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230519426097
DOUGLAS VARGAS
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Direito Penal
Teoria do Crime - Introdução
Douglas Vargas
SUMÁRIO
Teoria do Crime - Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Introdução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1. Conceito Analítico de Crime . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.1. Fato Típico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.2. Elementos do Fato Típico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.3. Antijuridicidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.4. Culpabilidade. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
2. Classificação das Infrações Penais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.1. Diferenças entre Crimes e Contravenções Penais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
3. Sujeitos e Objetos da Infração Penal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
3.1. Sujeito Ativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
3.2. Sujeito Passivo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
3.3. Objeto do Crime . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
4. Fases de Realização do Delito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
4.1. Cogitação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
4.2. Preparação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
4.3. Execução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
4.4. Consumação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
4.5. Exaurimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
5. Outras Classificações Doutrinárias dos Crimes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
5.1. Crime Comum, Próprio, Mão Própria, Bicomum e Bipróprio . . . . . . . . . . . . . . 23
5.2. Crime Monossubjetivo e Plurissubjetivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
5.3. Crime Material, Formal e de Mera Conduta. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
5.4. Crime de Ação Múltipla e de Ação Única . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
5.5. Crime Qualificado, Privilegiado e Simples. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
5.6. Crime Instantâneo, Permanente e Instantâneo de Efeitos Permanentes. . . 27
5.7. Crime Militar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
5.8.livro
O conteúdo deste Crime Funcional. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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INTRODUÇÃO
Olá, querido(a) aluno(a)!
Seja muito bem-vindo(a) ao estudo do tema teoria do crime. Iremos estudar,
especificamente, os assuntos a seguir:
• conceito analítico de crime;
• classificação das infrações penais;
• sujeitos e objetos da infração penal;
• fases de realização do delito;
• classificação de crimes.
São tópicos extensos e essenciais para uma boa compreensão do Direito Penal, de modo
que estamos diante de uma aula que merece uma atenção muito especial.
Ao final, como de praxe, faremos uma lista de exercícios completa e atualizada sobre
os temas apresentados, de modo a compreender os tópicos estudados da maneira mais
abrangente possível.
Espero que tenham um estudo proveitoso!
Enfatizo que estou sempre às ordens de todos vocês no fórum de dúvidas.
Bons estudos!
Os conceitos de crime costumam ser cobrados pelas bancas sob o prisma formal, material
e analítico.
• Formal: contradição do fato à norma penal. Trata-se de uma transgressão à lei penal.
• Material: crime é um comportamento humano que cause alguma lesão ou perigo de
lesão
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• Analítico: conceito mais complexo dos três, aborda o crime a partir de seus elementos,
utilizando-se para isso as teorias bipartite e tripartite.
A adoção desses conceitos torna necessário estudar de uma forma detalhada a teoria
do crime, sendo o primeiro passo entender melhor o conceito analítico de crime,, que é
muito mais complexo do que uma mera transgressão da lei penal.
Para começar, precisamos saber que existem duas teorias que tratam desse conceito:
A teoria bipartite e a teoria tripartite. Vejamos:
Para que exista um crime, devem estar presentes alguns elementos. Para uma parte
da doutrina, que adota a teoria bipartite,, basta que estejamos diante de um fato típico e
antijurídico para que exista um crime (para esses estudiosos, a culpabilidade não integra
o crime em si).
Para outra parte da doutrina, no entanto, devemos estar diante de um fato típico,
antijurídico e culpável. Portanto, a culpabilidade integra o crime em si. Se não houver
culpabilidade, não haverá crime.
É claro que, para fins de prova, você tem que saber qual a teoria adotar. E a maioria
esmagadora das bancas, atualmente, adota a teoria tripartite.
É importante que você lembre: Para fins de prova, prevalece a teoria tripartite, que
define
O conteúdo o livro
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Nome doAntijurídico e Culpável.
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Conforme apresentamos, para a teoria tripartite, crime é apenas fato típico, ilícito e culpável.
Errado.
A partir de agora, precisamos entender cada um dos elementos que compõe o crime.
Iniciemos pelo fato típico.
O fato típico é o primeiro elemento que integra o conceito de crime. Portanto, se o fato
não puder ser considerado típico, não existirá crime.
E assim como o conceito de crime, o conceito de fato típico também pode ser entendido
de duas formas.
De um ponto de vista mais simples, fato típico trata da adequação de um comportamento
humano a elementos que estão previstos em uma norma penal..
O tema já foi cobrado da seguinte forma:
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Reforçando: não basta verificar que a conduta praticada se alinha aos elementos do
texto. Para existir um fato típico, temos que considerar os quatro elementos já apresentados:
Conduta, Resultado, Nexo de Causalidade e Tipicidade.
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Assim, para que um indivíduo pratique um fato típico, suas ações (condutas) deverão
se adequar ao previsto na norma penal (tipicidade) e devem estar vinculadas (nexo de
causalidade) à modificação do mundo exterior (resultado).
Professor, ainda ficou um pouco obscuro esse conceito. Podemos trabalhar com um
exemplo?
