O texto analisa como o assistente social se insere em processos de trabalho, tendo como objeto de trabalho as múltiplas expressões da questão social e utilizando instrumentos como técnicas e conhecimento teórico. O resultado da ação do assistente social é o produto, como a viabilização de direitos e prestação de serviços sociais. O texto também discute como o trabalho do assistente social contribui tanto para a lucratividade empresarial quanto para as políticas sociais do Estado.
O texto analisa como o assistente social se insere em processos de trabalho, tendo como objeto de trabalho as múltiplas expressões da questão social e utilizando instrumentos como técnicas e conhecimento teórico. O resultado da ação do assistente social é o produto, como a viabilização de direitos e prestação de serviços sociais. O texto também discute como o trabalho do assistente social contribui tanto para a lucratividade empresarial quanto para as políticas sociais do Estado.
O texto analisa como o assistente social se insere em processos de trabalho, tendo como objeto de trabalho as múltiplas expressões da questão social e utilizando instrumentos como técnicas e conhecimento teórico. O resultado da ação do assistente social é o produto, como a viabilização de direitos e prestação de serviços sociais. O texto também discute como o trabalho do assistente social contribui tanto para a lucratividade empresarial quanto para as políticas sociais do Estado.
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL/ TURMA: 01/ 5° PERÍODO DISCIPLINA: SERVIÇO SOCIAL E PROCESSOS DO TRABALHO
Karla Byanca Carvalho Ferreira
Síntese
No texto "A prática como trabalho e a inserção do Assistente Social em processos de
trabalho", Iamamoto (2005) realiza uma análise do trabalho do assistente social, abordando como esse profissional se inscreve em processos de trabalho, o seu objeto de trabalho, os instrumentos ou meios utilizados na sua atuação, além do resultado da sua ação, o seu produto, entre outros. Assim, a autora parte do pressuposto de que a profissão deve ser analisada levando em consideração as bases teóricas, que moldam seu modo de pensar e agir, proporcionando uma visão crítica sobre a realidade e contribuindo para elaboração de respostas as diversas expressões da questão social. Nesse sentido, observa-se que essas bases são os princípios norteadores da atuação profissional no enfrentamento das desigualdades sociais existentes na sociedade capitalista. Assim, é indubitável destacar que para compreender o exercício profissional é necessário entender seu objeto de trabalho, considerado a base da formação e do trabalho profissional, a questão social em suas múltiplas expressões, é sobre esse objeto que o assistente social executa sua ação, seja através de políticas sociais ou programas voltados para a pobreza, fornecidos pelas ONGs e corporações empresariais, dentre outros. Ao longo do texto, Iamamoto (1998, p.59) busca evidenciar que a prática do assistente social como trabalho, inscrita em processos de trabalho, possibilita mediatizar a interligação entre o Serviço Social e a sociedade em seu constantemente movimento, isto é, a prática da sociedade. A partir disso, a autora, com base na teoria marxiana, apresenta o conceito de trabalho, que é uma ação inerente aos seres humanos, por serem os únicos a possuírem capacidades teleológicas para premeditar o resultado, um fim a ser alçando, além de criar os próprios meios ou instrumentos utilizados para atender as suas necessidades através do trabalho. Sendo assim, por agir de forma racional o indivíduo se distingue da natureza, se estabelecendo como ser social. Nessa perspectiva, todo e qualquer processo de trabalho requer um objeto ou matéria- prima que são transformados através de instrumentos ou meios utilizados pelo sujeito na efetivação da sua ação, bem como o trabalho em si mesmo, direcionado ao fim que é premeditado pelos homens, uma finalidade, tendo como fruto dessa ação o produto. O assistente social inscrito em processos de trabalho, possuí um objeto ou matéria-prima, as múltiplas expressões da questão social, as quais evidenciam a necessidade da atuação desse profissional junto a classe trabalhadora, ao idoso, a criança e adolescente, a lutas pela terra, aos negros e negras, as mulheres, entre outros. É justamente na busca pela apreensão de como a população cotidianamente vivencia essas diversas desigualdades sociais, que se constitui o campo de atuação desse profissional, o qual se insere nesse meio sob uma perspectiva teleológica de analisar previamente a realidade e, assim, propor soluções para transformá-la, e sob uma compreensão acerca do contexto social, no que se refere aos diversos impactos que o mercado provoca na vida da classe subalterna, como o crescente desemprego, os recortes de direitos e serviços, dentre outros, que afetam diretamente o profissional e os seus usuários. Sendo assim, o assistente social para que efetive sua ação necessita de instrumentos ou meios de trabalho, que não abrangem apenas as técnicas, como entrevistas, visitas, relatórios, etc, mas, também, o conhecimento, as bases teórico-metodológicas