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CALENDÁRIO:
EMENTA:
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BIBLIOGRAFIA BÁSICA
Ponto 1 - Precedentes
❖ Definições Importantes
Decisão Judicial - É qualquer provimento que o juiz dá sobre alguma postulação das
partes do processo.
Precedente - É uma espécie de decisão judicial que tem dentro dela uma tese jurídica,
que é capaz de se replicar em outros processos. Ex.: Quando temos uma decisão judicial que diz,
por exemplo, "cite-se para responder no prazo legal", isso não é um precedente pois não há
nenhuma tese jurídica, o juiz está simplesmente aplicando o CPC que manda citar o réu. Mas se,
por exemplo, há uma situação em que o juiz considera o seguinte: "Julgo improcedente o pedido
de cobrança feito pelo banco, por que essa tarifa bancária é ilegal". A parte sublinhada é uma
tese jurídica, capaz de se replicar em outros casos em que aquela tarifa seja cobrada. Logo, essa
decisão pode ser qualificada como um precedente.
São três as finalidades dos precedentes. O novo CPC cria um sistema estruturado de
precedentes, que não havia no antigo CPC.
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1) Racionalização na prestação da Jurisdição
Se há uma questão que se repete ao longo do tempo (vários processos em que a mesma
questão é discutida), faz sentido que se crie mecanismos para resolver de uma só vez esses
casos repetitivos. São eles: Recurso especial e extraordinário repetitivo (art. 1036 a 1041 cpc), e
o Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (IRDR) (art. 976 a 987).
Veremos os mecanismos citados mais á frente, mas a ideia deles é basicamente escolher casos
representativos que irão embasar os demais.
Ex.: Existem vários processos discutindo a mesma tarifa bancária. O tribunal escolhe um
ou dois processos representativos (o critério de escolha são geralmente os que tratam da matéria
de forma mais aprofundada), e suspende os demais casos, define a tese jurídica, e a tese jurídica
então será aplicada aos demais casos.
A existência de precedente sobre aquela mesma matéria funciona para o juiz como um
atalho argumentativo, que significa que uma vez definida a tese jurídica, o juiz quando for
aplicar essa tese jurídica, o juiz não precisa enfrentar toda aquela discussão que levou á própria
tese, uma vez que ele tem o precedente. A única coisa que ele precisará fazer é mostrar que o
caso é compatível com o precedente.
2) Tutela da Isonomia
Casos que tenham a mesma base fática, que discutam a mesma questão, devem ser
tratados da mesma maneira. Existe uma expressão que se relaciona a isso: "Treat like cases
alike".
Em outras palavras, quer-se evitar a chamada loteria judiciária. Ex.: Você entra com
um processo de demanda imunização por negativação e ganha 20 mil reais. O seu vizinho entra
com o processo com a mesma demanda e ganha 3 mil reais. Aí a outra pessoa entra com a
mesma demanda e perde. Isso não é razoável e nem desejável do poder judiciário.
As pessoas orientam suas condutas pelo que o judiciário costuma decidir. As pessoas
sabem que quem presta fiança no contrato de locação, se o locatário não pagar, o fiador está
sujeito a perder até a casa onde ele mora (penhora do bem de família do fiador). Então o
precedente serve para dar maior previsibilidade para as decisões judiciais e evitar surpresas.
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Risco de formação inconsistente dos precedentes. As vezes acontece a formação de
determinado precedente sem que haja uma adequada discussão acerca daquele tema, o tribunal
analisa superficialmente os argumentos e estabelece o precedente. Isso é um problema por que
gera a formação de precedentes inconsistentes. Então, pode ser que dali a um ou dois meses
depois surja outro caso e o tribunal se depara com um argumento que não tinha visto antes,
fazendo necessária a revisão daquele precedente. Isso gera insegurança jurídica, Pois haverá a
incidência de dois precedentes sobre a mesma matéria em sentido contrário.
OBS.: Jurisprudência "Banana Boat" , é aquela que vira de um lado para o outro e
geralmente gera surpresa ás pessoas.
Aqui o problema não é na formação, mas sim por que o precedente começa a ser aplicado
de forma errada em casos em que não deveriam ser.
Duas implicações:
Para evitar isso, o CPC estabelece o dever de fundamentação (art. 489, §1°, V)
aplicar precedente não é simplesmente copiar e colar na decisão. É preciso que haja
fundamentação, para demonstrar que aquele precedente se aplica ao caso concreto.
As súmulas são editadas com um alto grau de abstração, e elas são aplicadas no
automático em casos em que muitas vezes não deveriam ser.
Ex.: Súmula 365 do STJ diz que "A intervenção da União como sucessora da Rede
Ferroviária Federal S/A (RFFSA) desloca a competência para a Justiça Federal ainda que a
sentença tenha sido proferida por Juízo estadual."
A Rede Ferroviária Federal é uma sociedade de economia mista, então o processo não corria na
justiça Federal. Mas a lei que extinguiu a Rede Ferroviária disse que a União sucedia tal
empresa, bem como os seus direitos e obrigações (obviamente fazendo com que a causa vá para
a justiça federal). Os precedentes que deram origem a essa súmula dizem que o processo, na fase
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de conhecimento vai para a Justiça Federal ou na fase de execução da sentença (ainda que tenha
sido proferida por juízo estadual) também vai para a Justiça Federal.
