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NOÇÕES DE DIREITO

Lei Estadual n. 869/1952 – Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado


de Minas Gerais
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LEI ESTADUAL N. 869/1952 – ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS


PÚBLICOS CIVIS DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Vacância
É uma forma de desocupar um cargo público.
Exemplo: um servidor foi exonerado, foi demitido, se aposentou ou faleceu. Todas essas
situações gerarão vacância do cargo público, devendo a Administração nomear novos servi-
dores para o cargo.

Art. 103. A vacância do cargo decorrerá de:


a) exoneração;
b) demissão;
c) promoção;
d) transferência;
e) aposentadoria;
f) posse em outro cargo, desde que dela se verifique acumulação vedada;
g) falecimento.

A promoção é uma forma simultânea de provimento e vacância do cargo público. Exem-


plo: o servidor está na Classe “A” da sua carreira e será promovido para a Classe “B”. Neste
caso, há vacância do cargo de Classe “A” e provimento do cargo de Classe “B”.
A transferência (item “d” do artigo 103) é uma modalidade que já não existe mais.
Posse em outro cargo, desde que dela se verifique acumulação vedada (item “f” do artigo
103): quando o servidor público é estável (já tem três anos ou mais no cargo) e passa em um
novo concurso público, ele precisa pedir vacância do seu primeiro cargo. Esta modalidade
de vacância, portanto, se dá em razão de posse em outro cargo inacumulável. Isto ocorre
porque, caso o servidor seja reprovado no estágio probatório do novo cargo, ele será recon-
duzido para o cargo de origem. Ou seja, o servidor voltará para seu antigo cargo. A isto se
dá o nome de recondução.
Caso o servidor não seja estável e seja aprovado em outro concurso público, deverá
pedir exoneração, já que não há possibilidade de ele ser reconduzido ao cargo de origem no
caso de ser reprovado no estágio probatório.
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Art. 104. Verificada vaga em uma carreira, serão, na mesma data, consideradas abertas
todas as que decorrerem do seu preenchimento.
Parágrafo único. Verifica-se a vaga na data:
I – do falecimento do ocupante do cargo;
II – da publicação do decreto que transferir, aposentar, demitir ou exonerar o ocu-
pante do cargo;
III – da publicação da lei que criar o cargo, e conceder dotação para o seu provimento, ou
da que determinar apenas esta última medida, se o cargo estiver criado;
IV – da aceitação de outro cargo pela posse do mesmo, quando desta decorra acumula-
ção legalmente vedada. (Vide arts. 87 e 88 da Constituição do Estado de Minas Gerais)

• Lembrar-se que transferência é uma modalidade que não existe mais.


• Os cargos são criados por meio de lei.
• No momento da criação do cargo, este já está vago.
• Quando o servidor toma posse em outro cargo, automaticamente há a vacância de seu
primeiro cargo, nos casos em que a acumulação é ilegal.

Art. 105. Quando se tratar de função gratificada, dar-se-á a vacância por:


a) dispensa a pedido do funcionário;
b) dispensa a critério da autoridade;
c) não haver o funcionário designado assumido o exercício dentro do prazo legal;

Função gratificada é diferente de cargo em comissão. O cargo em comissão pode ser


ocupado por qualquer pessoa, inclusive aquela que não é servidor efetivo. Já a função grati-
ficada somente pode ser ocupada por servidores efetivos, ou seja, aqueles que fizeram con-
curso público.
A vacância da função gratificada pode se dar por dispensa a pedido do funcionário,
quando este decide que não quer mais ocupar uma função gratificada, ou por dispensa da
autoridade que nomeou o servidor.
5m
A vacância também ocorre quando o funcionário foi nomeado para exercer a função gra-
tificada, mas não assumiu a função. Automaticamente, há a vacância da função.
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Da Exoneração
Art. 106. Dar-se-á exoneração:
a) a pedido do funcionário;
b) a critério do Governo quando se tratar de ocupante de cargo em comissão ou interino
em cargo de carreira ou isolado, de provimento efetivo;
c) quando o funcionário não satisfizer as condições de estágio probatório;
d) quando o funcionário interino em cargo de carreira ou isolado, de provimento efetivo,
não satisfizer as exigências para a inscrição, em concurso;
e) automaticamente, após a homologação do resultado do concurso para provimento do
cargo ocupado interinamente pelo funcionário.

• A exoneração pode ocorrer quando o funcionário decide que não quer mais ser servi-
dor e pede a exoneração.
• Interino é a pessoa que está substituindo alguém momentaneamente.
• O concurso para ser interino, indicado nos itens “d” e “e” do artigo 106, não existe mais.
Hoje em dia, a autoridade nomeia alguém para ser interino.

Da Demissão
Art. 107. A demissão será aplicada como penalidade.

ATENÇÃO
Exoneração não é punição, podendo, inclusive, o próprio servidor pedi-la. A demissão, por
outro lado, é uma penalidade.

