017.

DEIXAR DE CUMPRIR, NO PRAZO ESTABELECIDO, DETERMINAÇÃO EMANADA DO


ÓRGÃO OU DE AUTORIDADE DA ORDEM, EM MATÉRIA DA COMPETÊNCIA DESTA, DEPOIS
DE REGULARMENTE NOTIFICADO (INCISO XVI)
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) é uma entidade sui generis que presta serviço
público e tem por finalidade defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado Democrático
de Direito, os direitos humanos, a justiça social, e pugnar pela boa aplicação das leis, pela
rápida administração da justiça e pelo aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas,
bem como promover, com exclusividade, a representação, a defesa, a seleção e a disciplina
dos advogados em toda a República Federativa do Brasil (art. 44 do Estatuto da OAB).
São órgãos da OAB (art. 45 do Estatuto da OAB):
• o Conselho Federal;
• os Conselhos Seccionais;
• as Subseções; e
• as Caixas de Assistência dos Advogados.

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A composição e a atribuição de cada um dos órgãos citados acima serão estudadas


em breve, mas, por ora, você precisa entender que a infração em estudo será cometida
pelo advogado somente se a determinação for expedida por membro competente para
tal exigência. Ainda, faz-se necessária a adequação da exigência às normas estatutárias.
Parece evidente, mas o advogado deverá ser devidamente notificado e a ele deverá
ser concedido prazo razoável para cumprimento.

PRESTAR CONCURSO A CLIENTES OU A TERCEIROS PARA REALIZAÇÃO DE ATO CONTRÁRIO


À LEI OU DESTINADO A FRAUDÁ-LA (INCISO XVII)
É um preceito ético fundamental o dever do advogado de abster-se de emprestar
concurso aos que atentem contra a ética, a moral, a honestidade e a dignidade da pessoa
humana, além de adotar conduta consentânea com o papel de elemento indispensável
à administração da Justiça, o que vai de encontro com o concurso na realização de ato
contrário à lei (art. 2º, inciso VIII, alínea c e X, do CED-OAB).
Mais uma vez, estamos diante de uma infração que exige dolo específico, considerando que
o advogado deverá participar do ato com a intenção de subverter a aplicação da lei ou fraudá-la.
Paulo Lobo (Comentários ao Estatuto da Advocacia e da OAB, 2017) esclarece a infração
estabelecendo que “O advogado defende o criminoso, mas não pode ser instrumento do crime”.

SOLICITAR OU RECEBER DE CONSTITUINTE QUALQUER IMPORTÂNCIA PARA APLICAÇÃO


ILÍCITA OU DESONESTA (INCISO XVIII)
O importante a ser destacado é que, para configurar a infração, o advogado poderá
simplesmente receber valores do constituinte para aplicação ilícita ou desonesta, bem como
resta configurada quando o advogado solicita valores para aplicação ilícita ou desonesta,
independentemente do efetivo fornecimento do valor pelo constituinte.

RECEBER VALORES, DA PARTE CONTRÁRIA OU DE TERCEIRO, RELACIONADOS COM O


OBJETO DO MANDATO, SEM EXPRESSA AUTORIZAÇÃO DO CONSTITUINTE (INCISO XIX)
Lembre-se de que uma das infrações disciplinares trazidas pelo artigo é o entendimento
com a parte adversa sem autorização do cliente ou ciência do advogado contrário (inciso VIII).
Agora, estamos diante de uma situação em que o constituinte não autoriza
expressamente o entendimento com a parte adversa, sendo que o acordo não precisa
ser necessariamente prejudicial à parte, mas o recebimento de valores, seja da parte
contrária ou de um terceiro, viola o fundamento ético da confiança recíproca existente
na relação entre advogado e cliente (art. 10, CED-OAB).
Nesse sentido, Flávio Olimpio de Azevedo (Comentários ao Estatuto da Advocacia, 2015)
menciona que:

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A conduta infratora do inciso XIX caracteriza-se sob dois prismas. Sob o primeiro, o advogado
recebe valores da parte contrária relacionados ao objeto do mandato outorgado, visando a
beneficiar o seu constituinte, sem autorização deste. Por exemplo, para pôr fim a determinada
lide, pactua acordo vantajoso com a parte contrária, recebe os valores pactuados e presta contas
ao cliente. É forma branda do ato infracional.
Sob outro prisma, comete infração disciplinar gravíssima, em detrimento do cliente, quando
recebe valores da parte contrária para lesar os interesses deste em determinada ação, podendo
até ser apenado com a exclusão dos quadros da OAB, por tipificar conduta incompatível com
a advocacia, danosa à reputação e à dignidade da classe, sem prejuízo das consequências de
natureza penal pelo patrocínio infiel (art. 355 do Código Penal).

LOCUPLETAR-SE, POR QUALQUER FORMA, À CUSTA DO CLIENTE OU DA PARTE ADVERSA,


POR SI OU INTERPOSTA PESSOA (INCISO XX)
O significado de locupletar é enriquecer, tornar-se rico (Michaelis). Nesse contexto, o
locupletamento é ilícito, pois o advogado, pessoalmente ou por intermédio de terceira
pessoa, enriquece às custas de seu cliente ou da parte contrária.
Como exemplos de locupletamento, Paulo Lobo (Comentários ao Estatuto da Advocacia
e da OAB – 2017) cita:

a) quando obtém proveito desproporcional com os serviços prestados; b) quando cobra


honorários abusivos, colocando o cliente em desvantagem exagerada; c) quando participa
vantajosamente no resultado financeiro ou patrimonial do caso; d) quando obtém vantagens
excedentes do contrato de honorários nele não previstas; e) quando se apropria ou transfere
para si, abusando do mandato, bens ou valores que seriam do cliente ou a ele destinados; [...]

A consumação do delito ocorre no momento em que o advogado se apropria dos bens


e/ou valores indevidos.

RECUSAR-SE, INJUSTIFICADAMENTE, A PRESTAR CONTAS AO CLIENTE DE QUANTIAS


RECEBIDAS DELE OU DE TERCEIROS POR CONTA DELE (INCISO XXI)
O Código de Ética e Disciplina da OAB dispõe que o advogado deverá prestar contas
pormenorizadas dos valores recebidos em favor do seu constituinte.
A prestação de contas poderá ocorrer sempre que requerida pelo cliente ou com a
conclusão ou desistência da causa. Ademais, a conclusão ou desistência da causa obriga o
advogado a devolver ao cliente bens, valores e documentos que lhe hajam sido confiados
e ainda estejam em seu poder (art. 12).
É importante destacar que a conduta do advogado poderá se enquadrar no delito de
apropriação indébita, disposto no artigo 168 do Código Penal.

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Além do mais, caso o cliente se recuse a receber valores e a prestação de contas, o


advogado deverá promovê-la judicialmente por meio de ação própria, a fim de evitar a
responsabilização disciplinar.
Ainda, Flávio Olimpio de Azevedo (Comentários ao Estatuto da Advocacia, 2015)
acrescenta que “Prestação, comprovada nos autos, efetuada depois da instauração de
procedimento disciplinar não afasta a infração ético-disciplinar, mas constitui situação
atenuante considerável [...]”.
A penalidade aplicável ao caso, como veremos adiante, é a suspensão, que perdura até
que o advogado satisfaça integralmente a dívida, inclusive com correção monetária (art.
37, inciso I c/c § 2º, do Estatuto da OAB).

RETER, ABUSIVAMENTE, OU EXTRAVIAR AUTOS RECEBIDOS COM VISTA OU EM CONFIANÇA


(INCISO XXII)
A retenção abusiva ocorre com a posse dos autos recebidos com vista ou em confiança
além do prazo legal estabelecido para devolução, com o dolo específico e o efetivo prejuízo
ao andamento do processo e/ou a produção de provas.
Do mesmo modo, o extravio dos autos deve decorrer de ato doloso, causando efetivo
prejuízo, conforme dispõe Paulo Lobo (Comentários ao Estatuto da Advocacia e da OAB, 2017):

A segunda hipótese é a do extravio dos autos. Aqui também a marca da intencionalidade se


impõe, acrescida de culpabilidade. No plano punitivo, não basta o fato objetivo do extravio
dos autos, pois a intenção de fazê-lo há de estar provada ou inferida inquestionavelmente
das circunstâncias. Outras são as consequências no plano da responsabilidade civil ou do direito
processual. A responsabilidade imputável ao profissional é sempre a responsabilidade com culpa.

A infração disciplinar cometida pelo advogado poderá configurar ilícito penal, tipificado
no artigo 356 do Código Penal, por sonegação de papel ou objeto de valor probatório:

Código Penal
Art. 35. Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de restituir autos, documento ou objeto de
valor probatório, que recebeu na qualidade de advogado ou procurador: Pena - detenção, de
seis meses a três anos, e multa.

Entretanto, o Supremo Tribunal Federal decidiu que é essencial para a configuração do


delito que o advogado seja devidamente intimado pelo juízo para que proceda a restituição
dos autos e não o faça:

SONEGAÇÃO DE AUTOS. ADVOGADO ACUSADO DE HAVER DEIXADO DE RESTITUIR


AUTOS, INCORRENDO, SEGUNDO A DENÚNCIA, NO CRIME PREVISTO NO ARTIGO 356 DO
CÓDIGO PENAL. PARA A CONFIGURAÇÃO DESSE DELITO NÃO BASTA, CONTUDO, QUE

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O ADVOGADO HAJA RETIDO OS AUTOS ALÉM DO PRAZO LEGAL. CRIME QUE SOMENTE
SE CONSUMA PELO NÃO ATENDIMENTO DE INTIMAÇÃO DO JUIZ PARA RESTITUIR OS
AUTOS, OMISSAO QUE CARACTERIZA A RECUSA, PELA QUAL O CRIME SE CONSUMA.
RECURSO PROVIDO. (RHC 53934 DF, 2ª Turma, Min, Leitão de Abreu, DJ 26/12/1975).

O Código de Processo Civil, por sua vez, estabelece que se o advogado não devolver
os autos no prazo de 3 (três) dias após intimado, o juiz comunicará o fato à OAB para
procedimento disciplinar e imposição de multa (art. 234).

DEIXAR DE PAGAR AS CONTRIBUIÇÕES, MULTAS E PREÇOS DE SERVIÇOS DEVIDOS À OAB,


DEPOIS DE REGULARMENTE NOTIFICADO A FAZÊ-LO (INCISO XXIII)
O advogado regularmente inscrito nos quadros da Ordem fica incumbido do pagamento
de anuidades, contribuições, multas e preços de serviços fixados pelo Conselho Seccional
(art. 55 Regulamento Geral do Estatuto da OAB).

Recentemente, em abril de 2020, o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Especial


n. 647885, apreciando o tema 732 da repercussão geral, declarou a inconstitucionalidade
do art. 34, XXIII e do art. 37, § 2º da Lei n. 8.906/1994, fixando a seguinte tese:

TEMA 732 – Repercussão geral - STF


“É inconstitucional a suspensão realizada por conselho de fiscalização profissional
do exercício laboral de seus inscritos por inadimplência de anuidades, pois a medida
consiste em sanção política em matéria tributária”.
(Plenário, Sessão Virtual de 17.4.2020 a 24.4.2020).

O entendimento da Corte firmou-se, em suma, em razão do entendimento de que as anuidades


cobradas pelos conselhos profissionais se caracterizam como tributos da espécie contribuições
de interesse das categorias profissionais, nos termos do art. 149 da Constituição da República
e que a sanção de suspensão inviabilizaria injustificadamente o exercício pleno de atividade
econômica ou profissional pelo sujeito passivo de obrigação tributária, sendo a medida
desproporcional e caracterizada como sanção política em matéria tributária.

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INCIDIR EM ERROS REITERADOS QUE EVIDENCIEM INÉPCIA PROFISSIONAL (INCISO XXIV)


O Código de Ética e Disciplina da OAB considera imperativo de uma correta atuação
profissional o emprego da linguagem escorreita e polida, bem como a observância da boa
técnica jurídica (art. 28).
De acordo com Paulo Lobo (Comentários ao Estatuto da Advocacia e da OAB, 2017):

Dá-se o tipo quando: a) há erros grosseiros de técnica jurídica ou de linguagem; b) há reiteração.


Erros isolados não concretizam o tipo. No entanto, a reiteração pode emergir de uma única peça
profissional, quando os erros se acumulem de forma evidente, embora seja recomendável o
cotejo com mais de uma.

A penalidade, como veremos adiante, é a suspensão do exercício da profissão, conforme


determina o artigo 37, inciso I, do Estatuto da OAB, que perdura até que o advogado seja aprovado
novamente em exame de habilitação aplicado pela Ordem (§ 3º do artigo 37 do Estatuto da OAB).
Ademais, é importante frisar que, durante a suspensão, a atividade da advocacia
não poderá ser exercida, sob pena de exercício ilegal da profissão (artigo 47 da Lei de
Contravenções Penais c/c artigo 4º do Regulamento Geral da OAB).

MANTER CONDUTA INCOMPATÍVEL COM A ADVOCACIA (INCISO XXV)


O Estatuto da OAB exemplifica condutas que são consideradas incompatíveis com a
advocacia: prática reiterada de jogo de azar não autorizado por lei, incontinência pública
e escandalosa e embriaguez ou toxicomania habituais (art. 34, parágrafo único).
A redação do parágrafo único utiliza o termo “inclui-se”, de modo que fica claro o sentido
de que conduta incompatível não é limitado aos exemplos trazidos pela lei. A conduta
incompatível é toda aquela que se reflete prejudicialmente na reputação e na dignidade
da advocacia (LOBO, 2017).

FAZER FALSA PROVA DE QUALQUER DOS REQUISITOS PARA INSCRIÇÃO NA OAB (INCISO
XXVI)
De acordo com o artigo 8º do Estatuto da OAB, são requisitos para inscrição nos quadros
da OAB: capacidade civil, diploma ou certidão de graduação em direito, obtido em instituição
de ensino oficialmente autorizada e credenciada, título de eleitor e quitação do serviço
militar, se brasileiro, aprovação em Exame de Ordem, não exercer atividade incompatível
com a advocacia, idoneidade moral, e o compromisso prestado perante o conselho.
Na nossa segunda aula estudamos de forma aprofundada cada um dos requisitos
necessários para inscrição como advogado.
Como já falamos, o exercício da atividade de advocacia no território brasileiro e a
denominação de advogado são privativos dos inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

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Os requisitos vistos acima não precisam ser preenchidos no momento em que o candidato
se inscreve para realizar o Exame da Ordem, mas sim no momento em que solicita a inscrição
definitiva perante os quadros da OAB, ou seja, após a aprovação no exame.
Caso o bacharel em direito não preencha algum dos requisitos, sua inscrição definitiva nos
quadros da OAB será indeferida. No caso em tela, a infração disciplinar ocorre uma vez que o
bacharel se torna advogado, através de prova falsa, que pode ser tanto ideológica como material.

TORNAR-SE MORALMENTE INIDÔNEO PARA O EXERCÍCIO DA ADVOCACIA (INCISO XXVII)


A idoneidade moral do advogado é avaliada constantemente, não sendo apenas um requisito
para a inscrição nos quadros da OAB, como determina artigo 8º, inciso VI, do Estatuto da OAB.
A idoneidade moral é um conceito jurídico indeterminado, mas determinável após ser
efetuada análise do caso concreto. O dicionário Aurélio conceitua idoneidade como “característica
de quem aparenta ser honesto; qualidade da pessoa apta a desempenhar funções, cargos ou
trabalhos. Qualidade do que é idôneo, que convém de modo perfeito ou é adequado.”
Segundo Paulo Lobo (Comentários ao Estatuto da Advocacia e da OAB, 2017):

Os parâmetros não são subjetivos, mas decorrem da aferição objetiva de standards valorativos
que se captam na comunidade profissional, no tempo e no espaço, e que contam com o máximo
de consenso na consciência jurídica.

É conveniente mencionar que o Pleno do Conselho Federal da OAB editou as súmulas


n. 9/2019, n. 10/2019 e n. 11/2019 referente à idoneidade, com os seguintes enunciados:

SÚMULA N. 09/2019/COP - INIDONEIDADE MORAL. VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER.


ANÁLISE DO CONSELHO SECCIONAL DA OAB. Requisitos para a inscrição nos quadros
da Ordem dos Advogados do Brasil. Inidoneidade moral. A prática de violência contra a
mulher, assim definida na “Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a
Violência contra a Mulher – ‘Convenção de Belém do Pará’ (1994)”, constitui fator apto
a demonstrar a ausência de idoneidade moral para a inscrição de bacharel em Direito
nos quadros da OAB, independente da instância criminal, assegurado ao Conselho
Seccional a análise de cada caso concreto (DEOAB, 21/03/2019, p. 3).
SÚMULA N. 10/2019/COP - INIDONEIDADE MORAL. VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS E
ADOLESCENTES, IDOSOS E PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA OU MENTAL. ANÁLISE
DO CONSELHO SECCIONAL DA OAB. Requisitos para a inscrição nos quadros da Ordem
dos Advogados do Brasil. Inidoneidade moral. A prática de violência contra crianças e
adolescentes, idosos e pessoas com deficiência física ou mental constitui fator apto a
demonstrar a ausência de idoneidade moral para a inscrição de bacharel em Direito
nos quadros da OAB, independente da instância criminal, assegurado ao Conselho
Seccional a análise de cada caso concreto (DEOAB, 21/03/2019, pp. 3/4).

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SÚMULA N. 11/2019/COP - INIDONEIDADE MORAL. VIOLÊNCIA CONTRA PESSOA


LGBTI+. ANÁLISE DO CONSELHO SECCIONAL DA OAB. Requisitos para a inscrição nos
quadros da Ordem dos Advogados do Brasil. Inidoneidade moral. A prática de violência
contra pessoas LGBTI+, em razão da Orientação Sexual, Identidade de Gênero e
Expressão de Gênero, constitui fator apto a demonstrar a ausência de idoneidade
moral para inscrição de bacharel em Direito nos quadros da OAB, independente da
instância criminal, assegurado ao Conselho Seccional a análise do cada caso concreto
(DEOAB, 12.06.2019, p.1).

A declaração de inidoneidade deve ter a manifestação favorável de 2/3 (dois terços)


dos membros do Conselho Seccional competente, nos termos do artigo 38, parágrafo
único, do Estatuto da OAB.

PRATICAR CRIME INFAMANTE (INCISO XXVIII)


O crime infamante está estritamente relacionado com a idoneidade moral, tendo em vista
que há presunção legal de inidoneidade quando ocorrer a condenação por crime infamante.
Destaca Paulo Lobo (2017) que:

Crime infamante entende-se como todo aquele que acarreta para seu autor a desonra,
a indignidade e a má fama (daí infame). Essas desvalorizações da conduta criminosa são
potencializadas e caracterizadas como infames quando o crime é praticado por profissional do
direito, que tem o dever qualificado de defender a ordem jurídica.
[...] Não é a gravidade do crime que o qualifica como infamante, quando praticado pelo advogado
(seja como mandante, seja como executor), mas a repercussão inevitável à dignidade da advocacia.
[...] Presumem-se infamantes os crimes hediondos legalmente tipificados e os assemelhados.

A lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da


tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos
como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que,
podendo evitá-los, se omitirem, nos termos do artigo 5º, inciso XLIII, da CF/88.
A Lei n. 8.930/1994 considera como hediondos o homicídio praticado por grupos
de extermínio, o homicídio qualificado, o latrocínio, a extorsão qualificada pela morte, a
extorsão mediante sequestro, o estupro, o atentado violento ao pudor, a provocação de
epidemia com resultado morte e o genocídio (art. 1º).

PRATICAR, O ESTAGIÁRIO, ATO EXCEDENTE DE SUA HABILITAÇÃO (INCISO XXIX)


Do mesmo modo como é exigida a inscrição do profissional nos quadros da OAB para
que exerça a atividade da advocacia e seja denominado advogado, é exigida a inscrição do
estagiário de advocacia.

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O estagiário de advocacia, se regularmente inscrito, poderá praticar os atos privativos


de advogado em conjunto com advogado e sob responsabilidade deste, observado o
regimento geral (art. 3º, § 2º, do Estatuto da OAB).
Lembrando que são atividades privativas de advocacia: a postulação a órgão do
Poder Judiciário e aos juizados especiais; as atividades de consultoria, assessoria e direção
jurídicas, bem como a vistoria de atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas, sob
pena de nulidade (art. 1º).
Além disso, o Regulamento Geral da OAB possibilita a prática de alguns atos pelo estagiário
inscrito na OAB, isoladamente, mas sob responsabilidade do advogado, nos termos do artigo 29:

Regulamento Geral
Art. 29
§ 1º O estagiário inscrito na OAB pode praticar isoladamente os seguintes atos, sob a
responsabilidade do advogado:
I – retirar e devolver autos em cartório, assinando a respectiva carga;
II – obter junto aos escrivães e chefes de secretarias certidões de peças ou autos de processos
em curso ou findos;
III – assinar petições de juntada de documentos a processos judiciais ou administrativos.
§ 2º Para o exercício de atos extrajudiciais, o estagiário pode comparecer isoladamente, quando
receber autorização ou substabelecimento do advogado.

Desse modo, caso o estagiário promova qualquer ato que extrapole sua habilitação ou
sem observar os requisitos legais de acompanhamento e responsabilidade de advogado
regulamente inscrito, enseja a aplicação de penalidade pela prática de infração ético-disciplinar.
Não é demais relembrar que o advogado comete infração ético-disciplinar quando,
mediante ação ou omissão, facilita o exercício da advocacia aos não inscritos (art. 34,
inciso I, do Estatuto da OAB).

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2. SANÇÕES DISCIPLINARES
A finalidade do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil em elencar um rol taxativo
de condutas que não devem ser praticadas pelos advogados, sob pena de cometerem
infrações disciplinares, é buscar a observância dos mandamentos éticos e disciplinares
pelos profissionais, reprimindo em caráter pedagógico condutas que se dissociam da função
social e da dignidade da advocacia.
Flávio Olimpio de Azevedo (Comentários ao Estatuto da Advocacia - 2015) assevera que
“O caráter da sanção é ético-pedagógico e objetiva a conscientização do advogado pelos seus
pares para o cumprimento de seus deveres para com seus colegas e para com a sociedade”.
Para tanto, o Estatuto traz um rol de sanções administrativas aplicáveis aos advogados
e estagiários.
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São quatro espécies de sanções disciplinares: censura, suspensão, exclusão e multa,


que variam conforme a gravidade da conduta praticada. As sanções devem constar no
assentamento do advogado inscrito, após o trânsito em julgado da decisão, não podendo
ser objeto de publicidade a de censura (art. 35 do Estatuto da OAB).

Ao aplicar as sanções disciplinares a Ordem irá verificar a presença ou não de circunstâncias


que atenuem a aplicação das sanções, nos termos do artigo 40:

EOAB
Art. 40. Na aplicação das sanções disciplinares, são consideradas, para fins de atenuação, as
seguintes circunstâncias, entre outras:
I – falta cometida na defesa de prerrogativa profissional;
II – ausência de punição disciplinar anterior;
III – exercício assíduo e proficiente de mandato ou cargo em qualquer órgão da OAB;
IV – prestação de relevantes serviços à advocacia ou à causa pública.

Ademais, os antecedentes profissionais do inscrito, as atenuantes, o grau de culpa por


ele revelada, as circunstâncias e as consequências da infração são consideradas para o
fim de decidir sobre a conveniência da aplicação cumulativa da multa e de outra sanção
disciplinar, assim como sobre o tempo de suspensão e o valor da multa aplicáveis (art.
40, parágrafo único, do Estatuto da OAB).
Destaca Paulo Lobo (2017) que:

Na aplicação das atenuantes, a OAB considerará: a) a redução da sanção disciplinar mais grave
para a imediatamente menos grave; b) a redução do montante do tempo de suspensão; c) a
exclusão da multa; d) a redução da sanção de censura para a de advertência.

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CENSURA
De acordo com o artigo 36 do Estatuto da OAB, a censura será aplicada nos casos de violação
a preceito do Código de Ética e Disciplina, bem como violação a preceito do Estatuto da OAB,
quando não se tenha estabelecido sanção mais grave para a infração (art. 36, incisos II e III).
Além disso, é aplicável no caso infrações definidas nos incisos I a XVI e XXIX do art. 34,
quais sejam:

I – exercer a profissão, quando impedido de fazê-lo, ou facilitar, por qualquer meio, o seu exercício
aos não inscritos, proibidos ou impedidos;
II – manter sociedade profissional fora das normas e preceitos estabelecidos nesta lei;
III – valer-se de agenciador de causas, mediante participação nos honorários a receber;
IV – angariar ou captar causas, com ou sem a intervenção de terceiros;
V – assinar qualquer escrito destinado a processo judicial ou para fim extrajudicial que não tenha
feito, ou em que não tenha colaborado;
VI – advogar contra literal disposição de lei, presumindo-se a boa-fé quando fundamentado na
inconstitucionalidade, na injustiça da lei ou em pronunciamento judicial anterior;
VII – violar, sem justa causa, sigilo profissional;
VIII – estabelecer entendimento com a parte adversa sem autorização do cliente ou ciência do
advogado contrário;
IX – prejudicar, por culpa grave, interesse confiado ao seu patrocínio;
X – acarretar, conscientemente, por ato próprio, a anulação ou a nulidade do processo em que funcione;
XI – abandonar a causa sem justo motivo ou antes de decorridos dez dias da comunicação da renúncia;
XII – recusar-se a prestar, sem justo motivo, assistência jurídica, quando nomeado em virtude
de impossibilidade da Defensoria Pública;
XIII – fazer publicar na imprensa, desnecessária e habitualmente, alegações forenses ou relativas
a causas pendentes;

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XIV – deturpar o teor de dispositivo de lei, de citação doutrinária ou de julgado, bem como de depoimentos,
documentos e alegações da parte contrária, para confundir o adversário ou iludir o juiz da causa;
XV – fazer, em nome do constituinte, sem autorização escrita deste, imputação a terceiro de
fato definido como crime;
XVI – deixar de cumprir, no prazo estabelecido, determinação emanada do órgão ou de autoridade
da Ordem, em matéria da competência desta, depois de regularmente notificado;
[...]
XXIX – praticar, o estagiário, ato excedente de sua habilitação.

De acordo com Flávio Olimpio de Azevedo (Comentários ao Estatuto da Advocacia, 2015):


“A aplicação da penalidade de censura sem qualquer divulgação é realizada pelo envio de
ofício reservado ao advogado faltoso”.
A censura pode ser convertida em advertência, em ofício reservado, sem registro nos
assentamentos do inscrito, quando presente circunstância atenuante (art. 36, parágrafo
único, do EOAB).

O artigo 58-A do Código de Ética e Disciplina da OAB, incluído pela Resolução n. 4/2020, de
03/11/2020, estabelece que será admissível a celebração de TERMO DE AJUSTAMENTO
DE CONDUTA - TAC, nos casos de infração ético-disciplinar punível com censura, se o
fato apurado não tiver gerado repercussão negativa à advocacia.
No mesmo sentido, o artigo 47-A prevê que será admitida a celebração de TAC no âmbito
dos Conselhos Seccionais e do Conselho Federal para fazer cessar a publicidade irregular
praticada por advogados e estagiários.
O Provimento n. 200/2020 regulamenta o Termo de Ajustamento de Conduta a ser celebrado
entre o Conselho Federal ou os Conselhos Seccionais com advogados ou estagiários inscritos
nos quadros da Instituição, que se aplica às hipóteses relativas à publicidade profissional
(art. 39 a art. 47 do CED) e às infrações disciplinares puníveis com censura.

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A possibilidade de celebrar TAC é muito recente e tem chances enormes de ser explorada
nos próximos Exames da OAB, como ocorreu no XXXIV e XXXV, vejamos:

001. (FGV/2022/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO XXXIV) O advogado Pedro praticou infração


disciplinar punível com censura, a qual gerou repercussão bastante negativa à advocacia, uma
vez que ganhou grande destaque na mídia nacional. Por sua vez, o advogado Hélio praticou
infração disciplinar punível com suspensão, a qual não gerou maiores repercussões públicas,
uma vez que não houve divulgação do caso para além dos atores processuais envolvidos.
Considerando a situação hipotética narrada, assinale a afirmativa correta.
a) É admissível a celebração de termo de ajustamento de conduta tanto por Pedro como por Hélio.
b) Não é admissível a celebração de termo de ajustamento de conduta por Pedro nem por Hélio.
c) É admissível a celebração de termo de ajustamento de conduta por Pedro, mas não é
admissível a celebração de termo de ajustamento de conduta por Hélio.
d) É admissível a celebração de termo de ajustamento de conduta por Hélio, mas não é
admissível a celebração de termo de ajustamento de conduta por Pedro.

O artigo 58-A do Código de Ética e Disciplina da OAB, incluído pela Resolução n. 4/2020, de
03/11/2020, estabelece que será admissível a celebração de TERMO DE AJUSTAMENTO
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DE CONDUTA - TAC, nos casos de infração ético-disciplinar punível com censura, se o fato
apurado não tiver gerado repercussão negativa à advocacia.
Desse modo, considerando que a infração praticada por Pedro gerou repercussão bastante
negativa à advocacia e que a praticada pelo advogado Hélio, apensar de não ter gerado
maiores repercussões, é punível com suspensão, não é admissível a celebração de TAC nem
por Pedro nem por Hélio.
Letra b.

002. (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO XXXV/2022) O estagiário de Direito Jefferson


Santos, com o objetivo de divulgar a qualidade de seus serviços, realizou publicidade
considerada irregular por meio da Internet, por resultar em captação de clientela, nos
termos do Código de Ética e Disciplina da OAB. Quanto aos instrumentos admitidos no caso
em análise, assinale a afirmativa correta.
a) É admitida a celebração de termo de ajustamento de conduta, tanto no âmbito dos Conselhos
Seccionais quanto do Conselho Federal, para fazer cessar a publicidade irregular praticada.
b) Não é permitida a celebração de termo de ajustamento de conduta, tendo em vista
tratar-se de estagiário.
c) É admitida a celebração de termo de ajustamento de conduta para fazer cessar a
publicidade irregular praticada, que deverá seguir regulamentação constante em provimentos
de cada Conselho Seccional, quanto aos seus requisitos e condições.
d) Não é permitida a celebração de termo de ajustamento de conduta, tendo em vista a
natureza da infração resultante da publicidade irregular narrada.

O artigo 47-A do Código de Ética e Disciplina da OAB, incluído pela Resolução n. 4/2020, de
03/11/2020, estabelece que será admissível a celebração de TERMO DE AJUSTAMENTO DE
CONDUTA – TAC para fazer cessar a publicidade irregular praticada por advogados e estagiários.
O Provimento n. 200/2020 regulamenta o Termo de Ajustamento de Conduta a ser celebrado
entre o Conselho Federal ou os Conselhos Seccionais com advogados ou estagiários inscritos
nos quadros da Instituição, que se aplica às hipóteses relativas à publicidade profissional
(art. 39 a art. 47 do CED) e às infrações disciplinares puníveis com censura.
Letra a.

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SUSPENSÃO
De acordo com o artigo 37 do Estatuto da OAB, a suspensão será aplicada nos casos de
reincidência em infração disciplinar, bem como no caso das infrações definidas nos incisos
XVII a XXV do art. 34, quais sejam:

XVII – prestar concurso a clientes ou a terceiros para realização de ato contrário à lei ou destinado
a fraudá-la;
XVIII – solicitar ou receber de constituinte qualquer importância para aplicação ilícita ou desonesta;
XIX – receber valores, da parte contrária ou de terceiro, relacionados com o objeto do mandato,
sem expressa autorização do constituinte;

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XX – locupletar-se, por qualquer forma, à custa do cliente ou da parte adversa, por si ou


interposta pessoa;
XXI – recusar-se, injustificadamente, a prestar contas ao cliente de quantias recebidas dele ou
de terceiros por conta dele;
XXII – reter, abusivamente, ou extraviar autos recebidos com vista ou em confiança;
XXIII – deixar de pagar as contribuições, multas e preços de serviços devidos à OAB, depois de
regularmente notificado a fazê-lo;
XXIV – incidir em erros reiterados que evidenciem inépcia profissional;
XXV – manter conduta incompatível com a advocacia;

A penalidade de suspensão acarreta ao infrator a interdição do exercício profissional,


em todo o território nacional, pelo prazo de 30 (trinta) dias a 12 (doze) meses, de acordo
com os critérios de individualização: antecedentes profissionais do inscrito, atenuantes,
grau de culpa por ele revelada, circunstâncias e consequências da infração.
Quanto ao período de duração da penalidade de suspensão é conveniente mencionar
que os §§ 2º e 3º do artigo 37 trazem algumas peculiaridades ao determinar que:

EOAB
Art. 37
§ 2º Nas hipóteses dos incisos XXI e XXIII do art. 34, a suspensão perdura até que satisfaça
integralmente a dívida, inclusive com correção monetária.
§ 3º Na hipótese do inciso XXIV do art. 34, a suspensão perdura até que preste novas provas
de habilitação.

As hipóteses mencionadas acima são as seguintes:


• A suspensão perdura até que preste novas provas de habilitação:
− Infração disciplinar XXIV: incidir em erros reiterados que evidenciem inépcia
profissional.
• A suspensão perdura até que satisfaça integralmente a dívida, inclusive com correção
monetária:
− Infração disciplinar XXI: recusar-se, injustificadamente, a prestar contas ao cliente
de quantias recebidas dele ou de terceiros por conta dele);
− Infração disciplinar XXIII: deixar de pagar as contribuições, multas e preços de
serviços devidos à OAB, depois de regularmente notificado a fazê-lo.
Pois bem, em que pese a literalidade do Estatuto, precisamos estar atentos neste
ponto, uma vez que como já mencionei antes, recentemente, abril de 2020, o Supremo
Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Especial n. 647885, apreciando o tema 732 da
repercussão geral, declarou a inconstitucionalidade do art. 34, XXIII e do art. 37, § 2º da
Lei 8.906/1994, fixando a seguinte tese:

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TEMA 732 – Repercussão geral - STF


“É inconstitucional a suspensão realizada por conselho de fiscalização profissional
do exercício laboral de seus inscritos por inadimplência de anuidades, pois a medida
consiste em sanção política em matéria tributária”.
(Plenário, Sessão Virtual de 17.4.2020 a 24.4.2020).

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EXCLUSÃO
De acordo com o artigo 38 do Estatuto da OAB, a exclusão será aplicada nos casos de
aplicação por 3 (três) vezes da penalidade de suspensão, bem como nos casos de infrações
definidas nos incisos XXVI a XXVIII do art. 34, vejamos:

EOAB
Art. 34.
XXVI – fazer falsa prova de qualquer dos requisitos para inscrição na OAB;
XXVII – tornar-se moralmente inidôneo para o exercício da advocacia;
XXVIII – praticar crime infamante;

A Lei n. 14.365, de 02 de junho de 2022 instituiu que é vedado ao advogado efetuar


colaboração premiada contra quem seja ou tenha sido seu cliente, e a inobservância
importará em processo disciplinar, que poderá culminar na aplicação da penalidade de
exclusão, sem prejuízo das penas previstas no Código Penal para o delito de violação do
segredo profissional (art. 7º, § 6º-I, EOAB).

Para a aplicação da sanção disciplinar de exclusão, é necessária a manifestação favorável de


dois terços dos membros do Conselho Seccional competente (art. 38, parágrafo único, EOAB).
Lembre-se de que se forem aplicadas as sanções disciplinares de suspensão ou exclusão o
profissional ficará impedido de exercer o mandato profissional, nos termos do artigo 42 do EOAB.

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MULTA
De acordo com o artigo 39 do Estatuto da OAB, a penalidade de multa, variável entre o
mínimo correspondente ao valor de uma anuidade e o máximo de seu décuplo, é aplicável
cumulativamente com a censura ou suspensão, em havendo circunstâncias agravantes.
Paulo Lobo (2017) discorre que:

As circunstâncias agravantes são aquelas que necessariamente potencializam os efeitos da


infração cometida, não só quanto à violação em si, mas quanto ao dano à ética profissional e à
dignidade da advocacia em geral. O Estatuto refere-se a dois tipos, não excludentes de outros:
a reincidência em infração disciplinar e a gravidade da culpa.
[...] quando comprovada a circunstância agravante, as consequências apenas serão: I – aplicação
da sanção imediatamente mais grave, sendo que para a exclusão exige-se dupla reincidência;
II – aplicação cumulativa de multa com outra sanção; III – gradação do valor da multa, dentro dos
limites legais; IV – gradação do tempo de suspensão, nesse caso variando do tempo médio ao máximo.

2.2. REABILITAÇÃO
Sabemos que no Brasil não são admitidas penas de caráter perpétuo, conforme determina
a Carta Magna (art. 5º, inciso XLVII, alínea b).
Sendo assim, em consonância com essa garantia fundamental, é permitido ao que tenha
sofrido qualquer sanção disciplinar requerer a reabilitação, 1 (um) ano após seu cumprimento,
em face de provas efetivas de bom comportamento (art. 41 do Estatuto da OAB).
Entretanto, caso a sanção disciplinar resulte da prática de crime, o pedido de reabilitação
depende também da correspondente reabilitação criminal.

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2.1. PRESCRIÇÃO
Sob a ótica do Estatuto da OAB, a pretensão à punibilidade das infrações disciplinares prescreve
em 5 (cinco) anos, contados da data da constatação oficial do fato, nos termos do artigo 43.
Ademais, aplica-se a prescrição a todo processo disciplinar paralisado por mais de 3
(três) anos, pendente de despacho ou julgamento, devendo ser arquivado de ofício ou a
requerimento da parte interessada, sem prejuízo de serem apuradas as responsabilidades
pela paralisação (art. 43, § 1º, do Estatuto da OAB).

De acordo com o artigo 43, § 2º, do Estatuto da OAB, são causas de interrupção da
contagem do prazo da prescrição:
− a instauração de processo disciplinar OU a notificação válida feita diretamente
ao representado;
− a decisão condenatória recorrível de qualquer órgão julgador da OAB.

