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AULA 02 2020.2 HOMICÍDIO.

Homicídio Privilegiado. (art. 121, §1º


Homicídio simples
Art. 121. Matar alguem:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
Caso de diminuição de pena
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob
o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode
reduzir a pena de um sexto a um terço.

1. A denominação é doutrináriaJuris. = não são elementares típicas, mas, Minorantes.


não interferem na estrutura da descrição típica, que permanece inalterada. Por essa
razão, as “privilegiadoras” não se comunicam na hipótese de concurso de pessoas
Crimen exceptum
2. Efeito penal 1/6 a 1/3 em qq hipótese.
3. Apesar do “pode” é obrigação do juiz, caso o júri em votação o reconhecer. Direito
subjetivo do réu. Mas devem ser jugados de forma objetiva (média existente na
sociedade, e não segundo a opinião do agente) - Súmula 162 do STF: “É absoluta a
nulidade do julgamento pelo júri, quando os quesitos da defesa não precedem aos das
circunstâncias agravantes”.
4. Todas as hipóteses estão no plano da subjetividade, pois dizem respeito as razões
motivacionais do crime.
a. RVM (nobreza, altruísmo - aquele superior, enobrecedor de qualquer cidadão
em circunstâncias normais) sentimentos do agente de compaixão, ...
exemplo a eutanásia, ortotonásia, ...  reconhecido pela moralidade média...
atende a interesses particulares..
b. RVS  Sentimentos da coletividade (INTERESSE - fundamenta-se no interesse
de todos os cidadãos de determinada coletividade).... não se refere ao agente
individualmente (traidor da pátria, estuprador de crianças, ...) ... atende a
interesses da sociedade...
NÃO BASTA SER DE VALOR S/M, TEM QUE IMPORTANTE, NOTÁVEL, DIGNO
DE APRECIAÇÃO.
c. VE aspecto psicológico do agente,... intenso DOMINA, descontrole VIS
ELECTIVA,... CHOQUE EMOCIONAL # MERA INFLUÊNCIA DA EMOÇÃO (65,c,
requisito termo “logo em seguida”)...
3 Requisitos:
i. Injusta provocação da vítima (agressão injusta + é legítima?) =
adultério, xingamento, traição, ... necessário se faz a intenção da
vítima? Não, basta que o agente se sinta como tal. Diretamente
contra o agente? Não... 3º ou animal...
ii. Domínio de violenta emoção  estado emocional súbito, intenso,
passageiro retirando-lhe a isenção, seriedade, a razão..., (surto) em
razão da provocação.
iii. Reação imediata  logo em seguida, não pode haver uma clara
interrupção entre a provocação e a reação que provoca a morte...
conta-se o tempo a partir do conhecimento da provocação.
5. Aberratio ictus erro na execução... matou outra... mesmo assim incide o privilégio.
Homicídio culposo
§ 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei nº 4.611, de 1965)

Pena - detenção, de um a três anos.

Aumento de pena

§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta


de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de
prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou
foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de
1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de
60 (sessenta) anos. (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)

§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as


conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção
penal se torne desnecessária. (Incluído pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)

1. Configura-se qdo ele realiza conduta vol + vio do dever de cuidar que é de todos,
produzindo resultado morte (involuntário) + ñ querido + previsível
2. Pena: Detenção de 1 a 3 anos  Infração penal de médio potencial ofensivo 
SCProc – Art.89 do JECrim. Caso seja no transito não cabe, por causa da pena
mínima exigida. 121,3º = 1 ano e 302 = 2 anos.
3. A morte ocorre por (MP tem que apontar a forma de violação)
a. Impr (age – conduta arriscada, perigosa = culpa positiva), é a culpa in
faciendo... ela se manifesta concomitante a ação.
b. Impe (ausência de aptidão técnica, falta de aptidão = culpa profissional) ou
c. Negl (displicência, é o deixa de agir - ausência de cuidado devido = culpa
negativa). Culpa in ommitendo... ela se manifesta antes de iniciar a
conduta
4. Culpa Consciente (prevê + confia # DEventual=Assume o risco), inconsciente (ñ
prevê, ex ignorantia) e concorrente, + de agente... 1 ignora a participação do 2,
respondem isoladamente.
5. Se a vítima agiu com culpa não é excludente de culpabilidade, não se compensa
culpa no DP. E a culpa exclusiva??
6. OBS.IMPORT.: é indispensável investigar o que teria sido, in concreto, para o
agente, o dever de cuidado. Relação causal: CRIME x Cuidado devido. \Se
inevitável = Atípico.
7. Aumento de pena = +1/3  Inobservância de regra tec / deixa de prestar SOS (se
aplicada ao 121, não configura 135 + ajuda de terceiros? Morte instantânea?) /
Foge para evita APF (s/escrúpulos + dificultar a autoria e punição)
8. OBS: Negligência Técnica # Imperícia: agente tem aptidão / agente não tem
aptidão.
9. Homicídio na direção de veículo art. 302 do CTB (+ severa).
10. APPIncondicionada. Rito sumário.
11. Perdão Judicial: consequências do crime atinge o próprio agente de forma muito
grave que a pena se torna desnecessária (bagatela imprópria). Causa extintiva de
punibilidade.
12. Incompatível com a tentativa , pois tem que haver intenção do agente, No caso
da culpa só há Impe, Impr ou Negli, salvo na culpa imprópria erro inescusável,...)
13. Concurso de Pessoas – CoA-sim / Part-Não. Pelo caráter subjetivo direto na
concorrência do crime.