que são misteres para o desenvolvimento de um olhar crítico sobre o contexto social e que reúnem um conjunto de habilidades e conhecimentos. Contudo, o profissional não detém esses meios, os recursos financeiros, humanos e técnicos, pois são repassados apenas pelas instituições, assim, mesmo sendo regulamentada como uma profissão liberal, isso não se efetiva do mesmo modo na sociedade, entretanto, ela possui uma certa liberdade no seu cotidiano com os usuários, o que caracteriza sua relativa autonomia no exercício profissional. Nesse contexto, é importante evidenciar que a atuação profissional não é feita isoladamente, é um equívoco ter essa postura messiânica, que marcou a gênese da profissão, fruto da tradição católica, em que o assistente social acreditava que sozinho poderia transformar a realidade. O Serviço Social faz parte de uma equipe multiprofissional, em que juntos buscam atender os fins determinados pelas instituições empregatícias e, também, visam a manutenção da realidade social. O assistente social é um profissional que possui sua força de trabalho especializada, que só se efetiva quando colocada em ação tornando-se trabalho, tal ação só se concretiza através dos instrumentos ou meios de trabalho. A partir dessas várias análises sobre o exercício profissional, Iamamoto (1998) discute sobre o produto do Serviço Social, o resultado da sua atuação, que é alcançado devido as suas capacidades teleológicas de analisar previamente a realidade, planejando antecipadamente as soluções voltadas para a melhora das condições de vida da classe trabalhadora, ou seja, é um fim a ser alcançado. Para tal, o assistente social atua no enfrentamento das múltiplas manifestações da questão social, seu objeto de trabalho, através dos instrumentos necessários que tornam possíveis a concretização das suas ações, resultando em um fim objetivado, é assim que esse profissional se inscreve em um processo de trabalho, no entanto, tais processos dependem da demanda institucional a ser trabalhada. À vista disso, através desses elementos, que são inerentes a todos os processos de trabalho, o assistente social produz nas instituições a viabilização dos direitos a assistência e previdência, treinamentos, presta serviços de saúde, efetua programas de aposentadoria, entre outros. Dessa forma, o seu trabalho produz efeitos no que se refere as condições materiais e sociais da população trabalhadora, assim, pensar o produto da sua atuação é refletir sobre a necessidade do Serviço Social, que é uma ação concreta voltada diretamente para atender as questões relacionadas a sobrevivência da classe trabalhadora, além de realizar uma ação no campo do conhecimento, em que repassa a consciência dos serviços para os usuários. O produto do Serviço Social, conforme as afirmativas da autora, depende de cada processo de trabalho institucional. Assim sendo, no campo da esfera capitalista o assistente social realiza um trabalho interdisciplinar desenvolvendo meios necessários para o crescimento do capital, ou seja, através de um trabalho coletivo ele produz efeitos, por meio dos serviços prestados, na reprodução da força de trabalho, que é a geradora de valor na sociedade capitalista, contribuindo, assim, com o seu produto para a lucratividade da empresa. Ao passo que, na esfera estatal, esse profissional não contribuí com a produção de valor, pois não há mais-valia, sendo assim, se trabalha com a prestação de serviços sociais, que são resultados do recolhimento de impostos traduzidos em políticas sociais. Dessa forma, o assistente social, segundo Iamamoto (2000, p. 68), está no "mar de criação de consenso", pois cria consensos voltados aos interesses da classe dominante, no que se refere ao comportamento produtivo dos trabalhadores, consenso no alcance de metas, entre outros. Mas, também, cria consensos voltados aos interesses da classe trabalhadora, na forma de conscientização de classes. Levando-se em consideração as análises da autora, percebe-se que elas são misteres para compreender os processos de trabalho no Serviço Social, como o assistente social se insere no campo de trabalho, assim como a matéria-prima do seu trabalho, os instrumentos utilizados na sua atuação e os resultados alcançados a partir da sua ação. Além de possibilitar uma superação das perspectivas messiânicas de que o profissional isoladamente pode transformar a realidade, voltando os olhares para o trabalho coletivo realizado juntamente a uma equipe multiprofissional que se insere na configuração social do exercício profissional. Nesse sentido, é de suma importância realizar essa reflexão acerca do papel essencial que a atuação do assistente social possui na sociedade, sendo um profissional indispensável na luta pela igualdade no acesso à cidadania, pela justiça social e por uma sociedade emancipada e livre. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
IAMAMOTO, Marilda V. A prática como trabalho e a inserção do Assistente Social em
processos de trabalho. In: IAMAMOTO, Marilda V. O Serviço Social na contemporaneidade: trabalho e formação profissional. 9.ed. São Paulo: Cortez, 2005. p. 57-71.