Com certeza. Inclusive, vamos trabalhar com dois exemplos para que você entenda
melhor. Vejamos:
Nesse primeiro caso, veja que não ocorrerá um fato típico. Embora o cachorro selvagem
tenha matado alguém,, falta o primeiro elemento do fato típico: a conduta,, que como
dissemos, deve ser uma ação ou comportamento humano.
Um indivíduo, utilizando de uma faca, ataca seu inimigo, que morre em decorrência dos
ferimentos provocados.
Nesse segundo caso, veja que todos os elementos estão presentes, e temos um fato
típico completo. Vejamos:
• temos uma ação humana (conduta);
• ocorreu uma modificação do mundo exterior, que é a morte da vítima (resultado);
• há a adequação entre o que foi praticado pelo autor e a norma prevista no art. 121
do Código Penal (tipicidade);
• e foram os ferimentos das facadas que levaram a vítima à morte (nexo causal).
Há muito que ainda precisamos discutir sobre o fato típico e seus elementos, mas
teremos uma aula específica para isso (trata-se de conceito muito extenso e complexo, e
que vai muito além do que foi apresentado até agora).
Veja como esse assunto já foi cobrado em provas de concursos:
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Logo, essa primeira abordagem basta para um estudo introdutório da teoria do crime
– que é o nosso objetivo desta aula. Passemos agora ao segundo elemento do conceito
analítico de crime: a antijuridicidade.
1.3. ANTIJURIDICIDADE
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Numa situação em que um indivíduo tenha sua vida ameaçada (como alguém que está
prestes a levar um tiro), não é razoável exigir que nada seja feito e que este pereça sem
se defender.
Dessa forma, uma vítima que não dispõe de outra alternativa para cessar uma injusta
agressão, atual ou iminente à sua vida, estará autorizada a matar,, de modo a preservar
sua integridade.
E veja que, ao matar alguém, tal indivíduo definitivamente estará praticando um fato
típico, mas não cometerá crime,
crime pois a lei prevê uma hipótese lícita em que a conduta
típica (no caso, matar alguém) pode ser praticada.
Agora ficou muito mais fácil entender por que não basta simplesmente saber que um
indivíduo matou alguém para definir se houve crime. É necessário fazer uma análise de
antijuridicidade antes, pois se houver uma justificativa legal, o crime não chegará a se
configurar.
Note, caro(a) aluno(a), que a ilicitude é, em regra, presumida. Portanto, via de regra,
o fato típico é antijurídico – e apenas excepcionalmente (como no caso de legítima
defesa) ocorrerá a chamada excludente de ilicitude.
Entretanto, estudaremos esse assunto com detalhes em uma aula específica para tal, na
qual abordaremos todas as hipóteses de excludentes de ilicitude (e não apenas o instituto
da legitima defesa).
Por hora, o objetivo é apenas que você entenda que é necessária a existência de ilicitude
para que se possa configurar um crime.
Vejamos uma questão interessantíssima sobre a temática em estudo:
Logo, ao sabermos que crime é fato típico, ilícito e culpável, a ausência do elemento ilicitude
ou antijuricidade, exclui, sim, o próprio delito.
Certo.
Veja que, no entanto, ainda não falamos da culpabilidade. E como você já sabe, pela
teoria tripartite, crime é fato típico, antijurídico e culpável. Então mesmo que já tenhamos
a certeza da ocorrência de um fato típico e antijurídico, ainda não é possível afirmar que
houve crime. O terceiro elemento também é essencial. Vejamos do que se trata.
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1.4. CULPABILIDADE
Agora ficou fácil! O juízo de reprovação social que recai sobre a conduta do agente caracteriza
a culpabilidade.
Letra d.
Segundo a doutrina majoritária, o Código Penal adota a chamada teoria normativa pura
para definir a culpabilidade.
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Dessa forma, veja que em algumas situações, o agente poderá praticar um fato típico
e ilícito, mas não cometerá crime por lhe faltar a culpabilidade.
O exemplo mais conhecido da ausência de culpabilidade é o que envolve os menores
de idade entre 12 e 17 anos. Em nosso país, por força do chamado critério biológico,
considera-se que nessa faixa etária o indivíduo é inimputável (falta-lhe a imputabilidade,,
a capacidade de entender o caráter ilícito dos fatos que pratica).
Nesse sentido, um adolescente de 17 anos que pratique um roubo, sem qualquer causa
que justifique sua conduta (resultando num fato típico e antijurídico), não praticará crime,
pois lhe falta a imputabilidade, e consequentemente, a culpabilidade.
A culpabilidade, assim como os dois elementos anteriores, também terá sua aula
específica, que nos permitirá evoluir muito no assunto. Mas por hora, essa introdução já é
suficiente – o objetivo é apenas ambientar você com a teoria do crime.
Para finalizar essa primeira parte de nosso estudo, vamos a um pequeno esquema sobre
teoria tripartite..
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Aqui temos duas posturas: a chamada postura bipartida e a chamada postura tripartida.
Veja que os nomes lembram muito as teorias bipartite e tripartite, no entanto a semelhança
não passa disso.
Vejamos do que trata cada uma das teorias:
• Divisão bipartida: as infrações penais se dividem em CRIMES e CONTRAVENÇÕES
PENAIS.