Só que a súmula começou a ser aplicada em outra situação: para quando a União entra em fase
recursal. Começo a se entender que o TRF teria competência para julgar apelação de uma
sentença da justiça estadual. Ou seja, que a apelação da Justiça Estadual vai para o TRF julgar.
Pior do que isso, essa questão contraria uma outra súmula do STJ ( súmula 55) - "Tribunal
regional federal não é competente para julgar recurso de decisão proferida por juiz estadual não
investido de jurisdição federal."
Isso tudo ocorreu por que a súmula acabou se desconectando dos precedentes que lhe deram
origem.
Devido a esse problema, temos outro dispositivo no cpc que está no artigo 926, §2° "Ao editar
enunciados de súmula, os tribunais devem ater-se às circunstâncias fáticas dos precedentes que
motivaram sua criação".
O tribunal ao editar os enunciados deve buscar uma redação que se aplica aos precedentes
que lhe deram origem. E mais do que isso, ao aplicar a súmula deve-se olhar os precedentes que
lhe deram origem para não aplicá-la em situações para as quais elas não foram destinadas.
❖ Espécies de precedentes
1) Precedentes Persuasivos
O juiz não é obrigado a seguir aquele precedente. Eles servem como um argumento para
persuadir o órgão judicial a decidir daquela maneira. Ao juiz é facultado aplicar ou não aquele
precedente.
Uma vez que é configurado que o caso é de aplicação do precedente, o juiz deve aplicar
esse precedente.
A nossa tradição sempre foi a utilização de precedentes persuasivos, o que abriu uma
exceção com relação a isso é a súmula vinculante. O novo CPC, porém, traz uma reviravolta com
relação a isso no art. 927 , relaciona situações diversas que geram efeitos vinculantes para os
órgãos do poder judiciário. Muitos doutrinadores alegam a inconstitucionalidade dessa norma,
pois seria o judiciário legislando.
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I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade;
- (Isso já existia antes, é a decisão da ADI, ADPF)
❖ Estrutura de um precedente
1) Circunstâncias fáticas - Que vão determinar á quais fatos aquele precedente irá se aplicar.
2) Motivos determinantes (Ratio Dicidendi) -A enunciação daquela tese jurídica que é capaz
de se replicar em outros processos. Justamente isso que caracteriza o precedente.
3) Obiter Dictum - São as considerações acessórias. Elas não formam o precedente, pois são
argumento não aprofundados, configurando meras observações. Ex.: "O precedente enuncia a
tese jurídica e diz "mas se fosse um outro caso, poderia ser xyz".
1) Distinção (Distinguishing)
Argumenta-se que o precedente não é aplicável pois aquele caso concreto tem
peculiaridades fáticas que não correspondem com a hipótese de aplicação do precedente. Ou
seja, aquele caso concreto não é adequado com a aplicação do precedente. Ex.: há um precedente
que diz que a aplicação do despejo é de 30 dias após ordem judicial, contudo, você representa
uma escola, e por ser uma instituição de ensino há uma peculiaridade , portanto o prazo despejo
deve ser adiado para o fim do período letivo.
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O art. 489, §1°, VI - "Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela
interlocutória, sentença ou acórdão, que: VI - deixar de seguir enunciado de súmula,
jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no
caso em julgamento ou a superação do entendimento".
Por esse aspecto vê-se que o juiz não é um aplicador automático do precedente, pelo contrário,
ele deve verificar cada caso para ver se é hipótese de incidência.
2) Superação (Overruling)
É a revisão do precedente. Ataca o precedente trazendo algum argumento novo que não foi
apreciado na criação daquele precedente. Ou pode-se demonstrar uma alteração das circunstância
jurídica econômicas ou sociais.
Ex. de alteração jurídica: O precedente diz que o prazo para despejo é de 60 dias, mas vem
uma nova lei que diz que o prazo é de 90 dias. Obviamente o precedente vai ser revisto, uma vez
que foi construído com base em uma lei que não previa prazo de 90 dias.
❖ Revisão de Precedentes
Rever o precedente é importante, é por isso que o art. 927, §2° estabelece cautelas
básicas para essa revisão.
Quando for deflagrado o procedimento para revisão de precedente, antes do tribunal decidir ou
não se irá rever , ele pode:
b) ou pode autorizar o ingresso do Amicus Curiae, que podem também fornecer subsídios para
concluir se a matéria deve ou não ser revista.
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fundamentação adequada e específica, considerando os princípios da segurança jurídica, da
proteção da confiança e da isonomia."
Na revisão da tese o tribunal tem o dever reforçado de fundamentação para essa revisão
da tese jurídica.
O §3° (art. 927) estabelece a modulação dos efeitos da revisão da tese jurídica. Art. "Na
hipótese de alteração de jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal e dos tribunais
superiores ou daquela oriunda de julgamento de casos repetitivos, pode haver modulação dos
efeitos da alteração no interesse social e no da segurança jurídica.".
O art. 926 diz que os tribunais devem uniformizar a sua jurisprudência e mantê-la estável,
íntegra e coerente.
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Uniformizar a jurisprudência também tem a ver com se buscar resolver divergências
internas no tribunal. Com objetivo de promover a isonomia e a segurança jurídica. Ex.: Há um
processo de negativação indevida por dano moral, a segunda câmara entende que o prazo de
prescrição é de 3 anos, mas a quinta câmara diz que o prazo de prescrição é 10 anos. Não é
desejável que isso ocorra, se não entraremos na questão da loteria judiciária.
