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Aula 01

PM-CE (Soldado) Direito Penal MIlitar e


Direito Processual Penal Militar - 2022
(Pré-Edital)

Autor:
Equipe Legislação Específica
Estratégia Concursos

03 de Junho de 2022

60990405362 - Naiara Gomes De Almeida


Equipe Legislação Específica Estratégia Concursos
Aula 01

Índice
1) Do crime
..............................................................................................................................................................................................3

2) Imputabilidade Penal
..............................................................................................................................................................................................
15

3) Concurso de Agentes
..............................................................................................................................................................................................
19

4) Questões Comentadas - Do Crime - Multibancas


..............................................................................................................................................................................................
23

5) Questões Comentadas - Imputabilidade Penal - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
28

6) Questões Comentadas - Concurso de Agentes - Multibancas


..............................................................................................................................................................................................
31

7) Lista de Questões - Do Crime - Multibancas


..............................................................................................................................................................................................
35

8) Lista de Questões - Imputabilidade Penal - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
39

9) Concursos de Agentes - Lista


..............................................................................................................................................................................................
41

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DO CRIME
Existem várias maneiras de definir o crime. Para nós importa a definição analítica (dogmática), e para tal
devemos lembrar de duas das teorias mais famosas: a teoria tripartite, segundo a qual o crime é fato típico,
antijurídico e culpável; e a teoria bipartite, que exclui a culpabilidade da definição analítica de crime. Para
os adeptos desta teoria, portanto, crime é apenas fato típico e antijurídico, e a culpabilidade é condição de
aplicação da pena.

Há duas principais doutrinas sobre os elementos do fato típico: o causalismo e o finalismo.

A doutrina causalista compreende a conduta como o comportamento humano capaz de causar uma
alteração no mundo exterior. Alguns autores dizem que os causalistas diziam que a conduta era restrita ao
“movimento corporal”.

Seguindo esta doutrina, o dolo faz parte da culpabilidade. Bastaria, portanto, verificar se a conduta do
agente levou ao resultado, e isso seria suficiente para que o crime estivesse configurado.

Veja aí a complicação... imagine que você chega a algum local e dá de cara com uma pessoa atirando em
outra com uma arma de fogo. Segundo a teoria causal, você estaria diante de um crime de homicídio, sem
que se discuta qual era a intenção do sujeito que atirou no outro. Hoje, porém, essa questão é encarada pela
Doutrina de forma diferente.

A doutrina finalista de Hans Welzel (mais aceita hoje) entende a conduta como o comportamento humano,
voluntário e consciente, direcionado para determinado fim. Estes doutrinadores, portanto, retiraram o dolo
do âmbito da culpabilidade e deslocaram-no para a tipicidade. A maior parte dos finalistas adota a teoria
bipartite, mas há também quem adote a tripartite.

Agora a análise do evento presenciado por você precisaria ser mais detalhada. É preciso saber o que levou o
agente a atirar na vítima. É preciso entrar na mente do agente e saber o que o motivou a adotar aquela
conduta. Se ele reagiu imediatamente a uma agressão injusta, por exemplo, não haverá crime. A teoria
causalista não dava atenção a essas questões.

TEORIA CAUSALISTA Dolo e culpa fazem parte da Era suficiente analisar a


culpabilidade conduta e o resultado.
TEORIA FINALISTA Dolo e culpa fazem parte da É necessário analisar a
conduta, que integra o fato intenção do agente.
típico.

Nosso problema é que o Código Penal adota a teoria finalista, mais moderna, mas o Código Penal Militar
adota a teoria clássica causalista. Vejamos os dispositivos do CPM:

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Art. 29. O resultado de que depende a existência do crime somente é imputável a quem lhe deu causa.
Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.
§ 1º A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só,
produziu o resultado. Os fatos anteriores, imputam-se, entretanto, a quem os praticou.
§ 2º A omissão é relevante como causa quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado.
O dever de agir incumbe a quem tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; a quem,
de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; e a quem, com seu comportamento
anterior, criou o risco de sua superveniência.

Vamos agora estudar as teorias que tratam da relação de causalidade.

Segundo a teoria da equivalência dos antecedentes (teoria da conditio sine qua non), causa será todo fato
humano sem o qual o resultado não teria ocorrido. Num primeiro olhar, o CPM parece ter adotado esta
teoria, por força da parte final do caput do art. 29.

Essa teoria, entretanto, tem um grave problema. A maneira como é feita a análise impõe que você vá
retirando do fato possíveis causas e verifique se o crime ainda ocorreria, e aí a identificação de causas tende
ao infinito.

Imagine a seguinte hipótese: “Mévio dispara arma de fogo contra Caio, que vem a falecer em decorrência
do ferimento”. Segundo o raciocínio da equivalência dos antecedentes, o vendedor da arma e o seu
fabricante também teriam dado causa ao crime, não é mesmo?

A teoria da imputação objetiva se contrapõe à equivalência dos antecedentes, dizendo que apenas haverá
a relação de causalidade quando o sujeito tiver agido de forma a assumir o risco de produzir o resultado.

De acordo com a teoria da causalidade adequada, causa é o antecedente mais adequado, ou mais eficaz,
para a produção do resultado. Não basta qualquer conduta sem a qual o resultado não teria ocorrido. A
causa é o antecedente mais provável.

O §1º é uma limitação à adoção da teoria da equivalência dos antecedentes. Este dispositivo trata da causa
relativamente independente, que exclui a imputação quando produz o resultado por si mesma. Aqui o
legislador está adotando a teoria da causalidade adequada. Explicarei a seguir.

Concausa é a convergência de uma determinada conduta a uma causa inicial, contribuindo para a consecução
do resultado. Essas causas podem ser dependentes, absolutamente independentes ou relativamente
independentes da conduta do agente.

As causas dependentes estão previstas no caput do art. 29: uma pessoa amarrou a vítima, e outra disparou
a arma de fogo. Todos os agentes responderão pela mesma conduta, pois as causas são dependentes. Sem
as duas não teria ocorrido o crime.

Dizemos que uma causa é absolutamente independente de outra quando ela não se origina da conduta do
agente. É caso da pessoa que ingere veneno e posteriormente é alvejada por disparo de arma de fogo, vindo
a falecer em razão do envenenamento. Estas causas podem ser preexistentes, concomitantes ou
supervenientes, e rompem o nexo causal. O agente, portanto, apenas responderá pelo resultado ao qual de
causa.

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Nas causas relativamente independentes, a que mais nos interessa é a superveniente. No caso da
superveniência, para saber se o agente responderá pelo resultado, é necessário saber se a causa
relativamente independente é suficiente para produzir, por si só, o resultado.

Imagine, por exemplo, que uma pessoa é alvejada por disparo de arma de fogo e é socorrida em ambulância.
No trajeto até o hospital, o veículo bate num muro, levando a vítima a óbito. Neste caso, estamos diante de
uma causa relativamente independente da conduta do agente.

De acordo com o §1º, diante de uma causa relativamente independente o agente apenas responderá pela
conduta adotada até a superveniência. No nosso exemplo o agente responderia por tentativa de homicídio.
Esta é uma manifestação da teoria da causalidade adequada.

Se a causa relativamente independente não produziu por si só o resultado, será aplicável a teoria da
equivalência dos antecedentes causais, de acordo com o caput do art. 29.

Quanto à omissão, temos no §2º a mesma regra adotada pelo Direito Penal comum. A omissão é considerada
causa quando o omisso tinha o dever e a possibilidade de agir para evitar o resultado danoso.

Esse dever pode ser estabelecido por lei ou pela assunção da responsabilidade. Também é responsável
aquele que criou o risco da ocorrência do resultado.

Art. 30. Diz-se o crime:


CRIME CONSUMADO
I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal;
TENTATIVA
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do
agente.
PENA DE TENTATIVA
Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime, diminuída de um a dois
terços, podendo o juiz, no caso de excepcional gravidade, aplicar a pena do crime consumado.

As regras quanto ao crime consumado e à tentativa são as mesmas do CP. Quero chamar sua atenção para
o parágrafo único, que trata da pena aplicável em caso de crime tentado.

A redução da pena em razão da sua não consumação deve ser, em regra, operada em função da extensão
do iter criminis, ou seja, do caminho percorrido pelo agente entre o início da execução e a consumação. Esta
é a teoria objetiva.

