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Conceito
Dentro da parte geral do Código Penal, encontramos alguns artigos que se referem a
negligência embora de forma indirecta, a primeira disposição com a qual podemos nos deparar
é o art.11º que estabelece que, só é punível o facto praticado com dolo ou, nos casos
especialmente previstos na lei, com negligência, mas nada diz de especial em relação a
negligência, o art.13º já pretende ter uma verdadeira definição, ao se referir de quando se age
com negligencia, sendo praticado com a falta de cuidado, a que segundo as circunstancias, esta
obrigado e de que é capaz.
Espécies de negligência
2.5.1. Acção
Sendo crime negligente (também um facto voluntario declarado punível pela lei penal, ele
implicara, antes de mais a existência de uma acção, isto é, um comportamento dominável pela
vontade do agente. A capacidade de acção também é pressuposto da responsabilidade
negligente.24
Tipicidade
O que é característico dos crimes negligentes, ao contrário dos crimes dolosos, é justamente a
incongruência entre a situação objectiva e a situação subjectiva. Na negligência a pessoa não
representa uma situação objectiva, ou se a representa como uma possibilidade não se
convence dela, e portanto, essa incongruência, essa contradição entre a realidade objectiva e
representação de uma pessoa é justamente aquilo que é característico dos crimes negligentes;
e por isso talvez não deva falar elemento subjectivo do tipo negligente,
Também nos crimes negligentes a ilicitude é indiciada pela tipicidade, e portanto será em
princípio afastada apenas se funcionarem as causas de justificação, ou causas de exclusão de
ilicitude. E em princípio, quaisquer causas que funcionam em relação aos crimes dolosos,
funcionam para os crimes negligentes. Mas algumas serão de verificação mais provável ou
possível.
Estado de necessidade
Em situações que alguém pode ser negligente, criando danos com isso, porem querem
salvaguardar um interesse maior, pode a negligência ser justificada. Seria por exemplo o caso
que um médico anda na velocidade alta levando doente ao hospital e cometer crime de dano
porque entrou em choque com outro automóvel. Pode ser negligente por não averiguar a
velocidade mas ele não fazendo de propósito uma vez que estava as pressas devido ao doente
que com ele leva, esta ilicitude é justificada.
Legitima defesa
A legítima defesa também pode em algumas circunstâncias justificar a ilicitude, seria o caso por
exemplo de alguém pretendendo cessar uma agressão eminente, usa arma para assustar o
outro, disparando-a mas sem intenção de o atingir, porem por falta de pontaria ou destreza
acaba o atingindo mesmo, causando o ofensas corporais graves entendemos que preenche-se
assim os requisitos de legitima defesa.
Por outro lado, serão causas de exclusão de culpa a não exigibilidade. E aqui sim, na
negligência, no geral se admite que a não exigibilidade pode funcionar como causa de exclusão
de culpa. Importa salientar que esta questão da não exigibilidade de certo modo funciona como
um estado de necessidade subjectivo.
Inexistência da tentativa
Para começar, podemos dizer que é autor de um crime negligente a pessoa que viola o dever
de cuidado que lhe é imposto, e com isso provoca um certo resultado ou, nos casos de crime de
mera actividade, como a falsificação de documentos, tem uma certa actuação na medida que
viola esse mesmo dever de cuidado. Para terminar, dizer que não faz sentido se discutir ou se
colocar em questão se nos crimes negligentes existe cumplicidade, co-autoria ou autoria
mediata. Isto porque, para existência dessas figuras, assim como são previstas no Código Penal
em relação aos crimes dolosos, deveriam também ser previstas no âmbito dos crimes
negligentes, coisa que não há.