O primeiro instrumento está no art. 947, que é o incidente de assunção de competência. Ex.:
No STJ, por exemplo, nós temos duas turmas que julgam matéria de direito privado, a 3ª e a 4ª
turmas. Vamos supor que exista uma matéria em que essas turmas divergem, por exemplo, o
prazo de prescrição. Havendo essa divergência, por meio da assunção de competência, o
processo é encaminhado para o colegiado maior (nesse exemplo seria a segunda sessão, que
reune integrantes da terceira e quarta turma do STJ) para que eles definam, afinal, qual vai ser a
jurisprudência do tribunal sobre aquele assunto, pacificando a divergência interna sobre aquele
assunto.
Outros mecanismo de uniformização da jurisprudência está previsto nos arts. 1043 e 1044 -
embargo de divergência. Esse recurso só cabe para trinunal superior (não cabe para o TJ e TRF).
Cabe o embargo de divergência, também, quando há divergência entre duas turmas sobre
determinada matéria. Então, quando oTribunal não faz espontaneamente a assunção de
competência, pode-se interpor os embargos de divergência que naturalmente serão julgados por
um colegiado maior.
O art. 926 diz também que a jurisprudência deve ser estável. Ou seja, uma jurisprudência
estável é aquela que não muda de forma injustificada simplesmente por que mudaram os
integrantes do tribunal. Mais do que isso, a ideia de estabilidade decorre do fato de que o sistema
de precedentes é estruturado de maneira a facilitar a manutenção do status quo. Isso significa que
o juiz que simplesmente aplica o precedente tem um esforço argumentativo menor, ele só precisa
mostrar que o caso concreto é de aplicação do precedente, mas não precisa discutir toda a tese
jurídica que levou a formação daquele precedente.
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Ex.: Se há um precedente dizendo que o prazo de prescrição de um pedido de dano moral
decorrente de negativação indevida é de 3 anos, basta que o juiz demonstre que aquele é um caso
de pedido de do moral decorrente de negativação indevida.
Ainda dessa ideia de manutenção do status quo, o juiz que quiser revisar uma tese jurídica
terá um ônus argumentativo maior, por que precisará demonstrar por que o precedente anterior
deve ser superado e revisto.
O art. 926 ainda fala que a jurisprudência deve ser Íntegra. A jurisprudência é uma peça
dentro do ordenamento jurídico, assim, os precedentes devem ser proferidos em conformidade
com a CF e com as lei vigentes, ou seja, a jurisprudência não pode ser contra lege.
Ex.: se o código diz que o prazo é de 15 dias, não pode haver um precedente dizendo que o
prazo é de 10 dias.
O último atributo do art. 926 diz que a jurisprudência deve ser coerente, ou seja, deve tratar
de forma idêntica os casos semelhantes. Ao julgar determinado caso deve-se olhar os precedentes
anteriores sobre aquela matéria.
O tribunal ao julgar um caso, se ele verifica que ele tem um precedente sobre aquela questão,
ele deve enfrentar aquele precedente para dizer se ele se aplica ou não ao caso concreto. Ou seja,
mesmo que não se aplique, ele deve discorrer sobre o precedente.
Esses artigos se aplicam a qualquer coisa que tramite no tribunal. Isso por que se aplica aos
recursos, aos incidentes processuais (ex.: vamos supor que entrei com uma ação na vara cível do
foro central do RJ, e o juízo entende que a ação é de competência do foro regional de santa cruz.
O juizo de santa cruz diz que o processo é do foro central. Isso é um conflito de competência,
que é um incidente processual) e ás ações de competência originária (ou seja, são processos que
já começam na segunda instância. ex.: mandado de segurança contra ato do governador).
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O procedimento do tribunal é um procedimento bifásico. Normalmente há uma primeira
etapa em que um dos membros do tribunal (relator) preside os atos iniciais e preparatórios
daquele processo. A segunda etapa é o julgamento feito por um órgão colegiado (câmara de
desembargadores, ou por uma turma de ministros). Então, qualquer coisa que tramite no tribunal
vai ter um relator e, em regra, o julgamento colegiado.
Qualquer coisa que chega no tribunal recebe o protocolo, ele serve para deixar registrada a
data de chegada no tribunal.
- Registro
O registro é a anotação do nome das partes envolvidas e da matéria que está sendo discutida.
Ex.: No Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro nós temos 20 câmaras cíveis, 5 câmaras de
direito do consumidor. Isso está escrito no regimento interno do tribunal.
b) Sorteio eletrônico - não pode haver relator de encomenda, ou seja, há uma garantia do
princípio do juiz natural. Ou seja, o desembargador deve ser designado por critérios pré-
estabelecidos e impessoais.
c) Publicidade - Uma vez determinado quem é o julgador, as partes tem o direito de saber
quem é o magistrado que apreciará o seu recurso, incidente processual ou ação de competência
originária.
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❖ CONEXÃO E PREVENÇÃO (art. 930, p.u)
Pode haver conexão entre recursos ou nas ações de competência originárias, tal qual como no
processo de 1ª instância. A consequência é a mesma, a reunião perante a mesma câmara e ao
mesmo relator.
Prevenção - Ex.: Vamos supor que temos um processo em primeira instância, e houve uma
liminar e foi interposto um recurso contra essa liminar, e para esse recurso, naturalmente, teve
um relator A. Quando o processo chegar ao final, se for interposta apelação contra a Sentença,
por conta da regra de prevenção, o relator será necessariamente o A, ele fica prevento para os
demais recursos no mesmo processo.