Se a pessoa estava apenas iniciando a sua conduta, o juiz pode aplicar a diminuição no seu grau máximo,
mas se a pessoa já estava “quase terminando”, a pena não deve ser tão diminuída assim.

Há também no parágrafo único uma manifestação da teoria subjetiva, pois o juiz pode, considerando a
gravidade da conduta, aplicar à tentativa a pena do crime consumado. Jorge César de Assis entende que essa
regra perdeu totalmente sua eficácia, não sendo mais aplicável hoje, apesar de o dispositivo nunca ter sido
declarado inconstitucional e nem revogado.

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O Código Penal Militar autoriza que, nos casos de tentativa, o juiz aplique a pena do crime
consumado, quando a conduta for excepcionalmente grave.

DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ


Art. 31. O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado
se produza, só responde pelos atos já praticados.

A desistência voluntária ocorre quando o agente desiste de prosseguir com a execução. Aquele que impede
que o resultado seja produzido pratica o arrependimento eficaz.

Cuidado para não confundir estes dois institutos com a tentativa, que ocorre quando o agente não consegue
atingir o resultado por circunstâncias alheias à sua vontade.

Na parte geral do CPM não existe a figura do arrependimento posterior. Na parte especial há alguns
dispositivos que preveem o arrependimento posterior de forma específica, a exemplo do crime de furto (art.
240 do CPM).

O STM também entende pela inaplicabilidade do princípio da insignificância no Direito Penal Militar. O STF
entendeu no passado que o princípio era cabível em algumas hipóteses, a exemplo de casos em que o militar
foi surpreendido em posse de pequenas quantidades de tóxicos. Hoje, porém o STF que o princípio da
bagatela não se aplica no Direito Penal Militar.

CRIME IMPOSSÍVEL
Art. 32. Quando, por ineficácia absoluta do meio empregado ou por absoluta impropriedade do objeto,
é impossível consumar-se o crime, nenhuma pena é aplicável.

Aqui temos a mesma redação do Código Penal comum. A ineficácia absoluta do meio ocorre, por exemplo,
quando uma pessoa tenta cometer homicídio utilizando arma de brinquedo. A absoluta impropriedade do
objeto ocorre quando uma pessoa utiliza arma de fogo para atirar num cadáver.

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Lembre-se da Súmula 145 do STF, que trata do “flagrante preparado”.

SÚMULA 145 – STF

Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação.

Não confunda o flagrante preparado com o flagrante esperado. Este é perfeitamente possível e lícito.

Art. 33. Diz-se o crime:


CULPABILIDADE
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;
II - culposo, quando o agente, deixando de empregar a cautela, atenção, ou diligência ordinária, ou
especial, a que estava obrigado em face das circunstâncias, não prevê o resultado que podia prever ou,
prevendo-o, supõe levianamente que não se realizaria ou que poderia evitá-lo.
EXCEPCIONALIDADE DO CRIME CULPOSO
Parágrafo único. Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como
crime, senão quando o pratica dolosamente.

Perceba que o dolo e a culpa, no CPM, são tratadas sob os termos da culpabilidade. Mais uma vez o CPM
demonstra que adota a teoria causal.

O dolo é a soma da consciência com a vontade. Quando o agente deseja o resultado, há dolo direto. Quando
ele assume o risco de produzi-lo, há o dolo eventual.

A culpa inconsciente está relacionada ao agente que não presta atenção da maneira que deveria e com isso
provoca o resultado. Há também, na segunda parte do inciso II, a culpa consciente, em que o agente prevê
o resultado, mas acredita que ele não ocorrerá.

O parágrafo único determina que a modalidade culposa só é aplicável quando a lei trouxer previsão expressa
para crimes determinados. Em alguns dos dispositivos que tipificam os crimes há a menção expressa à
existência da modalidade culposa.

NENHUMA PENA SEM CULPABILIDADE


Art. 34. Pelos resultados que agravam especialmente as penas só responde o agente quando os houver
causado, pelo menos, culposamente.

Aqui estamos diante das mesmas disposições trazidas pelo CP. O legislador vetou a responsabilidade penal
objetiva. O agente só responde pela circunstância qualificadora se a ela tiver dado causa.

ERRO DE DIREITO
Art. 35. A pena pode ser atenuada ou substituída por outra menos grave quando o agente, salvo em se
tratando de crime que atente contra o dever militar, supõe lícito o fato, por ignorância ou erro de
interpretação da lei, se escusáveis.
ERRO DE FATO

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Art. 36. É isento de pena quem, ao praticar o crime, supõe, por erro plenamente escusável, a
inexistência de circunstância de fato que o constitui ou a existência de situação de fato que tornaria a
ação legítima.
ERRO CULPOSO
§1º Se o erro deriva de culpa, a este título responde o agente, se o fato é punível como crime culposo.
ERRO PROVOCADO
§2º Se o erro é provocado por terceiro, responderá este pelo crime, a título de dolo ou culpa, conforme
o caso.

O erro pode ser conceituado como a falsa compreensão da realidade. O completo desconhecimento da
realidade geralmente é chamado pelos doutrinadores de ignorância.

Este erro pode estar sob os elementos do fato real (erro de fato) ou sob a ilicitude do fato (erro de direito).
O erro de fato ocorre, por exemplo, quando o sentinela dispara contra o colega de farda que estrava
tentando “pregar uma peça”. O erro de direito ocorre quando uma pessoa se apropria de objeto de outro,
acreditando que tal conduta não é criminosa.

Atenção! O CP já trata essa questão de maneira mais moderna, nos termos do esquema abaixo:

ERRO SOBRE OS ELEMENTOS QUE


ERRO SOBRE A ILICITUDE DO FATO
COMPÕEM O TIPO
CÓDIGO PENAL Erro de tipo Erro de proibição

(Exclui o dolo) (Exclui a punibilidade ou reduz a


pena)
CÓDIGO PENAL Erro de fato Erro de direito
MILITAR
(a pena pode ser atenuada de
acordo com o art. 73)

É interessante saber que o STM já aplicou por analogia a exclusão do dolo decorrente do erro de proibição
numa situação em que o erro cometido pelo réu se referia a matéria extrapenal.

Perceba que o art. 35 traz uma exceção quanto à aplicabilidade da atenuação de pena na situação de erro
de direito. O agente não pode alegar erro de direito quando cometer crimes contra o dever militar.

Isso ocorre porque nesses crimes há uma especial afronta à hierarquia e à disciplina, e por isso o agente não
pode alegar erro de direito. No CPM há um título específico tratando dos crimes contra o serviço e o dever

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militar (arts. 183 a 204). Todavia, Romeiro entende que os crimes que atentam contra o dever militar são
todos os crimes propriamente militares.

O Cespe já formulou questão dizendo que não é possível ao militar alegar erro de direito no crime de
deserção. O gabarito da questão, neste caso, seria correto. A deserção está no art. 187.

Para efeitos de prova objetiva, eu recomendo que você confie “na força da lei”, pois dificilmente a banca
formulará questões que tratem profundamente de questões puramente doutrinárias.

O agente que comete erro sobre a ilicitude do fato de fato acredita piamente que sua conduta não constitui
crime, ou que existe situação que tornaria sua ação legítima.

ERRO SOBRE A PESSOA


Art. 37. Quando o agente, por erro de percepção ou no uso dos meios de execução, ou outro acidente,
atinge uma pessoa em vez de outra, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela que
realmente pretendia atingir. Devem ter-se em conta não as condições e qualidades da vítima, mas as
da outra pessoa, para configuração, qualificação ou exclusão do crime, e agravação ou atenuação da
pena.
ERRO QUANTO AO BEM JURÍDICO
§1º Se, por erro ou outro acidente na execução, é atingido bem jurídico diverso do visado pelo agente,
responde este por culpa, se o fato é previsto como crime culposo.
DUPLICIDADE DO RESULTADO
§2º Se, no caso do artigo, é também atingida a pessoa visada, ou, no caso do parágrafo anterior, ocorre
ainda o resultado pretendido, aplica-se a regra do art. 79.

Quando há erro sobre a pessoa, o agente termina praticando a conduta contra pessoa diferente daquela
que tinha a intenção de atingir. Neste caso o agente responderá como se tivesse conseguido seu verdadeiro
intento.