• Divisão tripartida: as infrações penais se dividem em CRIMES, DELITOS e
CONTRAVENÇÕES.
A divisão tripartida é adotada em muitos países europeus (como a França e a Alemanha).
Não é, no entanto, a divisão pela qual optou o nosso legislador.
No nosso Código Penal temos a adoção da divisão bipartida,, o que se pode verificar
no art. 1º da Lei de Introdução ao Código Penal. Veja só:
Art. 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção,
quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a
infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas,
alternativa ou cumulativamente.
Mas, professor, esse artigo não fala nada dos delitos, apenas dos crimes e contravenções!
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Dessa forma, percebe-se quanto à pena privativa de liberdade, uma punição mais
severa cominada aos crimes e uma mais branda quanto às contravenções.
Quanto à espécie de ação penal,, ressalta-se que os crimes são processados, em regra,
por ação penal pública incondicionada, podendo ser de iniciativa privada ou condicionada
à representação, se assim previsto em lei. Já as contravenções serão sempre processadas
por ação penal pública incondicionada.
Quanto à admissibilidade de tentativa,, pune-se apenas a tentativa do crime. Apesar
de existir a tentativa de contravenção penal, ela não é factível de punição, por força da Lei
de Contravenções Penais (LCP).
Quanto à extraterritorialidade,, que estudaremos detalhadamente neste curso, só
tem aplicabilidade para os crimes:
LCP
Art. 2º A lei brasileira só é aplicável à contravenção praticada no território nacional.
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Quanto ao limite das penas, têm-se para os crimes uma alteração legislativa recente
trazida pelo Pacote Anticrime:
CP
Art. 75. O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 40
(quarenta) anos.
Já as contravenções, por sua vez, não poderão ter prisão simples superior a 5 anos,
conforme dispositivo da LCP:
Art. 10. A duração da pena de prisão simples não pode, em caso algum, ser superior a cinco anos,
nem a importância das multas ultrapassar cinquenta contos.
Para finalizar este tópico, é necessário fazer pequena abordagem sobre os sujeitos e
objetos da infração penal.
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É importante entender esse conceito, pois em alguns casos determinados (que veremos
logo a seguir), a lei poderá restringir o rol de sujeitos ativos capazes de perpetrar uma
determinada infração penal.
Vejamos um exemplo:
Vamos elaborar um pouco mais sobre esse assunto. Primeiramente, vejamos o que diz
a Constituição Federal (CF):
CF
Art. 173. § 5º A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurídica,
estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a às punições compatíveis com sua natureza,
nos atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a economia popular.
Art. 225. § 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente
da obrigação de reparar os danos causados.
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Resumindo, são casos em que a Constituição Federal admite a pessoa jurídica como
sujeito ativo de uma infração penal:
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Desde que o desígnio criminoso aparece no foro íntimo da pessoa, como um produto da imaginação,
até que se opere a consumação do delito, existe um processo, parte do qual não se exterioriza,
necessariamente, de maneira a ser observado por algum espectador, excluído o próprio autor.
A este processo dá-se o nome de iter criminis ou ‘caminho do crime’, que significa o conjunto de
etapas que se sucedem, cronologicamente, no desenvolvimento do delito.
Logo, segundo os autores, existe um processo a ser percorrido desde que o autor pensa
em cometer o crime, até que ele realmente seja praticado e gere seu resultado. A este
processo chamamos de iter criminis,, ou seja, o caminho do crime.
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4.1. COGITAÇÃO
A cogitação é uma fase interna,, na qual surge a intenção de praticar um determinado
crime. Como estudamos em nossa aula de princípios, por força do princípio da lesividade,, a
cogitação não é uma fase punível, pois ela não causa ofensa alguma a nenhum bem jurídico.
4.2. PREPARAÇÃO
A preparação, por sua vez, não é uma mera fase interna. Aqui, o autor começa a trabalhar
para que possa iniciar a execução do delito. O autor busca encontrar meios e locais que
possibilitem lograr êxito no delito que está buscando cometer.
Via de regra, a preparação também não é punível – a não ser que o ato preparatório seja
um crime por si só. Vejamos um exemplo:
Autor pretende furtar um banco escavando até o cofre da instituição financeira. Compra,
para isso, pás e britadeiras para cavar o túnel que utilizará para praticar a conduta criminosa.
Veja que, nesse caso, comprar pás e britadeiras não é uma conduta criminosa, e caso o
agente desista de furtar o banco e pare nesse ponto da preparação, não poderá ser punido
pelos atos já praticados. Entretanto, vejamos um segundo exemplo:
Autor pretende matar alguém, e para isso compra uma arma de fogo de numeração raspada.
Neste caso, diferentemente da primeira hipótese, o mero fato de portar uma arma de fogo
com numeração raspada é um outro delito por si só, e o autor poderá ser responsabilizado
por este, mesmo que não venha a finalizar a conduta que desejava (no caso, um homicídio).
4.3. EXECUÇÃO
Aqui o agente inicia, de fato, a execução da conduta criminosa. A fase de execução
pode resultar na próxima fase (a consumação) caso o agente logre êxito na prática da
infração penal pretendida por ele, ou em uma tentativa (quando o agente não logra êxito
por circunstâncias alheias à sua vontade).