Conexão - Ex.: Vamos supor que tramitou em primeiro grau dois processos relativos ao
mesmo contrato: uma ação de cobrança de cobrança de contrato e uma ação anulatória de
contrato. Portanto são processos conexos. Se houver uma recurso contra liminar em um dos
processos, o relator A passa a ser prevento em ambos os processos conexos (art. 930).
Ex. 2.: vamos supor que temos um tribunal com duas turmas. 1ª turma (formada pelos
desembargadores A,B, C,D,E) e a 2ª turma (formada pelos desembargadores F, G, H, I, J).
Imaginemos que houve um primeiro recurso no processo de primeira instância, e C é o relator,
ficando prevento. Mas, em um determinado momento, J morre e C se transfere para a segunda
turma. No lugar do C (lugar na primeira turma) entra um desembargador K. O que acontece com
a apelação que havia sido designada para C?
Resposta: Onde já houve distribuição, C está vinculado ao processo. Ele terá que julgar os
processos aos quais já estava vinculado na 1ª turma, mas só receberá processos novos na segunda
turma.
Se chegar, porém, um recurso que C já havia se tornado prevento anteriormente (por que já
havia decidido sobre o recurso da liminar), haverá uma livre distribuiçãio do recurso da sentença
entre os membros da 1ª turma.
Obs.: O art. 929, p.u diz ainda que a critério do tribunal, os serviços de protocolo poderão ser
descentralizados.
O tribunal normalmente funciona nas capitais. Só que existem estados em que há um difícil
acesso aos tribunais. Então para facilitar o acesso (para protocolar e acompanhar o processo), a
CF admite, assim como o dispositivo acima, que os tribunais criem câmaras regionais fora das
capitais ou das sedes onde funcionam os tribunais.
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❖ DEFINIÇÕES BÁSICAS
a) Voto --> O julgamento nos tribunais geralmente é colegiado, em grupo. O voto é cada
manifestação individual dos membros do colegiado.
A reunião de votos forma o julgamento. Então pode acontecer dos 3 membros que formam o
órgão decidirem no mesmo sentido, então é um julgamento unânime. Ou pode haver o
julgamento por maioria (2x3).
b) Acórdão --> é a materialização do julgamento na forma escrita do que foi deliberado pelo
colegiado (uma vez que o julgamento se dá de forma oral). O art. 204 dá essa definição:
"Acórdão é o julgamento colegiado proferido pelos tribunais.
O acórdão pode ter conteúdo tanto de decisão interlocutória, quanto pode ter conteúdo de
sentença. Em ambos os casos se chamará acórdão.
O acórdão, como qualquer decisão judicial, precisa ser fundamentado. O acórdão tem que ter
os mesmos elementos da sentença (relatório, fundamentação e dispositivo).
O art. 941, §3° fala sobre o voto vencido. Esse dispositivo diz que o voto vencido vai
precisar declarar por escrito às razões de sua divergência (isso deve constar no próprio acórdão).
Isso é importante até para o requerimento de pré-questionamento.
Pré questionamento da matéria significa que aquela matéria tem que ter sido apreciado
pelas instâncias inferiores. Ou seja, o recurso não pode trazer uma alegação inédita que foi vista
em outras instâncias.
Ex.: Tramita na 1ª instância um processo sobre cobrança de dívida. Somente quando chega
na fase recursal o réu faz a alegação que pagou a dívida. Esse tipo de coisa não pode acontecer,
por que as alegações devem ter pré-questionamento (terem sido aprecidadas desde a primeira
instância).
Se a questão que você quer trazer no recurso ao STF e STJ só foi apreciada no voto vencido,
diz-se que há o pré-questionamento ainda que os votos vencedores nada tenham dito. O pré-
questionamento pode ser apreciado pelo acórdão.
A importância do voto vencido é que ele pode chamar atenção de que houve uma divergência
na questão, portanto, aquela questão permanece em aberto para debate de uma tese jurídica em
precedente.
Se o voto vencido contempla alguma fundamentação que foi rejetiado pela maioria, é um
indício de que aquele fundamento não é novo e portanto a tese jurídica não deve ser revista.
# redação do acórdão
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Quem redige o voto vencido é aquele que restou vencido.
Quem redige o acórdão? O relator. Mas e se foi o relator que ficou vencido? a resposta
está no art. 941 caput. Nesse caso, quem redigirá é a primeira pessoa que votou no sentido da
maioria.
# acórdão plural
c) Ementa --> Nada mais é do que um resumo do acórdão. (art. 943, §1°)
todo e qualquer acordão deve ter ementa. A ementa serve para facilitar a pesquisa da
jurispruência e para auxiliar na própria divulgação da jurisprudência.
É aconselhável que a ementa contenha a ratio discidendi (razões de decidir), mas ela não é
um elemento essencial do acórdão.
Vamos imaginar que a ementa diz o contrário do que está previsto no acórdão, o que
prevalece? o acórdão, uma vez que a ementa é só um resumo.
Um acórdão sem ementa não é nulo. Mas o contrário, ementa sem acórdão, não existe.
❖ PODERES DO RELATOR
O relator tem esse nome por que é ele quem redige o relatório. Muitas vezes acontece de
haver o relatório dos autos antes mesmo de acontecer o julgamento.
