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Trabalho – É a atividade que funda o ser social, mediando o metabolismo dos homens
com a natureza a partir de uma ação intencional e previamente idealizada na mente
humana (teleologia ou prévia ideação) com a finalidade de produzir um objeto que
satisfaça alguma necessidade (valor de uso).
Processo de trabalho – Todo trabalho para ser realizado requer uma processualidade
que, segundo Marx, repousa sobre três elementos universais: os meios, a matéria prima
ou objeto de trabalho e a atividade em si, que é o próprio ato de trabalhar.
Trabalho concreto e trabalho abstrato – Todo trabalho pode ser analisado em sua dupla
dimensão na sociedade capitalista: como trabalho concreto, trabalho de tipo específico,
por ser distinto dos demais tipos de trabalho em função do valor de uso que produz
(trabalho do padeiro, trabalho do pedreiro, et.) e como trabalho abstrato, ou seja, a partir
da lógica do valor de troca, sendo nesse caso um trabalho indiferenciado, posto que não
é o valor de uso que o distingue, mas em função da sua condição de trabalho assalariado,
passível de ser explorado de forma capitalista.
Trabalho excedente – É o tempo de trabalho realizado pelo trabalhador e que não lhe é
restituído, constituindo a base do mais valor, apropriado pelo capitalista como forma de
valorização do seu capital.
Trabalho produtivo e trabalho improdutivo – O trabalho produtivo é aquele que
trocado por capital tem como função valorizar o capital e segue a fórmula D - M – D’; já
o trabalho produtivo é aquele que, mesmo necessário e preponderante na sociedade
capitalista não valoriza o capital, pois é trocado por renda e não por capital, segue a
Trabalho nos serviços – O trabalho que se desfruta como serviço é o trabalho que deriva
de uma qualidade do valor de uso ou do próprio trabalho (cozinhar, dirigir, ensinar etc.).
Nesses casos o valor de uso do trabalho não é separável, ao final do processo de trabalho,
do próprio trabalhador. O valor de uso é a própria atividade de trabalho. Tem como
característica não ter a esfera da distribuição, ou seja, produtor e consumidor estão em
contato direto, o valor de uso não se estoca, posto que é imediatamente consumido.
Trabalho manual e trabalho intelectual – Não existe trabalho que prescinda de algum
esforço intelectual ou manual, trata-se de uma diferenciação quanto à ênfase e localização
no processo de trabalho coletivo de produção dos valores de uso. O trabalho manual é o
trabalho realizado pelo proletariado a partir de ações simples e repetitivas e que exige
mais dispêndio de energia física do que de sua atividade intelectual. Já o trabalho
intelectual exige mais o esforço intelectual, visto que se localiza no âmbito do processo
de trabalho coletivo no desenvolvimento de funções de concepção e gestão do trabalho.
Para alguns autores o trabalho intelectual participa do processo de dominação de uma
classe sobre a outra e pode ser realizado tanto na esfera da produção como da reprodução
social.
Trabalho simples e complexo – O trabalho simples é aquele realizado por ações simples
e repetitivas e que do ponto de vista social exige uma formação básica, um investimento
social que é assegurado pela educação burguesa elementar para formar o trabalhador. Já
o trabalho complexo requer um investimento social de magnitude maior para formar o
trabalhador. Essa diferença de tempo de formação e investimento social se relaciona aos
projetos educacionais de cada época e se expressa nas diferenças dos valores da força de
trabalho. Tendencialmente a sociedade capitalista reduz o trabalho complexo ao trabalho
simples a partir da separação e fragmentação do conhecimento e das ações que compõem
o trabalho coletivo, com impactos nos tempos e tipos de investimento na formação da
força de trabalho assim como no valor delas.