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4.4. CONSUMAÇÃO
Como dissemos anteriormente, a consumação é a fase em que o agente atinge o
resultado do crime, ou como define o Código Penal, o crime reuniu todos os elementos de
sua definição legal (Art. 14, inciso I, CP).
A consumação tem uma influência direta na classificação das condutas criminosas, as
quais abordaremos em detalhes em nosso próximo assunto.
4.5. EXAURIMENTO
Embora, em regra, não seja listado como uma das fases regulares do iter criminis, o
exaurimento é uma fase específica de algumas infrações penais, que após sua consumação,
ainda não sofreram o completo esgotamento de seu potencial lesivo.
Vejamos um exemplo para esclarecer melhor:
Como veremos ao estudar as outras classificações doutrinárias dos crimes, temos alguns
delitos chamados de formais ou de consumação antecipada, para os quais a lei prevê um
resultado, mas este é desnecessário para a consumação do crime..
É o caso do art. 159 listado anteriormente: Para que o delito de Extorsão mediante
sequestro se consume, basta que a vítima seja sequestrada. Independentemente de o
sequestrador receber ou não, a vantagem prevista na lei, o crime será considerado como
consumado.
Nesse caso, se o sequestrador lograr êxito em receber a vantagem esperada (por exemplo,
a família da vítima venha a efetivamente transferir uma quantia solicitada), ocorrerá mero
exaurimento,, pois a consumação já havia ocorrido.
Caro aluno: Com isso encerramos nossa introdução sobre as fases da realização do
delito. Vamos agora voltar a falar dos crimes, com o foco nas classificações doutrinárias
que mais são cobradas em prova.
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Crime bipróprio é aquele que exige uma qualidade específica de seu sujeito ativo e passivo.
Não há a possibilidade de um agente ser sujeito ativo e passivo do mesmo fato delituoso.
Errado.
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Como vimos, nos crimes plurissubjetivos o concurso de agentes é necessário (exige múltiplos
agentes).
Errado.
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Obs.: Caro aluno, uma observação: Não se preocupe, pois, muitos dos conceitos aqui
(como a omissão imprópria e a omissão própria) serão revisitados e aprofundados
posteriormente. O objetivo aqui é apenas que você conheça as classificações dos
crimes, e não que domine toda a teoria apresentada.
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6. OUTRAS CLASSIFICAÇÕES
Temos ainda outras classificações que, embora não estejam subdivididas em grupos,
são dignas de menção pois também são objeto de prova. Vejamos:
Eu sei: você deve estar pensando que são classificações demais, certo? E são mesmo.
E olha que eu nem incluí todas as existentes, visto que tem algumas que muito raramente
são cobradas em prova.
Vejamos uma questão sobre a temática em estudo:
010. (CESPE/2007/TJ-PI/JUIZ/ADAPTADA) Crime vago é aquele que tem como sujeito passivo
pessoa jurídica não identificada.
Uma questão conceitual que descreve o chamado crime vago: O seu sujeito passivo não
possui personalidade jurídica.
Certo.
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7. JURISPRUDÊNCIA
Querido(a) aluno(a), após a apresentação de toda a base teórica, passamos agora a
consolidar e a comentar as previsões jurisprudenciais mais importantes em relação ao
tema teoria do crime.
Dito isso, é importante conhecer os seguintes julgados sobre a responsabilização penal
da pessoa jurídica.
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RESUMO
TEORIA DO CRIME
Conceito Analítico
Conceito Formal: crime é uma Teoria Bipartite: crime é fato Teoria Tripartite: crime é fato típico,
transgressão da lei penal. típico e antijurídico. antijurídico e culpável.
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Pena – Privativa de Liberdade Reclusão e Detenção e/ou multa. Prisão simples e multa.
Competência para processar e Justiça Federal (Art. 109, CF). Justiça Estadual
julgar Justiça Estadual (residual). *salvo contraventor com foro.
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Material: Titular
Executor Funcional Partícipe do bem jurídico Formal: Estado
atacado
OBJETO DO CRIME:
Tudo aquilo contra quem a conduta criminosa é praticada.
Material: Pessoa ou coisa atingida pela conduta. Formal: bem jurídico protegido pela norma penal.
Preparação Atos preparatórios que possibilitem o início da execução. Em regra, não puníveis,
salvo se crime autônomo.
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Crime Simples:: tipo penal básico, não prevê aumento ou diminuição de sua pena.
Crime Instantâneo:: consumação imediata.
Crime Permanente:: consumação se protrai no tempo.
Crime Instantâneo de Efeitos Permanentes:: consumação imediata, mas resultado se
protrai no tempo.
Crime militar próprio:: previsto apenas no CPM.
Crime militar impróprio:: previsto no CP e no CPM.
Crime funcional próprio:: só pode ser praticado por funcionário Público.
Crime funcional impróprio:: pode ser praticado por funcionário público ou particular,
mas é desclassificado se praticado pelo segundo.
Crime comissivo:: envolve um fazer.