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As providências que o relator ordena, como por exemplo, abrir prazo para as contra razões,
abrir vistas ao MP, etc. Tudo isso é de responsabilidade do relator.
o art. 932, p.u + art. 938 §§ 1° ao 4° - traz a ideia de que podem haver vícios formais
sanáveis, e o relator deve dar prazo para que o recorrente sane esse vício. Se o vício não for
sanado o recurso será inadimitido (ou não conhecido), nterá sequer o mérito analisado (ex.: a
petição que deixou de ser assinada, ou a falta de cópias de algumas petições no processo).
Porém se a parte perdeu o prazo ou entrou com recurso incabível, não há como sanar esse
tipo de situação.
Por fim, esses dispositivos citados acima não se aplicam a situações que envolvam
recolhimento de custas. Alguns recursos exigem que se pague custas para recorrer. Quando há
algum problema com relação ao pagamento destas custas, essa questão é regulada pelo art. 1007.
(continuação)
O art. 932, I fala que incumbe ao relator dirigir e ordenar o processo no tribunal. Todos os
atos que se destinam a ordenar.
Ex. 1: se temos um recurso em que temos que abrir contrarazões para a parte contrária se
manifestar, a determinação desse ato é feita pelo relator.
Ex. 2: Se nós temos uma ação de competência orginária em que o juiz manda o autor falar
em réplica, esse despacho é de competência do relator.
art. 932, §único - O recurso que tem algum vício formal não pode ser inadmitido
imediatamente, o recorrente tem uma chance de sanar o vício.
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OBS.: Exceções á determinação de saneamento de vícios formais:
- Questões de preparo - Isso não se aplica para as questões relativas ao preparo (ás custas
processuais), por que o preparo tem uma regra específica que é o art. 1007 que veremos mais a
frete.
- Vícios insanáveis - também não se aplicam a vícios insanáveis (ex.: recurso intempestivo
(interposto fora do prazo), recurso incabível).
1) Carta de Ordem - Quando o tribunal determina a produção de prova, mas essa produção
não será feita no tribunal.
Ex. 1: Manda fazer uma perícia, mas a perícia não vai ser feita no Tribunal. O relator então
expede uma carta de ordem para o 1° grau para que ele realize a produção de prova.
Ex. 2: Quando o tribunal manda ouvir uma testemunha, mas expede uma carta de ordem para
que o juiz de 1° grau realize a oitiva da testemunha.
Ex. 1: Vai ser o relator quem vai indicar o perito, o laudo pericial é apresentado diretamente
em segundo grau.
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Seria a possibilidade de ouvir a testemunha durante a sessão de julgamento perante todo o
colegiado. (o prof. nunca viu acontecer, mas em regra o CPC admite).
São as decisões tomadas pelo relator de forma monocrática/unipessoal (não é acórdão, uma
vez que acórdão é só o julgamento pelo colegiado).
Ex.: Alguns recursos não tem os efeitos suspensivos (a decisão recorrida continua
produzindo efeitos enquanto não é julgado os recursos), mas O CPC admite que em situações
especiais, em que há suspeita de dano irreparável, é possível que se conceda os efeitos
suspensivos a esses recursos. Esse efeito suspensivo tem natureza de tutela provisória, por tanto é
apreciado pelo relator.
Pode acontecer de haver um pedido avulso de efeitos suspensivos. Por exemplo, há casos
em que a apelação não tem efeito suspensivo e o recorrente pede esses efeitos. Acontece que a
apelação é interposta no 1° grau, então demora um tempo até a juntada da apelação no processo,
e esse processso subir para o segundo grau. Com há urgência, faz-se um pedido avulso de pedido
suspensivo diretamente no tribunal. Esse pedido avulso, quando o relator aprecia, ele fica
prevento para a fase recursal daquele processo.
Há um caso curisoso que está no art. 10 da lei, 13188/15. Essa lei, mais especificamente o
art. 10, trata da tutela provisória para o recurso contra decisão que manda publicar direito de
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resposta (ações contra veículos da imprensa). O art. 10 diz que o efeito suspensivo para esse
recurso, somente poderia ser apreciado pelo colegiado, não pelo relator. Contudo, esse artigo
sofreu a ADI 5415/STF, que foi concedida liminar, interpretando aquele artigo conforme a CF,
determina que o artigo não impede a apreciação da tutela provisória pelo relator. Por que poderia
haver uma situação de urgência em que o colegiado não tem tempo para se reunir (o colegiado se
reune em datas marcadas), e nesse caso, poderá ser apreciado somente pelo relator.
Última observação com relação a tutela provisória - é possóvel o relator apreciar a liminar
"ad referendum". a apreciação ad referendum, é quando o relator concede a liminar
provisoriamente, e de ofício coloca a matéria para ser referendada ou não, para o colegiado
decidir se ele mantém ou não a liminar que ele deu. Isso acontece sobretudo em casos com
grande repercussão e de grande interesse público.
Podem haver processos em que a gratuidade de justiça já foi concedida em primeiro grau.
Nesse caso não há muito problema, uma vez que o recurso também não terá custas, e isso não é
uma decisão para o relator tomar.
Contudo, o pedido de gratuidade de justiça pode ser formulado no próprio recurso ou quando
há uma ação de competência originária. Nesses casos quem aprecia é o relator.
Depois veremos quais são os requisitos de inadimissibilidade do recurso. Mas se, por
exemplo, o recurso foi interposto fora do prazo ou de forma errada, o relator pode
monocraticamente não conhecer do recurso (que equivale a extinção sem resolução de mérito).