O erro sobre a pessoa pode se dar por erro de percepção (erro in persona) ou por erro no uso dos meios de
execução (aberratio ictus). O primeiro caso é o do agente que realmente confunde a vítima com outra pessoa
e contra ela pratica a conduta. A aberratio ictus resulta da inabilidade do agente em alvejar sua verdadeira
vítima.

Um exemplo de erro quanto ao bem jurídico (aberratio criminis) é o da pessoa que atira uma pedra contra
veículo na intenção de depredar o patrimônio, mas termina atingindo a pessoa que estava dentro do carro,
causando-lhe lesão corporal. Neste caso, responderá por lesão corporal culposa.

Se o agente, mesmo cometendo erro, atinge também a vítima ou o bem jurídico que realmente intentava,
deve ser aplicada a regra do art. 79 do CPM, que diz respeito ao concurso de crimes.

Art. 38. Não é culpado quem comete o crime:


COAÇÃO IRRESISTÍVEL
a) sob coação irresistível ou que lhe suprima a faculdade de agir segundo a própria vontade;

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OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA
b) em estrita obediência a ordem direta de superior hierárquico, em matéria de serviços.
§1° Responde pelo crime o autor da coação ou da ordem.
§2° Se a ordem do superior tem por objeto a prática de ato manifestamente criminoso, ou há excesso
nos atos ou na forma da execução, é punível também o inferior.

Este dispositivo trata da inexigibilidade de conduta diversa, que é uma excludente de culpabilidade. Nosso
problema é que o CPM não traz apenas estas hipóteses, mas também o estado de necessidade exculpante.

O Código Penal adota a teoria unitária, encarando o estado de necessidade apenas como uma excludente
de antijuridicidade. O CPM, por outro lado, adota a teoria diferenciadora alemã, com o estado de
necessidade justificante (art. 42) e o estado de necessidade exculpante (art. 39).

Há ainda duas outras hipótese de inexigibilidade de conduta diversa no CPM: o excesso exculpante previsto
no art. 45, parágrafo único; e o excesso escusável, previsto no art. 45, parágrafo único. Vamos ver logo estes
dois dispositivos e então voltaremos às demais hipóteses.

ESTADO DE NECESSIDADE, COM EXCLUDENTE DE CULPABILIDADE


Art. 39. Não é igualmente culpado quem, para proteger direito próprio ou de pessoa a quem está
ligado por estreitas relações de parentesco ou afeição, contra perigo certo e atual, que não provocou,
nem podia de outro modo evitar, sacrifica direito alheio, ainda quando superior ao direito protegido,
desde que não lhe era razoavelmente exigível conduta diversa.

Esta hipótese de inexigibilidade de conduta diversa é muito utilizada para justificar a conduta do militar
desertor, quando o réu alega que incorreu no crime de deserção para atender necessidades próprias ou de
sua família.

EXCESSO CULPOSO
Art. 45. O agente que, em qualquer dos casos de exclusão de crime, excede culposamente os limites da
necessidade, responde pelo fato, se este é punível, a título de culpa.
EXCESSO ESCUSÁVEL
Parágrafo único. Não é punível o excesso quando resulta de escusável surpresa ou perturbação de
ânimo, em face da situação.

O excesso é cometido nas situações em que seriam aplicáveis as excludentes de antijuridicidade. É o caso,
por exemplo, do sujeito que se excede na legítima defesa e, diante de um soco, defende-se atirando diversas
vezes no agressor com arma de fogo.

A regra do parágrafo único permite que o agente cometa um excesso sem que o fato seja punível, quando o
agente foi “pego de surpresa”.

Voltemos então à análise das hipóteses de inexigibilidade de conduta diversa que são trazidas tanto pelo CP
quanto pelo CPM: coação irresistível e obediência hierárquica.

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A Doutrina ensina que há a coação física (absoluta), em que o coator utiliza-se da violência; e também a
coação moral (relativa).

Veja bem, a coação física suprime por completo o dolo e, portanto, a conduta do sujeito. Ela, portanto, exclui
o próprio crime.

O legislador não explicita, no art. 38, o tipo de coação que exclui a culpabilidade. O art. 40 do CPM, por outro
lado, proíbe que o militar invoque a coação moral irresistível nos crimes em que há violação do dever militar.
A maior parte da Doutrina relaciona essa hipótese aos crimes previstos dos arts. 183 ao 204.

A Doutrina critica muito a regra do art. 40, dizendo que o legislador exige do militar uma “conduta de super-
herói”, já que a coação moral irresistível é... irresistível!

O Cespe já formulou questão, de gabarito falso, dizendo que o agente pode alegar, no crime de deserção,
coação moral, desde que irresistível. ==15394f==

A hipótese de obediência hierárquica é especialmente importante para a vida militar, não é mesmo? Já
falamos mil vezes que a hierarquia e a disciplina são valores muito importantes para as organizações
militares.

Por esta razão, a obediência a ordem direta de superior hierárquico em matéria de serviço também exclui a
culpabilidade. A desobediência é inclusive considerada crime, previsto no art. 163.

Por outro lado, Romeiro traz à discussão o que ele chama de princípio das baionetas inteligentes. Este
princípio se corporifica no §2°: se o superior ordena a prática de um ato manifestamente criminoso ou com
excessos, o inferior também será punido, pois neste caso ele teria o dever de não cumprir a ordem.

ATENUAÇÃO DA PENA
Art. 41. Nos casos do art. 38, letras a e b , se era possível resistir à coação, ou se a ordem não era
manifestamente ilegal; ou, no caso do art. 39, se era razoavelmente exigível o sacrifício do direito
ameaçado, o juiz, tendo em vista as condições pessoais do réu, pode atenuar a pena.

As hipóteses do art. 38 são exatamente a coação e a obediência hierárquica. O art. 39 trata do estado de
defesa exculpante.

Art. 42. Não há crime quando o agente pratica o fato:


I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento do dever legal;
IV - em exercício regular de direito.
Parágrafo único. Não há igualmente crime quando o comandante de navio, aeronave ou praça de
guerra, na iminência de perigo ou grave calamidade, compele os subalternos, por meios violentos, a
executar serviços e manobras urgentes, para salvar a unidade ou vidas, ou evitar o desânimo, o terror,
a desordem, a rendição, a revolta ou o saque.

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Só há duas diferenças do Direito Penal comum para o Direito Penal Militar em relação às excludentes de
antijuridicidade: a primeira está na diferenciação que é feita entre o estado de necessidade justificante,
previsto nos arts. 42 e 43, e o estado de necessidade exculpante, previsto no art. 39, sobre o qual já falamos.

Para que você entenda bem as diferenças, preparei a tabela abaixo diferenciando os arts 39 e 43. Estes
detalhes já foram cobrados algumas vezes em provas anteriores, hein?

ESTADO DE NECESSIDADE NO CPM

Teoria Diferenciadora (alemã)


Exculpante (art. 39) Justificante (art. 42, I e 43)
Exclui a culpabilidade Exclui o crime
Direito próprio ou de pessoa ligada por laços Direito próprio ou alheio
de parentesco ou afeição
Contra perigo certo e atual que não Idêntico!
provocou nem poderia evitar
Direito alheio igual ou superior ao direito Direito alheio é inferior ao direito defendido
defendido

A segunda diferença nas excludentes da antijuridicidade está no parágrafo único do art. 42: a excludente do
comandante. Aqui estamos diante de uma situação limite, em que a tropa se encontra na iminência de perigo
ou calamidade, e o comandante utiliza condutas violentas para forçar a tropa a agir diante da urgência.

É importante que você saiba que se o comandante não agir diante dessas situações ele mesmo pode incorrer
em alguns crimes, a exemplo dos arts. 199 e 200 do CPM.

LEGÍTIMA DEFESA
Art. 44. Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele
injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
EXCESSO CULPOSO
Art. 45. O agente que, em qualquer dos casos de exclusão de crime, excede culposamente os limites da
necessidade, responde pelo fato, se êste é punível, a título de culpa.
EXCESSO ESCUSÁVEL
Parágrafo único. Não é punível o excesso quando resulta de escusável surpresa ou perturbação de
ânimo, em face da situação

A legítima defesa segue os mesmos ditames do Código Penal comum. Acerca do excesso, também já
conversamos anteriormente. O excesso culposo segue a mesma regra do Direito Penal comum, mas há

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também a figura do excesso escusável, prevista no parágrafo único do art. 45, que comentei quando
tratamos das excludentes de culpabilidade.

