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Direito Administrativo

CONTEÚDO: Servidores Públicos


1. INTRODUÇÃO
- Quem exerce função pública, a qualquer título, é agente público. Ex.: mesário (o Estado
responde por seus atos).
2. AGENTES POLÍTICOS
- Aqueles que exercem função política.
- Detentores de mandato eletivo, secretários e ministros de Estado, os membros da magistratura
e do MP.
3. PARTICULARES EM COLABORAÇÃO COM O ESTADO
- Não têm vínculo com a ADM. Atuam em nome do poder público exercendo função pública.
- Ex.: titulares de cartórios, jurados, mesários, conscritos.
4. SERVIDORES ESTATAIS/AGENTES ADMINISTRATIVOS
- Possuem vínculo administrativo.
- Podem ser:

 Temporários: sua contratação é admitida para a prestação de serviço temporário (assim


definido em lei), de excepcional interesse público.
o Não são julgados pela justiça do trabalho. Se forem servidores federais, justiça
federal. Se forem servidores estaduais, justiça estadual.
 Celetistas: exercício de atividade permanente. Concurso. Há relação de emprego.
 Estatutários: exercício de atividade permanente. Concurso. Não há relação contratual,
há relação estatutária.
Concurso público
Aprovação dentro das vagas: direito subjetivo à nomeação no prazo de validade do concurso.
O concurso público tem validade de ATÉ 2 anos, prorrogável por igual período. (CF).
Desde que a lei preveja, é possível exigir exame psicotécnico. (SV 44).
Estabilidade
Empregados da administração direta e autárquica admitidos antes de 1998: têm estabilidade
(súmula TST).
Como regra, porém, a estabilidade só será adquirida pelos detentores de cargos públicos.
Todo servidor estatutário é estável? Não. Todo servidor estatutário pode vir a adquirir
estabilidade? Não. Os servidores estatutários se dividem em detentores de cargos efetivos (só
eles podem ter estabilidade) ou de cargos em comissão (livre nomeação e exoneração).
Aquisição da estabilidade: 3 anos de exercício e no fim avaliação especial de desempenho. (Se,
após os 3 anos, ele não for avaliado, presume-se que ele foi aprovado)
- O servidor estável pode perder o cargo:
 Mediante avaliação periódica de desempenho;
 Processo administrativo (ampla defesa);
 Sentença judicial, com trânsito em julgado;
 Exoneração de servidores por corte de gastos. Caso o ente esteja extrapolando o limite
de gastos com o pessoal.
o Nesse caso, exonerar-se-á, primeiramente, 20% dos cargos comissionados.
o Se não resolver: servidores não estáveis;
o Se não resolver: servidores estáveis.
 O servidor receberá uma indenização para cada ano de serviço
prestado.
 Garantia de que o cargo será extinto e de que não será criado
outro idêntico ou similar no período de 4 anos.
- A estabilidade antes era de 2 anos, aí houve uma modificação e passou a ser de 3 anos. O
estágio probatório, que é o prazo para aquisição da estabilidade, ainda consta na lei 8.112 como
de 2 anos, pois a lei não foi alterada. Mas a jurisprudência é pacífica no sentido de que o estágio
probatório é de 3 anos.
- Demissão: perda do cargo em caráter punitivo.
- Exoneração: perda do cargo sem caráter punitivo.
- Alguns agentes públicos não têm estabilidade, mas vitaliciedade, hipótese em que o agente só
perderá o cargo por sentença judicial transitada em julgado. Magistratura, MP, Tribunal de
Contas.

Ingresso por:
o Concurso: vitaliciedade em 2 anos.
o Indicação política: vitaliciedade imediata, no momento da posse.
5. REQUISITOS PARA INGRESSAR NO SERVIÇO PÚBLICO
- Até 20% (fixa a lei) das vagas destinadas aos deficientes. STJ fixa o mínimo: 5%.
- Provimento:

 Originário: primeiro ingresso na carreira. É a nomeação. O provimento no cargo se dá


com a nomeação. A investidura se dá com a posse (só se torna servidor com a posse).
o A posse pode ser mediante procuração.
o Depois da nomeação, o servidor tem até 30 dias para tomar posse.
o Ele deve entrar em exercício, após a posse, em no máximo 15 dias, sob pena de
exoneração. O exercício é personalíssimo, não pode ser mediante procuração.
 Derivado: decorre da existência de um provimento anterior naquela mesma carreira.
Novos cargos na mesma carreira.
o SV 43: É inconstitucional qualquer forma de provimento que permita que um
servidor saia de uma carreira para outra sem concurso.
o Hipóteses de provimento derivado:
 Promoção (provimento vertical): por antiguidade e merecimento,
alternadamente.
 Readaptação (provimento horizontal): quando o servidor sofre uma
limitação na capacidade física ou mental.
 Não pode haver uma alteração remuneratória.
 Será readaptado ainda que não haja cargo vago compatível. Até
que surja um cargo vago compatível, será readaptado como
excedente.
 Reversão: volta ao cargo público do servidor aposentado. Ex.:
aposentadoria por invalidez.
 Duas hipóteses:
o Inválido que deixa de ser inválido.
o Aposentadoria voluntária.
 Deve haver interesse da ADM e também do
servidor.
 Tem que ter se aposentado há no máximo 5
anos.
 Quando se aposentou, deveria ser estável.
 Deve existir cargo vago.
 A reversão só ocorre até os 75 anos (aposentadoria
compulsória).
 Reintegração: retorno do servidor por anulação do ato de demissão.
Exclusivas de  Seja por decisão administrativa, seja por decisão judicial.
servidores estáveis  O servidor será ressarcido dos valores que deixou de ganhar.
 Recondução: retorno ao cargo anterior sem direito à indenização. Duas
hipóteses:
 Reintegração do ocupante anterior do cargo;
 Inaptidão no estágio probatório de outro cargo em outra
carreira. Ele pode ser reconduzido ao cargo de origem.
o Ex.: técnico estável do TRT passa em concurso para
analista. Não passa no estágio probatório de analista.
Volta a ser técnico do TRT.
 Aproveitamento: retorno ao cargo público do servidor que estava em
Exclusivas de disponibilidade.
servidores estáveis
Disponibilidade
O cargo do servidor público é extinto ou declarado desnecessário. O servidor não pode perder o
vínculo, se não seria uma forma de perder a estabilidade. O servidor será posto em
disponibilidade. O servidor fica em casa aguardando e sendo remunerado proporcionalmente ao
tempo de serviço. Essa disponibilidade não tem prazo. O servidor tem a garantia de que
surgindo um cargo compatível com o dele, ele será aproveitado.
6. VACÂNCIA
- Promoção/readaptação.
- Exoneração/demissão.
- Aposentadoria.
- Falecimento.
- Posse em cargo público inacumulável.
7. ACUMULAÇÃO DE CARGOS E EMPREGOS
- A CF veda a acumulação de cargos e empregos públicos.

 Vale para estatutário, temporário e celetista.


 Vale para os servidores da ADM direta e indireta, da união, estados e municípios.
- Exceções:

 Dois cargos de professor;


 Dois cargos de profissionais de saúde com profissão regulamentada;
o Inclusive profissionais de saúde em carreira militar.
 Um cargo técnico/científico e um cargo de professor;
o O STJ vem entendendo que os cargos técnicos ou científicos são aqueles de
nível superior ou de nível técnico especializado, não bastando ter a
nomenclatura de técnico (ex.: técnico de nível médio do TRT).
 Cargo efetivo + vereador
 Juiz e professor
 Promotor/procurador do MP + professor.
- Deve haver compatibilidade de horários.
- STJ: máximo de 60 horas/semana.
- A soma das remunerações deve respeitar o teto do ministro do STF. Se ultrapassar o teto, corta
o que ultrapassar o teto.
- É possível cumular aposentadoria de cargo público e remuneração de cargo público? Não.
Exceções:

 Cargos acumuláveis na atividade; Ex.: juiz e professor.


 Cargo eletivo (+ aposentadoria).
 Cargo em comissão (+ aposentadoria).
- Nas exceções acima também deve-se respeitar o teto remuneratório.
8. REMOÇÃO E REDISTRIBUIÇÃO
- Hipóteses de deslocamento do servidor na carreira.
- Remoção: deslocamento do servidor dentro do mesmo quadro de carreira.

 De ofício: no interesse da administração.


