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DIREITO PENAL –

PARTE ESPECIAL
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DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL


1. DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
Neste primeiro título da parte especial do Código Penal, avançamos à análise daquelas condutas
que comprometem a pessoa como um todo, seja sua vida, saúde, integridade física etc.
Para tanto, a Lei Penal dividiu-se em títulos, capítulos e seções.

2. DOS CRIMES CONTRA A VIDA


2.1. HOMICÍDIO CULPOSO
Homicídio culposo
§ 3º Se o homicídio é culposo:
Pena - detenção, de um a três anos.
Por se tratar de crime culposo, a punição é de detenção, menos rigorosa do que a previsão
de pena para o crime doloso.
No homicídio culposo, observa-se que o resultado causado – a morte de um ser humano – não
decorre de um comportamento doloso, mas, sim, da violação de um dever de cuidado exigido pela
norma penal, ante a previsibilidade objetiva do fato desvalioso.
Atenção: Quando o resultado morte for causado na modalidade culpa na condução de veículo
automotor a punição será regida pelo art. 302 do CTB.
Trata-se da situação em que o agente não quis o resultado, atuando por imprudência, negli-
gência ou imperícia, quando o resultado jamais era aceito ou quisto pelo agente.
Relativamente às causas de aumento, temos a seguinte disposição:
Aumento de pena
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de
inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar
imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para
evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço)
se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.
A primeira parte do §4º do art. 121 do CP traz algumas situações majorantes para o homicídio
culposo.
- Quando é praticado em inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, também
chamada de culpa profissional.
- Quando ocorrer omissão de socorro.
- Quando não procura diminuir as consequências do seu ato; ou
- Quando o agente foge para evitar prisão em flagrante
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2.1.2. PERDÃO JUDICIAL


Ponto de fundamental destaque, é que o homicídio CULPOSO pode ter a possibilidade de
perdão judicial.
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as con-
sequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal
se torne desnecessária.
Em resumo, se, por um descuido, ocorre o resultado morte, a depender das consequências
(quando a consequência da infração atinge o próprio autor do fato de maneira tão gravosa), é
possível perdoa-lo.
Exemplo: Um pai que, por descuido, deixa a arma de fogo cair no chão e provoca um disparo
que acerta seu filho, que vem a óbito.
Evidente que no exemplo narrado, não se fará necessária a imposição de pena, já que o sofri-
mento decorrente da perda do filho é muito mais gravosa ao agente do que qualquer tipo de sanção.
Aqui, prudente recordar a súmula nº. 18 do STJ, que estabelece que “a sentença concessiva
do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer
efeito condenatório”.

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