O documento discute a proteção da vida humana como bem jurídico supremo na constituição de Angola e como o direito penal visa proteger os bens mais relevantes de uma sociedade. Também explica que a responsabilidade penal exige dolo ou negligência e define os elementos da negligência consciente, incluindo o comportamento do agente, a violação do dever de cuidado e a imputação objetiva do resultado ao agente.
O documento discute a proteção da vida humana como bem jurídico supremo na constituição de Angola e como o direito penal visa proteger os bens mais relevantes de uma sociedade. Também explica que a responsabilidade penal exige dolo ou negligência e define os elementos da negligência consciente, incluindo o comportamento do agente, a violação do dever de cuidado e a imputação objetiva do resultado ao agente.
O documento discute a proteção da vida humana como bem jurídico supremo na constituição de Angola e como o direito penal visa proteger os bens mais relevantes de uma sociedade. Também explica que a responsabilidade penal exige dolo ou negligência e define os elementos da negligência consciente, incluindo o comportamento do agente, a violação do dever de cuidado e a imputação objetiva do resultado ao agente.
A vida é um bem supremo, por isso nos termos do artigo 30º da
constituição da República de Angola, estabelece que o Estado
respeita e protege a vida da pessoa humana, que é inviolável. O Direito penal visa proteger os bens jurídicos mais relevantes de uma determinada sociedade, e como sabemos a vida humana constitui o bem mais relevante em nossa sociedade, pois sem ela não existiriam outros bens jurídicos.
A acção penal é, em princípio, acção finalista, dominada pela
vontade, a acção intencional, conduzida pela consciência daquilo que se quer e pela decisão de se querer realiza-lo ou seja a acção penal é por excelência uma acção dolosa. Assim sendo só é possível falar em responsabilidade penal aos casos praticados com dolo, dito de outro modo, para haver responsabilidade penal, é necessário que o agente actue com dolo ou nos casos especialmente previstos na lei por negligência. Assim conforme dispõe o nº 1 do artigo 12º do código penal Angolano, age com dolo, sob a forma de intenção, quem, representando um facto que preenche um tipo de crime, actuar com a intenção de o praticar. Dolo pode ser necessário ou eventual.
A negligência é entendida como a desatenção ao dever de
cuidado, a negligência pode assumir duas formas conceptualmente distintas: a negligencia consciente e a negligencia inconsciente. A consciente verifica-se quando o agente embora prevendo como possível a realização do facto típico, age convencido de que o facto não se realizara. A conduta do agente não é que a lei impõe para evitar o facto, pois, este apesar da convicção do agente em contrário, acaba por se verificar. A negligência consciente corresponde, em certa medida ao actuar leviano. A negligência inconsciente verifica-se quando o agente nem sequer previu a possibilidade da realização do facto típico através da sua conduta e contudo devia e podia ter previsto. A produção do facto era previsível.
ELEMENTOS DA NEGLIGENCIA CONSCIENTE
1- Comportamento do Agente: exige uma conduta do agente ,
sob a forma de acção ou omissão , dominada ( negligencia consciente ) ou dominável ( negligencia inconsciente) pela vontade. 2- A infracção do dever de cuidado: mas é preciso averiguar se o resultado ( a morte da vitima) era previsível e o agente violou o dever de cuidado objectivo. O dever de cuidado consiste, antes de tudo , em reconhecer o perigo para o bem jurídico protegido, resultante da conduta concreta e em orientar-se correspondentemente de acordo com isto, omitindo a acção ou efectuando-a somente com suficientes garantias de segurança. A medida do dever de cuidado objectivo, isto é do, cuidado a exigir a um homem médio, prudente e conscioso, colocado na situação concreta e no papel social do agente. Se essa conduta é conforme as exigências de cuidado, não se pode falar em desvalor da conduta e em acção típica. A conduta do agente está de acordo com a ordem jurídica.
Assim na situação em concreto é preciso perceber em
primeiro lugar qualquer motorista prudente e consciencioso naquela ocasião não seria possível prever que a vitima pudesse estar a andar a berma da estrada e evitado o choque. IMPUTAÇÃO OBJECTIVA: É necessário ainda que o resultado seja objectivamente imputável a acção de do arguido. O resultado morte também se verificaria se a conduzisse conforme o seu dever de cuidado, a vítima como andava a berma da estrada seria igualmente atropelado e morreria mesmo que a viatura seguisse velocidade prudente. Pois é necessário que se possa estabelecer um nexo de causalidade entre a acção negligente (violação do dever de cuidado) e o resultado proibido.
Diante disso e fruto daquilo que se produziu em sede de
audiência, a defesa pede a este tribunal a absolvição do arguido pelos motivos expostos e não for esse o entendimento do tribunal, que seja nos termos do artigo 47º do código penal.
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