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Tipo penal:
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio
Meio
insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; Circunstâncias
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso qualificadoras
Modo
que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;
Mandante:
Se o crime foi ordenado em Executor:
virtude de valor social/moral,
Aqui sim atuará a qualificadora.
pode haver diminuição (art. 121,
§ 1º).
- Motivo torpe: é aquele que causa repulsa, é repugnante, nojento, mas não é
insignificante.
- Ciúme e motivo fútil: via de regra, não é motivo fútil, mas um sentimento
humano, ainda que altamente perigoso, pois impede a ação lúcida e por ele o
paciente pode ter sido levado a uma violenta emoção (...).
Tipo Penal:
Homicídio culposo
§ 3º Se o homicídio é culposo:
Aumento de pena:
- O § 4º do art. 121, CP, prevê o aumento de 1/3 da pena nas seguintes hipóteses:
Homicídio culposo:
o Se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão,
arte ou ofício;
o Se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura
diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar a prisão
em flagrante.
Homicídio doloso:
o Se o crime é cometido contra pessoa menor de 14 ou maior de 60
anos.
Perdão judicial:
- Será cabível na hipótese de homicídio culposo, podendo o juiz deixar de aplicar
a pena se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma
tão grave que a sanção penal se torne desnecessárias.
Tipo penal:
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio
Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça:
Pena – reclusão, de 2 a 6 anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de 1 a 3 anos, se da
tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave
Parágrafo único. A pena é duplicada:
Aumento de pena
I – se o crime é praticado por motivo egoístico;
II se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência.
Introdução:
- A tentativa de suicídio, por si só, é considerada um indiferente penal, em virtude
do princípio da lesividade, que veda a incriminação de uma conduta que não
exceda o âmbito do próprio autor.
- A conduta do suicida é atípica, mas ainda assim ilícita.
Constrangimento ilegal
Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver
reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite,
ou a fazer o que ela não manda:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
§ 3º - Não se compreendem na disposição deste artigo:
II - a coação exercida para impedir suicídio.
Classificação doutrinária:
- Crime comum, de forma livre, doloso (não há previsão da modalidade culposa),
comissivo/omissivo impróprio, de dano, material, instantâneo de efeitos
permanentes, não transeunte, monossubjetivo, plurissubsistente*, de conteúdo
variado (crime de ação múltipla, podendo o agente levar a efeito os vários
comportamentos previstos no tipo – induzir, instigar ou auxiliar).
- O sujeito passivo também poderá ser qualquer pessoa, desde que a vítima
tenha capacidade de discernimento, de autodeterminação, pois, caso
contrário, estaremos diante do delito de homicídio.
- Induzir x instigar:
Instigar: demonstra que
a ideia de suicídio já
Induzir: fazer nascer,
existia, sneod que o
criar a ideia suícida na
agente, dessa forma,
vítima.
reforça, estimula essa
ideia.
Elemento subjetivo:
- É o dolo, seja direto ou mesmo eventual, não havendo previsão legal para a
modalidade CULPOSA.
Consumação e tentativa:
Testemunhas de Jeová:
- Na hipótese de ser imprescindível a transfusão de sangue, mesmo sendo a
vítima maior e capaz, em caso de recusa, tal comportamento deverá ser
encarado como tentativa de suicídio, podendo o médico intervir, inclusive sem
o seu consentimento.
- Nesse caso, o médico estará amparado pelo art. 146, § 3º, I, do CP, que afirma
não configurar constrangimento ilegal a intervenção médica ou cirúrgica, sem
o consentimento do paciente ou de seu representante legal, se justificada por
iminente perigo de vida.
Infanticídio
Tipo penal:
Infanticídio
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo
após:
Pena - detenção, de dois a seis anos.
- Elementos especializantes:
Classificação doutrinária
- Crime próprio, simples, de forma livre, doloso, comissivo e omissivo impróprio, de
dano, material, plurissubsistente, monossubjetivo, não transeunte, instantâneo de
efeitos permanentes.
Puerpério
- “É o período cronologicamente variável, de âmbito impreciso, durante o qual
se desenrolam todas as manifestações involutivas e de recuperação da genitália
materna havidas após o parto”.