EXCESSO DOLOSO
Art. 46. O juiz pode atenuar a pena ainda quando punível o fato por excesso doloso.

Ainda quando o sujeito pratica o excesso de forma dolosa, o juiz pode atenuar a pena. A Doutrina entende
que essa situação somente poderia ser aplicada em caso de erro de direito, quando a pessoa acreditava que
seu excesso não era conduta criminosa.

É o caso de alguém que sofre agressão, reage em legítima defesa, mas intencionalmente se excede na defesa
e atinge o agressor de maneira desarrazoada.

ELEMENTOS NÃO CONSTITUTIVOS DO CRIME


Art. 47. Deixam de ser elementos constitutivos do crime:
I - a qualidade de superior ou a de inferior, quando não conhecida do agente;
II - a qualidade de superior ou a de inferior, a de oficial de dia, de serviço ou de quarto, ou a de sentinela,
vigia, ou plantão, quando a ação é praticada em repulsa a agressão.

Há alguns crimes em que a condição de superior e a de inferior são elementos constitutivos do crime. O art.
47 traz uma regra bastante importante para compreendermos estes crimes, que serão estudados mais
adiante em nosso curso: de acordo com o inciso I, a qualidade de superior ou de inferior não constitui crime
quando o agente não a conhecia.

A regra do inciso II também diz respeito a certos crimes específicos, que estudaremos em detalhes nas
próximas aulas. Nestes crimes, a condição de superior, inferior, oficial de dia, de serviço ou de quarto, de
sentinela, vigia ou plantão faz parte do tipo penal. Estas condições especiais deixam de compor o crime
quando a conduta é praticada pelo agente para defender-se de agressão por ele sofrida.

RESUMO

LUGAR DO CRIME

- Para os crimes comissivos, o CPM adota a teoria da ubiquidade;

- Para os crimes omissivos aplica-se a teoria da atividade, devendo o lugar do crime ser
considerado aquele em que deveria ser realizada a ação omitida.

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No Direito Penal Militar não há mais pena de multa, e também não há contravenções
penais.

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IMPUTABILIDADE PENAL MILITAR


A imputabilidade incide sobre a culpabilidade. Ser imputável é ter o discernimento necessário para
compreender a prática de um ato ilícito. As pessoas que não tem nenhum discernimento são consideradas
inimputáveis.

Os inimputáveis em geral não se submetem a penas, mas somente a medidas de segurança.

O legislador não define a imputabilidade, mas apenas determina quem é inimputável, adotando um critério
biopsicológico: não basta que a pessoa sofra de uma doença mental, mas também é preciso que esta doença
seja suficiente para que a pessoa não tenha o discernimento necessário acerca da conduta praticada.

Existem regras acerca do incidente de insanidade mental do acusado. Em geral é convocada uma perícia
médica, e as questões que devem ser respondidas pelos peritos estão no art. 159 do Código de Processo
Penal Militar.

CÓDIGO DE PROCESSO PENAL MILITAR


QUESITOS PERTINENTES
Art. 159. Além de outros quesitos que, pertinentes ao fato, lhes forem oferecidos, e dos esclarecimentos
que julgarem necessários, os peritos deverão responder aos seguintes:
QUESITOS OBRIGATÓRIOS
a) se o indiciado, ou acusado, sofre de doença mental, de desenvolvimento mental incompleto ou
retardado;
b) se no momento da ação ou omissão, o indiciado, ou acusado, se achava em algum dos estados
referidos na alínea anterior;
c) se, em virtude das circunstâncias referidas nas alíneas antecedentes, possuía o indiciado, ou acusado,
capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de se determinar de acordo com esse entendimento;
d) se a doença ou deficiência mental do indiciado, ou acusado, não lhe suprimindo, diminuiu-lhe,
entretanto, consideravelmente, a capacidade de entendimento da ilicitude do fato ou a de
autodeterminação, quando o praticou.

Perceba que essas questões explicitam o critério biopsicológico. Se a resposta às questões das alíneas A ou
B for negativa, o acusado será considerado imputável. Se a resposta da alínea C for positiva, ele será
considerado imputável. Caso a resposta da C seja negativa, será feita a questão da alínea D para verificar se
o acusado poderá ser considerado semi-imputável.

Voltemos ao estudo dos dispositivos do Código Penal Militar.

INIMPUTÁVEIS
Art. 48. Não é imputável quem, no momento da ação ou da omissão, não possui a capacidade de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, em virtude de
doença mental, de desenvolvimento mental incompleto ou retardado.

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REDUÇÃO FACULTATIVA DA PENA


Parágrafo único. Se a doença ou a deficiência mental não suprime, mas diminui consideravelmente a
capacidade de entendimento da ilicitude do fato ou a de autodeterminação, não fica excluída a
imputabilidade, mas a pena pode ser atenuada, sem prejuízo do disposto no art. 113.

Perceba que não importa, para fins de imputabilidade penal, se o sujeito é civilmente capaz ou incapaz, ou
se é interdito. O que importa é o entendimento do agente no momento da prática da conduta típica.

A sentença por meio da qual o acusado é absolvido, mas submetido a medida de segurança é chamada de
sentença absolutória imprópria. É interessante saber que, mesmo diante da inimputabilidade, o processo
penal militar deve seguir até as alegações finais, pois a conclusão do processo pode ser, por exemplo, pela
negativa de autoria ou pela inexistência da conduta típica.

O parágrafo único trata de uma redução facultativa da pena, aplicável no caso em que o acusado não é
considerado inimputável, mas tem sua capacidade de compreensão da conduta criminosa reduzida. Este é o
==15394f==

caso do semi-imputável, com resposta positiva na questão da alínea D do art. 159 do CPPM.

Mais uma vez o dispositivo trata de redução de pena, mas não determina o quantum. Aplica-se, portanto, a
regra geral do art. 73.

EMBRIAGUEZ
Art. 49. Não é igualmente imputável o agente que, por embriaguez completa proveniente de caso
fortuito ou força maior, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o
caráter criminoso do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Parágrafo único. A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente por embriaguez proveniente
de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de
entender o caráter criminoso do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

A embriaguez é vista no Código Penal de diversas maneiras. Ela pode ser agravante, atenuante ou excluir a
imputabilidade.

A embriaguez voluntária (não acidental) não isenta o agente de responsabilidade sobre a conduta, pois ele
fez a opção de embriagar-se. Na realidade, em alguns casos a embriaguez voluntária é até elementar do tipo,
como no caso da “lei seca” por exemplo.

É possível também que haja a embriaguez patológica, decorrente do alcoolismo, que é tratada pela Doutrina
como doença, e por isso pode conduzir o agente à inimputabilidade, nos termos do art. 48 do CPM e do art.
159 do CPPM.

Já a embriaguez habitual é tratada pelo Direito Penal comum como uma contravenção penal, e não um
crime. O CPM, por outro lado, tipifica a conduta de o militar apresentar-se para o serviço embriagado (art.
202).

A embriaguez preordenada é a situação em que o agente decide embriagar-se para “tomar coragem” de
cometer o crime. Nesta situação a embriaguez se torna um agravante.

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A espécie do art. 49 é a embriaguez acidental, ou seja, é resultado de caso fortuito ou força maior. Não é
necessário, para a sua prova, diferenciar essas duas situações. O importante é que você saiba que este tipo
de embriaguez pode levar o agente à inimputabilidade, se impedir que o agente tenha o discernimento
necessário para compreender sua própria conduta.

Um bom exemplo é o de um militar que, tendo sido ferido em serviço, na fala de medicamentos adequados
é anestesiado por meio da ingestão de grandes quantidades de bebida alcoólica.

O parágrafo único traz mais uma situação de semi-imputabilidade, a ser aplicável quando o agente, por força
de embriaguez acidental, não estava em sua plena capacidade mas tinha alguma compreensão do fato.
Interessante que aqui não se aplica a regra do art. 73, pois o próprio parágrafo único determina os limites
de redução.

MENORES
Art. 50. O menor de dezoito anos é inimputável, salvo se, já tendo completado dezesseis anos, revela
suficiente desenvolvimento psíquico para entender o caráter ilícito do fato e determinar-se de acordo
com este entendimento. Neste caso, a pena aplicável é diminuída de um terço até a metade.

