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“Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação
legal”.
Se um fato deixou de ser crime, todas as pessoas que estão sendo punidas por conta
disso devem ser beneficiadas com o fim das penalidades e efeitos penais. Mesmo que
a sentença já tenha transitado em julgado.
Se houve prática de crime durante a vigência de uma lei temporária, esses crimes
serão punidos mesmo que seja após o fim dessa lei.
TEMPO DO CRIME
TERRITORIALIDADE
O QUE É CRIME?
CONSUMAÇÃO
ITER CRIMINIS
3) Execução: Aqui o bem jurídico começa a ser atacado. Nessa fase o agente inicia a
realização e já se torna punível.
CRIME TENTADO
CRIME IMPOSSÍVEL - é aquele que não seria consumado nunca, seja pelo meio
usado o pelo objeto do crime. Não é punido, nem como tentativa.
Ex.: matar alguém que já está morto, atirar com arma de brinquedo.
DOLO E CULPA
ERRO DE TIPO
O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a
punição por crime culposo, se previsto em lei e se pudesse ter sido evitado pelo
agente.
Ex.: Matar uma pessoa durante uma caçada acreditando que era um animal. Se o
crime aconteceria de qualquer forma, extingue o dolo e a culpa. Se poderia ter sido
evitado, é punido como tentativa se houver previsão legal.
Se o erro foi sobre a vítima, o agente responde como se tivesse atingido a vítima que
era seu verdadeiro alvo. Não importa se o agente errou, o que vale é a intenção que
ele tinha quanto a sua real vítima.
Ex.: Queria matar o pai, mas matou o vizinho por engano. Vai responder como se a
vítima fosse o seu pai.
- Em estado de necessidade (pratica o fato para salvar de perigo atual direito próprio
ou alheio, sendo que não foi o agente que criou aquela situação de perigo).
PENAS
- Privativas de liberdade:
A pena de reclusão tem de ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto.
A pena de detenção pode ser cumprida no regime semiaberto ou aberto.
Pena superior a 8 anos: regime fechado;
Pena superior a 4 anos e menor que 8 anos: regime semiaberto;
Pena igual ou menor que 4 anos: regime aberto.
- Restritivas de direito: são aplicadas nos casos em que a pena privativa de liberdade
seja menor que 4 anos e o crime for sem violência/grave ameaça, réu não reincidente
em crime doloso, bons antecedentes.
Ex.: prestação pecuniária, perde de bens e valores, serviço à comunidade, limitação
de fim de semana.
- De multa.
AGRAVANTES
- Reincidência,
- Em estado de embriaguez.
ATENUANTES
- Desconhecimento da lei;
- Ter o agente cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;
- Ter cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem
de autoridade superior;
– Cometido o crime sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da
vítima;
- Confissão espontânea;
CONCURSO MATERIAL
Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais
crimes, idênticos ou não.
Aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido.
CONCURSO FORMAL
Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes,
idênticos ou não.
Aplica-se a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas
aumentada de um sexto até metade.
A ação penal pública é promovida pelo Ministério Público, dependendo, quando a lei o
exige, de representação do ofendido ou de requisição do Ministro da Justiça.
PERDÃO DA VÍTIMA
O perdão do ofendido, nos crimes em que somente se procede mediante queixa,
impede ao prosseguimento da ação.
Pode ser no processo ou fora dele, de forma expressa ou tácita.
Se concedido a qualquer dos réus, vale para todos.
Se concedido por uma das vítimas, não prejudica o direito das outras vítimas.
Se o réu não aceitar, o perdão não produz efeito.
Não é admissível o perdão depois que a sentença condenatória transitar em julgado.
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
Extingue-se a punibilidade:
- pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada;
Homicídio
Já o homicídio qualificado é aquele que tem sua pena majorada (aumentada). Diz
respeito aos motivos determinantes do crime e aos meios de execução, reveladores
de maior periculosidade ou perversidade do agente.
O homicídio culposo há uma ação voluntária dirigida a uma atividade lícita, porém, não
houve cuidado do autor e o resultado é a morte.
- É crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa que execute uma das
condutas descritas no tipo.
- Por ser um tipo misto alternativo (crime de ação múltipla ou de conteúdo variado), o
agente, ainda que realize todas as condutas, responde por um só crime.
a) Induzir: significa suscitar a ideia, sugerir o suicídio.
b) Instigar: significa reforçar, estimular, encorajar um desejo já existente.
c) Auxiliar: consiste na prestação de ajuda material e moral, como o fornecimento de
arma, veneno e instruções, dicas.
- Por se tratar de crime comum, pode ser praticado por qualquer pessoa que tenha
capacidade de induzir, instigar ou auxiliar alguém, de modo eficaz e consciente.