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Nesse caso, o recurso preenche os requisitos de admissibilidade, e o relator analisa o recurso
no mérito, seja para manter a decisão recorrida (negar provimento) ou para alterar a decisão
recorrida (dar provimento ao recurso).
a) quando houver súmula do STF do STJ ou do tribunal. (Se o recurso for contrário a uma
dessas súmulas nega-se provimento, se o recurso for amparado por uma dessas súmulas dá-se
provimento).
b) quando houver acórdão do STJ ou STF em julgamento de recurso repetitivo. (Ou seja,
quando houver acórdão de recurso especial ou repetitivo).
O art. 932, V tem uma diferença fundamental com relação ao outro dispositivo. No inciso
IV, o relator pode negar provimento a recurso sem abrir prazo para contrarazões, porque o
recorrido não está sendo prejudicado. Já no inciso V, como o recurso está sendo acolhido, o
relator tem que abrir prazo para as contrarazões.
Muitos recursos quando chegam para o relator já tem as contrarazões (como é o caso da
apelação), mas muitos casos não tem as contrarazões, nesse caso ele deve abrir prazo.
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Ex.: Uma ação recisória que contém uma hipótese que autoriza o julgamento de
improcedência liminar do pedido, antes mesmo da citação do réu (que estão elencadas no art.
332). Nesse caso, o relator também poderá proferir uma decisão julgamento liminar dessa ação
recisória.
Ex.: decisão sobre o ingresso ou não do amicus curiae no processo, ou qualquer ingresso de
terceiros, é o relator que decide.
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O art. 933 traz ao tribunal a mesma ideia de vedação a decisão surpresa que há no art. 10.
A decisão surpresa é aquela que resolve a questão por um fundamento que não foi submetido ao
contraditório, seria a "carta na manga do juiz". Ex.: quando as partes em ação de cobrança estão
discutindo, e o juiz decide de ofício sobre a prescrição sem submeter a matéria para apreciação
da matéria.
Pode,ainda, acontecer que na sessão de julgamento um membro do colegiado pede vista dos
autos para melhor decidir depois. E esse membro constata que há um questão pela qual ninguém
se manifestou. Nesse caso ocorre o que está previsto no art. 933, §2°. O juiz que solicitou as
vistas dos autos deverá encaminhar ao relator para que este tome as providências previstas no
caput.
1) Questões preliminares
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Se aplicam ao recursos e ao julgamento de competência originária, em geral..
As normas internas dos tribunais também admitem que as partes podem se opor ao
julgamento virtual por simples petição que não precisa ser justificada.
A decisão do colegiado em sessão virtual deve ser sempre unânime, caso contrário o
julgamento deverá ser presencial. Isso por que há divergências e questões que devem ser
debatidas.
Outra questão que se discute no julgamento colegiado é a seguinte: tem acontecido nos
tribunais de por vezes os tribunais convocarem juizes de 1° grau para compor o colegiado. Por
exemplo, você tem um cargo de desembargador que está vacante e o tribunal convoca, então, um
juiz de primeiro grau para compor o colegiado. Discutiu-se se essa situação ofenderia o
princípio do juiz natural, e chegou-se a conclusão que essa convocação não ofende o juiz
natural (ex.: RE 597.133), desde que a convocação seja feita por critérios impessoais e pré-
estabelecidos.
2) Procedimento
2.1) Relator
Por esse dispositivo, o processo é distribuído, vai para o relator. Esse verifica quando
verifica que não é caso de julgamento monocrático, vai elaborar o seu voto escrito e o relatório.
O relator devolve o processo só com o relatório (ele guarda consigo o voto escrito) de volta á
secretaria/cartório. O relator dá um despacho dizendo, mais ou menos, "vistos, peço dia para
julgamento".
Após isso, ocorre a hipótese do art. 934: Quando o processo volta á secretaria/cartório, a
própria secretaria organizara a pauta e vai incluir a pauta para julgamento. Quando for designada
a data para julgamento, as partes devem ser avisadas dessa inclusão do feito em pauta (da data
em que ocorrerá o julgamento).
O art. 935 diz que a pauta deve ser publicada com antecedência mínima de 5 dias (úteis).
21
Se o tribunal não fizer essa públicação, aplica-se a súmula 117 do STJ que diz que se não for
observado o prazo de 5 dias haverá nulidade do julgamento. Só não haverá nulidade do
julgamento em duas situações:
a) não ocorreu a publicação mas os advogados das partes estavam presentes. Nesse caso não
há prejuízo.
b) (parte final do art. 935) . Pode acontecer o seguinte: você incluiu o feito em pauta para o
dia 10. No dia 10, todos estão lá, e por qualquer razão o relator não pode comparecer ao
julgamento. Nesse caso o julgamento é adiado,pelo presidente, para a sessão seguinte. Esse
adiamento não precisa de nova inclusão de pauta.
O art. 936 fala sobre o pedido de preferência. A ideia do 936 é não ficar esperando o dia
inteiro para o seu recurso ser julgado. Temos pautas de julgamento com 200/300 processos.
(professor achou que falou sobre esse artigo na aula passada mas não falou).
- O novo CPC trouxe a novidade da sustentação oral por vídeo conferência. A ideia é que
para o advogado do interior pode ser difícil se deslocar para um tribunal, Para esses advogados
(que tem escritório diferente do da sede do tribunal) há a possibilidade da sustentação oral por
vídeo conferência. (art. 937, § 4°).
22
Na sustentação oral há há a possibilidade de convenções processuais (negócio jurídico
processual). Uma delas já falamos, quando quando há o litisconsórcio e os advogados decidem
como será a sua divisão do tempo de sustentação.