Podemos ver que este dispositivo não foi inteiramente recepcionado pela Constituição Federal de 1988. A
regra geral é de que o menor de dezoito anos seja inimputável, mas o CPM abria a possibilidade de o menor
entre dezesseis e dezoito anos poderia ser considerado imputável em razão de perícia médica.

Esta era mais uma manifestação do critério biopsicológico, e a regra era de que haveria diminuição de pena
se houvesse suficiente desenvolvimento psíquico.

EQUIPARAÇÃO A MAIORES
Art. 51. Equiparam-se aos maiores de dezoito anos, ainda que não tenham atingido essa idade:
a) os militares;
b) os convocados, os que se apresentam à incorporação e os que, dispensados temporariamente desta,
deixam de se apresentar, decorrido o prazo de licenciamento;
c) os alunos de colégios ou outros estabelecimentos de ensino, sob direção e disciplina militares, que já
tenham completado dezessete anos.

Este dispositivo também não foi recepcionado pela Constituição. Não há regra constitucional que
estabeleça a maioridade para os convocados e nem para os alunos das escolas militares.

Apenas uma observação acerca dos estabelecimentos de ensino. As forças armadas mantêm diversas
escolas, entre elas os famosos colégios militares. Há, entretanto, escolas que tem a função específica de
preparar jovens para a carreira militar, a exemplo da Escola Preparatória de Cadetes do Exército (ESPCex),
Ecola Preparatória de Cadetes do Ar (EPCar), e o Colégio Naval.

Os alunos dessas escolas não são hoje considerados maiores de idade, exceto quando efetivamente
completarem dezoito anos.

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Art. 52. Os menores de dezesseis anos, bem como os menores de dezoito e maiores de dezesseis
inimputáveis, ficam sujeitos às medidas educativas, curativas ou disciplinares determinadas em
legislação especial.

Esta é a regra geral, segundo a qual os menores infratores estão sujeitos ao Estatuto da Criança e do
Adolescente.

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CONCURSO DE AGENTES
Estudaremos agora as regras acerca do cometimento de crimes por mais de uma pessoa.

De acordo com a teoria pluralista, haverá tantos crimes quantas forem as pessoas que dele participam.
Assim, se houver dez agentes, haverá dez crimes diferentes.

Para a teoria dualista, é possível haver a coautoria ou a participação. O coautor é aquele que efetivamente
pratica a conduta, enquanto o partícipe contribui para o resultado, mas sem praticar diretamente a conduta
típica. Haveria, portanto, um crime específico para os autores, e outro para os partícipes.

Pela teoria monista, por mais que haja a participação de várias pessoas, existe um único crime. O CPM, assim
como o CP, adota esta teoria, mas de forma temperada.

TEORIA PLURALISTA Haverá tantos crimes quantos forem os agentes.


TEORIA DUALISTA Há dois crimes: um cometido pelos coautores, e outro
cometido pelos partícipes
TEORIA MONISTA (UNITÁRIA) Há apenas um crime, por mais que dele participem várias
pessoas.
COAUTORIA
Art. 53. Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas.

Esta é a regra geral. Apesar de o nome da regra tratar apenas de coautoria, quem concorrer para o crime,
responde pela pena, independentemente de ser coautor ou partícipe.

Vamos continuar analisando o restante do art. 53 para compreender as características apenas aplicáveis ao
Direito Penal Militar.

CONDIÇÕES OU CIRCUNSTÂNCIAS PESSOAIS


§ 1º A punibilidade de qualquer dos concorrentes é independente da dos outros, determinando-se
segundo a sua própria culpabilidade. Não se comunicam, outrossim, as condições ou circunstâncias de
caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.

Esta é a razão de dizermos que o CPM adota a teoria monista temperada. Apesar de haver apenas um crime,
cada envolvido responde na medida de sua culpabilidade.

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Se houver entre os partícipes, por exemplo, uma pessoa que sofria de doença mental e no momento não
gozava de discernimento suficiente para compreender a conduta, ele, e apenas ele, será considerado
inimputável.

Se a circunstância de caráter pessoal for elementar do crime, ela pode se comunicar entre os concorrentes.
Este é o caso dos crimes propriamente militares, que, em regra, podem ser praticados por civil, desde que
em concurso de pessoas com militar.

Neste caso, portanto, a circunstância de ser militar faz parte do tipo legal, e por isso se comunica entre os
coautores ou partícipes. O STM, por outro lado, já decidiu pela impossibilidade de comunicação da
circunstância de ser militar.

AGRAVAÇÃO DE PENA
§ 2° A pena é agravada em relação ao agente que:
I - promove ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes;
II - coage outrem à execução material do crime;
III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade, ou não punível em virtude
de condição ou qualidade pessoal;
IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa.
ATENUAÇÃO DA PENA
§3º A pena é atenuada com relação ao agente, cuja participação no crime é de somenos importância.

A adoção da teoria monista temperada permite que a pena seja individualizada, aplicando-se a cada um dos
agentes a agravação ou atenuação da pena, dependendo das circunstâncias observadas.

Estes dispositivos não são tão importantes para fim de prova, mas é necessária sua compreensão para
facilitar sua vida quando estudarmos os crimes militares em espécie.

CABEÇAS
§4º Na prática de crime de autoria coletiva necessária, reputam-se cabeças os que dirigem, provocam,
instigam ou excitam a ação.
§5º Quando o crime é cometido por inferiores e um ou mais oficiais, são estes considerados cabeças,
assim como os inferiores que exercem função de oficial.

Esta regra é campeã de prova! Ela é própria do CPM, que relaciona os cabeças com os crimes de concurso
de pessoas necessário, ou seja, aqueles que não podem ser praticados por apenas uma pessoa, a exemplo
do crime de motim.

Os cabeças são aqueles que coordenam, promovem, organizam a ação. Os cabeças em geral são pessoas que
têm algum poder de decisão, e por essa razão, quando estamos diante de um crime perpetrado por oficiais
e praças, os oficiais serão considerados os cabeças.

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Imagine, por exemplo, um motim envolvendo vários praças e um só tenente, tendo sido a ação promovida e
organizada por um sargento. Este sargento e o tenente serão considerados cabeças, ainda que o tenente
tenha participado apenas minimamente. Esta é a regra do §2°.

CASOS DE INIMPUNIBILIDADE
Art. 54. O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição em contrário, não são
puníveis se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.

Este é o princípio da acessoriedade da participação. A participação em crime só pode ser punida se a autoria
também for punida. Lembre-se de que, para que haja punição pela tentativa, é necessário que o agente
pratique a conduta, mas não atinja a finalidade pretendida por razões alheias à sua vontade.

RESUMO
==15394f==

TEORIA CAUSALISTA Dolo e culpa fazem parte da Era suficiente analisar a


culpabilidade conduta e o resultado.
TEORIA FINALISTA Dolo e culpa fazem parte da É necessário analisar a
conduta, que integra o fato intenção do agente.
típico.

O Código Penal Militar autoriza que, nos casos de tentativa, o juiz aplique a pena do crime
consumado, quando a conduta for excepcionalmente grave.

SÚMULA 145 – STF

Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação.

ERRO SOBRE OS ELEMENTOS QUE


ERRO SOBRE A ILICITUDE DO FATO
COMPÕEM O TIPO
CÓDIGO PENAL Erro de tipo Erro de proibição

(Exclui o dolo) (Exclui a punibilidade ou reduz a


pena)
CÓDIGO PENAL Erro de fato Erro de direito
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(a pena pode ser atenuada de


acordo com o art. 73)

ESTADO DE NECESSIDADE NO CPM

Teoria Diferenciadora (alemã)


Exculpante (art. 39) Justificante (art. 42, I e 43)
Exclui a culpabilidade Exclui o crime
Direito próprio ou de pessoa ligada por laços Direito próprio ou alheio
de parentesco ou afeição
Contra perigo certo e atual que não Idêntico!
provocou nem poderia evitar
Direito alheio igual ou superior ao direito Direito alheio é inferior ao direito defendido
defendido

TEORIA PLURALISTA Haverá tantos crimes quantos forem os agentes.


TEORIA DUALISTA Há dois crimes: um cometido pelos coautores, e outro
cometido pelos partícipes
TEORIA MONISTA (UNITÁRIA) Há apenas um crime, por mais que dele participem várias
pessoas.