Prova pericial:
- O entendimento da jurisprudência majoritária é no sentido da dispensa da
perícia médica para a constatação do estado puerperal, existindo uma
presunção juris tantum, ou seja, até que se prove ao contrário, a mulher após o
parto tem perturbações psicológicas e físicas.
Sujeito ativo e sujeito passivo:
- Somente a mãe, sob influência do estado puerperal, pode ser o sujeito ativo,
tendo como sujeito passivo seu próprio filho.
Limite temporal:
- Admite-se a ocorrência do infanticídio quando o crime é cometido durante o
parto ou logo após o parto.
- A análise do lapso temporal decorrido após o parto deve ser feita com
razoabilidade. Atualmente, a medicina aponta que o tempo normal de duração
do puerpério é de aproximadamente seis a oito semanas.
Elemento subjetivo:
- Não foi prevista a modalidade culposa do infanticídio, assim esse crime só
poderá ser cometido dolosamente.
Consumação e tentativa:
- O crime se consuma com a morte do neonato, daí a necessidade de ser
produzida prova no sentido de se verificar se, durante os atos de execução,
estava vivo o neonato, pois, caso contrário, estaremos diante da hipótese de
crime impossível.
Concurso de pessoas:
Circunstâncias incomunicáveis
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando
elementares do crime.
Aborto
Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento
Art. 124 – Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque:
Pena – detenção de um a três anos.
Forma qualificada
Art. 127 – As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em
consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão
corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a
morte.
ADPF 54
“ESTADO – LAICIDADE. O Brasil é uma república laica, surgindo absolutamente neutro quanto às
religiões. Considerações. FETO ANENCÉFALO – INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ – MULHER – LIBERDADE
SEXUAL E REPRODUTIVA – SAÚDE –DIGNIDADE – AUTODETERMINAÇÃO – DIREITOS FUNDAMENTAIS
– CRIME – INEXISTÊNCIA. Mostra-se inconstitucional interpretação de a interrupção da gravidez
de feto anencéfalo ser conduta tipificada nos artigos 124, 126 e 128, incisos I e II, do Código
Penal.”
Introdução
- O CP não define aborto, ficando tal tarefa a cargo da doutrina.
Classificação doutrinária
- Crime de mão própria*, quando realizado pela própria gestante, sendo comum
nas demais hipóteses quanto ao sujeito ativo; considera-se próprio quanto ao
sujeito passivo, pois que somente o feto e a mulher grávida podem figurar nessa
condição; comissivo ou omissivo (impróprio); doloso; de dano; material;
instantâneo de efeitos permanentes; não transeunte; monossubjetivo;
plurissubsistente; de forma livre.
* Crime de mão própria: exige qualidade especial do agente, mas não admite
coautoria, ou seja, a execução não pode ser delegada.
Início e fim da proteção pelo tipo penal de aborto
- A vida, para fins de proteção pelo tipo penal de aborto, tem início a partir da
nidação (fixação do embrião na parede uterina).
Elemento subjetivo
- Não há previsão da modalidade culposa para o delito subjetivo.
Consumação e tentativa
- Consumação: efetiva morte do produto da concepção.
- Admite-se a tentativa.
- No caso do art. 127, o agente pretendia provocar apenas o aborto, mas acaba
causando lesão corporal grave na gestante ou até mesmo a morte da mesma.
Prova de vida
- O aborto é um crime que deixa vestígios, razão pela qual, nos termos do art.
158 do CPP, será indispensável o exame de corpo de delito, direito ou indireto,
não podendo supri-lo a confissão do acusado.
- De acordo com o art. 167 do CPP, não sendo possível o exame de corpo de
delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá
suprir-lhe a falta.
Aborto legal
- O art. 128 do CP prevê duas modalidades de aborto legal: o aborto terapêutico
ou profilático (preventivo); e o aborto sentimental, humanitário ou ético.
Art. 128 – I. Aborto necessário: quando não há outro meio de salvar a vida da
gestante. Nesse caso, configura-se o estado de necessidade (que exclui a
ilicitude)
- Se não tinha essa finalidade, mas o resultado era previsível, deverá ser
responsabilizado pelo art. 129, § 2º, V:
Lesão corporal de natureza grave
§ 2° Se resulta:
V - aborto:
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Aborto econômico
- Condições econômicas precárias não justificam o aborto.