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O que é CRIME?
Legal
toda infração penal a que a lei comina pena de RECLUSÃO ou DETENÇÃO (Caso contrário, seria uma contravenção)
Analítico
crime era o fato TÍPICO, ILÍCITO E CULPÁVEL.
Todos os três aspectos (material, legal e analítico) estão presentes no nosso sistema jurídico-penal.
CRIME
II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia.
Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato previsto como crime, senão quando
o pratica dolosamente.
CRIME DOLOSO
É aquele praticado pelo agente que objetiva o resultado ou que, no mínimo, assume o risco de produzi-lo,
isto é, tem consciência da conduta que pratica.
Dolo é vontade livre e consciente de praticar a ação ou omissão, de executar o fato definido como crime pela
letra da lei.
CRIME DOLOSO
DOLO DIRETO
Ocorre quando o agente pretende, busca o resultado, de modo que o evento corresponde a sua vontade.
Ex.: Um sujeito “A” saí de casa com o intuito de matar um sujeito “B”. Ao encontrá-lo, deflagra
disparos de arma de fogo que levam a óbito a vítima.
O objetivo inicial de ferir o bem jurídico (a vida) foi alcançado.
CRIME DOLOSO
DOLO INDIRETO
Ocorre quando a vontade do agente não se orienta de forma segura em relação ao evento.
Ex. José atira uma pedra em Maria, querendo matá-la ou lesioná-la, tanto faz. Não existe uma intensão especifica de matar ou lesionar,
qualquer uma serve.
Dolo eventual
Trata-se de hipótese na qual o agente não tem vontade de produzir o resultado criminoso, mas, analisando as circunstâncias, sabe que este
resultado pode ocorrer e não se importa, age da mesma maneira.
A conduta do agente é destinada a um determinado fim (que pode ser lícito ou não), tal qual no dolo
eventual, mas pela violação a um dever de cuidado, o agente acaba por lesar um bem jurídico de terceiro,
cometendo crime culposo.
O dever objetivo de cuidado:
É aquele imposto a todas as pessoas de sempre agir com o emprego das cautelas necessárias para que de seu atuar não
resulte dano a bens jurídicos alheios.
A punibilidade nesses crimes visa justamente a tornar o homem mais atento.
Obriga-o a superar deficiências peculiares ou a agir com a diligência imposta em razão dessas mesmas deficiências.
CRIME CULPOSO
Imprudência
Negligência
É o famoso relapso. Aqui o agente deixa de fazer algo que deveria (agir negativo) .
Imperícia.
Prática de uma conduta sem possuir o conhecimento necessário para tanto (agir positivo).
CRIME CULPOSO
Logo, o crime culposo irá se manifestar por uma atitude voluntária do indivíduo, mas esta atitude deve almejar um fim perfeitamente
lícito
3. Resultado involuntário;
O resultado da conduta é que se torna diverso do pretendido. Nesse caso, são 2 (duas) situações:
a. 1. o agente age, voluntariamente, para atingir fim lícito;
A intenção do agente não foi ferir a letra da lei, entretanto se esta consequência se manifesta, responderá este por crime culposo.
CRIME CULPOSO
Ex: todos sabem que se deve ter cuidado, redobrado, com crianças na beira da piscina ou no mar para não ocorrer afogamento, etc.
6. Ausência de previsão;
A ocorrência deste decorre de caso fortuito, que exclui a própria culpa e, consequentemente, a tipicidade.
Previsibilidade subjetiva:
7. Tipicidade.
O fato deve estar previsto como crime. Em regra, os crimes só podem ser praticados na forma dolosa, só podendo ser punidos a título de culpa
quando a lei expressamente determinar.
ESPÉCIES DE CULPA
As espécies de culpa :
o Culpa consciente (ou culpa ex lascivia):
Ocorre quando o agente prevê o resultado, mas espera, sinceramente, que este não ocorra.
Difere do dolo eventual porque neste o agente prevê o resultado e não se importa que ele venha a ocorrer.
Na culpa consciente o agente, embora prevendo o resultado, não o aceita como possível.
Exemplo: caçador que, avistando um companheiro próximo do animal que deseja abater, confia em sua condição de perito
atirador para não atingi-lo quando disparar, causando, ao final, lesões ou morte da vítima ao desfechar o tiro;
ESPÉCIES DE CULPA
As espécies de culpa :
Culpa inconsciente (ou culpa ex ignorantia):
Ocorre quando o agente não prevê o resultado de sua conduta, apesar de ser este previsível.
Exemplo: indivíduo que atinge involuntariamente a pessoa que passava pela rua, porque atirou um objeto na janela por
acreditar que ninguém passaria naquele horário.
CRIME PRETERDOLOSO
É aquele em que o agente realiza uma conduta dolosa (delito-base), mas acaba produzindo um
resultado mais grave do que o pretendido em razão da intensificação culposa (resultado agravador culposo).
Um exemplo clássico é o crime de lesão corporal seguida de morte.
Caso isto ocorra, o sujeito ativo adotou uma conduta diametralmente oposta àquela exigida pela lei. Neste
caso teremos a conduta comissiva, ou simplesmente uma “ação”.
CONDUTA OMISSIVA
O sujeito ativo não age, logo, adota uma postura inerte que seja exatamente o oposto da pretendida pelo
texto da norma jurídica.
Ex: Art. 269 do CP - Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação é
compulsória:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
Neste caso, o médico deve agir, fazendo a notificação.
Caso não o faça, cometeu um crime, por não ter agido como a norma penal pretendia. Neste caso teremos uma omissão.
CONDUTA OMISSIVA
A simples omissão é uma causa suficiente para a consumação, logo, independentemente de qualquer resultado ulterior.
Nesse caso, é irrelevante avaliar se houve qualquer resultado (no exemplo, é irrelevante saber se houve dano à vítima), pois o agente
responde criminalmente pelo simples fato de ter violado a norma penal, descumprindo o mandamento.
Crimes omissivos
O agente é responsabilizado por um tipo comissivo, da mesma forma que aquele que pratica o referido tipo comissivamente, não
porque sua conduta tenha dado causa ao resultado (pois, “do nada, nada surge”), mas porque essa omissão é juridicamente
equiparada à causação do resultado.
Nesses crimes o agente não responde só pela omissão como simples conduta, mas pelo resultado produzido, podendo ser
doloso ou culposo.
EXEMPLO: Maria, desejando matar seu filho Bruno, de apenas 07 meses, deixa de dar alimentos ao bebê, de forma que
o menino morre por inanição. Veja, Naturalisticamente falando, Maria não matou o próprio filho, mas dolosamente deixou de agir
para evitar a morte. Porém, como Maria tem o dever de proteção e cuidado em relação ao filho, sua omissão dolosa será
juridicamente equiparada à causação do resultado, de forma que Maria responderá por homicídio doloso consumado.