- Qualquer pessoa pode ser vítima, desde que possua capacidade de resistência e
discernimento. Tratando-se de doente mental, haverá homicídio.
- O crime consuma-se com o resultado naturalístico, ou seja, a morte ou lesão corporal
de natureza grave. Não admite tentativa e não há modalidade culposa.
- Pena duplicada se fizer por motivo egoístico ou se a vítima for menor.
Infanticídio
- A vida do recém-nascido ceifada pela própria mãe, que encontra-se sob influência do
estado puerperal.
- É um crime próprio, pois somente a mãe pode praticar o crime em tela, porém, nada
impede que terceiro responda por este delito na modalidade de concursos de pessoas:
a) mãe que mata o próprio filho com, contando com o auxílio de terceiro;
- Admite tentativa.
Aborto
- No auto-aborto, somente a gestante pode ser autora desse crime, pois trata-se de
crime de mão própria.
- Não é punido o aborto feito pelo médico quando necessário para salvar a vida da
gestante ou em caso de gravidez resultante de estupro.
COMPETÊNCIA
Calúnia
- Para que o crime de Calúnia se consuma, basta que terceiros fique sabendo.
- Cabe a tentativa, se a calúnia foi feita pela internet ou por mímica, mas se foi falado
não admite tentativa.
- Cabe a exceção da verdade neste crime.
Difamação
Injúria
Não é considerado injúria ou difamação a ofensa feita em juízo pelo advogado ou pela
parte durante a discussão da causa, opinião desfavorável de crítica literária, artística
ou científica ou conceito desfavorável emitido por funcionário público no cumprimento
de dever do ofício.
Aquele que se retratar antes da sentença fica isento de pena.
Esses crimes só procedem mediante queixa do ofendido.
CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
Furto
- Crime comum e material, portanto exige resultado para se consumar.
- Se consuma com a troca de posse do bem, que sai da vítima e passa ao autor do
crime.
- Admite tentativa e não existe na forma culposa.
- As coisas de uso comum também podem ser objeto de furto como a água e luz.
- A coisa abandonada (rês derelicta) e a coisa de ninguém (rês nullius) não podem
ser objeto material de furto, pois não são coisas alheias.
- Se o agente pensou que se tratava de coisa abandonada e dela se apoderou
haverá erro de tipo que excluirá o dolo.
Roubo
- É um crime comum e material, que exige resultado para se consumar.
- Se consuma com a troca de posse do bem, que se dá com violência ou grave
ameaça.
- Crime doloso e que admite tentativa. Não admite a forma culposa.
- Objetos que estão presos ao corpo como brinco, corrente, relógio, pulseira e que
são arrancados pelo ladrão caracterizam o roubo. Quando soltos como boné, óculos,
bolsa ou celular, o crime é de furto.
- São agravantes o uso de arma, concurso de pessoas, vítima em transporte de
valores, veículo roubado e levado para outro Estado ou país e se há restrição da
liberdade da vítima.
- São qualificadoras a lesão corporal grave ou morte da vítima.
Homicídio consumado e roubo consumado: Latrocínio.
Homicídio tentado e roubo tentado: Tentativa de latrocínio.
Tentativa de homicídio e roubo consumado: Tentativa de latrocínio.
Homicídio consumado e roubo tentado: Latrocínio.
Extorsão
PONTOS IMPORTANTES
Estupro
- Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 anos, com
alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário
discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode
oferecer resistência.
- É crime mesmo se houver consentimento da vítima.
- Há tipicidade penal - ato infracional equiparado ao de estupro de vulnerável - quando
dois adolescentes (MAIORES DE 12 E MENORES DE 14 ANOS) mantêm relação
sexual de forma consensual. Porém, eles não podem ser punidos.
- Se a vítima tiver exatos 14 anos de idade e houver consentimento, não é estupro
de vulnerável.
- Não há forma culposa. Admite-se tentativa, embora de difícil comprovação.
- Também é crime induzir o menor de 14 anos a satisfazer sexualmente outra pessoa,
praticar conjunção carnal ou ato libidinosa na presença do menor de 14 anos ou
explorar sexualmente menor de 18 anos ou vulnerável.
PONTOS IMPORTANTES
Esses crimes se procedem mediante ação penal pública condicionada à
representação.
Se a vítima for vulnerável ou menor de 18 anos, a ação penal será pública
incondicionada.
Se houver concurso de pessoas ou o autor for ascendente, padrasto ou madrasta, tio,
irmão, cônjuge, tutor, curador ou empregador da vítima, a pena aumenta.
Peculato
Concussão
Prevaricação
Além dos crimes praticados por próprios funcionários públicos, existem aqueles
realizados por particular, que são:
• Corrupção ativa
• Descaminho
• Contrabando