Obs.: não é permitida a ampliação do tempo de sustentação oral por meio de negócio
processual! Isso seria uma externalidade que prejudica terceiros (uma vez que iria afetar a pauta
de julgamento).
EX. 1: Outro exemplo muito comum que acontece é quando há a sessão de julgamento e só
está presente o advogado de uma das partes (autor ou réu), então o relator adianta o
entendimento dele para o essa parte dizendo que é favorável a este. Isso nada mais é do que um
NJ processual em que o advogado abre mão do direito de sustentação oral por que o relator já
manifestou o seu entendimento em favor dele. Mas caso o colegiado entenda de maneira
diferente do relator durante a sessão de julgamento, o advogado poderá ter o direito de fazer a
sustentação oral.
- A sustentação oral não se confunde com o pedido de esclarecimento do fato, que está
previsto no art. 7, X do Estatuto da OAB. Ex.: Você está assitindo a sessão de julgamento de
uma ação de cobrança, em que a dívida foi paga e estão nos autos o comprovante de pagamento,
e o relator diz que "considerando que a dívida não foi paga". O advogado vai pedir o
esclarecimento de fato ou documental, é uma interenção sucinta e pontual para esclarecer algum
fato e evitar a sua errônea apreciação. O advogado não pode se utilizar disso para fazer a sua
sustentação oral. O esclarecimento de fato cabe em qualquer ação ou recurso, mesmo naqueles
em que não cabe a sustentação oral.
O colegiado pode pedir a vista dos autos. O prazo para vista dos atos são de 10 dias úteis
prorrogáveis por mais 10 dias úteis. Esses dez dias são para que o processo não se torne
demasiadamente moroso, e também para que não se esqueça o que foi discutido durante a sessão
de julgamento.
23
Se o prazo não for respeitado aplica-se o §§ 1° e 2°art. 940. O presidente da câmara
requisitará os autos e inclui-los na pauta da sessão seguinte. Se o membro que pediu a vista ainda
não se sentir habilitado a votar, será designado um substituto para proferir voto.
No julgamento do recurso também podem haver preliminares. O art. 938 prevê que quando
houverem preliminares, cada uma dessas preliminares tem votação em separado. Ex.: Preliminar
de intmpestividade do recurso (recurso interposto fora do prazo), colhe-se os votos sobre essa
prliminar. Vamos supor que os votos foram para rejeitar a preliminar, então passa-se ao
julgamento do mérito da apelação
Vamos supor que os 3 desembargadores votem no mesmo sentido. Mesmo assim podem
haver dispersões.
A) Média aritimética dos valores. (Essa não é a solução mais adequada por que o resultado
desse julgamento seria o seguinte: O tribunal dá provimento a apelação, e todos os membros do
colegiado restam vencidos).
2.7.2) Dispersão qualitativa - Ex.: Vamos supor que o apelante mora do lado de
uma Quadra de escola de samba. O voto dos membros é no sentido de que realmente há volume
excessivo, porém os votos tem dispersão na medida para resolver o problema. O relator decide
limitar o horário de funcionamento até meia noite. O 1° vogal mand fazer isolamento acústico;
O 2° manda fechar a quadra.
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O regimento estabelece que deve haver uma votação de eliminação (de 2x2), para que se
chegue a uma das decisões.
- Lavratura do acórdão - Quem lavra o acórdão é o relator, a não ser que ele fique
vencido. Se ele for vencido, quem primeiro votou no sentido da tese vencedora lavrará o
acórdão.
Após lavrado o acórdão ele tem que ser publicado no prazo de 10 dias (art. 943, §2°).
Com a publicação do acórdão, se iniciam os prazos processuais para interpor algum recurso
para aquele acórdão.
O art. 944 prevê que se não publicado o acórdão a partir de 30 dias após o julgamento, as
notas taquígraficas o substituirão (a gravação/transcrição do que foi falado no julgamento).
1) Conceituação de Recurso
Quando comçamos a falar de teoria geral dos recursos, temos que conceituar o que é recurso.
O que precisamos ter para estar diante de um recurso.
Por essa conceituacão, o reexame necessário, que está previsto art. 496, não pode ser
enquadrado como recurso. O reexame necessário acontece no caso de haver alguma setença
25
contra a fazenda pública (preenchido alguns requisitos), que essa decisão será necessariamente
reexaminada pelo tribunal de segunda instância, ainda que não haja apelação.
Para alguns autores essa noção de voluntariedade não seria essencial à conceituação de
recurso, e nesse caso o reexame necessário poderia ser considerado um recurso. Mas são
minoritários (fredie Didier, e Araken de assis).
Busca-se sempre o reexame de uma decisão. O recurso sempre tratará de uma questão que já
foi apreciada, e busca-se um reexame dessa questão. Caso contrário, não se trata de recurso.
O recurso não forma um novo processo, ele é interposto dentro de um mesmo processo. Essa
é a diferença do recurso para as ações autônomas de impugnação. Ex.:Quando eu impetro um
mandado de segurança contra uma decisão judicial, ele não é recurso, mas sim uma ação
autônoma de impugnação.
1.4.1) Reforma - Aqui o apelante quer que a decisão seja alterada em seu mérito.
1.4.3) Integração - Quando a decisão se omite sobre algo relevante no processo, e a parte
quer que haja a apreciação completa (complementação). Ex.: Ex.: O sujeito pede danos morais e
danos materiais, mas na sentença o juiz somente aprecia o dano material. Então a parte pode
pedir a integração da sentença, pedindo que aprecie também o dano moral.