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QUESTÕES COMENTADAS
1. STM – Analista Judiciário – 2011 – Cespe.
No CPM, as circunstâncias que atenuam a pena incluem a prática de crime sob coação a que
poderia ter resistido ou em cumprimento de ordem de autoridade superior.

Comentários

Haverá atenuação de pena, nos termos do art. 41, se a ordem emitida pelo superior hierárquico não era
manifestamente ilegal, ou se houve coação à qual era possível resistir. A estrita obediência a ordem de
superior hierárquico, bem como a coação irresistível, isentam o agente de pena, de acordo com o art. 38. A
banca tentou confundir o candidato misturando o conteúdo dos dois dispositivos.

GABARITO: ERRADO

2. CBM-DF – Oficial Bombeiro Militar – 2011 – Cespe.


A posse, por militar, de substância entorpecente, independentemente da quantidade e do tipo,
em lugar sujeito à administração castrense, não autoriza a aplicação do princípio da
insignificância.

Comentários

Lembre-se da nossa discussão sobre a inaplicabilidade do princípio da bagatela no Direito Penal Militar. O
entendimento mais recente do STF é no sentido da inaplicabilidade do princípio, ainda que ele já tenha sido
aceito no passado.

GABARITO: CERTO

3. DPU – Defensor Público – 2007 – Cespe.


Embora o CPM tenha se filiado à teoria da equivalência dos antecedentes causais (conditio sine
qua non), consideram-se cabeça, nos crimes de autoria coletiva necessária, os oficiais ou
inferiores que exercem função de oficial

Comentários

Os oficiais que cometerem crime juntamente com praças serão considerados cabeças juntamente com os
praças que tiverem efetivamente exercido o comando da ação criminosa.

GABARITO: CERTO

4. MPE-ES – Promotor de Justiça – 2010 – Cespe (adaptada).


No sistema penal militar, o estado de necessidade segue a teoria diferenciadora do direito
penal alemão, que faz o balanço dos bens e interesses em conflito. O estado de necessidade

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pode ser exculpante ou justificante. O primeiro é causa de exclusão da culpabilidade e o


segundo, de exclusão de ilicitude.

Comentários

Diferentemente do Direito Penal comum, o Direito Penal Militar adotou a teoria diferenciadora alemã no
que tange ao estado de necessidade. Lembre-se da tabela que montei para ajudar você a compreender as
diferenças ☺

ESTADO DE NECESSIDADE NO CPM

Teoria Diferenciadora (alemã)


Exculpante (art. 39) Justificante (art. 42, I e 43)
Exclui a culpabilidade Exclui o crime
Direito próprio ou de pessoa ligada por laços Direito próprio ou alheio
de parentesco ou afeição
Contra perigo certo e atual que não Idêntico!
provocou nem poderia evitar
Direito alheio igual ou superior ao direito Direito alheio é inferior ao direito defendido
defendido
GABARITO: CERTO

5. STM - Analista Judiciário - Área Judiciária – 2018 - CESPE


À luz do Código Penal Militar, julgue o item a seguir, no que diz respeito a aplicação da lei penal,
imputabilidade penal, crime e extinção da punibilidade.
Situação hipotética: Durante operação conjunta das Forças Armadas, um sargento danificou
patrimônio militar. Em sua defesa, ele argumentou que agiu em estado de necessidade, não
tendo podido, por esta razão, evitar o dano causado. Assertiva: Nessa situação, o estado de
necessidade, se comprovado, será considerado excludente do crime, independentemente da
valoração do bem sacrificado.

Comentários

Errado! O Código Penal Militar adotou a Teoria Diferenciadora Alemã, pela qual o estado de necessidade
poderá ser justificante (afastando a ilicitude) ou exculpante (afastando a culpabilidade). Tudo dependerá de
uma valoração prévia entre o bem jurídico protegido e o bem jurídico sacrificado. Em consequência, se o
bem jurídico protegido for de valor igual ou inferior ao bem jurídico sacrificado, haverá estado de
necessidade justificante. Do contrário, se o bem jurídico protegido for de valor superior ao bem jurídico
sacrificado, teremos estado de necessidade exculpante.

A partir dos termos utilizados pelo CPM, tem-se que o estado de defesa justificante é uma excludente do
crime (art. 43), ao passo que o estado de defesa exculpante é causa excludente da culpabilidade (art. 39)

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A questão, portanto, está incorreta, pois a depender da valoração do bem sacrificado, o estado de
necessidade poderá ser excludente do crime ou excludente da culpabilidade.

GABARITO: ERRADO

6. DPU - Defensor Público Federal – 2017 - CESPE


Acerca da aplicação da lei penal militar, dos crimes militares e da aplicação da pena no âmbito
militar, cada um do item que se segue apresenta uma situação hipotética, seguida de uma
assertiva a ser julgada.
Um oficial foi preso em flagrante delito pelo cometimento de crime militar que não se
consumou por circunstâncias alheias à sua vontade, tendo sido denunciado e se tornado réu
em ação penal militar. Nessa situação, a depender da gravidade, o juiz poderá aplicar a pena
do crime consumado, sem diminuí-la.

Comentários

Certo! Em regra, ao crime tentado será aplicada a mesma pena do crime consumado, todavia, diminuída de
um a dois terços a depender do quão próximo o agente chegou da consumação.

Ocorre que a parte final do art. 30, inciso II, do CPM, excepcionou a regra e permite que o juiz, diante da
gravidade do fato, aplique a tentativa a mesma pena do crime consumado.

Assim, está correto o item.

Art. 30. Diz-se o crime:


I - consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal;
II - tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do
agente.
Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime, diminuída de um a dois
terços, podendo o juiz, no caso de excepcional gravidade, aplicar a pena do crime consumado.
GABARITO: CERTO

7. PM-MG – Soldado- 2018 – PM-MG


Em relação ao crime militar, é CORRETO afirmar:
a) Nos casos previstos no Código Penal Militar, não há punição em relação ao crime tentado.
b) Pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a
dois terços, podendo o juiz, no caso de excepcional gravidade, aplicar a pena do crime
consumado.
c) Pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, sempre diminuída de
um terço.

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d) Nos casos previstos no Código Penal Militar, em relação à tentativa, é vedada a aplicação da
pena correspondente ao crime consumado.

Comentários

Resposta: letra B.

A alternativa B está correta, uma vez que pela redação do art. 30, inciso II, parágrafo único, do Código Penal
Militar, se pune a tentativa com a pena correspondente ao crime, diminuída de um a dois terços, podendo o
juiz, no caso de excepcional gravidade, aplicar a pena do crime consumado.

Letra A: errada! De acordo com o art. 30, inciso II, parágrafo único, CPM, pune-se sim a tentativa.

Letra C: errada! O art. 30, inciso II, parágrafo único, do CPM, prevê que se pune a tentativa com a pena
correspondente ao crime, diminuída de um a dois terços e não apenas de um terço.
==15394f==

Letra D: errada! É possível, na tentativa, a aplicação da pena correspondente ao crime consumado, no caso
de excepcional gravidade (art. 30, II, parágrafo único, do CPM).

GABARITO: B

8. STM – Analista Judiciário – 2011 – Cespe.


Um adolescente com dezessete anos de idade que, convocado ao serviço militar, após ser
incorporado, praticar conduta definida no CPM como crime de insubordinação praticado
contra superior será alcançável pela lei penal militar, a qual adotou, para os menores de
dezoito e maiores de dezesseis anos de idade, o sistema biopsicológico, em que o
reconhecimento da imputabilidade fica condicionado ao seu desenvolvimento psíquico.

Comentários

É verdade que o CPM adotou o critério biopsicológico no art. 51, mas vimos também que este dispositivo
não foi recepcionado pela Constituição de 1988. Qualquer menor de dezoito anos, independentemente de
ter sido incorporado ao serviço militar, responde por infrações nos termos do Estatuto da Criança e do
Adolescente.

GABARITO: ERRADO

9. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe.


É inimputável o agente que pratica o fato criminoso sem capacidade de entendimento e sem
determinação, em razão de doença mental, desenvolvimento mental incompleto ou retardado.

Comentários

Estes são exatamente os termos do art. 48 do CPM. Lembre-se das regras que vimos a respeito do
procedimento para declaração de inimputabilidade, previstos no art. 159 do CPPM. Além disso, é possível
também que a pessoa seja considerada semi-imputável, devendo a pena ser aplicada de forma atenuada.