 A pedido: a critério da administração. Discricionariedade.
o Exceções (remoção como ato vinculado):
 Por deslocamento do cônjuge/companheiro (um dos dois é deslocado
de ofício; o outro poderá ser deslocado a pedido tbm).
 Os dois são servidores. Um foi removido.
 Problemas de saúde comprovados por laudo médico. Do servidor,
cônjuge, companheiro ou de dependente econômico do servidor.
 Concurso de remoção. Por antiguidade.
- Redistribuição: deslocamento do cargo. Se o cargo está ocupado, o servidor vai junto. Dentro
do mesmo poder. É de ofício.

Entre órgãos, entre entidades.


Ex.: 1000 cargos de técnico no executivo federal.
o 200 MF
o 300 Ministério do Planejamento
o 200 Ministério da Saúde
o 200 Ministério da Educação
o 100 Ministério do Meio Ambiente
 Passa 100 cargos do MF para o Ministério do Planejamento.
9. REMUNERAÇÃO
- Caráter contraprestacional.
- Remuneração (=vencimentos): vencimento básico + vantagens pecuniárias permanentes.
- A remuneração é irredutível. A irredutibilidade é nominal. Não é real (a que considera a
inflação). Há uma revisão geral anual (para manter o poder de compra).
- Antes, o vencimento básico não podia ser inferior ao salário mínimo. Hoje, a SV 16 fixa que a
remuneração não pode ser inferior ao SM.
- Pagamento por subsídios (EC 19/98): parcela única. Não admite acréscimo patrimonial
(gratificação, adicional). Só se pode acrescer verbas indenizatórias.

 A CF diz que a ADM pode, facultativamente, implantar subsídios para qualquer


carreira.
 Para algumas carreiras, no entanto, o subsídio é obrigatório:
o Agentes políticos (detentores de mandato eletivo, secretários e ministros de
Estado, membros da magistratura e do MP).
o Defensoria pública.
o Advocacia pública.
o Tribunal de Contas.
o Polícia (civil, militar não).

- A lei prevê:

 Adicionais: hora extra, noturno.


 Gratificações: função.
o Função de confiança: é uma função sem cargo. Função de direção, chefia e
assessoramento. Só pode ser exercida por alguém já investido em cargo efetivo.
o Cargo em comissão: função de direção, chefia e assessoramento. Pode ser
exercido por quem não possua cargo efetivo.
 Também pode ser exercido por servidor efetivo, que, nesse caso, deverá
se afastar do cargo efetivo (passando a receber a remuneração do cargo
em comissão).
 Indenizações: ajuda de custo, auxílio moradia.
- A remuneração e o subsídio não podem sofrer descontos. Exceto:

 Descontos fixados na lei;


 Descontos fixados em decisão judicial;
 Descontos decorrentes de consignação em folha;
o Depende do interesse da ADM e do servidor.
 Necessidade de ressarcimento ao erário.
- O que acontece se o servidor público for eleito para cargo eletivo?

 Como regra, ele será afastado.

Cargo eletivo Providência


U, E, DF Obrigatoriamente será afastado.
Prefeito Afastado. Pode optar pela remuneração de
prefeito ou do cargo público.
Vereador Se houver compatibilidade de horários, pode
cumular as funções E as remunerações.
Se não houver compatibilidade, será afastado
do cargo efetivo, mas poderá optar pela
remuneração de vereador ou do cargo
público.
- Independentemente das hipóteses de afastamento, caso o servidor seja afastado para o
exercício de cargo eletivo, ele continua contribuindo para o regime próprio de previdência dos
servidores como se estivesse em atividade.
10. RESPONSABILIDADE
- Civil (dano), penal (crime ou contravenção), administrativa (infração prevista em seu estatuto).
Instâncias independentes entre si.

 Exceção:
o Absolvido na esfera penal por:
 Inexistência do fato
 Negativa de autoria
 Absolvição obrigatória na esfera administrativa e civil.
- As sanções de natureza pecuniária se estendem aos herdeiros e sucessores no limite da
herança.
11. REGIME DISCIPLINAR
11.1. DEMISSÃO (art. 132)
- Quem tem competência para aplicar a demissão é o chefe máximo do poder ao qual o servidor
está vinculado. (141).

 Poder Executivo: presidente da república.