Crime omissivo:: envolve um não fazer.
Crime de Conduta mista:: envolve um fazer e um não fazer.
Crime Unissubsistente:: consuma-se com um só ato.
Crime Plurissubsistente: consuma-se com a prática de um ou vários atos.
Crime consumado:: reúne todos os elementos de sua definição legal.
Crime tentado: autor não chega a consumar o delito por circunstâncias alheias à
sua vontade.
Crime Exaurido:: crime consumado que foi além da consumação para esgotar seu
potencial lesivo.
Crime de dano:: causa lesão efetiva ao bem jurídico.
Crime de perigo:: consuma-se com a ocorrência de perigo de lesão ao bem jurídico.
Crime Mono-ofensivo:: protege apenas um bem jurídico.
Crime pluriofensivo:: protege mais de um bem jurídico.
Crime complexo puro:: reúne outros dois tipos penais em um só.
Crime complexo impuro:: reúne uma conduta típica e outra circunstância comum.
Crime transeunte: não deixa vestígios.
Crime não transeunte:: deixa vestígios.
Crime habitual:: requer reiteração delitiva.
Crime vago: sujeito passivo não possui personalidade jurídica.
Crime de Ímpeto: praticado por impulso, emoção.
Crime Acessório:: depende da existência de outro crime.
Crime de atentado:: equipara a tentativa com sua ocorrência consumada.
Isso encerra nossa revisão. E é claro que você não achou que ia escapar dos exercícios,
certo? Vamos nessa!
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010. (CESPE/2007/TJ-PI/JUIZ/ADAPTADA) Crime vago é aquele que tem como sujeito passivo
pessoa jurídica não identificada.
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QUESTÕES DE CONCURSO
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024. (CESPE/2004/DPF/PERITO CRIMINAL) Roberto foi julgado por ter ferido uma pessoa,
mas foi absolvido porque agiu em legítima defesa. Descrevendo esse fato, um jornalista
afirmou que Roberto foi julgado penalmente inimputável pelo crime de lesões corporais que
lhe era atribuído, porque feriu seu agressor em legítima defesa. Nessa situação, o jornalista
utilizou de maneira equivocada o conceito de imputabilidade penal.
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GABARITO
1. a 16. E 31. c
2. E 17. C 32. d
3. d 18. e 33. b
4. a 19. E 34. a
5. C 20. C 35. d
6. d 21. C 36. d
7. C 22. E 37. c
8. C 23. C 38. a
9. E 24. C 39. d
10. E 25. E 40. b
11. C 26. E 41. a
12. C 27. E 42. d
13. E 28. d 43. b
14. d 29. c
15. E 30. c
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GABARITO COMENTADO
Estupro de vulnerável
CP, art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze)
anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
Isso mesmo. Crimes omissivos impróprios são aqueles em que o indivíduo responde por
um tipo penal que prevê uma ação, mas na verdade o que fez foi deixar de agir para evitar
o resultado (como o caso do salva-vidas que deixa de ajudar uma vítima de afogamento).
A única observação é que crime comissivo por omissão significa exatamente a mesma coisa
que crime omissivo impróprio.
Certo.
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O conceito de crime de ação múltipla apresentado pelo examinador está correto. No entanto,
não se impõe a prática de mais de uma conduta para que o agente seja responsabilizado.
Basta que ele pratique um dos verbos (núcleos) da conduta descrita para sua responsabilização.
Inclusive, se o agente praticar mais de um verbo no mesmo contexto fático, responderá
apenas por um crime.
Errado.
Questão bem tranquila. Basta se lembrar que no Brasil, adotou-se o critério bipartido,
segundo o qual as infrações penais estão divididas em crimes (ou delitos) e contravenções.
Mas vamos analisar item por item:
a) Errada. Crimes e Delitos são termos sinônimos. Contravenções não.
b) Errada. O critério tripartido é adotado por alguns países na Europa. Aqui no Brasil, para
divisão da infração penal, adotamos a divisão bipartida (na qual crime é sinônimo de delito).
Cuidado para não confundir com teoria tripartite, que trata de outro assunto (do conceito
analítico de crime).
c) Errada. O critério adotado no Brasil realmente é o bipartido, entretanto crime é sinônimo
de delito, e não de contravenção.
d) Certa. É isso mesmo. O que distingue o crime da contravenção é a natureza da pena
privativa de liberdade, sendo que para o primeiro caso temos penas de reclusão e detenção,
e no segundo caso temos penas de prisão simples.
e) Errada. A infração penal é gênero que abrange crime (ou delito) e contravenção penal.
Letra d.
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Não precisa nem ir até o STF para acertar essa. Como já estudamos, o crime de mão própria
realmente não admite coautoria, mas admite participação, visto que o indivíduo pode ser
instigado ou auxiliado por terceiro na prática delituosa.
É exatamente o que ocorre na situação hipotética apresentada.
Errado.
Como você deve lembrar, crime habitual é aquele que requer a reiteração da conduta
para sua prática. Um dos exemplos é o crime de exercício ilegal de medicina. Veja que
este conceito em nada se relacionada com o delito de Extorsão mediante sequestro, pois
seria completamente absurdo o sequestrador só se tornar punível se praticasse sequestros
reiteradamente.
