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Teoria Social de Marx ☭

……………… ………… .. O Capital - seção I … …… … … … ……


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Capítulo I - A mercadoria partes 1 e 2


1. Os dois fatores da mercadoria: Valor de uso e valor
As sociedades cujo modo de produção é considerado capitalista, são caracterizadas por
possuírem uma imensa coleção de mercadorias, tendo a mercadoria individual como
sua forma elementar. Vale ressaltar que a mercadoria é um objeto que satisfaz as
necessidades humanas, seja ela por meio de subsistência ou com o meio de produção,
portanto, cada coisa produzida pode vir a ser útil de diversas maneiras . O valor de uso
de algo pode ser definido levando em consideração a sua utilidade, sendo esse,
inexistente sem a mercadoria. Esses valores são determinados quantitativamente,
fornecendo o material de uma disciplina própria, a merceologia, tal valor de uso é
realizado apenas no uso ou consumo e constituem o conteúdo material da riqueza,
podendo posteriormente, ao ser examinada na forma de sociedade, constituir os
portadores materiais do valor de troca.
O valor de troca, a princípio, é uma relação quantitativa que muda constantemente no
tempo e espaço, sendo, portanto, algo casual e relativo. As propriedades materiais
entram em consideração à medida que as tornam valor de uso, de uma maneira abstrata,
na qual, caracteriza a relação de troca das mercadorias e dentro da mesma um
valor de uso vale exatamente tanto como outro qualquer , desde que existam
proporções adequadas . Como valores de uso, as mercadorias possuem diferentes
qualidades, não contendo valor de uso e deixando de lado esse valor, resta a elas
apenas a propriedade de serem produtos de trabalho que já se transformaram em nossas
mãos, posteriormente. O trabalho efetuado por qualquer profissão necessita do
caráter útil, e esse ao desaparecer, faz com que o caráter útil dos trabalhos neles
representados também desapareçam.
O valor de uma mercadoria é determinado pela quantidade de trabalho
necessário para sua produção, de uma maneira conjunta de trabalho da sociedade
que se apresenta nos valores do mundo das mercadorias . O tempo de trabalho o
socialmente necessário é aquele requerido para produzir um valor de uso nas
condições dadas de produção socialmente normais sendo acompanhado por um grau
médio de habilidade e intensidade de trabalho. Sendo, portanto, o “ quantum’’ de
trabalho socialmente necessário ou o tempo de trabalho socialmente necessário
para produção de um valor de uso o que determina a grandeza de seu valor. O
valor de uma mercadoria está para o valor de cada uma das outras mercadorias,
assim como o tempo de trabalho necessário para a produção está para o tempo de
trabalho necessário de outra.
A força produtiva de trabalho é caracterizada por meio de diversas circunstâncias,
podendo ser pelo grau médio de habilidade dos trabalhadores, o nível de desenvolvimento
da ciência, a combinação social do processo de produção, o volume e a eficácia dos
meios de produção e as condições naturais.
Existem coisas que podem ser valor de uso, sem ser valor, esse é o caso
quando a utilidade para o homem não é vendida por trabalho, alguns exemplos
são o ar, o solo virgem, os gramados naturais, as matas não cultivadas, etc. Uma coisa
pode ser útil e produto do trabalho humano, sem ser uma mercadoria. Quem com
seu produto satisfaz sua própria necessidade, cria valor de uso, mas não mercadoria,
pois para que ele se torne uma mercadoria, é necessário que se tenha valor de uso social.
Para tornar-se mercadoria, é preciso que o produto seja transferido a quem vai servir
como valor de uso por meio da troca. Por fim, nenhuma coisa pode ser valor sem ser
objeto de uso, pois sendo inútil , do mesmo é inútil o trabalho nela contido.