Substituição
Art. 24. Haverá substituição no impedimento do ocupante de cargo isolado, de provi-
mento efetivo ou em comissão, e de função gratificada.
Art. 25. A substituição será automática ou dependerá de ato da administração.
§ 1º A substituição não automática, por período igual ou inferior a 180 (cento e oitenta)
dias, far-se-á por ato do Secretário ou Diretor do Departamento em que estiver lotado o cargo
ou se exercer a função gratificada.
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§ 2º O substituto perderá, durante o tempo da substituição, o vencimento ou remunera-


ção do cargo de que for ocupante efetivo, salvo no caso de função gratificada e opção.

É muito comum, na Administração Pública, a substituição para atender ao princípio da efi-


ciência. Exemplo: o servidor que é chefe de um setor vai entrar de licença médica, de férias,
ou vai participar de um congresso, ficando quinze dias afastado. Neste caso, deverá haver
um substituto, já que o setor não pode ficar sem chefe. É para isso que serve a substituição.
A substituição, normalmente, ocorre nos cargos de chefia, direção ou assessoramento.
A substituição será automática se estiver prevista no regimento interno do órgão.
10m
Quando o servidor substituir alguém, ele receberá o vencimento referente àquele cargo
mais elevado que está substituindo. Ele deixará, portanto, de receber o vencimento referente
ao seu cargo de origem. Dependendo da carreira, o servidor substituto pode continuar rece-
bendo seu vencimento de origem, acrescido de uma porcentagem referente à gratificação do
cargo que estará substituindo. Isso dependerá da lei que regulamenta cada carreira.

Da Remoção
Art. 80. A remoção, que se processará a pedido do funcionário ou ex-officio, dar-se-á:
I – de uma para outra repartição ou serviço;
II – de um para outro órgão de repartição, ou serviço.
§ 1º A remoção só poderá ser feita respeitada a lotação de cada repartição ou serviço.
§ 2º A autoridade competente para ordenar a remoção será aquela a quem estiverem
subordinados os órgãos, ou as repartições ou serviços entre os quais ela se faz.
A remoção pode ser com ou sem mudança de sede. Exemplo: o servidor trabalha em
uma escola no bairro A e na escola do bairro B está faltando servidor. Este servidor pode,
então, ser removido para o bairro B.
Esta remoção pode ser feita de ofício pela Administração Pública ou a pedido do servidor,
podendo ocorrer também para fora da sede, fora da cidade.

Da Readaptação
Art. 81. Dar-se-á readaptação:
a) nos casos de perda da capacidade funcional decorrente da modificação do estado
físico ou das condições de saúde do funcionário, que não justifiquem a aposentadoria;
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b) nos casos de desajustamento funcional no exercício das atribuições do cargo isolado


de que for titular o funcionário ou da carreira a que pertencer.
Art. 82. A readaptação prevista na alínea “a” do art. anterior verificar-se-á mediante atri-
buições de novos encargos ao funcionário, compatíveis com a sua condição física e estado
de saúde atuais.
Art. 83. Far-se-á a readaptação prevista na alínea “b” do art. 81:
I – pelo cometimento de novos encargos ao funcionário, respeitadas as atribuições inerentes
ao cargo isolado ou à carreira a que pertencer, quando se verificar uma das seguintes causas:
a) o nível mental ou intelectual do funcionário não corresponder às exigências da função
que esteja desempenhando;
b) a função atribuída ao funcionário não corresponder aos seus pendores vocacionais.
II – Por transferência, a juízo da administração, nos casos de:
a) não ser possível verificar-se a readaptação na forma do item anterior;
b) não possuir o funcionário habilitação profissional exigida em lei para o exercício do
cargo de que for titular;
c) ser o funcionário portador de diploma de escola superior devidamente legalizado, de
título ou certificado de conclusão de curso científico ou prático instituído em lei e estar em
exercício de cargo isolado ou de carreira, cujas atribuições não correspondam aos seus pen-
dores vocacionais, tendo-se em vista a especialização.
Art. 85. A readaptação por transferência só poderá ser feita mediante rigorosa verificação
da capacidade intelectual do readaptando.
Art. 86. A readaptação será sempre ex-officio e se fará nos termos do regulamento próprio.

ATENÇÃO
A readaptação, em alguns estatutos (como a Lei n. 8.112/1990, que é o Estatuto federal), é
uma forma de provimento no cargo. No Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado
de Minas Gerais, não.
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A readaptação ocorre muito, por exemplo, com professores. Exemplo: o professor ficou
sem voz e não tem mais condições de exercer sua atividade. Ele poderá ser readaptado para
exercer uma nova função, com mesmo nível de escolaridade e mesma remuneração. Ele
vai trabalhar, por exemplo, na biblioteca ou na coordenação, em lugares em que não precise
usar sua voz como instrumento de trabalho.
Assim, a readaptação ocorre por limitação física ou mental do servidor, nos casos em que
a aposentadoria não se justifique. Nos casos em que o servidor não possui nenhuma condi-
ção de trabalho, mesmo em outras funções, ele precisa ser aposentado.
O item “b” do artigo 81 faz referência a situações em que o servidor não dá conta de rea-
lizar as atribuições do cargo. Ele será então indicado para exercer atividades mais simples
que se encaixem nas suas condições intelectuais ou suas vocações.
15m
O inciso II do artigo 83 tornou-se inócuo, uma vez que não existe mais a opção de trans-
ferência do servidor para outra carreira. Exemplo: o servidor foi aprovado no concurso para
agente de polícia. Não existe a possibilidade de ele ser transferido para outra carreira por não
dar conta das atividades do seu cargo.
Não existe a possibilidade de readaptação a pedido do servidor, sendo esta sempre rea-
lizada de ofício.