Errado.
O crime de roubo realmente é formado por dois outros tipos penais (a ameaça mais a
subtração de coisa alheia móvel, que seria o conceito de furto). Dessa forma, pode sim ser
considerado um crime complexo (formado pela junção de dois outros tipos penais).
Certo.
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Outra questão que extrapola um pouco do conteúdo que estudamos até agora, mas muito
interessante para consolidar o que já sabemos. Vejamos, item por item:
a) Errada. Conforme estudamos, a aquisição de uma corda nada mais é que um ato preparatório
para a prática do crime. Ato executório é aquele efetivamente direcionado para a prática
do verbo descrito no tipo penal, que no caso da assertiva seria iniciar o sequestro em si, e
não simplesmente se preparar para isso.
b) Errada. Meramente portar a arma de fogo não é ato executório do crime de homicídio, e
por si só não caracteriza a tentativa – até aí tudo bem. Entretanto, portar arma de fogo com
numeração raspada é sim um crime autônomo (como estudaremos nas aulas da parte especial
do CP).
c) Errada. Assim como na assertiva a, aqui o autor ainda não iniciou a execução do delito
de furto (o mero porte da chave mestra não caracteriza o início da execução do delito).
Temos, por hora, mera execução de atos preparatórios.
d) Errada. Ainda não abordamos o instituto da tentativa, mas em uma aula apropriada você
verá que a tentativa perfeita é aquela em que o agente termina todos os atos executórios,
mas não logra êxito em seu objetivo. E que a tentativa imperfeita é aquela na qual o agente
não chega a esgotar os atos executórios. As informações prestadas na assertiva, no entanto,
não são suficientes para configurar com certeza o tipo da tentativa (sequer sabemos quantos
tiros o autor pretendia desferir na vítima, ou de quantas munições este dispunha), para
que possamos determinar se os atos executórios foram esgotados.
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e) Certa. É isso mesmo. O furto se consuma com a chamada inversão da posse do bem
subtraído (não há a necessidade de que o bem deixe a esfera de vigilância da vítima).
Portanto, quando o autor meramente detém o bem subtraído, já está consumado o furto.
Letra e.
Eis uma questão não tão difícil, e que possui mais de 1590 erros na base de questões. Os
elementos do fato típico são a conduta, o resultado, o nexo de causalidade e a tipicidade.
A culpabilidade não integra o fato típico – é um elemento autônomo que integra o conceito
de crime, conforme determina a teoria tripartite.
Errado.
Veja como é preciso revisar até mesmo os conceitos mais básicos. Os elementos listados
são exatamente aqueles que compõem o conceito de culpabilidade.
Certo.
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O elemento do crime que está relacionado à conduta ser contrária ao direito, ou seja, ilegal,
é a antijuridicidade – ou ilicitude.
Errado.
024. (CESPE/2004/DPF/PERITO CRIMINAL) Roberto foi julgado por ter ferido uma pessoa,
mas foi absolvido porque agiu em legítima defesa. Descrevendo esse fato, um jornalista
afirmou que Roberto foi julgado penalmente inimputável pelo crime de lesões corporais que
lhe era atribuído, porque feriu seu agressor em legítima defesa. Nessa situação, o jornalista
utilizou de maneira equivocada o conceito de imputabilidade penal.
Questão excelente, trazendo um conceito bastante teórico para uma situação fática bem
simples de entender. Veja que a imputabilidade é um dos elementos da culpabilidade. E que
a legítima defesa está ligada à antijuridicidade, e não à culpabilidade do fato.
Dessa forma, ao dizer que o autor foi julgado inimputável pois feriu seu agressor em legítima
defesa, o jornalista realmente se equivocou, misturando os elementos da antijuridicidade
e da culpabilidade.
Certo.
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Conforme estudamos, o conceito de sujeito ativo inclui quem pratica a conduta descrita na
norma penal ou que pratica condutas auxiliares, como até mesmo instigar o autor principal
do delito. Nesse sentido, é incorreto afirmar que o partícipe precise realizar materialmente
o ato correspondente ao tipo, sendo que ele praticará mera conduta acessória.
Errado.
Questão excelente para que possamos entender bem o conceito de partícipe. Um sujeito
ativo será considerado partícipe quando praticar uma conduta acessória, auxiliando,
induzindo ou instigando o autor do delito.
Se Luiz decidisse por ser apenas o motorista de Pedro, aguardando na porta da casa que seria
furtada, poderíamos dizer que ele meramente prestou auxílio. O segredo é perceber que o
partícipe não pratica o núcleo do tipo – ele atua de forma indireta no contexto delituoso.
Entretanto, veja que Luiz arrombou efetivamente a porta, atuando diretamente na prática
do furto. O examinador tentou nos induzir ao erro dizendo que Luiz auxiliou Pedro no
arrombamento da porta, entretanto, ele auxiliou no arrombamento, e não na conduta em
criminosa em si. Em relação a conduta criminosa, sua atuação foi de coautoria, e não de
partícipe, pois suas ações estavam diretamente relacionadas ao núcleo do tipo (que é o
furto). Mesmo que ele tenha ficado parado ao adentrar a casa.