 Poder Legislativo: presidente da câmara ou do senado.
 Poder Judiciário: presidente do tribunal.
 Ministério Público: procurador geral da república.
- Prazo prescricional: 5 anos, contados do momento em que a ADM tomou conhecimento do
fato. (142).
- Cassação de aposentadoria: o agente, na atividade, praticou ato punível com demissão. Se ele
estivesse trabalhando, seria demitido, mas não está, então cassa a aposentadoria.
- Cassação de disponibilidade: o agente, na atividade, praticou ato punível com demissão.

 Prazo prescricional da cassação de aposentadoria e de disponibilidade: 5 anos.


11.2. SUSPENSÃO
- O prazo máximo de suspensão que pode ser aplicado a um servidor é de até 90 dias (há certa
discricionariedade, pois pode ser até 90 dias).
- A suspensão pode ser substituída por uma multa de exatamente 50% da remuneração do
servidor. Essa possibilidade é da ADM, para não ficar sem o trabalho do servidor.
- Hipóteses:

 Art. 117, XVII e XVIII;


 Reincidência em advertência.
o 2 advertências = 1 suspensão.
 Caso se recuse à inspeção médica, quando solicitada.
o A suspensão, nesse caso, só dura 15 dias.
o Se ele se submete à inspeção antes dos 15 dias, a pena restante será suspensa.

- Prazo prescricional: 2 anos.


- Assentamento individual: tem todas as regras às quais o servidor se submete e o seu
histórico. Depois de sofrer a pena, se o servidor passar prazo X sem cometer outra infração, a
penalidade registrada será apagada (cancelamento de registro).

 Suspensão: prazo de 5 anos.


 Advertência: prazo de 2 anos.
11.3. DESTITUIÇÃO
- De cargo em comissão.
- De função de confiança.
- Aplica-se quando os detentores desses cargos/funções praticam infração punível com demissão
ou suspensão.
- Só podem ser advertidos.
Prescrição: 5 anos (do conhecimento do fato).

 A autoridade que nomeou destitui.


11.4. ADVERTÊNCIA
- Hipóteses: art. 117, I a VIII e XIX.
- Prescrição: 180 dias (contados do conhecimento do fato).
- Aplicada pelo chefe da repartição/imediato.
PAD
A aplicação de qualquer uma dessas penalidades depende de Processo Administrativo
Disciplinar.
Exceção: Advertência e suspensão de até 30 dias  o PAD é dispensável, basta uma sindicância
(que é um PAD simplificado). Essa sindicância deverá durar 30 dias, prorrogáveis por mais 30
(prazo impróprio. O desrespeito não gera nulidade do processo).
Se não houve infração: arquivamento.
Cometeu infração (punível com A ou S de até 30 dias): aplicação da pena.
Cometeu infração MAIS grave: será necessário instaurar PAD.
Não se confunde com sindicância investigativa (esta serve para apurar fatos, mas não enseja
aplicação de pena).
12. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
- A instauração do PAD interrompe a contagem do prazo prescricional para aplicação da pena.
- O servidor submetido a PAD não pode obter a exoneração a pedido, nem a aposentadoria
voluntária.
- Antes ou durante a instauração do PAD, a ADM pode determinar o afastamento
preventivo/provisório do servidor.

 Não é pena. É medida cautelar administrativa.


 A ADM demonstrará que a manutenção do servidor no cargo pode atrapalhar o
andamento do PAD.
 Pode ser de até 60 dias, prorrogáveis por mais 60 (prazo peremptório, passados os 60
dias e depois mais 60, o servidor volta, ainda que o PAD não tenha acabado).
 Mantém-se a remuneração durante esse período.
- Fases:

 Instauração;
 Inquérito;
 Julgamento.
- A instauração do PAD se dá com a portaria que designa a comissão processante. Basta uma
descrição sumária dos fatos.
- Comissão:

 3 servidores estáveis;
o Nem parentes até o 3º grau;
o Nem cônjuge ou companheiro.
 Um dos 3 membros é o presidente.
o O presidente deve ter cargo ou nível de escolaridade igual ou superior ao do
acusado.
- Inquérito administrativo (não é apartado, é fase do processo).