Da Frequência e do Horário
Art. 92. O expediente normal das repartições públicas será estabelecido pelo Governo,
em decreto, no qual a determinará o número de horas de trabalho normal para os diversos
cargos e funções.
Art. 93. O funcionário deverá permanecer na repartição durante as horas do trabalho
ordinário e as do expediente.
Parágrafo único. O disposto no presente artigo aplica-se, igualmente, aos funcionários
investidos em cargo ou função de chefia.

O servidor precisa cumprir horário. Caso não cumpra, será descontada parcialmente a
sua remuneração. Da mesma forma, será descontada a remuneração caso o servidor não
vá trabalhar. Caso o servidor falte, por exemplo, de quinta a terça, perderá, inclusive, o des-
canso remunerado do sábado e domingo. Ainda, a frequência do servidor é registrada na
folha de ponto ou ponto eletrônico.
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É impossível que uma lei que regulamenta centenas de carreiras estabeleça um horário
fixo de frequência. Até porque, existem carreiras com carga horária de seis horas, outras de
oito horas, algumas trabalham em regime de plantão (como os servidores da polícia, do IML
ou da saúde, por exemplo). Assim, o horário que o servidor terá que cumprir estará no regu-
lamento específico de cada carreira.

Art. 94. A frequência será apurada por meio do ponto.


Art. 95. Ponto é o registro pelo qual se verificarão, diariamente, as entradas e saídas dos
funcionários em serviço.
§ 1º Nos registros de ponto deverão ser lançados todos os elementos necessários à apu-
ração da frequência.
20m
§ 2º Salvo nos casos expressamente previstos em lei ou regulamento é vedado dispensar
o funcionário de registro de ponto e abonar faltas ao serviço.
Art. 96. O período de trabalho poderá ser antecipado ou prorrogado para toda repartição
ou partes, conforme a necessidade do serviço.
Parágrafo único. No caso de antecipação ou prorrogação desse período, será remune-
rado o trabalho extraordinário, na forma estabelecida no Capítulo VII do Título VII.

 Obs.: excepcionalmente, pode haver algum servidor que não precise bater o ponto, mas
isso é uma grande exceção. No caso do período de trabalho ser antecipado ou pror-
rogado, o servidor receberá hora-extra.

Art. 98. Para efeito de pagamento, apurar-se-á a frequência do seguinte modo:


I – pelo ponto;
II – pela forma que for determinada, quanto aos funcionários não sujeitos a ponto.
Parágrafo único. Haverá um boletim padronizado para a comunicação da frequência.
Art. 99. O funcionário perderá:
I – o vencimento ou remuneração do dia, se não comparecer ao serviço;
II – um quinto do vencimento ou remuneração, quando comparecer depois da hora mar-
cada para início do expediente, até 55 minutos;
III – o vencimento ou remuneração do dia, quando comparecer na repartição sem a obser-
vância do limite horário estabelecido no item anterior;
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IV – quatro quintos do vencimento ou remuneração, quando se retirar da repartição no fim


da segunda hora do expediente;
V – três quintos do vencimento ou remuneração, quando se retirar no período compreen-
dido entre o princípio e o fim da terceira hora do expediente;
VI – dois quintos do vencimento ou remuneração, quando se retirar no período compre-
endido entre o princípio e o fim da quarta hora;
VII – um quinto do vencimento ou remuneração, quando se retirar do princípio da quinta
hora em diante.
Art. 100. No caso de faltas sucessivas, serão computados, para efeito de descontos, os
domingos e feriados intercalados.
Art. 101. O funcionário que, por motivo de moléstia grave ou súbita, não puder comparecer ao
serviço, fica obrigado a fazer pronta comunicação do fato, por escrito ou por alguém a seu rogo,
ao chefe direto, cabendo a este mandar examiná-lo, imediatamente, na forma do Regulamento.
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Art. 102. Aos funcionários que sejam estudantes será possibilitada, nos termos dos regu-
lamentos, tolerância quanto ao comparecimento normal do expediente da repartição, obede-
cidas as seguintes condições:
a) deverá o interessado apresentar, ao órgão de pessoal respectivo, atestado fornecido
pela Secretaria do Instituto de Ensino comprovando ser aluno do mesmo e declarando qual
o horário das aulas;
b) apresentará o interessado, mensalmente, atestado de frequência às aulas, fornecido
pela aludida Secretaria da escola;
c) o limite da tolerância será, no máximo, de uma hora e trinta minutos por dia;
d) comprometer-se-á o interessado a manter em dia e em boa ordem os trabalhos que lhe
forem confiados, sob pena de perda da regalia.

 Obs.: o artigo 102 prevê o horário especial para estudantes.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Rodrigo Cardoso.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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