Nesse sentido, não podemos falar em participação, e sim em coautoria.
Errado.
Questão bem tranquila. Basta lembramos que nos crimes plussubjetivos, o concurso é
necessário, pois teremos a pluralidade de agentes realizando o tipo penal.
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Teoria do Crime - Introdução
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Algumas vezes, nos depararemos com questões das quais não dominamos completamente
o assunto. No nosso caso, por exemplo, ainda não estudamos DOLO e CULPA, nem o conceito
de imprudência.
Mesmo assim, é interessante trabalhar com esse tipo de questão pois na hora da prova
ocasionalmente isso irá ocorrer: Você vai se deparar com uma questão que você não domina
completamente, ou sobre um assunto que você já estudou mas não se lembra por inteiro.
Veja como no caso exposto, mesmo não dominando o assunto por completo (por enquanto),
é possível acertar a questão só com o que você já estudou nessa primeira aula de Teoria
do Crime.
Como falamos ao estudar o fato típico, um de seus elementos é a conduta. E você já sabe
que sem conduta não há fato típico, e sem fato típico não há crime. Lembre-se do exemplo
do cachorro selvagem que ataca e mata alguém, situação na qual há o resultado morte,
mas não há crime, posto que inexiste a conduta naquele caso.
Letra d.
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Teoria do Crime - Introdução
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A infração penal é um gênero que possui duas espécies, segundo a divisão bipartida: Crime e
Contravenção. Nesse sentido, as Contravenções Penais são aquelas infrações para as quais
a lei prevê as penas de multa e prisão simples.
Letra c.
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Veja como as bancas gostam muito de trabalhar os conceitos formal, material e analítico
de crime, misturando um com o outro. Vamos analisar caso a caso:
a) Errada. A divisão do conceito de crime em fato típico, ilícito e culpável é realizada no
conceito analítico de crime, e não no conceito material.
b) Errada. O conceito de crime como lesão a um bem jurídico é o conceito material, e não
o formal.
c) Errada. As perspectivas material e formal não estão relacionadas com o tipo de pena
cominada ao crime, e sim com a definição de crime respectivamente como lesão ou perigo
de lesão ao bem jurídico tutelado ou como transgressão da norma penal.
d) Certa. Embora a assertiva não apresente um texto escrito de forma clara, é isso mesmo.
O conceito formal de crime envolve o fato humano proibido pela lei penal (a contradição
entre um fato e uma norma penal), enquanto o conceito material trata da lesão ou perigo
de lesão a um bem jurídico penal, como já falamos anteriormente.
e) Errada. Como você já sabe, do ponto de vista analítico, crime é fato típico, antijurídico
e culpável. O fato de a culpabilidade integrar ou não os elementos do crime, irá definir a
adoção da teoria bipartite ou tripartite, não possuindo relação alguma com a adoção de
um conceito formal ou material de crime.
Letra d.
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Teoria do Crime - Introdução
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Questão de um nível um pouco mais elevado, mas interessante para agregar um pouco mais
de conhecimento sobre as classificações de crimes. Conforme estudamos, o crime de mão
própria é aquele que exige um autor específico, bem como que este pratique a conduta
pessoalmente.
Nesse caso, não se admite coautoria nem autoria mediata. O que você não sabe ainda, é
que é admissível a participação, ou seja, a colaboração auxiliando, instigando ou prestando
auxílio àquele que deverá praticar o crime de mão própria.
O único requisito é que o autor pratique a conduta principal pessoalmente.
Letra b.
Outra questão mais avançada, mas basta que façamos sua análise passo a passo para chegar
a uma resposta. Veja que a questão requer que você domine várias das classificações de
crime, por isso digo que é tão importante revisar o conteúdo várias vezes.
Há muito o que se aprender nessa questão, então vamos analisar caso a caso:
a) Certa. Os crimes omissivos impróprios são aqueles nos quais o agente devia e podia agir
para evitar o resultado, mas não o fez. O agente responderá pelo crime que deveria ter
evitado (quando ocorrer o resultado). A exemplo do salva-vidas que deixa a vítima falecer
por afogamento (caso em que o crime se consumará quando ocorrer o resultado – a morte
da vítima). Já os crimes materiais são aqueles para os quais a norma prevê um resultado
naturalístico e que se consumam quando este vem efetivamente a ocorrer. Logo, em ambos
os casos, a consumação ocorre no momento da produção do resultado.
b) Errada. Crimes omissivos próprios são baseados em um não fazer (uma omissão), existindo
dessa forma um dever de agir, que via de regra dispensa a análise do resultado para sua
consumação.
c) Errada. O crime formal é aquele para o qual a norma prevê um resultado cuja ocorrência
é desnecessária para a consumação do delito (temos a chamada consumação antecipada).
d) Errada. O erro aqui está nos crimes de mera conduta são aqueles em que o tipo penal
sequer descreve um resultado – basta perpetrar a conduta para que o delito venha a se
consumar.
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Teoria do Crime - Introdução
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e) Errada. Mais uma vez o erro está em listar os crimes formais (de consumação antecipada).
Letra a.