Ex: assaltante aborda vítima parada no sinal, dentro de seu veículo, no intuito de roubá-lo.
Contudo, a vítima se assusta com o assaltante a acelera o veículo e bate no carro da frente,
causando danos. O agente só responderá pelo resultado causado indiretamente se houver
nexo causal entre a conduta e o resultado culposo e se o resultado final puder ser
considerado
como um resultado previsível e esperado da conduta dolosa[1].

“(...) suponha-se que o sujeito seria vítima de crime de furto em sua


residência em dias seguidos. Em determinada noite, arma-se com um
revólver e se posta de atalaia, à espera do ladrão. Vendo penetrar um
vulto em seu jardim, levianamente (imprudentemente e
negligentemente) supõe tratar de um ladrão. Acreditando estar
agindo em legítima defesa de sua propriedade, atira na direção do
vulto, matando a vítima. Prova-se, posteriormente, que não se
tratava do ladrão contumaz, mas sim de terceiro inocente”.
CULPA IMPRÓPRIA. Abaixo...
https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/2194/Algumas-reflexoes-sobre-a-questao-da-
culpa-impropria-e-sua-aplicabilidade-em-face-da-tentativa-conatus

Indagação - 1.º. DIFERENCIE AS HIPÓTESES DE PRIVILÉGIO DO HOMICÍDIO DAS


HIPOTESES SEMELHANTES PREVISTA COMO ATENUANTE DO ART. 65, III, a DO CPB.
R NÃO APENAS MOTIVADO (ATENUANTE), MAS MOTIVADO E IMPELIDO EM
ELEVADO GRAU. MENSURAÇÃO DA PENA...
Indagação - 2.º. DIFERENCIE A VIOLENTA EMOÇÃO ATENUANTE E A VIOLENTA
EMOÇÃO PRIVILÉGIO NO CRIME DE HOMICÍDIO.
R No privilégio, a lei exige que o sujeito esteja sob o domínio de violenta emoção,
enquanto na atenuante, basta que o sujeito esteja sob a influência da violenta
emoção. O privilégio exige reação imediata, já a atenuante não.

CULPA CONCORRENTE VERSUS AUTORIA COLATERAL.


Há concorrência de culpas quando dois indivíduos, um ignorando a participação do
outro, concorrem, culposamente, para a produção de um fato definido como crime.
Na concorrência de culpa os agentes respondem, isoladamente, pelo resultado
produzido. De observar-se que, nessa hipótese, não se pode falar em concurso de
pessoas, ante a ausência do vínculo subjetivo.

Tema tcc
https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/2194/Algumas-reflexoes-sobre-a-
questao-da-culpa-impropria-e-sua-aplicabilidade-em-face-da-tentativa-conatus

Num homicídio culposo, o fato da negligência profissional tipificar a conduta, ao


mesmo tempo que, configura o aumento da pena, caracterizaria o fenômeno do “bis in
idem”?
1ª Corrente: O STF, no HC 86.969/RS afastou a tese do bis in idem.
Nessa situação, não há que se falar em bis in idem. Isso porque o legislador, ao
estabelecer a circunstância especial de aumento de pena prevista no referido
dispositivo legal, pretendeu reconhecer maior reprovabilidade à conduta do
profissional que, embora tenha o necessário conhecimento para o exercício de 49
sua ocupação, não o utilize adequadamente, produzindo o evento criminoso de forma
culposa, sem a devida observância das regras técnicas de sua profissão. De fato, caso
se entendesse caracterizado o bis in idem na situação, ter-se-ia que concluir que essa
majorante somente poderia ser aplicada se o agente, ao cometer a infração, incidisse
em pelo menos duas ações ou omissões imprudentes ou negligentes, uma para
configurar a culpa e a outra para a majorante, o que não seria condizente com a
pretensão legal. Informativo 520, STJ.
2ª Corrente: O STF, no HC 95.078/RJ reconheceu bis in idem.

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