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Acadêmico: Leonardo Luiz Delamico

Disciplina: Economia Política

Resumo dos capítulos 1 a 4 do livro “Economia Política” de José Paulo Netto

O capítulo começa, assim como já é indicado na introdução, com forte influência


marxista. O objetivo da Economia Política traçado pelos autores, por exemplo, parte
dessa perspectiva, sendo definido como a análise das relações sociais que regulam a
atividade econômica, principalmente a produção e a distribuição de bens como meios
de satisfação das necessidades materiais dos homens e de geração da riqueza social.
Para Paulo Netto e Braz, o que torna possível a existência da produção desses bens
e, portanto, da riqueza social é o trabalho, pois ele constitui a base da atividade
econômica. Desta forma, é dado ao trabalho, neste capítulo, enfoque especial, onde
ele aparece não apenas como uma categoria econômica, mas principalmente como
um aspecto importante à compreensão do fenômeno humano-social. Partindo da
ideia de que trabalho é o processo de transformação da matéria natural em produtos
que satisfaçam as necessidades do homem, no primeiro tópico, intitulado “Trabalho:
transformação da natureza e constituição do ser social”, há a abordagem de duas
temáticas em especial: a distinção entre trabalho e atividades naturais e o trabalho
como tarefa exclusiva da espécie humana, responsável pela constituição do ser social.
Primeiramente, são apresentadas as características gerais das atividades
naturais, para depois fazer a distinção destas em relação ao trabalho. São elas:
determinação genética, relação imediata entre o animal e o meio ambiente e
necessidades biologicamente estabelecidas, as quais são praticamente invariáveis.
Apresentam-se então as distinções entre estas atividades e o trabalho.
Diferentemente do que ocorre na natureza com os animais, o trabalho é considerado
como uma categoria desenvolvida exclusivamente por homens, que agem sobre a
natureza de forma mediada e não imediata, ou seja, atuam sobre a mesma com a
ajuda de instrumentos. Igualmente, nesse processo, não se obedece a determinações
genéticas, pelo contrário, exigem-se conhecimentos adquiridos por meio da
experiência e repetição, os quais atenderão a uma infinidade de necessidades que
variam ao longo do tempo e do espaço, não sendo desta forma, invariáveis.
Para melhor compreender a distinção do trabalho de qualquer outra atividade
natural, toma-se como referência Marx. Ele reafirma o que já foi dito anteriormente e
ainda pondera que a principal diferença consiste no fato de que o trabalho é
pensando previamente pelo homem. O fato de objetivar o resultado do trabalho
mentalmente é uma das exigências postas pelo trabalho.
A partir disto, pontua-se que a relação mediada por instrumentos entre o homem
e a natureza apresenta dois problemas ao sujeito que executa o trabalho: o das
finalidades (meios e fins) e o das escolhas, os quais são essenciais para a efetivação
do trabalho em si e sua compreensão como tarefa exclusiva dos homens. Outros
pontos assinalados neste tópico são o conhecimento que o homem possui sobre as
propriedades da natureza e a capacidade de transmiti-los a terceiros. Por isso, os
autores apontam também como exigências do trabalho a tendência de universalizar
os saberes adquiridos e o repasse de conhecimentos por meio de um sistema de
comunicação denominado por eles como linguagem articulada. Essa linguagem
articulada torna-se mais importante, porque o trabalho é aceito como algo coletivo, o
que exige a coletivização tanto do conhecimento como e principalmente da realização
de atividades entre os membros de uma espécie.

No Capítulo 2 do livro, o autor fala sobre duas formas de categorizar a economia


política, são elas: a ontológica e a reflexiva. A ontológica se dá pela existência real,
são histórico-concretas, modos de existência do ser social que funcionam e operam
na vida em sociedade. Já a reflexiva é o produto do pensamento racional, da reflexão,
da análise teórica, quando os homens tomam consciência das categorias ontológicas.
Quanto às transformações realizadas pela relação dos homens com a natureza,
podemos dizer que os homens começam a controlar o tempo, algumas forças
naturais, tarefas agrícolas diferenciam-se daquelas que instauraram o artesanato.
Principal transformação – os resultados da ação do homem sobre a natureza
permitiam uma produção de bens que ultrapassava as necessidades imediatas da
sobrevivência dos seus membros. Surgimento do excedente econômico – a
comunidade começava a produzir mais do que carecia para cobrir suas necessidades
imediatas.

Sobre o Capítulo 3, trabalhamos a ideia de produção e modos de produção no sistema


capitalista, onde, por meio do sistema de mais-valia, o capitalista extrai seu lucro do
operário, que trabalha pelo seu sustento e pelo lucro do capital. A produção capitalista
se dá pela condição indispensável da divisão do trabalho e a propriedade privada dos
meios de produção, ou seja, sem os dois se produzem bens, valores de uso, mas não
há produção mercantil. O que especifica a produção mercantil capitalista é o trabalho
assalariado, logo, não é somente a produção de mercadorias que caracteriza a
produção mercantil capitalista, mas também a movimentação de valores dentro da
economia, perante o pagamento do salário aos trabalhadores assalariados e a mais-
valia, que o dono dos meios de produção recebe por meio do trabalho “a mais” de
seus funcionários, conhecido como lucro.

Por fim, o capítulo 4, trata das relações dentro do modo de produção capitalista (MPC),
o qual se dá pela exploração do trabalhador, mais uma vez, por meio da mais-valia.
No MPC, o processo de trabalho não constitui somente um processo de criação de
valor, tal como sempre se passa quando do trabalho resultam valores de uso. No
MPC, na medida em que do trabalho resultam mercadorias cujo possuidor é o
capitalista, que, vendendo-as, obtém um excedente extraído dos produtores diretos,
o trabalho é, além do processo de criação de valor, processo de valorização do capital.
A criação de valor opera-se no tempo de trabalho necessário, já a valorização opera-
se no tempo de trabalho excedente – se não há tempo de trabalho excedente, não há
valorização, mas, apenas criação de valor. Ademais, temos com a mais-valia, uma
repartição injusta dos lucros e resultados da produção de produtos, haja vista que o
trabalhador, aquele que coloca a mão na massa de fato, recebe apenas uma parte
daquilo que ele há de produzir, fazendo com que o excedente – que muitas das vezes
é mais que o dobro de seu salário nominal – seja entregue e utilizado pelo capitalista,
detentor dos meio de produção.

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