Outra questão que parece ser difícil (por conta do português rebuscado) mas que na verdade
não cobra conceitos tão avançados. Vejamos:
a) Errada. Crime Plurissubsistente, conforme estudamos, é aquele cuja conduta pode ser
separada (cindida) em um ou mais atos (como um homicídio perpetrado com várias facadas).
Quem não pode ser cindido é o crime Unissubsistente (cuja conduta é perpetrada mediante
um só ato de execução).
b) Errada. O crime próprio definitivamente indica um autor com uma qualidade especial,
porém admite sim a coautoria ou participação de terceiros (o que também estudaremos
com detalhes em aulas futuras).
c) Errada. Conforme já estudamos, o crime omissivo próprio por sua natureza não depende
de um resultado naturalístico para sua consumação.
d) Certa. É exatamente esse o conceito de crime formal: Há um resultado previsto, porém, a
consumação não depende de sua ocorrência (trata-se de crime de consumação antecipada).
e) Errada. Crime permanente é aquela cuja consumação se protrai no tempo (como o delito
de cárcere privado).
Letra d.
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O examinador não foi muito feliz ao elaborar essa questão (pois induz o candidato a se
confundir com os conceitos de crime de dano e crime material), mas é possível acertar
analisando caso a caso.
a) Errada. Veja que o crime de perigo, seja ele abstrato ou concreto, não necessita da
produção de um dano efetivo para sua consumação (basta colocar o bem jurídico sob risco).
b) Errada. Por sua vez, o crime formal prevê um resultado, mas por ser um delito de
consumação antecipada, não depende deste para se consumar.
c) Errada. O crime de mera conduta, como já afirmamos anteriormente, sequer prevê um
resultado (apenas uma conduta, que consuma o delito ao ser praticada).
d) Certa. Com isso, resta obviamente apenas o crime material, como resposta, tendo em vista
que este depende sim da ocorrência de um resultado naturalístico para sua consumação.
e) Errada. O crime de perigo abstrato é aquele crime que se consuma com a ocorrência
de risco de lesão ao bem jurídico, não necessita da produção de um dano efetivo para sua
consumação.
Letra d.
Bem tranquila essa questão. Mais uma vez reforço meu conselho: Tem que revisar para
não se esquecer de cada uma das classificações. O crime complexo é aquele formado pela
fusão de dois ou mais tipos penais, formando uma nova espécie de crime (como é o caso
da extorsão mediante sequestro, que une os tipos penais de extorsão e sequestro).
Letra c.
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Aqui o primeiro passo é se lembrar do que é um crime monossubjetivo – que nada mais
é do que o crime que exige apenas um agente para sua realização. Entretanto, veja que
nada impede que tais crimes sejam praticados por mais de um agente, em concurso de
pessoas. Dessa forma, como não é necessário, mas possível, o concurso de agentes no crime
monossubjetivo pode ser considerado eventual.
Letra a.
a) Errada. A modificação do mundo exterior descrita em norma legal vigente está relacionada
com o estudo do resultado naturalístico, que por sua vez, pode estar presente ou não a
depender do crime.
b) Errada. A descrição constante da norma sobre o dever jurídico de agir está relacionada
com aqueles indivíduos que possuem um dever legal de agir perante uma situação, como
os policiais e as babás.
c) Errada. A ação esperada do ser humano em face de uma situação de perigo não possui
relação com o Fato típico.
d) Certa. O comportamento humano descrito em lei como crime ou contravenção é o que
estudamos em relação ao Fato Típico.
e) Errada. A possibilidade prevista em lei do exercício de uma conduta ilícita está relacionada
com as hipóteses que excluem a ilicitude, como a legítima defesa.
Letra d.
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Questão simples, muito embora não tenhamos estudado o crime de homicídio detalhadamente.
Apenas conhecendo as classificações dos crimes já é possível responder essa questão.
O homicídio pode ser considerado um crime material (possui um resultado naturalístico
obrigatório – a morte de alguém), de dano (se consuma com uma efetiva lesão a um bem
jurídico protegido pela lei) e instantâneo de efeitos permanentes (se consuma imediatamente
quando a vítima morre, e obviamente, os efeitos são permanentes).
Letra a.
Questão cheia de termos trocados para induzir o candidato em erro, mas que na verdade
é muito fácil. Vejamos:
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a) Errada. Diz-se consumado o crime no qual se reúnem TODOS os elementos de sua definição
legal, conforme expressamente previsto no Código Penal.
b) Errada. Diz-se tentado o crime quando este não se CONSUMA por circunstâncias alheias
à vontade do agente.
c) Errada. Diz-se o crime tentado quando, iniciada a EXECUÇÃO, não se consuma por
circunstâncias alheias à vontade do agente.
d) Certa. Ainda não estudamos o instituto da tentativa com todos os detalhes (o faremos
em uma próxima aula), mas por hora basta saber que é isso mesmo – em regra, pune-se a
tentativa com a pena do crime consumado, diminuída de um a dois terços.
e) Errada. Diz-se consumado o crime no qual se reúnem TODOS os elementos de sua definição
legal, conforme expressamente previsto no Código Penal.
Letra d.
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