PARA FIXAR:
● Mercadoria: o que define mercadoria é o produto do trabalho humano que é feito
para a venda.
● Modo de Produção Capitalista: modo de reprodução da vida humana, através da
mercantilização. Ao ponto da gente mercantilizar a nossa própria força de trabalho
para poder ter dinheiro e comprar mercadorias.
● As mercadorias têm valor, mas Marx afirma que elas devem ser analisadas sob um
duplo ponto de vista: qualidade (substância do valor) e quantidade (grandeza do
valor). Ela tem que ter valor de uso para ser mercadoria.
● Valor de Uso: É aquilo que tem valor no mercado, não ligando se tem valor mais ou
menos que um objeto X. O valor de uso é aquilo que se pergunta: “esse objeto tem a
funcionalidade pro cotidiano do homem e interessaria alguém no poder de compra?
Se a resposta for SIM, é um valor de uso.”
● Valor de Troca: É qualitativo. Ele só vai se expressar na troca, ou seja, você só vai
saber o valor do objeto se tiver uma unidade de medida que tabele o valor das
coisas, como o dinheiro. A gente sabe se uma mercadoria está cara ou barata por
um parâmetro determinado pela sociedade. Para vender uma mercadoria tem que
ter valores de uso equivalentes, mas também o mesmo de troca.
● Trabalho em sentido útil (CONCRETO):aquele que transforma a natureza
● Trabalho em sentido abstrato: É o trabalho que produz a mais-valia, por sua
finalidade vem o lucro.

OBS: NÃO DÁ PRA MEDIR UMA MERCADORIA USANDO O PARÂMETRO DA MESMA


MERCADORIA. VOCÊ NÃO TROCA UM CASACO POR UM CASACO, MAS PODE
TROCAR/MEDIR UM CASACO POR UM TÊNIS.
2. Duplo caráter do trabalho representado nas mercadorias
O trabalho, à medida que é expresso no valor, já não possui as mesmas
características que lhe advém como produtor de valores de uso. O trabalho, cuja
utilidade é representada no valor de uso de seu produto ou no fato de que seu
produto é um valor de uso pode ser chamado de trabalho útil.
Existem produtos que possuem valores de uso qualitativamente diferentes,
desse modo, os trabalhos aos quais deve se submeter também são qualitativamente
diferentes. Por esse motivo, produtos com o mesmo valor de uso não podem
confrontar-se como mercadorias.
A divisão social do trabalho é condição de existência para a produção de
mercadorias, mas que inversamente, a produção de mercadorias não seja a condição
de existência para a divisão social do trabalho. Caso valores de uso não contenham
trabalhos úteis qualitativamente diferentes, eles não podem se comparar com o
mercado.
Os valores de uso dos corpos das mercadorias são ligações de dois elementos,
sendo eles a matéria fornecida pela natureza e o trabalho, fazendo a subtração de
todos os trabalhos úteis contidos em algo, o que resta é sempre um material que
existem sem ação do homem, fornecido pela natureza. Enquanto duas coisas são feitas
com o mesmo material (casaco e linho, por exemplo), é necessário saber que a
alfaiataria e a tecelagem são trabalhos qualitativamente diferentes, entretanto,
ambas as profissões são de dispêndio produtivo de cérebro, músculos, nervos,
mãos, etc., e nesse sentido, são consideradas trabalho humano, sendo elas duas
formas diferentes de despender força humana de trabalho.
Os produtos não são apenas valores ao todo, eles são valores de grandeza,
caso uma coisa tenha o dobro do valor de outra, a diferença de suas grandezas é
explicada pelo motivo de que uma delas contém metade do trabalho para ser realizada. A
crescente riqueza material pode ser acompanhada de uma queda simultânea da
grandeza de valor, esse movimento contraditório surge devido ao duplo caráter do
trabalho. A força produtiva sempre será força produtiva de trabalho útil concreto e
determina apenas o grau de eficácia de uma atividade produtiva destinada a um fim.
Desse modo, o trabalho útil se torna algo mais rico ou mais pobre de
produtos, relacionando-se diretamente com o aumento ou à queda de sua força
produtiva, no entanto, uma mudança da força produtiva não afeta, em si e para si, de
nenhum modo o trabalho representado no valor.
A força produtiva pertence à forma concreta útil do trabalho e já não pode
naturalmente afetar o trabalho, portanto, o mesmo trabalho proporciona nós mesmos os
espaços de tempo, sempre as mesmas grandezas de valor, seja lá qual for a
mudança da força produtiva. Mas em um mesmo espaço de tempo, ele fornece
quantidades diferentes de valores de uso. Todo trabalho pode ser considerado
dispêndio de força de trabalho do homem no sentido fisiológico, e nessa
qualidade de trabalho humano igual ou trabalho humano abstrato gera o valor do
produto.

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