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Ética e Estatuto da OAB
Infrações e Sanções Disciplinares
Cínthia Biesek

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MAPAS MENTAIS

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RESUMO
• Constitui INFRAÇÃO DISCIPLINAR:
− Exercer a profissão, quando impedido de fazê-lo, ou facilitar, por qualquer meio,
o seu exercício aos não inscritos, proibidos ou impedidos (inciso I);
− Manter sociedade profissional fora das normas e preceitos estabelecidos nesta
lei (inciso II);
− Valer-se de agenciador de causas, mediante participação nos honorários a receber
(inciso III);
− Angariar ou captar causas, com ou sem a intervenção de terceiros (inciso IV);
− Assinar qualquer escrito destinado a processo judicial ou para fim extrajudicial
que não tenha feito, ou em que não tenha colaborado (inciso V);
− Advogar contra literal disposição de lei, presumindo-se a boa-fé quando fun-
damentado na inconstitucionalidade, na injustiça da lei ou em pronunciamento
judicial anterior (inciso VI);
− Violar, sem justa causa, sigilo profissional (inciso VII);
− Estabelecer entendimento com a parte adversa sem autorização do cliente ou
ciência do advogado contrário (inciso VIII);
− Prejudicar, por culpa grave, interesse confiado ao seu patrocínio (inciso IX);
− Acarretar, conscientemente, por ato próprio, a anulação ou a nulidade do processo
em que funcione (inciso X);
− Abandonar a causa sem justo motivo ou antes de decorridos dez dias da comuni-
cação da renúncia (inciso XI);
− Recusar-se a prestar, sem justo motivo, assistência jurídica, quando nomeado em
virtude de impossibilidade da Defensoria Pública (inciso XII);
− Fazer publicar na imprensa, desnecessária e habitualmente, alegações forenses
ou relativas a causas pendentes (inciso XIII);
− Deturpar o teor de dispositivo de lei, de citação doutrinária ou de julgado, bem
como de depoimentos, documentos e alegações da parte contrária, para confundir
o adversário ou iludir o juiz da causa (inciso XIV);
− Fazer, em nome do constituinte, sem autorização escrita deste, imputação a ter-
ceiro de fato definido como crime (inciso XV);
− Deixar de cumprir, no prazo estabelecido, determinação emanada do órgão ou de
autoridade da Ordem, em matéria da competência desta, depois de regularmente
notificado (inciso XVI);
− Prestar concurso a clientes ou a terceiros para realização de ato contrário à lei ou
destinado a fraudá-la (inciso XVII);

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− Solicitar ou receber de constituinte qualquer importância para aplicação ilícita ou


desonesta (inciso XVIII);
− Receber valores, da parte contrária ou de terceiro, relacionados com o objeto do
mandato, sem expressa autorização do constituinte (inciso XIX);
− Locupletar-se, por qualquer forma, à custa do cliente ou da parte adversa, por si
ou interposta pessoa (inciso XX);
− Recusar-se, injustificadamente, a prestar contas ao cliente de quantias recebidas
dele ou de terceiros por conta dele (inciso XXI);
− Reter, abusivamente, ou extraviar autos recebidos com vista ou em confiança
(inciso XXII);
− Deixar de pagar as contribuições, multas e preços de serviços devidos à OAB, depois
de regularmente notificado a fazê-lo (inciso XXIII);
− Incidir em erros reiterados que evidenciem inépcia profissional (inciso XXIV);
− Manter conduta incompatível com a advocacia (inciso XXV);
− Fazer falsa prova de qualquer dos requisitos para inscrição na OAB (inciso XXVI);
− Tornar-se moralmente inidôneo para o exercício da advocacia (inciso XXVII);
− Praticar crime infamante (inciso XXVIII);
− Praticar, o estagiário, ato excedente de sua habilitação (inciso XXIX);

SANÇÕES DISCIPLINARES
• São quatro espécies de sanções disciplinares: censura, suspensão, exclusão e multa,
que variam conforme a gravidade da conduta praticada.
• As sanções devem constar no assentamento do advogado inscrito, após o trânsito
em julgado da decisão, não podendo ser objeto de publicidade a de censura.
• A censura será aplicada nos casos de violação a preceito do Código de Ética e Disciplina,
bem como violação a preceito do Estatuto da OAB, quando não se tenha estabelecido
sanção mais grave para a infração.
− Além disso, é aplicável no caso infrações definidas nos incisos I a XVI e XXIX do art.
34, quais sejam:

I – exercer a profissão, quando impedido de fazê-lo, ou facilitar, por qualquer meio, o seu exercício
aos não inscritos, proibidos ou impedidos;
II – manter sociedade profissional fora das normas e preceitos estabelecidos nesta lei;
III – valer-se de agenciador de causas, mediante participação nos honorários a receber;
IV – angariar ou captar causas, com ou sem a intervenção de terceiros;
V – assinar qualquer escrito destinado a processo judicial ou para fim extrajudicial que não tenha
feito, ou em que não tenha colaborado;
VI – advogar contra literal disposição de lei, presumindo-se a boa-fé quando fundamentado na
inconstitucionalidade, na injustiça da lei ou em pronunciamento judicial anterior;

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VII – violar, sem justa causa, sigilo profissional;


VIII – estabelecer entendimento com a parte adversa sem autorização do cliente ou ciência do
advogado contrário;
IX – prejudicar, por culpa grave, interesse confiado ao seu patrocínio;
X – acarretar, conscientemente, por ato próprio, a anulação ou a nulidade do processo em que funcione;
XI – abandonar a causa sem justo motivo ou antes de decorridos dez dias da comunicação da renúncia;
XII – recusar-se a prestar, sem justo motivo, assistência jurídica, quando nomeado em virtude
de impossibilidade da Defensoria Pública;
XIII – fazer publicar na imprensa, desnecessária e habitualmente, alegações forenses ou relativas
a causas pendentes;
XIV – deturpar o teor de dispositivo de lei, de citação doutrinária ou de julgado, bem como de
depoimentos, documentos e alegações da parte contrária, para confundir o adversário ou iludir
o juiz da causa;
XV – fazer, em nome do constituinte, sem autorização escrita deste, imputação a terceiro de
fato definido como crime;
XVI – deixar de cumprir, no prazo estabelecido, determinação emanada do órgão ou de autoridade
da Ordem, em matéria da competência desta, depois de regularmente notificado;
[...]
XXIX – praticar, o estagiário, ato excedente de sua habilitação.

• A censura pode ser convertida em advertência, em ofício reservado, sem registro nos
assentamentos do inscrito, quando presente circunstância atenuante.
• Será admissível a celebração de TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA - TAC, nos
casos de infração ético-disciplinar punível com censura, se o fato apurado não
tiver gerado repercussão negativa à advocacia. Do mesmo modo, será admitida a
celebração de TAC no âmbito dos Conselhos Seccionais e do Conselho Federal para
fazer cessar a publicidade irregular praticada por advogados e estagiários.
• A suspensão será aplicada nos casos de reincidência em infração disciplinar, bem
como no caso das infrações definidas nos incisos XVII a XXV do art. 34, quais sejam:

XVII – prestar concurso a clientes ou a terceiros para realização de ato contrário à lei ou destinado
a fraudá-la;
XVIII – solicitar ou receber de constituinte qualquer importância para aplicação ilícita ou desonesta;
XIX – receber valores, da parte contrária ou de terceiro, relacionados com o objeto do mandato,
sem expressa autorização do constituinte;
XX – locupletar-se, por qualquer forma, à custa do cliente ou da parte adversa, por si ou
interposta pessoa;
XXI – recusar-se, injustificadamente, a prestar contas ao cliente de quantias recebidas dele ou
de terceiros por conta dele;
XXII – reter, abusivamente, ou extraviar autos recebidos com vista ou em confiança;
XXIII – deixar de pagar as contribuições, multas e preços de serviços devidos à OAB, depois de
regularmente notificado a fazê-lo;

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XXIV – incidir em erros reiterados que evidenciem inépcia profissional;


XXV – manter conduta incompatível com a advocacia;

• A penalidade de suspensão acarreta ao infrator a interdição do exercício profissional,


em todo o território nacional, pelo prazo de 30 dias a 12 meses, de acordo com os
critérios de individualização: antecedentes profissionais do inscrito, atenuantes, grau
de culpa por ele revelada, circunstâncias e consequências da infração.
• A exclusão será aplicada nos casos de aplicação por 3 vezes da penalidade de suspensão,
bem como nos casos de infrações definidas nos incisos XXVI a XXVIII do art. 34, vejamos:

XXVI – fazer falsa prova de qualquer dos requisitos para inscrição na OAB;
XXVII – tornar-se moralmente inidôneo para o exercício da advocacia;
XXVIII – praticar crime infamante;

• Para a aplicação da sanção disciplinar de exclusão, é necessária a manifestação


favorável de 2/3 dos membros do Conselho Seccional competente.
• A penalidade de multa, variável entre o mínimo correspondente ao valor de uma
anuidade e o máximo de seu décuplo, é aplicável cumulativamente com a censura ou
suspensão, em havendo circunstâncias agravantes.
• É permitido ao que tenha sofrido qualquer sanção disciplinar requerer a reabilitação,
1 ano após seu cumprimento, em face de provas efetivas de bom comportamento.
Entretanto, caso a sanção disciplinar resulte da prática de crime, o pedido de reabilitação
depende também da correspondente reabilitação criminal.
• A pretensão à punibilidade das infrações disciplinares prescreve em 5 anos, contados
da data da constatação oficial do fato.
− Aplica-se a prescrição a todo processo disciplinar paralisado por mais de 3 anos,
pendente de despacho ou julgamento, devendo ser arquivado de ofício ou a re-
querimento da parte interessada, sem prejuízo de serem apuradas as responsa-
bilidades pela paralisação.
− São causas de interrupção da contagem do prazo da prescrição:
◦ a instauração de processo disciplinar OU a notificação válida feita diretamente
ao representado;
◦ a decisão condenatória recorrível de qualquer órgão julgador da OAB.

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GABARITO COMENTADO

001. (FGV/2023/OAB/EXAME DA ORDEM UNIFICADO XXXVII/PRIMEIRA FASE/ADAPTADA)


Pedro, advogado, é investigado criminalmente, em conjunto com Antônio, seu ex-cliente,
e Matheus, juiz da comarca, em razão de sua suposta participação em atos fraudulentos
que importaram o pagamento de benefícios previdenciários indevidos.
No âmbito das investigações, a autoridade judiciária competente determina medida cautelar
de busca e apreensão que importa violação do local de trabalho de Pedro. Posteriormente,
Pedro é consultado pelo órgão encarregado da investigação criminal acerca de seu interesse
na celebração de acordo de colaboração premiada.
Sobre essas medidas, assinale a afirmativa correta.
a) É válida a medida de busca e apreensão executada no local de trabalho de Pedro se fundada
exclusivamente em declarações de outro colaborador, sem confirmação por outros meios de prova.
b) Em hipótese excepcional, podem ser usados na investigação documentos, mídias e objetos
pertencentes a outros clientes de Pedro.
c) Se Pedro efetuar colaboração premiada contra Antônio, tal ato importará em processo
disciplinar, que poderá culminar com a aplicação da sanção de suspensão.
d) Se Pedro efetuar colaboração premiada contra Matheus, não estará sujeito às penas
relativas ao crime de violação do segredo profissional.

002. (FGV/2023/OAB/EXAME DA ORDEM UNIFICADO XXXVII/PRIMEIRA FASE) Laura, advogada


inscrita na OAB, atua na defesa de Amanda em processo criminal. Pessoalmente convicta da
inocência de Amanda, Laura elaborou recurso em que transcreveu seletivamente partes de
julgados de tribunais superiores, deturpando o seu teor com o objetivo de iludir o juiz da causa.
Verificada tal infração disciplinar, instaura-se o processo administrativo para apurá-la. Laura
não é reincidente nem recebeu punição disciplinar anterior. Também não está presente
qualquer circunstância agravante.
Dadas essas circunstâncias, Laura estará sujeita
a) à interdição do exercício profissional, em todo o território nacional, pelo prazo de trinta
dias a doze meses.
b) à censura, que poderá ser convertida em advertência, em ofício reservado, sem registro
em seus assentamentos.
c) à multa, variável entre o mínimo correspondente ao valor de uma anuidade e o máximo
de seu sêxtuplo.
d) ao impedimento de exercer o mandato profissional.

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003. (FGV/2022/OAB/EXAME DA ORDEM UNIFICADO XXXVI/PRIMEIRA FASE) A advogada


Carolina e a estagiária de Direito Beatriz, que com ela atua, com o intuito de promover sua
atuação profissional, valeram-se, ambas, de meios de publicidade vedados no Código de
Ética e Disciplina da OAB.
Após a verificação da irregularidade, indagaram sobre a possibilidade de celebração de
termo de ajustamento de conduta tendo, como objeto, a adequação da publicidade.
Considerando o caso narrado, assinale a afirmativa correta.
a) É admitida a celebração do termo de ajustamento de conduta apenas no âmbito do
Conselho Federal da OAB, para fazer cessar a publicidade praticada pela advogada Carolina
e pela estagiária Beatriz.
b) É admitida a celebração do termo de ajustamento de conduta, no âmbito do Conselho
Federal da OAB ou dos Conselhos Seccionais, para fazer cessar a publicidade praticada
pela advogada Carolina, mas é vedado que o termo de ajustamento de conduta abranja a
estagiária Beatriz.
c) É vedada pelo Código de Ética e Disciplina da OAB a possibilidade de celebração de termo
de ajustamento de conduta no caso narrado, uma vez que se trata de infração ética.
d) É admitida a celebração do termo de ajustamento de conduta no âmbito do Conselho
Federal da OAB ou dos Conselhos Seccionais, para fazer cessar a publicidade praticada pela
advogada Carolina e também pela estagiária Beatriz.

004. (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO XXXV/2022) O estagiário de Direito Jefferson


Santos, com o objetivo de divulgar a qualidade de seus serviços, realizou publicidade
considerada irregular por meio da Internet, por resultar em captação de clientela, nos
termos do Código de Ética e Disciplina da OAB. Quanto aos instrumentos admitidos no caso
em análise, assinale a afirmativa correta.
a) É admitida a celebração de termo de ajustamento de conduta, tanto no âmbito dos Conselhos
Seccionais quanto do Conselho Federal, para fazer cessar a publicidade irregular praticada.
b) Não é permitida a celebração de termo de ajustamento de conduta, tendo em vista
tratar-se de estagiário.
c) É admitida a celebração de termo de ajustamento de conduta para fazer cessar a
publicidade irregular praticada, que deverá seguir regulamentação constante em provimentos
de cada Conselho Seccional, quanto aos seus requisitos e condições.
d) Não é permitida a celebração de termo de ajustamento de conduta, tendo em vista a
natureza da infração resultante da publicidade irregular narrada.

005. (FGV/2022/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO XXXIV) O advogado Pedro praticou infração


disciplinar punível com censura, a qual gerou repercussão bastante negativa à advocacia, uma

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vez que ganhou grande destaque na mídia nacional. Por sua vez, o advogado Hélio praticou
infração disciplinar punível com suspensão, a qual não gerou maiores repercussões públicas,
uma vez que não houve divulgação do caso para além dos atores processuais envolvidos.
Considerando a situação hipotética narrada, assinale a afirmativa correta.
a) É admissível a celebração de termo de ajustamento de conduta tanto por Pedro como por Hélio.
b) Não é admissível a celebração de termo de ajustamento de conduta por Pedro nem por Hélio.
c) É admissível a celebração de termo de ajustamento de conduta por Pedro, mas não é
admissível a celebração de termo de ajustamento de conduta por Hélio.
d) É admissível a celebração de termo de ajustamento de conduta por Hélio, mas não é
admissível a celebração de termo de ajustamento de conduta por Pedro.

006. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/XXX EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2019) O advogado


Carlos não adimpliu suas obrigações relativas às anuidades devidas à OAB. Assinale a opção
que, corretamente, trata das consequências de tal inadimplemento.
a) Carlos deverá quitar o débito em 15 dias contados da notificação para tanto, sob pena
de suspensão, independentemente de processo disciplinar. Na terceira suspensão por não
pagamento de anuidade, seja a mesma ou anuidades distintas, será cancelada sua inscrição.
b) Carlos deverá quitar o débito no prazo fixado em notificação, sob pena de suspensão
mediante processo disciplinar. Após 15 dias de suspensão, caso não realizado o pagamento
da mesma anuidade, será cancelada sua inscrição.
c) Carlos deverá quitar o débito em 15 dias contados da notificação para tanto, sob pena
de suspensão, mediante processo disciplinar. Na terceira suspensão por não pagamento
de anuidades, será cancelada sua inscrição.
d) Carlos deverá quitar o débito em 15 dias contados da notificação para tanto, sob pena
de suspensão, independentemente de processo disciplinar. Na segunda suspensão por
não pagamento de anuidades distintas, será cancelada sua inscrição, após o transcurso
de processo disciplinar.

007. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/XXIX EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2019) Milton,


advogado, exerceu fielmente os deveres decorrentes de mandato outorgado para defesa do
cliente Tomás, em juízo. Todavia, Tomás deixou, injustificadamente, de efetuar o pagamento
dos valores acordados a título de honorários.
Em 08/04/19, após negar-se ao pagamento devido, Tomás solicitou a Milton que agendasse
uma reunião para que este esclarecesse, de forma pormenorizada, questões que entendia
pertinentes e necessárias sobre o processo. Contudo, Milton informou que não prestaria
nenhum tipo de informação judicial sem pagamento, a fim de evitar o aviltamento da
atuação profissional.

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Em 10/05/19, Tomás solicitou que Milton lhe devolvesse alguns bens móveis que haviam
sido confiados ao advogado durante o processo, relativos ao objeto da demanda. Milton
também se recusou, pois pretendia alienar os bens para compensar os honorários devidos.
Considerando o caso narrado, assinale a afirmativa correta.
a) Apenas a conduta de Milton praticada em 08/04/19 configura infração ética.
b) Ambas as condutas de Milton, praticadas em 08/04/19 e em 10/05/19, configuram
infrações éticas.
c) Nenhuma das condutas de Milton, praticadas em 08/04/19 e em 10/05/19, configura
infração ética.
d) Apenas a conduta de Milton praticada em 10/05/19 configura infração ética.

008. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/ XXVIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2019) Gabriel,
advogado, teve aplicada contra si penalidade de suspensão, em razão da prática das seguintes
condutas: atuar junto a cliente para a realização de ato destinado a fraudar a lei; recusar-
se a prestar contas ao cliente de quantias recebidas dele e incidir em erros reiterados que
evidenciaram inépcia profissional.
Antes de decorrido o prazo para que pudesse requerer a reabilitação quanto à aplicação
dessas sanções e após o trânsito em julgado das decisões administrativas, instaurou-se
contra ele, em razão dessas punições prévias, novo processo disciplinar.
Com base no caso narrado, assinale a opção que indica a penalidade disciplinar a ser aplicada.
a) De exclusão, para a qual é necessária a manifestação da maioria absoluta dos membros
do Conselho Seccional competente.
b) De suspensão, que o impedirá de exercer o mandato e implicará o cancelamento de sua
inscrição na OAB.
c) De exclusão, ficando o pedido de nova inscrição na OAB condicionado à prova de reabilitação.
d) De suspensão, que o impedirá de exercer o mandato e o impedirá de exercer a advocacia
em todo o território nacional, pelo prazo de doze a trinta meses.

009. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/XXVI - EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2018) Júlio


Silva sofreu sanção de censura por infração disciplinar não resultante da prática de crime;
Tatiana sofreu sanção de suspensão por infração disciplinar não resultante da prática de
crime; e Rodrigo sofreu sanção de suspensão por infração disciplinar resultante da prática
de crime ao qual foi condenado. Transcorrido um ano após a aplicação e o cumprimento
das sanções, os três pretendem obter a reabilitação, mediante provas efetivas de seu bom
comportamento.
De acordo com o EOAB, assinale a afirmativa correta.

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a) Júlio e Tatiana fazem jus à reabilitação, que pode ser concedida após um ano mediante
provas efetivas de bom comportamento, nos casos de qualquer sanção disciplinar. O pedido
de Rodrigo, porém, depende também da reabilitação criminal.
b) Apenas Júlio faz jus à reabilitação, que pode ser concedida após um ano mediante provas
efetivas de bom comportamento, somente nos casos de sanção disciplinar de censura.
c) Todos fazem jus à reabilitação, que pode ser concedida após um ano mediante provas efetivas
de bom comportamento, nos casos de qualquer sanção disciplinar, independentemente se
resultantes da prática de crime, tendo em vista que são esferas distintas de responsabilidade.
d) Ninguém faz jus à reabilitação, que só pode ser concedida após dois anos mediante provas
efetivas de bom comportamento, nos casos de sanção disciplinar de censura, e após três
anos nos casos de sanção disciplinar de suspensão.

010. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/XXV - EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2018) Carlos


praticou infração disciplinar, oficialmente constatada em 09 de fevereiro de 2010. Em 11
de abril de 2013, foi instaurado processo disciplinar para apuração da infração, e Carlos
foi notificado em 15 de novembro do mesmo ano. Em 20 de fevereiro de 2015, o processo
ficou pendente de julgamento, que só veio a ocorrer em 1º de março de 2018.
De acordo com o Estatuto da OAB, a pretensão à punibilidade da infração disciplinar
praticada por Carlos
a) está prescrita, tendo em vista o decurso de mais de três anos entre a constatação oficial
da falta e a instauração do processo disciplinar.
b) está prescrita, tendo em vista o decurso de mais de seis meses entre a instauração do
processo disciplinar e a notificação de Carlos.
c) está prescrita, tendo em vista o decurso de mais de três anos de paralisação para aguardar
julgamento.
d) não está prescrita, tendo em vista que não decorreram cinco anos entre cada uma das
etapas de constatação, instauração, notificação e julgamento.

011. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/XIX - EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2016) Os


advogados Ivan e Dimitri foram nomeados, por determinado magistrado, para prestarem
assistência jurídica a certo jurisdicionado, em razão da impossibilidade da Defensoria
Pública. As questões jurídicas debatidas no processo relacionavam-se à interpretação
dada a um dispositivo legal. Ivan recusou-se ao patrocínio da causa, alegando que a norma
discutida também lhe é aplicável, não sendo, por isso, possível que ele sustente em juízo
a interpretação legal benéfica à parte assistida e prejudicial aos seus próprios interesses.
Dimitri também se recusou ao patrocínio, pois já defendeu interpretação diversa da mesma
norma em outro processo.

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Infrações e Sanções Disciplinares
Cínthia Biesek

Sobre a hipótese apresentada, é correto afirmar que


a) Ivan e Dimitri cometeram infração disciplinar, pois é vedado ao advogado recusar-se a
prestar assistência jurídica, sem justo motivo, quando nomeado em virtude de impossibilidade
da Defensoria Pública.
b) apenas Dimitri cometeu infração disciplinar, pois não se configura legítima a recusa por
ele apresentada ao patrocínio da causa, sendo vedado ao advogado, sem justo motivo,
recusar-se a prestar assistência jurídica, quando nomeado em virtude de impossibilidade
da Defensoria Pública.
c) apenas Ivan cometeu infração disciplinar, pois não se configura legítima a recusa por
ele apresentada ao patrocínio da causa, sendo vedado ao advogado, sem justo motivo,
recusar-se a prestar assistência jurídica, quando nomeado.
d) nenhum dos advogados cometeu infração disciplinar, pois se afiguram legítimas as
recusas apresentadas ao patrocínio da causa.

012. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/XX - EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2016) O advogado


Aureliano foi contratado por alguns herdeiros de José Arcádio para representá-los em
inventário judicial. Após dez anos, dá-se o trânsito em julgado da sentença que julgou a
partilha, ocasião em que os clientes solicitam a Aureliano que apresente as contas dos valores
que deles recebeu durante o período, referentes a custas e outras despesas processuais.
Todavia, por não desejar perder tempo com a elaboração do documento, Aureliano, que
até então possuía conduta profissional irretocável, deixa de oferecer as contas requeridas.
Assim, Aureliano cometeu infração disciplinar, sujeitando-se à sanção
a) de censura.
b) de suspensão.
c) de advertência.
d) de exclusão.

013. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/XX - EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2016) Guilherme


é advogado de José em ação promovida por este em face de Bruno, cujo advogado é Gabriel.
Na audiência de conciliação, ao deparar-se com Bruno, Guilherme o reconhece como antigo
amigo da época de colégio, com o qual havia perdido contato. Dias após a realização da
audiência, na qual foi frustrada a tentativa de conciliação, Guilherme se reaproxima de Bruno,
e com vistas a solucionar o litígio, estabelece entendimento sobre a causa diretamente com
ele, sem autorização de José e sem ciência de Gabriel.
Na situação narrada,
a) Guilherme cometeu infração disciplinar ao estabelecer entendimento com Bruno, tanto
pelo fato de não haver ciência de Gabriel, como por não haver autorização de José.

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b) Guilherme cometeu infração disciplinar ao estabelecer entendimento com Bruno, pelo


fato de não haver ciência de Gabriel, mas não por não haver autorização de José.
c) Guilherme cometeu infração disciplinar ao estabelecer entendimento com Bruno, pelo
fato de não haver autorização de José, mas não por não haver ciência de Gabriel.
d) Guilherme não cometeu infração disciplinar ao estabelecer entendimento com Bruno,
sem ciência de Gabriel ou autorização de José.

014. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/XX - EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2016) A advogada


Dolores cometeu infração disciplinar sujeita à sanção de suspensão em 12/07/2004.
Em 13/07/2008 o fato foi oficialmente constatado, tendo sido encaminhada notícia a
certo Conselho Seccional da OAB. Em 14/07/2010 foi instaurado processo disciplinar. Em
15/07/2012 foi aplicada definitivamente a sanção disciplinar de suspensão.
Sobre o tema, assinale a afirmativa correta.
a) A pretensão à punibilidade das infrações disciplinares prescreve em oito anos. No caso
narrado, não se operou o fenômeno prescritivo.
b) A pretensão à punibilidade das infrações disciplinares prescreve em cinco anos. No caso
narrado, operou-se o fenômeno prescritivo, pois decorridos mais de cinco anos entre a
data do fato e a instauração do processo disciplinar.
c) A pretensão à punibilidade das infrações disciplinares prescreve em oito anos. No caso
narrado, operou-se o fenômeno prescritivo, pois decorridos mais de oito anos entre a data
do fato e a aplicação definitiva da sanção disciplinar.
d) A pretensão à punibilidade das infrações disciplinares prescreve em cinco anos. No caso
narrado, não se operou o fenômeno prescritivo.

015. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/XX EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2016) Rodrigo


outorgou mandato à advogada Lívia para postular em juízo o adimplemento de obrigação de
fazer em face de uma concessionária de serviços públicos. Ocorre que Lívia, por problemas
pessoais, após a citação da ré, não desejou mais atuar como advogada na causa.
Nestas condições, Lívia deverá
a) comunicar ao juízo a renúncia ao mandato, liberando-se, após a protocolização da petição,
do dever de representar Rodrigo em juízo.
b) notificar Rodrigo da renúncia ao mandato por carta. Após, deverá comunicar ao juízo,
mas continuará obrigada a representar Rodrigo em juízo até que decorridos dez dias da
ciência apostada pelo magistrado da renúncia nos autos.

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c) comunicar ao juízo a renúncia ao mandato, e, posteriormente, notificar Rodrigo, continuando


obrigada a representar o cliente até que ele constitua novo advogado ou defensor público.
d) notificar Rodrigo da renúncia ao mandato por carta e, após, deverá comunicar ao juízo, mas, nos
dez dias seguintes à notificação ao cliente da renúncia, Lívia continuará obrigada a representar
Rodrigo, a menos que seja substituída por outro advogado antes do término desse prazo.

016. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/XVI - EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2015) Ao final de


audiência de instrução e julgamento realizada em determinada vara criminal, o juiz solicita
que o advogado não deixe o recinto, bem como que ele atue em outras duas audiências
que ali seriam realizadas em seguida. O advogado recusa-se a participar das outras duas
audiências mencionadas, até mesmo por haver Defensor Público disponível.
Com base no caso exposto, assinale a afirmativa correta
a) O advogado não cometeu infração ética, porque apenas resta configurada infração
disciplinar na recusa do advogado a prestar assistência jurídica quando há impossibilidade
da Defensoria Pública.
b) O advogado cometeu infração ética, porque ele já estava na sala de audiências.
c) O advogado não cometeu infração ética, porque é vedado ao advogado participar de
duas audiências sucessivas.
d) O advogado cometeu infração ética, porque ele tem o dever de contribuir para a boa
administração da justiça.

017. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/XVI - EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2015) O advogado


Felício é contatado pelo seu cliente Paulo que pretende promover ação de responsabilidade
civil em face de Rosa, por danos causados à sua honra e ao seu patrimônio material. Nas
tratativas, o cliente cientifica o advogado que presenciara diversos atos criminosos praticados
por Rosa e por seus familiares Marta e Fábio. Contratado para realizar os seus serviços
profissionais, apresenta diversas ações contra o réu Rosa em que descreve seus crimes e
os praticados por Marta e Fábio, seus filhos. A petição é subscrita somente pelo advogado
e a procuração tem os poderes gerais para o foro. Nos termos do Estatuto da Advocacia,
a) é inerente à atividade postulatória a menção a crimes praticados pelas partes ou terceiros.
b) é decorrente do processo a indicação dos fatos essenciais ao deslinde da causa, inclusive
os criminosos, que somente demandam ciência do advogado.
c) é essencial a autorização escrita para imputação a terceiro de fato definido como crime.
d) é possível a descrição de fatos criminosos atribuídos a partes ou a terceiros por
autorização verbal.

018. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/XVII - EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2015) O


advogado Márcio, sócio de determinado escritório de advocacia, contratou novos advogados

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para a sociedade e substabeleceu, com reserva em favor dos novos contratados, os poderes
que lhe haviam sido outorgados por diversos clientes. O mandato possuía poderes para
substabelecer. Um dos clientes do escritório, quando percebeu que havia novos advogados
trabalhando na causa, os quais não eram por ele conhecidos, não apenas resolveu contratar
outro escritório para atuar em sua demanda como ofereceu representação disciplinar contra
Márcio, afirmando que o advogado não agira com lealdade e honestidade.
A esse respeito, assinale a afirmativa correta.
a) A representação oferecida não deve ser enquadrada como infração disciplinar, pois
apenas o substabelecimento do mandato sem reserva de poderes deve ser comunicado
previamente ao cliente.
b) A representação oferecida não deve ser enquadrada como infração disciplinar, pois
o substabelecimento do mandato, com ou sem reserva de poderes, é ato pessoal do
advogado da causa.
c) A representação oferecida deve ser enquadrada como infração disciplinar, pois o
substabelecimento do mandato, com ou sem reserva de poderes, deve ser comunicado
previamente ao cliente.
d) A representação oferecida deve ser enquadrada como infração disciplinar, pois o advogado
deve avisar previamente ao cliente acerca de todas as petições que apresentará nos autos
do processo, inclusive sobre as de juntada de substabelecimentos.

019. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/XVII - EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2015) O


advogado F recebe do seu cliente WW determinada soma em dinheiro para aplicação em
instrumentos necessários à exploração de jogo não autorizado por lei.
Nos termos do Estatuto da Advocacia, a infração disciplinar
a) decorre somente se o advogado exige o valor para aplicação ilícita.
b) surge diante do recebimento para aplicação ilícita.
c) inocorre, pois se trata de mero ilícito moral.
d) é descaracterizada por ausência de previsão legal.

020. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/XVIII - EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2015) A


advogada Ana retirou de cartório os autos de determinado processo de conhecimento em que
representava a parte ré, para apresentar contestação. Protocolou a petição tempestivamente,
mas deixou de devolver os autos em seguida por esquecimento, só o fazendo após ficar pouco
mais de um mês com os autos em seu poder. Ao perceber que Ana não devolvera os autos
imediatamente após cumprir o prazo, o magistrado exarou despacho pelo qual a advogada
foi proibida de retirar novamente os autos do cartório em carga, até o final do processo.
Nos termos do Estatuto da Advocacia, deve-se assentar quanto à sanção disciplinar que

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a) não se aplica porque Ana não chegou a ser intimada a devolver os autos.
b) não se aplica porque Ana ficou menos de três meses com os autos em seu poder.
c) aplica-se porque Ana reteve abusivamente os autos em seu poder.
d) aplica-se porque Ana não poderia ter retirado os autos de cartório para cumprir o prazo
assinalado para contestação.

021. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/XVI - EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2015) Pedro,


em determinado momento, recebeu uma proposta de Antônio, colega de colégio, que se
propôs a agenciar a indicação de novos clientes, mediante pagamento de comissão, a ser
retirada dos honorários cobrados aos clientes, nos moldes da prática desenvolvida entre
vendedores da área comercial.
Com base no caso relatado, observadas as regras do Estatuto da OAB, assinale a afirmativa
correta.
a) O advogado pode aceitar a sugestão, tendo em vista a moderna visão mercantil da profissão.
b) Caso a Seccional da OAB autorize, registrando avença escrita entre o advogado e o
agenciador, é possível.
c) Sendo publicizada a relação entre o advogado e o agenciador, está preenchido o requisito legal.
d) Há vedação quanto ao agenciamento de clientela, sem exceções.

022. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/XV EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2014) Bernardo


recebe comunicação do seu cliente Eduardo de que este havia desistido da causa que
apresentara anteriormente, por motivo de viagem a trabalho, no exterior, em decorrência
de transferência e promoção na sua empresa. Houve elaboração da petição inicial, contrato
de prestação de serviços e recebimento adiantado de custas e honorários advocatícios.
Nesse caso, nos termos do Código de Ética da Advocacia, deve o advogado
a) devolver os honorários antecipados sem abater os custos do escritório.
b) prestar contas ao cliente de forma pormenorizada.
c) arquivar os documentos no escritório como forma de garantia.
d) realizar contrato vinculando o cliente ao escritório.

023. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/XV - EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2014) Sobre a


prescrição da pretensão punitiva das infrações disciplinares, assinale a afirmativa correta.
a) A pretensão punitiva quanto às infrações disciplinares prescreve em cinco anos, contados
da data da constatação oficial do fato, interrompendo-se pela instauração de processo
disciplinar ou pela notificação válida do representado.
b) A pretensão punitiva das infrações disciplinares prescreve em três anos, contados da data
da constatação oficial do fato, interrompendo-se pela instauração de processo disciplinar
ou pela notificação válida do representado.

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c) A pretensão punitiva das infrações disciplinares é imprescritível.


d) A pretensão punitiva das infrações disciplinares prescreve em cinco anos, contados da
data da constatação oficial do fato, não havendo previsão legal de marco interruptivo de
tal prazo prescricional.

024. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/XIV - EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2014) Ao


requerer sua inscrição nos quadros da OAB, Maria assinou e apresentou declaração em que
afirmava não exercer cargo incompatível com a advocacia. No entanto, exercia ela ainda
o cargo de Oficial de Justiça no Tribunal de Justiça do seu Estado. Pouco tempo depois,
já bem sucedida como advogada, pediu exoneração do referido cargo. No entanto, um
desafeto seu, tendo descoberto que Maria, ao ingressar nos quadros da OAB, ainda exercia
o cargo de Oficial de Justiça, comunicou o fato à entidade, que abriu processo disciplinar
para apuração da conduta de Maria, tendo ela sido punida por ter feito falsa prova de um
dos requisitos para a inscrição na OAB.
De acordo com o EAOAB, assinale a opção que indica a penalidade que deve ser aplicada a Maria.
a) Maria não deve ser punida porque, ao tempo em que os fatos foram levados ao conhecimento
da OAB, ela já não mais exercia cargo incompatível com a advocacia.
b) Maria não deve ser punida porque o cargo de Oficial de Justiça não é incompatível com
o exercício da advocacia, não tendo Maria, portanto, feito prova falsa de requisito para
inscrição na OAB.
c) Maria deve ser punida com a pena de suspensão, pelo prazo de trinta dias.
d) Maria deve ser punida com a pena de exclusão dos quadros da OAB.

025. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/XIV - EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2014) O estagiário


Marcos trabalha em determinado escritório de advocacia e participou ativamente da
elaboração de determinada peça processual que estava para ser analisada pelo magistrado
da Vara em que o processo tramitava, assinando, ao final, a petição, em conjunto com alguns
advogados do escritório. Como conhecia muito bem a causa, resolveu falar com o magistrado
com o objetivo de ressaltar, de viva voz, alguns detalhes relevantes. Quando o magistrado
percebeu que estava recebendo o estagiário do escritório, e não um dos advogados que
atuava na causa, informou ao estagiário que não poderia tratar com ele sobre o processo,
solicitando que os advogados viessem em seu lugar, se entendessem necessário. Marcos,
muito aborrecido, afirmou que faria uma representação contra o magistrado, por entender
que suas prerrogativas profissionais foram violadas.
A respeito da conduta de Marcos, assinale a opção correta.

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a) Marcos teve sua prerrogativa profissional violada, pois é direito do advogado e do estagiário
inscrito na OAB dirigir-se diretamente ao magistrado nas salas e gabinetes de trabalho,
independentemente de horário previamente marcado, observando-se a ordem de chegada.
b) Marcos não teve sua prerrogativa profissional violada, pois apenas deve dirigir-se diretamente
ao magistrado quando os advogados que atuam na causa estiverem impossibilitados de
fazê-lo, sendo a atuação do estagiário subsidiária em relação à atuação do advogado.
c) Marcos não teve sua prerrogativa profissional violada, pois apenas o advogado tem direito de
dirigir-se diretamente ao magistrado nas salas e gabinetes de trabalho, independentemente
de horário previamente marcado, observando-se a ordem de chegada. Ao contrário, Marcos
praticou ato excedente à sua habilitação e, em razão disso, ficará impedido, posteriormente,
de obter sua inscrição definitiva como advogado.
d) Marcos não teve sua prerrogativa profissional violada, pois apenas o advogado tem direito de
dirigir-se diretamente ao magistrado nas salas e gabinetes de trabalho, independentemente
de horário previamente marcado, observando-se a ordem de chegada. Ao contrário, Marcos
praticou ato excedente à sua habilitação e deve ser punido com pena de censura.

026. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/X - EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2013) O advogado


João, que também é formado em Comunicação Social, atua nas duas profissões, possuindo
uma coluna onde apresenta notícias jurídicas, com informações sobre atividades policiais,
forenses ou vinculadas ao Ministério Público. Semanalmente inclui, nos seus comentários,
alguns em forma de poesia, suas alegações forenses e os resultados dos processos sob sua
responsabilidade, divulgando, com isso, seu trabalho como advogado.
À luz das normas estatutárias, assinale a afirmativa correta.
a) A divulgação de notícias, como aventado no enunciado, constitui um direito do advogado
em dar publicidade aos seus processos.
b) Nos termos das regras que caracterizam as infrações disciplinares está delineada a de
publicação desnecessária e habitual de alegações forenses ou causas pendentes.
c) Diante das novas mídias que também atingem a advocacia, o advogado pode utilizar-se
dos meios ofertados para a divulgação de seu trabalho.
d) A situação caracteriza o chamado desvio da função de advogado, com o prejuízo à imagem
dos clientes pela divulgação.

027. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/X - EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2013) O advogado


Mário, para ilustrar a tese que desenvolvia, fez inserir, em petição por ele apresentada, citação de
julgado inexistente. Inseriu, ainda, citação doutrinária, cujo teor foi completamente deturpado.
A respeito da hipótese, assinale a afirmativa correta.

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a) Mário não cometeu infração disciplinar, pois o advogado, amparado no princípio da ampla
defesa, deve ter liberdade para defender os interesses de seus clientes da forma que achar
conveniente.
b) Mário cometeu infração disciplinar punível com pena de censura, nos termos do EAOAB,
e violou dispositivo do Código de Ética e Disciplina da OAB.
c) Mário cometeu infração disciplinar punível com pena de exclusão, nos termos do EAOAB,
e violou dispositivo do Código de Ética e Disciplina da OAB.
d) Mário não cometeu infração disciplinar prevista no EAOAB, tendo apenas violado dispositivo
do Código de Ética e Disciplina da OAB.

028. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/IX - EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2012) O advogado


Cândido, conhecido pelas soluções criativas para resolver os problemas dos seus clientes,
aduz, como tese defensiva, em ação de despejo por falta de pagamento, que a norma que
autoriza tal desocupação forçada seria inconstitucional, pois caberia ao Estado fornecer
habitação gratuita ou a preços módicos aos necessitados e, em caso de impossibilidade
financeira, custear a moradia, pagando ao locador os valores devidos, a título de aluguel social.
Essa defesa foi considerada como contrária à disposição de lei que determina, como
consequência do não pagamento dos alugueres, o despejo por falta de pagamento. Em
razão disso, foi proferida sentença determinando a desocupação do imóvel e condenando
o cliente do advogado Cândido ao pagamento dos alugueres devidos, bem como as demais
verbas decorrentes da sucumbência. Além disso, determinou o magistrado a expedição de
ofício à Ordem dos Advogados do Brasil para abertura de processo disciplinar.
Consoante as regras do Estatuto da Advocacia, assinale a afirmativa correta.
a) O fato de advogar contra literal disposição de lei sem exceções, não constitui infração disciplinar.
b) A alegação de inconstitucionalidade descaracteriza a infração disciplinar invocada.
c) A infração disciplinar não está prevista no sistema por caracterizar delito de hermenêutica.
d) A referida infração somente pode ser considerada quando causar prejuízo ao cliente o
que não foi o caso.

029. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/VIII - EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2012) Pedro,


advogado regularmente inscrito nos quadros da OAB, após regular processo administrativo
disciplinar, é apenado com a sanção de exclusão por ter sido condenado pela prática de crimes
contra o patrimônio, tendo a decisão judicial transitada em julgado. Após cumprir a pena e tendo
sido a mesma julgada extinta pelo Juízo competente, apresenta requerimento de retorno à OAB.
Nos termos do Estatuto, deve o requerente
a) apresentar a documentação prevista para inscrição inaugural no quadro de advogados,
além de submeter-se a novo Exame de Ordem.

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b) requerer a restauração da sua inscrição anterior com os documentos previstos para a


inscrição inaugural, sem submissão a novo Exame de Ordem.
c) indicar provas para a inscrição nos quadros da OAB que comprovem a sua capacidade
civil apta a permitir o retorno, e os documentos para inscrição inaugural.
d) comprovar a sua reabilitação e apresentar os documentos relacionados à idoneidade moral.

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GABARITO
1. d
2. b
3. d
4. a
5. b
6. c
7. b
8. c
9. a
10. c
11. d
12. b
13. a
14. d
15. d
16. a
17. c
18. a
19. b
20. a
21. d
22. b
23. a
24. d
25. d
26. b
27. b
28. b
29. d

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GABARITO COMENTADO

001. (FGV/2023/OAB/EXAME DA ORDEM UNIFICADO XXXVII/PRIMEIRA FASE/ADAPTADA)


Pedro, advogado, é investigado criminalmente, em conjunto com Antônio, seu ex-cliente,
e Matheus, juiz da comarca, em razão de sua suposta participação em atos fraudulentos
que importaram o pagamento de benefícios previdenciários indevidos.
No âmbito das investigações, a autoridade judiciária competente determina medida cautelar
de busca e apreensão que importa violação do local de trabalho de Pedro. Posteriormente,
Pedro é consultado pelo órgão encarregado da investigação criminal acerca de seu interesse
na celebração de acordo de colaboração premiada.
Sobre essas medidas, assinale a afirmativa correta.
a) É válida a medida de busca e apreensão executada no local de trabalho de Pedro se
fundada exclusivamente em declarações de outro colaborador, sem confirmação por outros
meios de prova.
b) Em hipótese excepcional, podem ser usados na investigação documentos, mídias e objetos
pertencentes a outros clientes de Pedro.
c) Se Pedro efetuar colaboração premiada contra Antônio, tal ato importará em processo
disciplinar, que poderá culminar com a aplicação da sanção de suspensão.
d) Se Pedro efetuar colaboração premiada contra Matheus, não estará sujeito às penas
relativas ao crime de violação do segredo profissional.

É vedado ao advogado efetuar colaboração premiada contra quem seja ou tenha sido seu
cliente. Considerando que Matheus é juiz da comarca, não há o que se falar em vedação
nem mesmo aplicação de penalidade por violação de segredo profissional.
a) Errada. A medida judicial cautelar que importe na violação do escritório ou do local de
trabalho do advogado deve ser aplicada excepcionalmente, sendo VEDADA a determinação
quando fundada exclusivamente em elementos produzidos em declarações de colaborador,
sem confirmação por outros meios de prova (art. 7º, §§ 6º-A e 6º-B, EOAB).
b) Errada. É vedada, em qualquer hipótese, a utilização dos documentos, das mídias e dos
objetos pertencentes a clientes do advogado averiguado, bem como dos demais instrumentos
de trabalho que contenham informações sobre clientes (art. 7º, § 6º, EOAB).
c) Errada. É vedado ao advogado efetuar colaboração premiada contra quem seja ou
tenha sido seu cliente, e a inobservância importará em processo disciplinar, que poderá
culminar na aplicação da penalidade de EXCLUSÃO, sem prejuízo das penas previstas no
Código Penal para o delito de violação do segredo profissional (art. 7º, § 6º-I, EOAB).
Letra d.

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002. (FGV/2023/OAB/EXAME DA ORDEM UNIFICADO XXXVII/PRIMEIRA FASE) Laura, advogada


inscrita na OAB, atua na defesa de Amanda em processo criminal. Pessoalmente convicta da
inocência de Amanda, Laura elaborou recurso em que transcreveu seletivamente partes de
julgados de tribunais superiores, deturpando o seu teor com o objetivo de iludir o juiz da causa.
Verificada tal infração disciplinar, instaura-se o processo administrativo para apurá-la. Laura
não é reincidente nem recebeu punição disciplinar anterior. Também não está presente
qualquer circunstância agravante.
Dadas essas circunstâncias, Laura estará sujeita
a) à interdição do exercício profissional, em todo o território nacional, pelo prazo de trinta
dias a doze meses.
b) à censura, que poderá ser convertida em advertência, em ofício reservado, sem registro
em seus assentamentos.
c) à multa, variável entre o mínimo correspondente ao valor de uma anuidade e o máximo
de seu sêxtuplo.
d) ao impedimento de exercer o mandato profissional.

Nos termos do artigo 34, XIV, do Estatuto da OAB, constitui infração disciplinar deturpar o
teor de dispositivo de lei, de citação doutrinária ou de julgado, bem como de depoimentos,
documentos e alegações da parte contrária, para confundir o adversário ou iludir o juiz da
causa, sendo aplicável a pena de censura ao caso, de acordo com o artigo 36, I, do EOAB.
Ademais, a censura pode ser convertida em advertência, em ofício reservado, sem registro
nos assentamentos do inscrito, quando presente circunstância atenuante (art. 36, parágrafo
único, do EOAB).
Letra b.

003. (FGV/2022/OAB/EXAME DA ORDEM UNIFICADO XXXVI/PRIMEIRA FASE) A advogada Carolina e a


estagiária de Direito Beatriz, que com ela atua, com o intuito de promover sua atuação profissional,
valeram-se, ambas, de meios de publicidade vedados no Código de Ética e Disciplina da OAB.
Após a verificação da irregularidade, indagaram sobre a possibilidade de celebração de
termo de ajustamento de conduta tendo, como objeto, a adequação da publicidade.
Considerando o caso narrado, assinale a afirmativa correta.
a) É admitida a celebração do termo de ajustamento de conduta apenas no âmbito do
Conselho Federal da OAB, para fazer cessar a publicidade praticada pela advogada Carolina
e pela estagiária Beatriz.
b) É admitida a celebração do termo de ajustamento de conduta, no âmbito do Conselho
Federal da OAB ou dos Conselhos Seccionais, para fazer cessar a publicidade praticada

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pela advogada Carolina, mas é vedado que o termo de ajustamento de conduta abranja a
estagiária Beatriz.
c) É vedada pelo Código de Ética e Disciplina da OAB a possibilidade de celebração de termo
de ajustamento de conduta no caso narrado, uma vez que se trata de infração ética.
d) É admitida a celebração do termo de ajustamento de conduta no âmbito do Conselho
Federal da OAB ou dos Conselhos Seccionais, para fazer cessar a publicidade praticada pela
advogada Carolina e também pela estagiária Beatriz.

O Termo de Ajustamento de Conduta pode ser celebrado entre o Conselho Federal ou os


Conselhos Seccionais com advogados ou estagiários inscritos nos quadros da Instituição,
que se aplica às hipóteses relativas à publicidade profissional (artigo 47-A do Código de
Ética e Disciplina da OAB).
Letra d.

004. (FGV/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO XXXV/2022) O estagiário de Direito Jefferson


Santos, com o objetivo de divulgar a qualidade de seus serviços, realizou publicidade
considerada irregular por meio da Internet, por resultar em captação de clientela, nos
termos do Código de Ética e Disciplina da OAB. Quanto aos instrumentos admitidos no caso
em análise, assinale a afirmativa correta.
a) É admitida a celebração de termo de ajustamento de conduta, tanto no âmbito dos Conselhos
Seccionais quanto do Conselho Federal, para fazer cessar a publicidade irregular praticada.
b) Não é permitida a celebração de termo de ajustamento de conduta, tendo em vista
tratar-se de estagiário.
c) É admitida a celebração de termo de ajustamento de conduta para fazer cessar a
publicidade irregular praticada, que deverá seguir regulamentação constante em provimentos
de cada Conselho Seccional, quanto aos seus requisitos e condições.
d) Não é permitida a celebração de termo de ajustamento de conduta, tendo em vista a
natureza da infração resultante da publicidade irregular narrada.

O artigo 47-A do Código de Ética e Disciplina da OAB, incluído pela Resolução n. 4/2020, de
03/11/2020, estabelece que será admissível a celebração de TERMO DE AJUSTAMENTO DE
CONDUTA – TAC para fazer cessar a publicidade irregular praticada por advogados e estagiários.
O Provimento n. 200/2020 regulamenta o Termo de Ajustamento de Conduta a ser celebrado
entre o Conselho Federal ou os Conselhos Seccionais com advogados ou estagiários inscritos

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nos quadros da Instituição, que se aplica às hipóteses relativas à publicidade profissional


(art. 39 a art. 47 do CED) e às infrações disciplinares puníveis com censura.
Letra a.

005. (FGV/2022/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO XXXIV) O advogado Pedro praticou infração


disciplinar punível com censura, a qual gerou repercussão bastante negativa à advocacia, uma
vez que ganhou grande destaque na mídia nacional. Por sua vez, o advogado Hélio praticou
infração disciplinar punível com suspensão, a qual não gerou maiores repercussões públicas,
uma vez que não houve divulgação do caso para além dos atores processuais envolvidos.
Considerando a situação hipotética narrada, assinale a afirmativa correta.
a) É admissível a celebração de termo de ajustamento de conduta tanto por Pedro como
por Hélio.
b) Não é admissível a celebração de termo de ajustamento de conduta por Pedro nem por Hélio.
c) É admissível a celebração de termo de ajustamento de conduta por Pedro, mas não é
admissível a celebração de termo de ajustamento de conduta por Hélio.
d) É admissível a celebração de termo de ajustamento de conduta por Hélio, mas não é
admissível a celebração de termo de ajustamento de conduta por Pedro.

O artigo 58-A do Código de Ética e Disciplina da OAB, incluído pela Resolução n. 4/2020, de
03/11/2020, estabelece que será admissível a celebração de TERMO DE AJUSTAMENTO
DE CONDUTA - TAC, nos casos de infração ético-disciplinar punível com censura, se o fato
apurado não tiver gerado repercussão negativa à advocacia.
Desse modo, considerando que a infração praticada por Pedro gerou repercussão bastante
negativa à advocacia e que a praticada pelo advogado Hélio, apensar de não ter gerado
maiores repercussões, é punível com suspensão, não é admissível a celebração de TAC nem
por Pedro nem por Hélio.
Lembre-se de que nos termos do artigo 47-A também será admitida a celebração de TAC
no âmbito dos Conselhos Seccionais e do Conselho Federal para fazer cessar a publicidade
irregular praticada por advogados e estagiários.
Letra b.

006. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/XXX EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2019) O advogado


Carlos não adimpliu suas obrigações relativas às anuidades devidas à OAB. Assinale a opção
que, corretamente, trata das consequências de tal inadimplemento.

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a) Carlos deverá quitar o débito em 15 dias contados da notificação para tanto, sob pena
de suspensão, independentemente de processo disciplinar. Na terceira suspensão por não
pagamento de anuidade, seja a mesma ou anuidades distintas, será cancelada sua inscrição.
b) Carlos deverá quitar o débito no prazo fixado em notificação, sob pena de suspensão
mediante processo disciplinar. Após 15 dias de suspensão, caso não realizado o pagamento
da mesma anuidade, será cancelada sua inscrição.
c) Carlos deverá quitar o débito em 15 dias contados da notificação para tanto, sob pena
de suspensão, mediante processo disciplinar. Na terceira suspensão por não pagamento
de anuidades, será cancelada sua inscrição.
d) Carlos deverá quitar o débito em 15 dias contados da notificação para tanto, sob pena
de suspensão, independentemente de processo disciplinar. Na segunda suspensão por
não pagamento de anuidades distintas, será cancelada sua inscrição, após o transcurso
de processo disciplinar.

De acordo com o artigo 22 Regulamento Geral do Estatuto da OAB, o advogado regularmente


notificado deve quitar seu débito relativos às anuidades no prazo de 15 (quinze) dias da
notificação, sob pena de suspensão, aplicada em processo disciplinar.
Além do mais, de acordo com o artigo art. 38, inciso I do Estatuto da OAB, a pena de exclusão
será aplicada após a aplicação por 3 (três) vezes da penalidade de suspensão. E com isso,
a inscrição profissional do advogado será cancelada (art. 11, inciso II, do Estatuto da OAB).
Atente-se ao fato de que a questão foi aplicada em 2019, ou seja, antes do julgamento do
Recurso Especial n. 647885 que declarou a inconstitucionalidade da penalidade de suspensão
em face de inadimplência de anuidades.
Assim Lembre-se de que em abril de 2020 o Supremo Tribunal Federal apreciando o tema
732 da repercussão geral, declarou a inconstitucionalidade do art. 34, XXIII e do art. 37,
§ 2º da Lei 8.906/1994, fixando a seguinte tese:

TEMA 732 – Repercussão geral - STF


“É inconstitucional a suspensão realizada por conselho de fiscalização profissional
do exercício laboral de seus inscritos por inadimplência de anuidades, pois a medida
consiste em sanção política em matéria tributária”.
(Plenário, Sessão Virtual de 17.4.2020 a 24.4.2020).

Letra c.

007. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/XXIX EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2019) Milton,


advogado, exerceu fielmente os deveres decorrentes de mandato outorgado para defesa do

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cliente Tomás, em juízo. Todavia, Tomás deixou, injustificadamente, de efetuar o pagamento


dos valores acordados a título de honorários.
Em 08/04/19, após negar-se ao pagamento devido, Tomás solicitou a Milton que agendasse uma
reunião para que este esclarecesse, de forma pormenorizada, questões que entendia pertinentes
e necessárias sobre o processo. Contudo, Milton informou que não prestaria nenhum tipo de
informação judicial sem pagamento, a fim de evitar o aviltamento da atuação profissional.
Em 10/05/19, Tomás solicitou que Milton lhe devolvesse alguns bens móveis que haviam
sido confiados ao advogado durante o processo, relativos ao objeto da demanda. Milton
também se recusou, pois pretendia alienar os bens para compensar os honorários devidos.
Considerando o caso narrado, assinale a afirmativa correta.
a) Apenas a conduta de Milton praticada em 08/04/19 configura infração ética.
b) Ambas as condutas de Milton, praticadas em 08/04/19 e em 10/05/19, configuram
infrações éticas.
c) Nenhuma das condutas de Milton, praticadas em 08/04/19 e em 10/05/19, configura
infração ética.
d) Apenas a conduta de Milton praticada em 10/05/19 configura infração ética.

O Código de Ética e Disciplina da OAB, recomenda que o advogado, em face de dificuldades


insuperáveis ou inércia do cliente quanto a providências que lhe tenham sido solicitadas,
não deixe ao abandono ou ao desamparadas as causas sob seu patrocínio, mas, sim, que
renuncie ao mandato (art. 15 do CED-OAB).
Além do mais, dispõe que a conclusão ou desistência da causa obriga o advogado a devolver
ao cliente bens, valores e documentos que lhe hajam sido confiados e ainda estejam em
seu poder (art. 12).
Sendo assim, ambas as condutas de Milton, praticadas em 08/04/19 e em 10/05/19,
configuram infrações éticas.
Letra b.

008. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/ XXVIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2019) Gabriel,
advogado, teve aplicada contra si penalidade de suspensão, em razão da prática das seguintes
condutas: atuar junto a cliente para a realização de ato destinado a fraudar a lei; recusar-
se a prestar contas ao cliente de quantias recebidas dele e incidir em erros reiterados que
evidenciaram inépcia profissional.
Antes de decorrido o prazo para que pudesse requerer a reabilitação quanto à aplicação
dessas sanções e após o trânsito em julgado das decisões administrativas, instaurou-se
contra ele, em razão dessas punições prévias, novo processo disciplinar.

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Com base no caso narrado, assinale a opção que indica a penalidade disciplinar a ser aplicada.
a) De exclusão, para a qual é necessária a manifestação da maioria absoluta dos membros
do Conselho Seccional competente.
b) De suspensão, que o impedirá de exercer o mandato e implicará o cancelamento de sua
inscrição na OAB.
c) De exclusão, ficando o pedido de nova inscrição na OAB condicionado à prova de reabilitação.
d) De suspensão, que o impedirá de exercer o mandato e o impedirá de exercer a advocacia
em todo o território nacional, pelo prazo de doze a trinta meses.

De acordo com o artigo art. 38, inciso I do Estatuto da OAB, a pena de exclusão será aplicada
após a aplicação por 3 (três) vezes da penalidade de suspensão.
Ademias, tendo em vista que no Brasil não são admitidas penas de caráter perpétuo,
conforme determina a Carta Magna, é permitido ao que tenha sofrido qualquer sanção disciplinar
requerer, um ano após seu cumprimento, a reabilitação, em face de provas efetivas de bom
comportamento. Caso a sanção disciplinar resulte da prática de crime, o pedido de reabilitação
depende também da correspondente reabilitação criminal (art. 41 do Estatuto da OAB).
Letra c.

009. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/XXVI - EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2018) Júlio Silva
sofreu sanção de censura por infração disciplinar não resultante da prática de crime; Tatiana
sofreu sanção de suspensão por infração disciplinar não resultante da prática de crime; e
Rodrigo sofreu sanção de suspensão por infração disciplinar resultante da prática de crime ao
qual foi condenado. Transcorrido um ano após a aplicação e o cumprimento das sanções, os
três pretendem obter a reabilitação, mediante provas efetivas de seu bom comportamento.
De acordo com o EOAB, assinale a afirmativa correta.
a) Júlio e Tatiana fazem jus à reabilitação, que pode ser concedida após um ano mediante
provas efetivas de bom comportamento, nos casos de qualquer sanção disciplinar. O pedido
de Rodrigo, porém, depende também da reabilitação criminal.
b) Apenas Júlio faz jus à reabilitação, que pode ser concedida após um ano mediante provas
efetivas de bom comportamento, somente nos casos de sanção disciplinar de censura.
c) Todos fazem jus à reabilitação, que pode ser concedida após um ano mediante provas efetivas
de bom comportamento, nos casos de qualquer sanção disciplinar, independentemente se
resultantes da prática de crime, tendo em vista que são esferas distintas de responsabilidade.
d) Ninguém faz jus à reabilitação, que só pode ser concedida após dois anos mediante provas
efetivas de bom comportamento, nos casos de sanção disciplinar de censura, e após três
anos nos casos de sanção disciplinar de suspensão.

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No Brasil, não são admitidas penas de caráter perpétuo, conforme determina a Carta Magna
(art. 5º, inciso XLVII, alínea b). Desse modo, em consonância com essa garantia fundamental,
é permitido ao advogado que tenha sofrido qualquer sanção disciplinar requerer, um ano
após seu cumprimento, a reabilitação, em face de provas efetivas de bom comportamento.
Caso a sanção disciplinar resulte da prática de crime, o pedido de reabilitação depende também
da correspondente reabilitação criminal, nos termos do artigo 41 do Estatuto da OAB.
Sendo assim, Júlio e Tatiana fazem jus à reabilitação, que pode ser concedida após um ano,
mediante provas efetivas de bom comportamento, nos casos de qualquer sanção disciplinar;
já o pedido de Rodrigo depende também da reabilitação criminal.
b) Errada. Tatiana e Rodrigo também podem requerer a reabilitação, uma vez que preenchidos
os requisitos do artigo 41 do Estatuto da OAB. Lembrando que o pedido de Rodrigo depende
da reabilitação criminal (art. 41, parágrafo único).
c) Errada. É certo que as esferas civil, penal e administrativas são independentes entre
si. Contudo, a reabilitação das sanções administrativas resultantes da prática de crime
depende também da reabilitação criminal, nos termos do parágrafo único do artigo 41 do
Estatuto da OAB.
d) Errada. Como já mencionei, todos fazem jus à reabilitação após um ano do cumprimento
da sanção administrativa, independente da espécie de penalidade aplicada (censura,
suspensão, exclusão e multa).
Letra a.

010. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/XXV - EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2018) Carlos


praticou infração disciplinar, oficialmente constatada em 09 de fevereiro de 2010. Em 11
de abril de 2013, foi instaurado processo disciplinar para apuração da infração, e Carlos
foi notificado em 15 de novembro do mesmo ano. Em 20 de fevereiro de 2015, o processo
ficou pendente de julgamento, que só veio a ocorrer em 1º de março de 2018.
De acordo com o Estatuto da OAB, a pretensão à punibilidade da infração disciplinar
praticada por Carlos
a) está prescrita, tendo em vista o decurso de mais de três anos entre a constatação oficial
da falta e a instauração do processo disciplinar.
b) está prescrita, tendo em vista o decurso de mais de seis meses entre a instauração do
processo disciplinar e a notificação de Carlos.
c) está prescrita, tendo em vista o decurso de mais de três anos de paralisação para
aguardar julgamento.

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d) não está prescrita, tendo em vista que não decorreram cinco anos entre cada uma das
etapas de constatação, instauração, notificação e julgamento.

Em questões que envolvem a prescrição, sugiro que, na hora da prova, você faça uma linha
do tempo para evitar confusão com as datas em que cada fato ocorreu, como fiz abaixo:

Sob a ótica do Estatuto da OAB, a pretensão à punibilidade das infrações disciplinares prescreve
em cinco anos, contados da data da constatação oficial do fato. E, ainda, aplica-se a prescrição
a todo processo disciplinar paralisado por mais de três anos, pendente de despacho ou
julgamento, devendo ser arquivado de ofício ou a requerimento da parte interessada,
sem prejuízo de serem apuradas as responsabilidades pela paralisação (art. 43, caput e
§ 1º, do Estatuto da OAB).
Dessa forma, a pretensão à punibilidade da infração disciplinar praticada por Carlos está
prescrita, tendo em vista o decurso de mais de três anos de paralisação para aguardar
julgamento (20/02/2015 – 01/03/2018).
a) Errada. Via de regra, a prescrição ocorre em cinco anos. A exceção prevista no Estatuto é
para os casos em que o processo disciplinar fica paralisado por mais de três anos aguardando
julgamento, nos termos do artigo 43, caput e § 1º, do Estatuto da OAB. Ademais, devemos
lembrar que são causas de interrupção da contagem do prazo da prescrição: a instauração
de processo disciplinar ou a notificação válida feita diretamente ao representado e a decisão
condenatória recorrível de qualquer órgão julgador da OAB, nos termos do artigo 43, § 2º,
do Estatuto da OAB.
b) Errada. Está prescrita pela paralisação do processo por mais de três anos, que é a única
exceção ao prazo prescricional de cinco anos estabelecido no artigo 43 do Estatuto da OAB.
d) Errada. A pretensão à punibilidade da infração disciplinar praticada por Carlos está
prescrita, tendo em vista o decurso de mais de três anos de paralisação para aguardar
julgamento (20/02/2015 – 01/03/2018), nos termos do artigo 43 do Estatuto da OAB.
Letra c.

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011. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/XIX - EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2016) Os


advogados Ivan e Dimitri foram nomeados, por determinado magistrado, para prestarem
assistência jurídica a certo jurisdicionado, em razão da impossibilidade da Defensoria
Pública. As questões jurídicas debatidas no processo relacionavam-se à interpretação
dada a um dispositivo legal. Ivan recusou-se ao patrocínio da causa, alegando que a norma
discutida também lhe é aplicável, não sendo, por isso, possível que ele sustente em juízo
a interpretação legal benéfica à parte assistida e prejudicial aos seus próprios interesses.
Dimitri também se recusou ao patrocínio, pois já defendeu interpretação diversa da mesma
norma em outro processo.
Sobre a hipótese apresentada, é correto afirmar que
a) Ivan e Dimitri cometeram infração disciplinar, pois é vedado ao advogado recusar-se a
prestar assistência jurídica, sem justo motivo, quando nomeado em virtude de impossibilidade
da Defensoria Pública.
b) apenas Dimitri cometeu infração disciplinar, pois não se configura legítima a recusa por
ele apresentada ao patrocínio da causa, sendo vedado ao advogado, sem justo motivo,
recusar-se a prestar assistência jurídica, quando nomeado em virtude de impossibilidade
da Defensoria Pública.
c) apenas Ivan cometeu infração disciplinar, pois não se configura legítima a recusa por
ele apresentada ao patrocínio da causa, sendo vedado ao advogado, sem justo motivo,
recusar-se a prestar assistência jurídica, quando nomeado.
d) nenhum dos advogados cometeu infração disciplinar, pois se afiguram legítimas as
recusas apresentadas ao patrocínio da causa.

Uma das infrações disciplinares é a recusa por parte do advogado, sem justo motivo, em
prestar assistência jurídica, quando nomeado em virtude de impossibilidade da Defensoria
Pública (artigo 34, inciso XII, do Estatuto da OAB).
Ocorre que os casos trazidos na questão - Ivan sob a alegação que a norma discutida também
lhe é aplicável e Dimitri, pois já defendeu interpretação diversa da mesma norma em outro
processo - afiguram causas legitimas para a recusa do patrocínio da causa, previstas no
parágrafo único do artigo 4º do Código de Ética e Disciplina:

Art. 4º. Parágrafo único. É legítima a recusa, pelo advogado, do patrocínio de causa e de
manifestação, no âmbito consultivo, de pretensão concernente a direito que também lhe seja
aplicável ou contrarie orientação que tenha manifestado anteriormente.

a) Errada. O advogado comete a infração desde que não amparado por justo motivo, nos
termos do artigo 34, inciso XII, do Estatuto da OAB.

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b) Errada. A recusa de Dimitri é legítima, pois já defendeu interpretação diversa da mesma


norma em outro processo, de acordo, portanto, com o art. 4º do Código de Ética e Disciplina.
c) Errada. A recusa de Ivan é legítima, uma vez que a norma discutida também lhe é aplicável
de acordo, portanto, com o art. 4º do Código de Ética e Disciplina.
Letra d.

012. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/XX - EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2016) O advogado


Aureliano foi contratado por alguns herdeiros de José Arcádio para representá-los em
inventário judicial. Após dez anos, dá-se o trânsito em julgado da sentença que julgou a
partilha, ocasião em que os clientes solicitam a Aureliano que apresente as contas dos valores
que deles recebeu durante o período, referentes a custas e outras despesas processuais.
Todavia, por não desejar perder tempo com a elaboração do documento, Aureliano, que
até então possuía conduta profissional irretocável, deixa de oferecer as contas requeridas.
Assim, Aureliano cometeu infração disciplinar, sujeitando-se à sanção
a) de censura.
b) de suspensão.
c) de advertência.
d) de exclusão.

O Código de Ética e Disciplina da OAB dispõe que o advogado deverá prestar contas pormenorizada
dos valores recebidos em favor do seu constituinte. A prestação de contas poderá ocorrer
sempre que requerida pelo cliente ou com a conclusão ou desistência da causa (art. 12).
O artigo 34, inciso XXI, do Estatuto da OAB estabelece que o advogado que se recusar,
injustificadamente, a prestar contas ao cliente de quantias recebidas dele ou de terceiros
por conta dele comete infração disciplinar punível com suspensão (art. 37, inciso I).
Assim, tendo em vista que a justificativa de Aureliano não é legítima, esse cometeu infração
disciplinar, sujeitando-se à sanção de suspensão.
a) Errada. De acordo com o artigo 37, inciso I, do Estatuto da OAB, o advogado que se recusar,
injustificadamente, a prestar contas ao cliente de quantias recebidas dele ou de terceiros
por conta dele comete infração disciplinar punível com suspensão.
c) Errada. De acordo com o artigo 37, inciso I, do Estatuto da OAB, o advogado que se recusar,
injustificadamente, a prestar contas ao cliente de quantias recebidas dele ou de terceiros
por conta dele comete infração disciplinar punível com suspensão.

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d) Errada. De acordo com o artigo 37, inciso I, do Estatuto da OAB, o advogado que se recusar,
injustificadamente, a prestar contas ao cliente de quantias recebidas dele ou de terceiros
por conta dele comete infração disciplinar punível com suspensão.
Letra b.

013. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/XX - EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2016) Guilherme


é advogado de José em ação promovida por este em face de Bruno, cujo advogado é Gabriel.
Na audiência de conciliação, ao deparar-se com Bruno, Guilherme o reconhece como antigo
amigo da época de colégio, com o qual havia perdido contato. Dias após a realização da
audiência, na qual foi frustrada a tentativa de conciliação, Guilherme se reaproxima de Bruno,
e com vistas a solucionar o litígio, estabelece entendimento sobre a causa diretamente com
ele, sem autorização de José e sem ciência de Gabriel.
Na situação narrada,
a) Guilherme cometeu infração disciplinar ao estabelecer entendimento com Bruno, tanto
pelo fato de não haver ciência de Gabriel, como por não haver autorização de José.
b) Guilherme cometeu infração disciplinar ao estabelecer entendimento com Bruno, pelo
fato de não haver ciência de Gabriel, mas não por não haver autorização de José.
c) Guilherme cometeu infração disciplinar ao estabelecer entendimento com Bruno, pelo
fato de não haver autorização de José, mas não por não haver ciência de Gabriel.
d) Guilherme não cometeu infração disciplinar ao estabelecer entendimento com Bruno,
sem ciência de Gabriel ou autorização de José.

De acordo com o artigo 34, inciso VIII, do Estatuto da OAB, o advogado que estabelecer
entendimento com a parte adversa sem autorização do cliente ou ciência do advogado
contrário comete infração disciplinar punível com censura (art. 36, inciso I).
Sendo assim, Guilherme cometeu infração disciplinar ao estabelecer entendimento com
Bruno, tanto pelo fato de não haver ciência de Gabriel, como por não haver autorização de José.
b) Errada. Tendo em vista que Guilherme é advogado de José, para o entendimento com
a parte adversa, é essencial a autorização do constituinte, nos termos do artigo 34, inciso
VIII, do Estatuto da OAB.
c) Errada. É imprescindível a ciência do advogado da parte contrária, ou seja, a ciência
de Gabriel, nos termos do artigo 34, inciso VIII, do Estatuto da OAB. Ademais, é princípio
fundamental da ética do advogado o dever de abster-se de entender-se diretamente com
a parte adversa que tenha patrono constituído, sem o assentimento desse (art. 2º, inciso
VIII, alínea ‘d’, do CED-OAB).

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d) Errada. Guilherme cometeu infração disciplinar ao estabelecer entendimento com Bruno,


tanto pelo fato de não haver ciência de Gabriel, como por não haver autorização de José, nos
termos do artigo 34, inciso VIII, do Estatuto da OAB c/c art. 2º, inciso VIII, alínea ‘d’, do CED-OAB.
Letra a.

014. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/XX - EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2016) A advogada


Dolores cometeu infração disciplinar sujeita à sanção de suspensão em 12/07/2004.
Em 13/07/2008 o fato foi oficialmente constatado, tendo sido encaminhada notícia a
certo Conselho Seccional da OAB. Em 14/07/2010 foi instaurado processo disciplinar. Em
15/07/2012 foi aplicada definitivamente a sanção disciplinar de suspensão.
Sobre o tema, assinale a afirmativa correta.
a) A pretensão à punibilidade das infrações disciplinares prescreve em oito anos. No caso
narrado, não se operou o fenômeno prescritivo.
b) A pretensão à punibilidade das infrações disciplinares prescreve em cinco anos. No caso
narrado, operou-se o fenômeno prescritivo, pois decorridos mais de cinco anos entre a
data do fato e a instauração do processo disciplinar.
c) A pretensão à punibilidade das infrações disciplinares prescreve em oito anos. No caso
narrado, operou-se o fenômeno prescritivo, pois decorridos mais de oito anos entre a data
do fato e a aplicação definitiva da sanção disciplinar.
d) A pretensão à punibilidade das infrações disciplinares prescreve em cinco anos. No caso
narrado, não se operou o fenômeno prescritivo.

Sob a ótica do Estatuto da OAB, a pretensão à punibilidade das infrações disciplinares


prescreve em cinco anos, contados da data da constatação oficial do fato (art. 43,
caput, do Estatuto da OAB). Dessa forma, devemos considerar a data em que o fato foi
oficialmente constatado e não quando foi cometida a infração disciplinar.
Ademais, devemos lembrar que são causas de interrupção da contagem do prazo da
prescrição: a instauração de processo disciplinar ou a notificação válida feita diretamente
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ao representado e a decisão condenatória recorrível de qualquer órgão julgador da OAB,


nos termos do artigo 43, § 2º, do Estatuto da OAB.
Portanto, no caso narrado, não se operou o fenômeno prescritivo, pois não houve o decurso
do prazo de cinco anos entre nenhum marco interruptivo da prescrição.
a) Errada. A pretensão à punibilidade das infrações disciplinares prescreve em cinco anos,
contados da data da constatação oficial do fato (art. 43, caput, do Estatuto da OAB).
b) Errada. No caso narrado, não se operou o fenômeno prescritivo, pois não houve o decurso
do prazo de cinco anos entre nenhum marco interruptivo da prescrição. Além disso, devemos
considerar a data em que o fato foi oficialmente constatado e não quando foi cometida a
infração disciplinar, nos termos do artigo 43, caput, do Estatuto da OAB.
c) Errada. A pretensão à punibilidade das infrações disciplinares prescreve em cinco anos,
contados da data da constatação oficial do fato. Além disso, devemos considerar a data em
que o fato foi oficialmente constatado e não quando foi cometida a infração disciplinar,
nos termos do artigo 43, caput, do Estatuto da OAB.
Letra d.

015. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/XX EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2016) Rodrigo


outorgou mandato à advogada Lívia para postular em juízo o adimplemento de obrigação de
fazer em face de uma concessionária de serviços públicos. Ocorre que Lívia, por problemas
pessoais, após a citação da ré, não desejou mais atuar como advogada na causa.
Nestas condições, Lívia deverá
a) comunicar ao juízo a renúncia ao mandato, liberando-se, após a protocolização da petição,
do dever de representar Rodrigo em juízo.
b) notificar Rodrigo da renúncia ao mandato por carta. Após, deverá comunicar ao juízo,
mas continuará obrigada a representar Rodrigo em juízo até que decorridos dez dias da
ciência apostada pelo magistrado da renúncia nos autos.
c) comunicar ao juízo a renúncia ao mandato, e, posteriormente, notificar Rodrigo, continuando
obrigada a representar o cliente até que ele constitua novo advogado ou defensor público.
d) notificar Rodrigo da renúncia ao mandato por carta e, após, deverá comunicar ao juízo, mas, nos
dez dias seguintes à notificação ao cliente da renúncia, Lívia continuará obrigada a representar
Rodrigo, a menos que seja substituída por outro advogado antes do término desse prazo.