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Aula 01

GABARITO: CERTO

10. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe.


A embriaguez patológica recebe o mesmo tratamento que a embriaguez voluntária ou culposa
no CPM, segundo o qual ambas isentam de pena o agente, por não possuir este consciência no
momento da prática do crime.

Comentários

A embriaguez patológica decorre do alcoolismo, e é tratada como doença, podendo levar o agente à
inimputabilidade, nos termos do art. 48 do CPM. Lembre-se de que o art. 49 trata da embriaguez acidental,
decorrente de caso fortuito ou força maior, que exclui a culpabilidade do agente ou o torna semi-imputável.

GABARITO: ERRADO

11. STM - Analista Judiciário - Área Judiciária – 2018 - CESPE


À luz do Código Penal Militar, julgue o item a seguir, no que diz respeito a aplicação da lei penal,
imputabilidade penal, crime e extinção da punibilidade.
Situação hipotética: Um cabo das Forças Armadas escalado para serviço na organização militar
a que servia compareceu e assumiu a incumbência em estado de embriaguez, tendo ingerido,
voluntariamente, grande quantidade de bebida alcoólica momentos antes de se apresentar no
serviço. Todavia, seu estado não foi notado, e, nas primeiras horas da atividade, ao discutir
com um militar que também estava em serviço, disparou sua arma de fogo na direção deste,
matando-o instantaneamente. Assertiva: Nessa situação, será considerado inimputável o cabo,
se ficar comprovado que, naquele momento, sua embriaguez era completa e que ele era
plenamente incapaz de entender o caráter criminoso do fato.

Comentários

Errado! Conforme o art. 49 do CPM, apenas a embriaguez completa e oriunda de caso fortuito ou força
maior torna o agente inimputável.

O enunciado da questão é claro ao indicar que o cabo das Forças Armadas ingeriu voluntariamente grande
quantidade de bebida alcoólica. Sendo assim, era o agente completamente imputável ao tempo da ação
criminosa, devendo ser devidamente responsabilizado por sua conduta.

Em complemento, ressalto que o Código Penal Militar, assim como o Código Penal comum, adotou a teoria
da actio libera in causa (ação livre na causa), segundo a qual não se torna inimputável quem, de modo
voluntário ou culposo, se colocou na posição de incapacidade de entender o caráter ilícito do fato, isto é, na
posição de inconsciência ou de incapacidade autocontrole.

GABARITO: ERRADO

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QUESTÕES COMENTADAS

1. STM – Analista Judiciário – 2011 – Cespe.


Um adolescente com dezessete anos de idade que, convocado ao serviço militar, após ser
incorporado, praticar conduta definida no CPM como crime de insubordinação praticado
contra superior será alcançável pela lei penal militar, a qual adotou, para os menores de
dezoito e maiores de dezesseis anos de idade, o sistema biopsicológico, em que o
reconhecimento da imputabilidade fica condicionado ao seu desenvolvimento psíquico.

Comentários

É verdade que o CPM adotou o critério biopsicológico no art. 51, mas vimos também que este dispositivo
não foi recepcionado pela Constituição de 1988. Qualquer menor de dezoito anos, independentemente de
ter sido incorporado ao serviço militar, responde por infrações nos termos do Estatuto da Criança e do
Adolescente.

GABARITO: ERRADO

2. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe.


A embriaguez patológica recebe o mesmo tratamento que a embriaguez voluntária ou culposa
no CPM, segundo o qual ambas isentam de pena o agente, por não possuir este consciência no
momento da prática do crime.

Comentários

A embriaguez patológica decorre do alcoolismo, e é tratada como doença, podendo levar o agente à
inimputabilidade, nos termos do art. 48 do CPM. Lembre-se de que o art. 49 trata da embriaguez acidental,
decorrente de caso fortuito ou força maior, que exclui a culpabilidade do agente ou o torna semi-imputável.

GABARITO: ERRADO

3. STM - Analista Judiciário - Área Judiciária – 2018 - CESPE


À luz do Código Penal Militar, julgue o item a seguir, no que diz respeito a aplicação da lei penal,
imputabilidade penal, crime e extinção da punibilidade.
Situação hipotética: Um cabo das Forças Armadas escalado para serviço na organização militar
a que servia compareceu e assumiu a incumbência em estado de embriaguez, tendo ingerido,
voluntariamente, grande quantidade de bebida alcoólica momentos antes de se apresentar no

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serviço. Todavia, seu estado não foi notado, e, nas primeiras horas da atividade, ao discutir
com um militar que também estava em serviço, disparou sua arma de fogo na direção deste,
matando-o instantaneamente. Assertiva: Nessa situação, será considerado inimputável o cabo,
se ficar comprovado que, naquele momento, sua embriaguez era completa e que ele era
plenamente incapaz de entender o caráter criminoso do fato.

Comentários

Errado! Conforme o art. 49 do CPM, apenas a embriaguez completa e oriunda de caso fortuito ou força
maior torna o agente inimputável.

O enunciado da questão é claro ao indicar que o cabo das Forças Armadas ingeriu voluntariamente grande
quantidade de bebida alcoólica. Sendo assim, era o agente completamente imputável ao tempo da ação
criminosa, devendo ser devidamente responsabilizado por sua conduta.
==15394f==

Em complemento, ressalto que o Código Penal Militar, assim como o Código Penal comum, adotou a teoria
da actio libera in causa (ação livre na causa), segundo a qual não se torna inimputável quem, de modo
voluntário ou culposo, se colocou na posição de incapacidade de entender o caráter ilícito do fato, isto é, na
posição de inconsciência ou de incapacidade autocontrole.

GABARITO: ERRADO

4. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe.


A legislação penal militar estabelece que a pena de morte é executada por fuzilamento e que, nessa
situação, o condenado militar deverá deixar a prisão com o uniforme sem as insígnias, e o condenado
civil deverá estar vestido decentemente, devendo ambos os condenados estar de olhos vendados no
momento da execução, salvo se o recusarem.

Comentários

Esta questão mescla o conhecimento do conteúdo do CPM e o do CPPM acerca da pena de morte.
Justamente por isso essa questão foi anulada pela banca, pois o programa da matéria de Direito Penal Militar
não incluía esta parte do CPPM. Entretanto, todas as informações estão corretas.

GABARITO: CERTO

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QUESTÕES COMENTADAS

1. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe.


O Código Penal Militar (CPM), ao estabelecer a relação de causalidade no crime, adotou o
princípio da equivalência dos antecedentes causais, ou da conditio sine qua non, o qual se
contrapõe à teoria monista adotada pelo mesmo código quanto ao concurso de pessoas.

Comentários

Vimos na aula de hoje que o CPM, assim como o CP, adota a teoria monista temperada no que tange ao
concurso de pessoas: haverá apenas um crime, ainda que haja vários coautores e partícipes, mas a pena será
aplicada individualmente. Também é verdade que o CPM adota a teoria dos equivalentes causais, ainda que
haja também algumas manifestações da teoria da causalidade adequada (concausa relativamente
independente). O erro da questão está em dizer que uma teoria se contrapõe à outra, pois cada uma trata
de um assunto diferente.

GABARITO: ERRADO

2. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe.


A legislação penal militar admite o uso, em situação especial, de meios violentos por parte do
comandante para compelir os subalternos a executar serviços e manobras urgentes, para evitar
o desânimo, a desordem ou o saque.

Comentários

Esta é exatamente a causa excludente de antijuridicidade inominada, prevista no parágrafo único do art. 42
do CPM, chamada por alguns de excludente do comandante.

GABARITO: CERTO

3. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe.


Considerando-se que, em relação ao concurso de agentes, o CPM possui disciplinamento
singular, entendendo o “cabeça” como o líder na prática de determinados crimes, é correto
afirmar que, havendo participação de oficiais em crime militar, ainda que de menor
importância, para todos os efeitos penais, eles devem ser considerados como “cabeças”.

Comentários

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Lembre-se! O oficial que participar em crime de concurso de pessoas necessário junto com praças será
considerado cabeça em razão de sua posição de comando, ainda que tenha contribuído pouco para a
consecução do crime, nos termos do art. 53, §5° do CPM.

GABARITO: CERTO

4. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe.


O CPM, ao adotar o princípio da participação de menor importância, estabeleceu uma exceção
à teoria monista do concurso de agentes.