 Instrução processual: admitem-se todos os meios de provas admitidos pelo direito.


o A jurisprudência admite, inclusive, a prova emprestada, desde que licitamente
produzida na origem.
 Apresentação de defesa. Prazo de 10 dias.
o Se foi citado por edital: 15 dias.
o Se houver mais de um acusado: 20 dias.
o Se o sujeito não apresentar defesa, ele é revel.
o O único efeito da revelia no PAD é a designação de defensor dativo (não
precisa ser advogado – SV 5).
 O defensor dativo deve ter cargo ou nível de escolaridade igual ou
superior ao do acusado.
 Pode apresentar defesa genérica.
 Relatório da comissão
o Trata-se de relatório conclusivo. Natureza jurídica de parecer.
 Esse relatório é conclusivo, mas não é vinculante.
 O julgador do PAD deve seguir a conclusão do relatório, salvo se for
contrária à prova dos autos.
- Julgamento: pela autoridade competente.

 Julgamento motivado.
 O PAD pode durar até 60 dias, prorrogáveis por mais 60. Havendo mais 20 dias para o
julgamento ser proferido (prazo impróprio).
- Recurso: SV 21 – a interposição de recurso não depende de caução, depósito ou garantia.
- Meios de impugnação da decisão administrativa:

 Pedido de reconsideração: prazo de 30 dias.


o Interposto em face da própria autoridade que proferiu a decisão.
o Não é possível pedido de reconsideração da reconsideração.
 Recurso: prazo de 30 dias.
o Interposto perante a autoridade superior.
o Decisão – 30 dias – apresentação tempestiva de pedido de reconsideração –
negativa - + 30 dias – recurso tempestivo.
o Um impede o outro (recurso e pedido de reconsideração).

- O PAD pode tramitar perante 3 instâncias. A julgadora e +2. Se houver tantas hierarquias
assim. Depois disso, forma-se a coisa julgada administrativa.
- Reformatio in pejus, pode?
 O servidor suspenso e recorreu. A ADM analisou o recurso e percebeu que era caso de
demissão. O servidor é demitido. É possível? Sim.
- A cada recurso ou pedido de reconsideração, o prazo prescricional é interrompido.
- Pedido de revisão:

 Novo processo administrativo (de revisão).


 Pode ser feito a qualquer tempo, desde que o sujeito tenha fatos novos a alegar.
 É feito perante a própria autoridade que decidiu.
 NESSE CASO, da decisão é vedada a reformatio in pejus.
- Por uma única infração, o servidor pode ser punido na esfera penal, civil e administrativa. As
esferas são independentes entre si.

 Exceção: se o sujeito for absolvido na esfera penal, por inexistência do fato, negativa de
autoria, ele será obrigatoriamente absolvido na esfera civil e administrativa.
13. REGIME PÚBLICO DE PREVIDÊNCIA
- Duas espécies de previdência pública:

 Regime Geral de Previdência Social;


o Gerido pelo INSS;
o Todo mundo que exerce atividade remunerada e não tem regime próprio.
o Aplica-se aos celetistas, temporários e aos comissionados.
 Regime Próprio de Previdência Social;
o Aplica-se aos detentores de cargos públicos efetivos.
o Desde que o ente público tenha um regime próprio para os seus servidores.
 Se o ente não tiver regime próprio, segue o RGPS. Ex.: municípios
menores.
- O regime público de previdência tem duas características:

 É solidário. O servidor não contribui para o SEU benefício, mas para a manutenção do
sistema.
 É contributivo. Não é relevante saber o tempo de serviço, mas o tempo de
contribuição.
o A CF permite a contagem recíproca de tempo de contribuição. Todo tempo de
contribuição, em qualquer regime, pode ser utilizado para a aposentadoria no
regime próprio.
o A CF, todavia, veda a contagem simultânea de tempo de contribuição. Ex.:
Matheus Carvalho foi professor em instituição privada de 2010 a 2015 e
procurador da fazenda, no mesmo período. Não se pode aproveitar os dois
simultaneamente para um mesmo regime.
13.1. ESPÉCIES DE APOSENTADORIA NO REGIME PRÓPRIO
13.1.1. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ
- Depende de laudo técnico.
- Aposentadoria com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.
- Dar-se-á com proventos integrais se decorrer de:

 Acidente em serviço;
 Moléstia profissional.
 Doença grave contagiosa ou incurável. Estão catalogadas na lei.
o E se a doença grave não estiver catalogada na lei?
 Já era. STF: a lei traz um rol taxativo. A CF determinou que o
legislador estabelecesse esse rol, não cabendo ao Judiciário ampliá-lo.
o A pessoa se aposentou com proventos proporcionais. Adveio doença grave
prevista em lei. O STJ entendeu que seria possível aposentadoria com proventos
integrais.
13.1.2. APOSENTADORIA COMPULSÓRIA
- Ocorre aos 75 anos de idade. Matéria regulamentada por LC.
- Proventos proporcionais ao tempo de contribuição.
- Presunção absoluta de incapacidade para o serviço.
13.1.3. APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA
- Com proventos integrais

 10 anos de serviço público;


 Últimos 5 anos no cargo da aposentadoria.
 60 de idade + 35 de contribuição (homem).
 55 de idade + 30 de contribuição (mulher).
o Se a pessoa cumprir esses 4 requisitos e não se aposentar: ganha um abono de
permanência (corresponde ao valor da contribuição previdenciária). Não deixa
de pagar a contribuição previdenciária.
- Servidores do magistério (caso de proventos integrais):

 STF: Todo o tempo de contribuição em atividades ligadas ao magistério;


o Ensino infantil, fundamental e médio.
o Nesse caso, para obtenção do benefício exige-se 5 anos a menos na idade e na
contribuição.
 55 de idade + 30 de contribuição (homem).
 50 de idade + 25 de contribuição (mulher).
- Com proventos proporcionais

 65 anos (homem).
 60 anos (mulher).
- É vedada a criação de critérios diferentes para a aposentadoria. (CF).

 Exceção:
o Mediante lei complementar. A lei complementar pode definir esses critérios
diferenciados para:
 Para portadores de deficiência;
 Para servidores que exercem atividade de risco;
 Para servidores que exercem atividade prejudicial à saúde.
o Muitas carreiras não possuem essa lei complementar.
 No caso de servidor que exerce atividade prejudicial à saúde, há a SV
33, que diz que enquanto não for editada uma LC, eles terão
aposentadoria especial nos moldes da lei que trata do RGPS.
13.2. CÁLCULO DE APOSENTADORIA
- Alíquota: 11%.

 11% sobre o valor que ele recebe a título de subsídio/remuneração.


- No regime próprio não havia teto de aposentadoria.
- EC 41/2003: o servidor inativo (pensionista e aposentado) passou a contribuir.

 Só contribui se o provento de aposentadoria dele ultrapassar o teto do regime geral.


 A contribuição só incide sobre o valor que ultrapassar o teto do RGPS.
o Ex.: o servidor recebe 10 mil. O teto da previdência é em torno de 6 mil. Só vai
incidir sobre 4 mil.
- Servidor inativo que sofra com doença incapacitante: só contribui se a aposentadoria dele
ultrapassar o dobro do teto do RGPS.

 Ex.: ganha 15 mil. Só contribui sobre 3 mil.


- Por que o inativo contribui se ele não terá nenhum benefício depois? Nosso sistema é
solidário. Não se contribui para benefício próprio, mas para manutenção do sistema.
- EC 41/2003: o teto do RGPS se aplicaria ao RPPS, desde que o ente crie um regime
complementar de previdência público. Possibilidade do servidor complementar o valor da
aposentadoria dele.

 Enquanto esse regime complementar de previdência público não for criado, não é
possível que se estabeleça o RGPS.
 No âmbito federal já existe: FUNPRESP – Lei 12.618/2012.
- EC 41/2003: acabou com a integralidade e com a paridade.

 Integralidade: o provento de aposentadoria do servidor seria o valor da última


remuneração dele no serviço público.
o 10 anos como porteiro/10 anos como gari/10 anos como pedreiro/5 anos como
procurador da república. Se aposenta como procurador.
o Atualmente: calculam-se os proventos de aposentadoria da mesma forma do
RGPS. Média aritmética dos 80% maiores salários da vida do servidor.
 Paridade: sempre que o servidor na ativa tivesse um aumento, o inativo teria o mesmo
aumento. Mesmo índice a mesma proporção.
o Atualmente: Revisão geral anual dos proventos de aposentadoria.

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