O advogado poderá renunciar ao mandato, de acordo com a sua conveniência, sem menção do
motivo que determinou a renúncia, exigindo-se apenas que continue representando o mandante
durante 10 (dez) dias, contados da notificação da renúncia, salvo se for substituído antes

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do término desse prazo, sendo que cessará, após o decurso desse prazo, a responsabilidade
profissional pelo acompanhamento da causa (§ 3º, art. 5º do Estatuto c/c art. 16, do CED-OAB).
O advogado deve notificar o cliente da renúncia ao mandato, preferencialmente, mediante
carta com aviso de recepção, comunicando, após o Juízo (art. 6º do Regulamento Geral).
Além disso, nos termos do artigo 34, inciso XI, do Estatuto da OAB, o advogado comete
infração disciplinar se abandonar a causa sem justo motivo ou antes de decorridos dez
dias da comunicação da renúncia.
Letra d.

016. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/XVI - EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2015) Ao final de


audiência de instrução e julgamento realizada em determinada vara criminal, o juiz solicita
que o advogado não deixe o recinto, bem como que ele atue em outras duas audiências
que ali seriam realizadas em seguida. O advogado recusa-se a participar das outras duas
audiências mencionadas, até mesmo por haver Defensor Público disponível.
Com base no caso exposto, assinale a afirmativa correta
a) O advogado não cometeu infração ética, porque apenas resta configurada infração
disciplinar na recusa do advogado a prestar assistência jurídica quando há impossibilidade
da Defensoria Pública.
b) O advogado cometeu infração ética, porque ele já estava na sala de audiências.
c) O advogado não cometeu infração ética, porque é vedado ao advogado participar de
duas audiências sucessivas.
d) O advogado cometeu infração ética, porque ele tem o dever de contribuir para a boa
administração da justiça.

Uma das garantias fundamentais previstas na Constituição Federal de 1988 relacionada


com a atividade dos advogados é a assistência jurídica integral e gratuita prestada pelo
Estado aos que comprovarem insuficiência de recursos (art. 5º, inciso LXXIV, CF/88).
A Defensoria Pública é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado,
incumbindo-lhe, como expressão e instrumento do regime democrático, fundamentalmente,
a orientação jurídica, a promoção dos direitos humanos e a defesa, em todos os graus,
judicial e extrajudicial, dos direitos individuais e coletivos, de forma integral e gratuita,
aos necessitados, conforme traz o artigo 134 da CF/88.
Segundo o § 1º do artigo 22 do Estatuto da OAB, o advogado, quando indicado para patrocinar
causa de juridicamente necessitado, no caso de impossibilidade da Defensoria Pública, tem
direito aos honorários fixados pelo juiz, segundo tabela organizada pelo Conselho Seccional
da OAB, e pagos pelo Estado.

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Ademais, de acordo com o artigo 34, inciso XIII, do Estatuto da OAB, o advogado que se recusar a
prestar, sem justo motivo, assistência jurídica quando nomeado em virtude de impossibilidade
da Defensoria Pública comete infração disciplinar punível com censura (art. 36, inciso I).
Sendo assim, o advogado não cometeu infração ética, porque apenas resta configurada
infração disciplinar na recusa do advogado a prestar assistência jurídica quando há
impossibilidade da Defensoria Pública.
b) Errada. Estar na sala de audiências não é causa que configure a nomeação do advogado.
O advogado pode se recusar a participar das outras duas audiências mencionadas por haver
Defensor Público disponível.
c) Errada. Realmente o advogado não cometeu infração ética, mas justificativa para isso é
em razão da existência de Defensor Público disponível e não porque é vedado ao advogado
participar de duas audiências sucessivas.
d) Errada. É correta a afirmação de que é dever do advogado contribuir para a boa
administração da justiça, mas, nesse caso, o advogado pode se recusar a participar das
outras duas audiências mencionadas por haver Defensor Público disponível.
Letra a.

017. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/XVI - EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2015) O advogado


Felício é contatado pelo seu cliente Paulo que pretende promover ação de responsabilidade
civil em face de Rosa, por danos causados à sua honra e ao seu patrimônio material. Nas
tratativas, o cliente cientifica o advogado que presenciara diversos atos criminosos praticados
por Rosa e por seus familiares Marta e Fábio. Contratado para realizar os seus serviços
profissionais, apresenta diversas ações contra o réu Rosa em que descreve seus crimes e
os praticados por Marta e Fábio, seus filhos. A petição é subscrita somente pelo advogado
e a procuração tem os poderes gerais para o foro. Nos termos do Estatuto da Advocacia,
a) é inerente à atividade postulatória a menção a crimes praticados pelas partes ou terceiros.
b) é decorrente do processo a indicação dos fatos essenciais ao deslinde da causa, inclusive
os criminosos, que somente demandam ciência do advogado.
c) é essencial a autorização escrita para imputação a terceiro de fato definido como crime.
d) é possível a descrição de fatos criminosos atribuídos a partes ou a terceiros por
autorização verbal.

De acordo com o artigo 34, inciso XV, do Estatuto da OAB, o advogado que fizer, em nome
do constituinte, sem autorização escrita desse, imputação a terceiro de fato definido
como crime comete infração disciplinar punível com censura (art. 36, inciso I). Sendo assim,

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é essencial que Felício tenha a autorização escrita de seu cliente Paulo para imputação a
terceiro de fato definido como crime.
a) Errada. É essencial que Felício tenha a autorização escrita de seu cliente Paulo para imputação
a terceiro de fato definido como crime, nos termos do artigo 34, inciso XV, do Estatuto da OAB.
b) Errada. As relações entre advogado e cliente baseiam-se na confiança recíproca (art. 10,
CED-OAB), para o caso, é essencial que Felício tenha a autorização escrita de seu cliente
Paulo para imputação a terceiro de fato definido como crime, nos termos do artigo 34,
inciso XV, do Estatuto da OAB.
d) Errada. É essencial que Felício tenha a autorização escrita de seu cliente Paulo para
imputação a terceiro de fato definido como crime, nos termos do artigo 34, inciso XV, do
Estatuto da OAB.
Letra c.

018. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/XVII - EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2015) O


advogado Márcio, sócio de determinado escritório de advocacia, contratou novos advogados
para a sociedade e substabeleceu, com reserva em favor dos novos contratados, os poderes
que lhe haviam sido outorgados por diversos clientes. O mandato possuía poderes para
substabelecer. Um dos clientes do escritório, quando percebeu que havia novos advogados
trabalhando na causa, os quais não eram por ele conhecidos, não apenas resolveu contratar
outro escritório para atuar em sua demanda como ofereceu representação disciplinar contra
Márcio, afirmando que o advogado não agira com lealdade e honestidade.
A esse respeito, assinale a afirmativa correta.
a) A representação oferecida não deve ser enquadrada como infração disciplinar, pois
apenas o substabelecimento do mandato sem reserva de poderes deve ser comunicado
previamente ao cliente.
b) A representação oferecida não deve ser enquadrada como infração disciplinar, pois
o substabelecimento do mandato, com ou sem reserva de poderes, é ato pessoal do
advogado da causa.
c) A representação oferecida deve ser enquadrada como infração disciplinar, pois o
substabelecimento do mandato, com ou sem reserva de poderes, deve ser comunicado
previamente ao cliente.
d) A representação oferecida deve ser enquadrada como infração disciplinar, pois o advogado
deve avisar previamente ao cliente acerca de todas as petições que apresentará nos autos
do processo, inclusive sobre as de juntada de substabelecimentos.

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De acordo com o artigo 26 do Código de Ética e Disciplina da Ordem, o substabelecimento


do mandato com reserva de poderes é ato pessoal do advogado da causa. Contudo,
o substabelecimento do mandato sem reserva de poderes exige o prévio e inequívoco
conhecimento do cliente. Dessa forma, a representação oferecida pelo cliente de Márcio
não deve ser enquadrada como infração disciplinar, pois apenas o substabelecimento do
mandato sem reserva de poderes deve ser comunicado previamente ao cliente.
b) Errada. Apenas o substabelecimento com reserva de poderes é ato pessoal do advogado.
O substabelecimento do mandato sem reserva de poderes exige o prévio e inequívoco
conhecimento do cliente, nos termos do artigo 26 do Código de Ética e Disciplina da Ordem.
c) Errada. Apenas o substabelecimento do mandato sem reserva de poderes exige o prévio
e inequívoco conhecimento do cliente, o substabelecimento com reserva de poderes é ato
pessoal do advogado, nos termos do artigo 26 do Código de Ética e Disciplina da Ordem.
d) Errada. Um dos preceitos fundamentais da atividade da advocacia é a independência,
sendo um dever do advogado atuar com destemor e independência (art. 2 do CED-OAB).
Além disso, o advogado, ainda que vinculado ao cliente ou constituinte, deve zelar pela sua
liberdade e independência (art. 4 do CED-OAB). De outra parte, exige-se a comunicação
prévia e inequívoca ao cliente do substabelecimento do mandato sem reserva de poderes,
nos termos do artigo 26 do Código de Ética e Disciplina da Ordem.
Letra a.

019. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/XVII - EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2015) O


advogado F recebe do seu cliente WW determinada soma em dinheiro para aplicação em
instrumentos necessários à exploração de jogo não autorizado por lei.
Nos termos do Estatuto da Advocacia, a infração disciplinar
a) decorre somente se o advogado exige o valor para aplicação ilícita.
b) surge diante do recebimento para aplicação ilícita.
c) inocorre, pois se trata de mero ilícito moral.
d) é descaracterizada por ausência de previsão legal.

De acordo com o artigo 34, inciso XVIII, do Estatuto da OAB, o advogado que solicitar ou
receber de constituinte qualquer importância para aplicação ilícita ou desonesta comete
infração disciplinar punível com suspensão (art. 37, inciso I). Desse modo, o advogado F
ao receber de seu cliente soma de dinheiro para aplicação em instrumentos necessários à
exploração de jogo não autorizado por lei cometeu infração disciplinar.

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a) Errada. A infração disciplinar prevista no artigo 34, inciso XVIII, do Estatuto da OAB também
resta configurada quando o advogado solicita valores para aplicação ilícita ou desonesta,
independentemente do efetivo fornecimento do valor pelo constituinte.
c) Errada. Ao receber de seu cliente soma de dinheiro para aplicação em instrumentos
necessários à exploração de jogo não autorizado por lei, o advogado F cometeu infração
disciplinar prevista no artigo 34, inciso XVIII, do Estatuto da OAB.
d) Errada. A conduta praticada pelo advogado F é prevista como infração disciplinar no
artigo 34, inciso XVIII, do Estatuto da OAB.
Letra b.

020. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/XVIII - EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2015) A


advogada Ana retirou de cartório os autos de determinado processo de conhecimento em que
representava a parte ré, para apresentar contestação. Protocolou a petição tempestivamente,
mas deixou de devolver os autos em seguida por esquecimento, só o fazendo após ficar pouco
mais de um mês com os autos em seu poder. Ao perceber que Ana não devolvera os autos
imediatamente após cumprir o prazo, o magistrado exarou despacho pelo qual a advogada
foi proibida de retirar novamente os autos do cartório em carga, até o final do processo.
Nos termos do Estatuto da Advocacia, deve-se assentar quanto à sanção disciplinar que
a) não se aplica porque Ana não chegou a ser intimada a devolver os autos.
b) não se aplica porque Ana ficou menos de três meses com os autos em seu poder.
c) aplica-se porque Ana reteve abusivamente os autos em seu poder.
d) aplica-se porque Ana não poderia ter retirado os autos de cartório para cumprir o prazo
assinalado para contestação.

De acordo com o artigo 34, inciso XXII, do Estatuto da OAB, o advogado que retém,
abusivamente, ou extravia autos recebidos com vista ou em confiança comete infração
disciplinar punível com suspensão (art. 37, inciso I). Entretanto, o Supremo Tribunal Federal
decidiu que é essencial para a configuração do delito que o advogado seja devidamente
intimado pelo juízo para que proceda a restituição dos autos e não o faça:

SONEGAÇÃO DE AUTOS. ADVOGADO ACUSADO DE HAVER DEIXADO DE RESTITUIR


AUTOS, INCORRENDO, SEGUNDO A DENUNCIA, NO CRIME PREVISTO NO ARTIGO 356 DO
CÓDIGO PENAL. PARA A CONFIGURAÇÃO DESSE DELITO NÃO BASTA, CONTUDO, QUE
O ADVOGADO HAJA RETIDO OS AUTOS ALÉM DO PRAZO LEGAL. CRIME QUE SOMENTE
SE CONSUMA PELO NÃO ATENDIMENTO DE INTIMAÇÃO DO JUIZ PARA RESTITUIR OS
AUTOS, OMISSAO QUE CARACTERIZA A RECUSA, PELA QUAL O CRIME SE CONSUMA.
RECURSO PROVIDO. (RHC 53934 DF, 2ª Turma, Min, Leitão de Abreu, DJ 26/12/1975).
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Além disso, a retenção abusiva ocorre com a posse dos autos recebidos com vista ou em
confiança além do prazo legal estabelecido para devolução, com o dolo específico e o
efetivo prejuízo ao andamento do processo e/ou a produção de provas, o que não ocorre
no caso trazido pela questão.
b) Errada. Não será aplicada sanção disciplinar a Ana, uma vez que não reteve abusivamente
os autos e não foi intimada pelo juiz para restituí-los.
c) Errada. Não será aplicada sanção disciplinar a Ana, uma vez que não reteve abusivamente
os autos e não foi intimada pelo juiz para restituí-los.
d) Errada. O advogado poderá ter vista dos processos judiciais ou administrativos de qualquer
natureza, em cartório ou na repartição competente, ou retirá-los pelos prazos legais (art.
7º, inciso XV, do Estatuto da OAB).
Letra a.

021. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/XVI - EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2015) Pedro,


em determinado momento, recebeu uma proposta de Antônio, colega de colégio, que se
propôs a agenciar a indicação de novos clientes, mediante pagamento de comissão, a ser
retirada dos honorários cobrados aos clientes, nos moldes da prática desenvolvida entre
vendedores da área comercial.
Com base no caso relatado, observadas as regras do Estatuto da OAB, assinale a afirmativa correta.
a) O advogado pode aceitar a sugestão, tendo em vista a moderna visão mercantil da profissão.
b) Caso a Seccional da OAB autorize, registrando avença escrita entre o advogado e o
agenciador, é possível.
c) Sendo publicizada a relação entre o advogado e o agenciador, está preenchido o requisito legal.
d) Há vedação quanto ao agenciamento de clientela, sem exceções.

De acordo com o artigo 34, inciso III, do Estatuto da OAB, o advogado que se valer de
agenciador de causas, mediante participação nos honorários a receber comete infração
disciplinar punível com censura (art. 36, inciso I).
O agenciador poderá atuar de diversas maneiras, seja por meio de panfletagem ou da
publicidade feita em palestras e reuniões sindicais, por exemplo, mas o intuito principal da
previsão dessa prática está em punir os advogados que se valem de terceira pessoa para
angariar clientes, desmerecendo toda a categoria profissional, além de vincular a atividade
da advocacia à mercantilização, já que a prestação de serviços advocatícios é oferecida
como mercadoria, o que é vedado pelo Código de Ética e Disciplina da OAB (art. 5º).

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No caso, Antônio seria agenciador para angariar novos clientes para Pedro, mediante
pagamento de comissão, prática que vai de encontro com os princípios éticos fundamentais
da atividade da advocacia.
a) Errada. Os advogados que se valem de terceira pessoa para angariar clientes, desmerecem
toda a categoria profissional e vinculam a atividade da advocacia à mercantilização, o que é
vedado pelo Código de Ética e Disciplina da OAB (art. 5º). Além disso, o advogado que valer-se
de agenciador de causas, mediante participação nos honorários a receber comete infração
disciplinar punível com censura (art. 34, inciso III c/c art. 36, inciso I, do Estatuto da OAB).
b) Errada. Todas as formas de agenciamento são vedadas pelo Estatuto da OAB, não havendo
possibilidade de autorização por parte da Seccional da OAB.
c) Errada. A prática de agenciamento para angariar novos clientes é vedada ainda que feita
de forma pública.
Letra d.

022. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/XV EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2014) Bernardo


recebe comunicação do seu cliente Eduardo de que este havia desistido da causa que
apresentara anteriormente, por motivo de viagem a trabalho, no exterior, em decorrência
de transferência e promoção na sua empresa. Houve elaboração da petição inicial, contrato
de prestação de serviços e recebimento adiantado de custas e honorários advocatícios.
Nesse caso, nos termos do Código de Ética da Advocacia, deve o advogado
a) devolver os honorários antecipados sem abater os custos do escritório.
b) prestar contas ao cliente de forma pormenorizada.
c) arquivar os documentos no escritório como forma de garantia.
d) realizar contrato vinculando o cliente ao escritório.

O Código de Ética e Disciplina da OAB dispõe que o advogado deverá prestar contas
pormenorizadas dos valores recebidos em favor do seu constituinte.
A prestação de contas poderá ocorrer sempre que requerida pelo cliente ou com a conclusão
ou desistência da causa. Ademais, a conclusão ou desistência da causa obriga o advogado
a devolver ao cliente bens, valores e documentos que lhe hajam sido confiados e ainda
estejam em seu poder (art. 12).
Ainda, de acordo com o artigo 34, inciso XXI, do Estatuto comete infração disciplinar
o advogado que recusar-se, injustificadamente, a prestar contas ao cliente de quantias
recebidas dele ou de terceiros por conta dele.
Letra b.

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023. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/XV - EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2014) Sobre a


prescrição da pretensão punitiva das infrações disciplinares, assinale a afirmativa correta.
a) A pretensão punitiva quanto às infrações disciplinares prescreve em cinco anos, contados
da data da constatação oficial do fato, interrompendo-se pela instauração de processo
disciplinar ou pela notificação válida do representado.
b) A pretensão punitiva das infrações disciplinares prescreve em três anos, contados da data
da constatação oficial do fato, interrompendo-se pela instauração de processo disciplinar
ou pela notificação válida do representado.
c) A pretensão punitiva das infrações disciplinares é imprescritível.
d) A pretensão punitiva das infrações disciplinares prescreve em cinco anos, contados da
data da constatação oficial do fato, não havendo previsão legal de marco interruptivo de
tal prazo prescricional.