Comentários

Essa questão é um pouco polêmica, mas é verdadeira. O princípio da participação de menor importância
determina que a individualização da pena leve em consideração a medida em que cada agente participou da
conduta típica. Por essa razão dizemos que o CPM adota a teoria monista temperada.

GABARITO: CERTO

5. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe.


O CPM estabelece que não se comunicam as condições ou circunstâncias de caráter pessoal,
exceto quando elementares do crime, o que significa dizer que responde por crime comum a
pessoa civil que, juntamente com um militar, cometa, por exemplo, crime de peculato
tipificado no CPM.

Comentários

É justamente o contrário, não é mesmo? O civil que comete crime propriamente militar juntamente com o
militar responde por crime militar. A circunstância especial (ser militar) é elementar do tipo e, por isso,
comunica-se ao civil. Lembre-se de que, como falamos na aula passada, esta regra apenas se aplica desta
maneira à Justiça Militar da União, uma vez que a competência estabelecida pela Constituição para a Justiça
Militar Estadual não abrange o julgamento de civis.

GABARITO: ERRADO

6. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe.


O CPM, ao estabelecer que aquele que, de qualquer modo, concorrer para o crime incidirá nas
penas a este cominadas, adotou, em matéria de concurso de agentes, a teoria monista.

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Comentários

Ficou fácil né? Não esqueça! O CPM adota a teoria monista temperada, pois há exceções.

GABARITO: CERTO

==15394f==

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LISTA DE QUESTÕES

1. STM – Analista Judiciário – 2011 – Cespe.


No CPM, as circunstâncias que atenuam a pena incluem a prática de crime sob coação a que
poderia ter resistido ou em cumprimento de ordem de autoridade superior.
2. CBM-DF – Oficial Bombeiro Militar – 2011 – Cespe.
A posse, por militar, de substância entorpecente, independentemente da quantidade e do tipo,
em lugar sujeito à administração castrense, não autoriza a aplicação do princípio da
insignificância.
3. DPU – Defensor Público – 2007 – Cespe.
Embora o CPM tenha se filiado à teoria da equivalência dos antecedentes causais (conditio sine
qua non), consideram-se cabeça, nos crimes de autoria coletiva necessária, os oficiais ou
inferiores que exercem função de oficial
4. MPE-ES – Promotor de Justiça – 2010 – Cespe (adaptada).
No sistema penal militar, o estado de necessidade segue a teoria diferenciadora do direito
penal alemão, que faz o balanço dos bens e interesses em conflito. O estado de necessidade
pode ser exculpante ou justificante. O primeiro é causa de exclusão da culpabilidade e o
segundo, de exclusão de ilicitude.
5. STM - Analista Judiciário - Área Judiciária – 2018 - CESPE
À luz do Código Penal Militar, julgue o item a seguir, no que diz respeito a aplicação da lei penal,
imputabilidade penal, crime e extinção da punibilidade.
Situação hipotética: Durante operação conjunta das Forças Armadas, um sargento danificou
patrimônio militar. Em sua defesa, ele argumentou que agiu em estado de necessidade, não
tendo podido, por esta razão, evitar o dano causado. Assertiva: Nessa situação, o estado de
necessidade, se comprovado, será considerado excludente do crime, independentemente da
valoração do bem sacrificado.
6. DPU - Defensor Público Federal – 2017 - CESPE
Acerca da aplicação da lei penal militar, dos crimes militares e da aplicação da pena no âmbito
militar, cada um do item que se segue apresenta uma situação hipotética, seguida de uma
assertiva a ser julgada.
Um oficial foi preso em flagrante delito pelo cometimento de crime militar que não se
consumou por circunstâncias alheias à sua vontade, tendo sido denunciado e se tornado réu
em ação penal militar. Nessa situação, a depender da gravidade, o juiz poderá aplicar a pena
do crime consumado, sem diminuí-la.
7. PM-MG – Soldado- 2018 – PM-MG

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Em relação ao crime militar, é CORRETO afirmar:


a) Nos casos previstos no Código Penal Militar, não há punição em relação ao crime tentado.
b) Pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a
dois terços, podendo o juiz, no caso de excepcional gravidade, aplicar a pena do crime
consumado.
c) Pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, sempre diminuída de
um terço.
d) Nos casos previstos no Código Penal Militar, em relação à tentativa, é vedada a aplicação da
pena correspondente ao crime consumado.
8. STM – Analista Judiciário – 2011 – Cespe.
Um adolescente com dezessete anos de idade que, convocado ao serviço militar, após ser
==15394f==

incorporado, praticar conduta definida no CPM como crime de insubordinação praticado


contra superior será alcançável pela lei penal militar, a qual adotou, para os menores de
dezoito e maiores de dezesseis anos de idade, o sistema biopsicológico, em que o
reconhecimento da imputabilidade fica condicionado ao seu desenvolvimento psíquico.
9. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe.
É inimputável o agente que pratica o fato criminoso sem capacidade de entendimento e sem
determinação, em razão de doença mental, desenvolvimento mental incompleto ou retardado.
10. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe.
A embriaguez patológica recebe o mesmo tratamento que a embriaguez voluntária ou culposa
no CPM, segundo o qual ambas isentam de pena o agente, por não possuir este consciência no
momento da prática do crime.
11. STM - Analista Judiciário - Área Judiciária – 2018 - CESPE
À luz do Código Penal Militar, julgue o item a seguir, no que diz respeito a aplicação da lei penal,
imputabilidade penal, crime e extinção da punibilidade.
Situação hipotética: Um cabo das Forças Armadas escalado para serviço na organização militar
a que servia compareceu e assumiu a incumbência em estado de embriaguez, tendo ingerido,
voluntariamente, grande quantidade de bebida alcoólica momentos antes de se apresentar no
serviço. Todavia, seu estado não foi notado, e, nas primeiras horas da atividade, ao discutir
com um militar que também estava em serviço, disparou sua arma de fogo na direção deste,
matando-o instantaneamente. Assertiva: Nessa situação, será considerado inimputável o cabo,
se ficar comprovado que, naquele momento, sua embriaguez era completa e que ele era
plenamente incapaz de entender o caráter criminoso do fato.

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GABARITO

1. ERRADO 5. ERRADO 9. CERTO


2. CERTO 6. CERTO 10. ERRADO
3. CERTO 7. B 11. ERRADO
4. CERTO 8. ERRADO

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Um adolescente com dezessete anos de idade que, convocado ao serviço militar, após ser
incorporado, praticar conduta definida no CPM como crime de insubordinação praticado
contra superior será alcançável pela lei penal militar, a qual adotou, para os menores de
dezoito e maiores de dezesseis anos de idade, o sistema biopsicológico, em que o
reconhecimento da imputabilidade fica condicionado ao seu desenvolvimento psíquico.
2. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe.
A embriaguez patológica recebe o mesmo tratamento que a embriaguez voluntária ou culposa
no CPM, segundo o qual ambas isentam de pena o agente, por não possuir este consciência no
momento da prática do crime.
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imputabilidade penal, crime e extinção da punibilidade.
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voluntariamente, grande quantidade de bebida alcoólica momentos antes de se apresentar no
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com um militar que também estava em serviço, disparou sua arma de fogo na direção deste,
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se ficar comprovado que, naquele momento, sua embriaguez era completa e que ele era
plenamente incapaz de entender o caráter criminoso do fato.
4. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe.
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situação, o condenado militar deverá deixar a prisão com o uniforme sem as insígnias, e o condenado
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momento da execução, salvo se o recusarem.

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2. ERRADO 4. CERTO

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1. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe.
Considerando-se que, em relação ao concurso de agentes, o CPM possui disciplinamento
singular, entendendo o “cabeça” como o líder na prática de determinados crimes, é correto
afirmar que, havendo participação de oficiais em crime militar, ainda que de menor
importância, para todos os efeitos penais, eles devem ser considerados como “cabeças”.
2. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe.
O CPM, ao adotar o princípio da participação de menor importância, estabeleceu uma exceção
à teoria monista do concurso de agentes.
3. STM – Analista Judiciário – 2004 – Cespe. ==15394f==

O CPM, ao estabelecer que aquele que, de qualquer modo, concorrer para o crime incidirá nas
penas a este cominadas, adotou, em matéria de concurso de agentes, a teoria monista.

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1. CERTO
2. CERTO
3. CERTO

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