Sob a ótica do Estatuto da OAB, a pretensão à punibilidade das infrações disciplinares


prescreve em cinco anos, contados da data da constatação oficial do fato. E, ainda, aplica-
se a prescrição a todo processo disciplinar paralisado por mais de três anos, pendente
de despacho ou julgamento, devendo ser arquivado de ofício, ou a requerimento da parte
interessada, sem prejuízo de serem apuradas as responsabilidades pela paralisação (art.
43, caput e § 1º, do Estatuto da OAB). Além disso, são causas de interrupção da contagem
do prazo da prescrição: a instauração de processo disciplinar ou a notificação válida feita
diretamente ao representado e a decisão condenatória recorrível de qualquer órgão
julgador da OAB, nos termos do artigo 43, § 2º, do Estatuto da OAB.
b) Errada. A pretensão à punibilidade das infrações disciplinares prescreve em cinco anos,
contados da data da constatação oficial do fato (art. 43, caput, do Estatuto da OAB).
c) Errada. A pretensão à punibilidade das infrações disciplinares prescreve em cinco anos,
contados da data da constatação oficial do fato (art. 43, caput, do Estatuto da OAB).
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da contagem do prazo da prescrição: a instauração de processo disciplinar ou a notificação
válida feita diretamente ao representado e a decisão condenatória recorrível de qualquer
órgão julgador da OAB.
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024. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/XIV - EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2014) Ao


requerer sua inscrição nos quadros da OAB, Maria assinou e apresentou declaração em que
afirmava não exercer cargo incompatível com a advocacia. No entanto, exercia ela ainda
o cargo de Oficial de Justiça no Tribunal de Justiça do seu Estado. Pouco tempo depois,
já bem sucedida como advogada, pediu exoneração do referido cargo. No entanto, um
desafeto seu, tendo descoberto que Maria, ao ingressar nos quadros da OAB, ainda exercia
o cargo de Oficial de Justiça, comunicou o fato à entidade, que abriu processo disciplinar
para apuração da conduta de Maria, tendo ela sido punida por ter feito falsa prova de um
dos requisitos para a inscrição na OAB.
De acordo com o EAOAB, assinale a opção que indica a penalidade que deve ser aplicada a Maria.
a) Maria não deve ser punida porque, ao tempo em que os fatos foram levados ao conhecimento
da OAB, ela já não mais exercia cargo incompatível com a advocacia.
b) Maria não deve ser punida porque o cargo de Oficial de Justiça não é incompatível com
o exercício da advocacia, não tendo Maria, portanto, feito prova falsa de requisito para
inscrição na OAB.
c) Maria deve ser punida com a pena de suspensão, pelo prazo de trinta dias.
d) Maria deve ser punida com a pena de exclusão dos quadros da OAB.

De acordo com o artigo 8º do Estatuto da OAB, são requisitos para inscrição nos quadros
da OAB: capacidade civil, diploma ou certidão de graduação em direito, obtido em instituição
de ensino oficialmente autorizada e credenciada, título de eleitor e quitação do serviço
militar, se brasileiro, aprovação em Exame de Ordem, não exercer atividade incompatível
com a advocacia, idoneidade moral e o compromisso prestado perante o conselho.
Caso o bacharel em direito não preencha algum dos requisitos, sua inscrição definitiva nos
quadros da OAB será indeferida. Todavia, se o bacharel se torna advogado, através de prova
falsa, comete a infração disciplinar prevista no art. 34, inciso XXVI, do Estatuto da OAB.
Desse modo, Maria deve ser punida com a pena de exclusão dos quadros da OAB, nos termos
do artigo 38, inciso II, do Estatuto da OAB.
a) Errada. Maria, no momento da inscrição definitiva nos quadros da OAB, fez prova falsa
de um dos requisitos necessários e, com isso, tornou-se advogada mediante prova falsa
e, portanto, cometeu a infração disciplinar do artigo 34, inciso XXVI, do Estatuto da OAB.
b) Errada. De acordo com o artigo 28, inciso IV, do Estatuto da OAB, a advocacia é incompatível
com ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a qualquer órgão
do Poder Judiciário.
c) Errada. Maria deve ser punida com a pena de exclusão dos quadros da OAB, nos termos
do artigo 38, inciso II, do Estatuto da OAB.
Letra d.

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Infrações e Sanções Disciplinares
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025. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/XIV - EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2014) O estagiário


Marcos trabalha em determinado escritório de advocacia e participou ativamente da
elaboração de determinada peça processual que estava para ser analisada pelo magistrado
da Vara em que o processo tramitava, assinando, ao final, a petição, em conjunto com alguns
advogados do escritório. Como conhecia muito bem a causa, resolveu falar com o magistrado
com o objetivo de ressaltar, de viva voz, alguns detalhes relevantes. Quando o magistrado
percebeu que estava recebendo o estagiário do escritório, e não um dos advogados que
atuava na causa, informou ao estagiário que não poderia tratar com ele sobre o processo,
solicitando que os advogados viessem em seu lugar, se entendessem necessário. Marcos,
muito aborrecido, afirmou que faria uma representação contra o magistrado, por entender
que suas prerrogativas profissionais foram violadas.
A respeito da conduta de Marcos, assinale a opção correta.
a) Marcos teve sua prerrogativa profissional violada, pois é direito do advogado e do estagiário
inscrito na OAB dirigir-se diretamente ao magistrado nas salas e gabinetes de trabalho,
independentemente de horário previamente marcado, observando-se a ordem de chegada.
b) Marcos não teve sua prerrogativa profissional violada, pois apenas deve dirigir-se diretamente
ao magistrado quando os advogados que atuam na causa estiverem impossibilitados de
fazê-lo, sendo a atuação do estagiário subsidiária em relação à atuação do advogado.
c) Marcos não teve sua prerrogativa profissional violada, pois apenas o advogado tem direito de
dirigir-se diretamente ao magistrado nas salas e gabinetes de trabalho, independentemente
de horário previamente marcado, observando-se a ordem de chegada. Ao contrário, Marcos
praticou ato excedente à sua habilitação e, em razão disso, ficará impedido, posteriormente,
de obter sua inscrição definitiva como advogado.
d) Marcos não teve sua prerrogativa profissional violada, pois apenas o advogado tem direito de
dirigir-se diretamente ao magistrado nas salas e gabinetes de trabalho, independentemente
de horário previamente marcado, observando-se a ordem de chegada. Ao contrário, Marcos
praticou ato excedente à sua habilitação e deve ser punido com pena de censura.

É direito do advogado dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e gabinetes


de trabalho, independentemente de horário previamente marcado ou outra condição,
observando-se a ordem de chegada (art. 7º, inciso VIII, do Estatuto da OAB).
O estagiário de advocacia, se regularmente inscrito, poderá praticar os atos privativos
de advogado em conjunto com advogado e sob responsabilidade desse (art. 3º, § 2º,
do Estatuto da OAB). Por sua vez, são atividades privativas de advocacia: a postulação a
órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais; as atividades de consultoria, assessoria e
direção jurídicas, bem como a vistoria de atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas,
sob pena de nulidade. Além disso, o Regulamento Geral da OAB possibilita a prática de

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alguns atos pelo estagiário inscrito na OAB, isoladamente, mas sob responsabilidade do
advogado, nos termos do artigo 29:

Regulamento Geral
Art. 29
§ 1º O estagiário inscrito na OAB pode praticar isoladamente os seguintes atos, sob a
responsabilidade do advogado:
I – retirar e devolver autos em cartório, assinando a respectiva carga;
II – obter junto aos escrivães e chefes de secretarias certidões de peças ou autos de processos
em curso ou findos;
III – assinar petições de juntada de documentos a processos judiciais ou administrativos.
§ 2º Para o exercício de atos extrajudiciais, o estagiário pode comparecer isoladamente, quando
receber autorização ou substabelecimento do advogado.

Desse modo, caso o estagiário promova qualquer ato que extrapole sua habilitação ou
sem observar os requisitos legais de acompanhamento e responsabilidade de advogado
regulamente inscrito, enseja a aplicação de penalidade pela prática de infração ético-
disciplinar prevista no artigo 34, inciso XXIX, do Estatuto da OAB, sendo cabível a aplicação
da penalidade de censura, nos termos do artigo 36, inciso I, do Estatuto da OAB.
a) Errada. É direito apenas do advogado dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas
e gabinetes de trabalho, independentemente de horário previamente marcado ou outra
condição, observando-se a ordem de chegada (art. 7º, inciso VIII, do Estatuto da OAB).
b) Errada. A atuação do estagiário não é subsidiária em relação à atuação do advogado. O
estagiário de advocacia, se regularmente inscrito, poderá praticar os atos privativos de advogado
em conjunto com advogado e sob responsabilidade deste (art. 3º, § 2º, do Estatuto da OAB).
c) Errada. A penalidade para o estagiário que praticar ato excedente de sua habitação é a
de censura, nos termos do artigo 36, inciso I, do Estatuto da OAB e não a inviabilidade de
obter sua inscrição definitiva como advogado.
Letra d.

026. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/X - EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2013) O advogado


João, que também é formado em Comunicação Social, atua nas duas profissões, possuindo
uma coluna onde apresenta notícias jurídicas, com informações sobre atividades policiais,
forenses ou vinculadas ao Ministério Público. Semanalmente inclui, nos seus comentários,
alguns em forma de poesia, suas alegações forenses e os resultados dos processos sob sua
responsabilidade, divulgando, com isso, seu trabalho como advogado.
À luz das normas estatutárias, assinale a afirmativa correta.

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Infrações e Sanções Disciplinares
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a) A divulgação de notícias, como aventado no enunciado, constitui um direito do advogado


em dar publicidade aos seus processos.
b) Nos termos das regras que caracterizam as infrações disciplinares está delineada a de
publicação desnecessária e habitual de alegações forenses ou causas pendentes.
c) Diante das novas mídias que também atingem a advocacia, o advogado pode utilizar-se
dos meios ofertados para a divulgação de seu trabalho.
d) A situação caracteriza o chamado desvio da função de advogado, com o prejuízo à imagem
dos clientes pela divulgação.

De acordo com o artigo 34, inciso XIII, do Estatuto da OAB, o advogado que publicar na
imprensa, desnecessária e habitualmente, alegações forenses ou relativas a causas
pendentes comete infração disciplinar punível com censura (art. 36, inciso I).
Sendo assim, o advogado João, ao publicar semanalmente em sua coluna social notícias
jurídicas com informações de suas alegações forenses e os resultados dos processos sob
sua responsabilidade, comete infração disciplinar.
a) Errada. A publicidade profissional se afasta da mercantilização da profissão, da captação de
clientela e possui caráter meramente informativo, devendo primar pela discrição e sobriedade
(art. 39, CED-OAB). Além disso, de acordo com o artigo 42 do Código de Ética e Disciplina da OAB,
é vedado ao advogado responder com habitualidade a consulta sobre matéria jurídica, nos meios
de comunicação social (inciso I). Sendo assim, o advogado que publicar na imprensa, desnecessária
e habitualmente, alegações forenses ou relativas a causas pendentes comete infração disciplinar
punível com censura (art. 34, inciso XIII c/c art. 36, inciso I, do Estatuto da OAB).
c) Errada. Tendo em vista as mudanças na dinâmica social, a publicidade poderá ser veiculada pela
internet ou por outros meios eletrônicos, como a telefonia, desde que observadas as diretrizes do
Código de Ética e Disciplina da OAB (caráter informativo, observada a discrição e a sobriedade).
d) Errada. O advogado que publicar na imprensa, desnecessária e habitualmente, alegações
forenses ou relativas a causas pendentes comete infração disciplinar punível com censura
(art. 36, inciso I) e não desvio de função, como menciona a alternativa.
Letra b.

027. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/X - EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2013) O advogado


Mário, para ilustrar a tese que desenvolvia, fez inserir, em petição por ele apresentada, citação de
julgado inexistente. Inseriu, ainda, citação doutrinária, cujo teor foi completamente deturpado.
A respeito da hipótese, assinale a afirmativa correta.
a) Mário não cometeu infração disciplinar, pois o advogado, amparado no princípio da ampla defesa,
deve ter liberdade para defender os interesses de seus clientes da forma que achar conveniente.

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Infrações e Sanções Disciplinares
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b) Mário cometeu infração disciplinar punível com pena de censura, nos termos do EAOAB,
e violou dispositivo do Código de Ética e Disciplina da OAB.
c) Mário cometeu infração disciplinar punível com pena de exclusão, nos termos do EAOAB,
e violou dispositivo do Código de Ética e Disciplina da OAB.
d) Mário não cometeu infração disciplinar prevista no EAOAB, tendo apenas violado dispositivo
do Código de Ética e Disciplina da OAB.

De acordo com o artigo 34, inciso XIV, do Estatuto da OAB, o advogado que deturpar o teor de
dispositivo de lei, de citação doutrinária ou de julgado, bem como de depoimentos, documentos
e alegações da parte contrária, para confundir o adversário ou iludir o juiz da causa comete
infração disciplinar punível com censura, nos termos do artigo 36, inciso I, do Estatuto da OAB.
a) Errada. A independência funcional do advogado é um dos princípios fundamentais da
ética do advogado. Todavia, essa garantia não é absoluta e não autoriza o advogado a falsear
deliberadamente a verdade e utilizar de má-fé.
c) Errada. O advogado que deturpar o teor de dispositivo de lei, de citação doutrinária
ou de julgado, bem como de depoimentos, documentos e alegações da parte contrária,
para confundir o adversário ou iludir o juiz da causa comete infração disciplinar punível
com censura, nos termos do artigo36, inciso I, do Estatuto da OAB.
d) Errada. De acordo com o artigo 34, inciso XIV, do Estatuto da OAB o advogado que
deturpar o teor de dispositivo de lei, de citação doutrinária ou de julgado, bem como de
depoimentos, documentos e alegações da parte contrária, para confundir o adversário ou
iludir o juiz da causa comete infração disciplinar.
Letra b.

028. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/IX - EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2012) O advogado


Cândido, conhecido pelas soluções criativas para resolver os problemas dos seus clientes,
aduz, como tese defensiva, em ação de despejo por falta de pagamento, que a norma que
autoriza tal desocupação forçada seria inconstitucional, pois caberia ao Estado fornecer
habitação gratuita ou a preços módicos aos necessitados e, em caso de impossibilidade
financeira, custear a moradia, pagando ao locador os valores devidos, a título de aluguel social.
Essa defesa foi considerada como contrária à disposição de lei que determina, como
consequência do não pagamento dos alugueres, o despejo por falta de pagamento. Em
razão disso, foi proferida sentença determinando a desocupação do imóvel e condenando
o cliente do advogado Cândido ao pagamento dos alugueres devidos, bem como as demais

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Infrações e Sanções Disciplinares
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verbas decorrentes da sucumbência. Além disso, determinou o magistrado a expedição de


ofício à Ordem dos Advogados do Brasil para abertura de processo disciplinar.
Consoante as regras do Estatuto da Advocacia, assinale a afirmativa correta.
a) O fato de advogar contra literal disposição de lei sem exceções, não constitui infração disciplinar.
b) A alegação de inconstitucionalidade descaracteriza a infração disciplinar invocada.
c) A infração disciplinar não está prevista no sistema por caracterizar delito de hermenêutica.
d) A referida infração somente pode ser considerada quando causar prejuízo ao cliente o
que não foi o caso.

De acordo com o artigo 34, inciso VI, do Estatuto da OAB advogar contra literal disposição
de lei configura a prática de infração disciplinar punível com censura (art. 36, inciso I).
Entretanto, presume-se a boa-fé do profissional quando o ato estiver fundamentado
na inconstitucionalidade, na injustiça da lei ou em pronunciamento judicial anterior.
a) Errada. De acordo com o artigo 34, inciso VI, do Estatuto da OAB advogar contra literal
disposição de lei configura a prática de infração disciplinar punível com censura (art. 36, inciso I).
c) Errada. O Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil elencou um rol taxativo de
situações que não devem ser praticadas pelos advogados, sob pena de cometerem infrações
disciplinares. Ricardo Duarte Cavazzani (Responsabilidade Civil do Advogado) discorre que:

Uma vez que as infrações disciplinares são normas que restringem direito, isto é, restringem o direito
de atuação do advogado, balizando seu campo de atuação dentro de limites éticos dessa profissão,
são taxativamente indicados em texto legal (EAOAB), não deixando para o Código de Ética essa
missão, visando com essa tipificação das infrações, a garantia do devido processo legal quando o
Estado tiver de usar de sua poder sancionatório contra atos indevidos praticados por advogados.

d) Errada. Não é elementar da infração disciplina a existência de prejuízo, bastando a atuação


do advogado contra literal disposição de lei.
Letra b.

029. (FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS/VIII - EXAME DE ORDEM UNIFICADO OAB/2012) Pedro,


advogado regularmente inscrito nos quadros da OAB, após regular processo administrativo
disciplinar, é apenado com a sanção de exclusão por ter sido condenado pela prática de crimes
contra o patrimônio, tendo a decisão judicial transitada em julgado. Após cumprir a pena e tendo
sido a mesma julgada extinta pelo Juízo competente, apresenta requerimento de retorno à OAB.
Nos termos do Estatuto, deve o requerente
a) apresentar a documentação prevista para inscrição inaugural no quadro de advogados,
além de submeter-se a novo Exame de Ordem.

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Infrações e Sanções Disciplinares
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b) requerer a restauração da sua inscrição anterior com os documentos previstos para a


inscrição inaugural, sem submissão a novo Exame de Ordem.
c) indicar provas para a inscrição nos quadros da OAB que comprovem a sua capacidade
civil apta a permitir o retorno, e os documentos para inscrição inaugural.
d) comprovar a sua reabilitação e apresentar os documentos relacionados à idoneidade moral.

No Brasil, não são admitidas penas de caráter perpétuo, conforme determina a Carta Magna
(art. 5º, inciso XLVII, alínea b). Desse modo, em consonância com essa garantia fundamental
é permitido ao advogado que tenha sofrido qualquer sanção disciplinar requerer, um ano
após seu cumprimento, a reabilitação, em face de provas efetivas de bom comportamento.
Caso a sanção disciplinar resulte da prática de crime, o pedido de reabilitação depende também
da correspondente reabilitação criminal, nos termos do artigo 41 do Estatuto da OAB.
Desse modo, Pedro faz jus à reabilitação, que pode ser concedida após um ano mediante
provas efetivas de bom comportamento e depende também da reabilitação criminal.
a) Errada. Caso a sanção disciplinar resulte da prática de crime, o pedido de reabilitação
depende também da correspondente reabilitação criminal, nos termos do artigo 41 do
Estatuto da OAB, não sendo necessário apresentar a documentação prevista para inscrição
inaugural no quadro de advogados, nem se submeter a novo Exame de Ordem.
b) Errada. O advogado poderá requerer, após um ano do cumprimento da sanção disciplinar,
a reabilitação em face de provas efetivas de bom comportamento. Caso a sanção disciplinar
resulte da prática de crime, o pedido de reabilitação depende também da correspondente
reabilitação criminal, nos termos do artigo 41 do Estatuto da OAB.
c) Errada. Caso a sanção disciplinar resulte da prática de crime, o pedido de reabilitação
depende também da correspondente reabilitação criminal, nos termos do artigo 41 do
Estatuto da OAB, não sendo necessário apresentar documentos para inscrição inaugural.
Letra d.

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