1.5) Conceito: É um meio voluntário, que buscando o reexame de uma decisão no mesmo
processo, visa a sua reforma, invalidação, integração ou esclarecimento.
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- O fato do julgamento nos tribunais normalmente serem colegiados (2 cabeças pensam
melhor do que uma).
- Os julgadores nos tribunais normalmente tem mais experiência, logo é mais provável que a
decisão seja mais acertada.
- Quebra da unidade do poder judiciário (ou acaba tendo a mesma decisão, ou chega-se a
conclusão de que os juízes podem decidir a mesma causa de forma distinta.
O princípio do grupo grau de jurisdição é estruturado como um princípio geral porém ele não
é considerado uma garantia, ou seja, o legislado pode estabelecer exceções em que não haverá o
duplo grau de jurisdição. São elas: Ação de competência originária no STF; execuções fiscais de
alçada (art. 34, lei 6830/80) - são execuções fiscais de valor até 50 OTN (mais ou menos 300
reais);
Capítulo da Decisão -> é toda unidade que logicamente independente dessa decisão, qualquer
questão que poderia ser objeto de uma decisão própria. Alguns capítulos são acessórios
(honorários, juros legais de mora, verbas de sucumbências), se julga improcedente algum
capítulo, o acessório acaba sendo improcedente também apesar de não ser objeto do recurso.
Quando o recurso é parcial, ele não atinge todos os capítulos. O capítulo (de mérito) que não
foi objeto de impugnação no recurso, transita em julgado. Já os acessórios não transitam em
julgado, são arrastados na impugnação do capítulo principal.
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Se houver ilegitimidade (matéria de ordem pública) da parte ativa, e o tribunal só tem
conhecimento da ilegitimidade na impugnação de um dos capítulos principais (objeto do
recurso), os capítulos principais restantes irão transitar em julgado, porque não foram objeto
do recurso. O tribunal só pode analisar questões sobre capítulos que forem impugnados, é o
limite do tribunal. (Art. 1013, par.1)
Aqui se discute se o tribunal vai conhecer ou não vai conhecer do recurso (admissibilidade).
Quando o tribunal não conhece do recurso é porque ele entendeu que este não é admissível.
Já no mérito, nós falamos em prover ou não prover o recurso. Então o tribunal pode conhecer
o recurso mas não prover, ou seja, não conceber a demanda pleiteada pela parte (trata do mérito).
O art. 932, III o juízo de admissibilidade negativo (não conhecer) pode ser feito tanto pelo
relator quanto pelo colegiado.
1.1 Cabimento
Quando a pessoa entra com o recurso errado, ela não está observando o cabimento.
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Existem três princípios processuais relacionados ao cabimento.
- As partes não podem, por meio de acordo, criarem recursos que não estão previstos em lei.
Isso decorre de uma regra que está no art. 283, parágrafo único, que fala sobre o
aproveitamento dos atos processuais. Isso não é em qualquer caso. só vai caber a fungibilidade
preenchido dois requisitos:
Ex.:
Outro requisito que havia é o respeito ao prazo. A parte não pode se aproveitar da
fungibilidade para extender o prazo de recorrer. Isso foi extinto por que a maior parte dos
recursos atuais tem o prazo de 15 dias, com exceção dos embargos de declaração.
1.2 Legitimidade
A parte não é só a parte originária. Aquele terceiro que intervém no processo e assume a
condição de parte (ex.: denunciação da lide, ou desconsideração da personalidade jurídica)
também são partes.
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O assitente simples pode recorrer? O art. 121, § único diz que o assistente simples pode
recorrer, mas ele é uma parte coadjuvante no processo, ele visa auxiliar o assistido. Quando o
assistido recorre, ele pode juntar forças, pode recorrer também. Mas se o assistido desiste do
recurso, o recurso do assintente não será admissível. Porém quando a parte principal, o assitido,
fica omissa, o recurso do assistente é admissível, por que o assistido pode simplesmente ter
perdido o prazo. O assistente simplesmente não pode colidir com o assistido.
O art. 996,§único, fala que o terceiro prejudicado deve mostrar qual é a relação que ele tem
com aquela decisão. O terceiro prejudicado normalmente é o sujeito que poderia ter ingressado
como assistente simples e não ingressou antes. Outra hipótese de 3° interessado é o caso de
legitimidade extraordinária (substituição processual).
O amicus curiae pode recorrer? A situação do amicus curiae está regulado no art. 138. Via
de regra, o amicus curiae não pode recorrer (ele não tem interesse na sua esfera jurídica pessoal).
O art. 138, §1° estabelece a regra geral. Porém, há algumas exceções, o próprio §1° estabelece
que o amicus curiae pode interpor embargos de declaração, ou §3°, em que o amicus curiae pode
interpor IRDR.
O art. 138, caput diz que o juiz ou relator poderá, por decisão irrecorrível, admitir o ingresso
do amicus curiae. A discussão em torno disso é que o código foi omisso quanto ao indeferimento
do ingresso do amicus curiae no processo.
O MP pode recorrer quando é parte e também quando atual como fiscal da ordem
jurídica. Sobre isso há inclusive a súmula 99 do STJ, que diz que o MP tem legitimidade para
recorrer no processo que oficiou como fiscal da lei ainda que não haja recurso da parte.
Interesse processual do recurso, aqui verifica-se se o recurso é útil e necessário para a parte.
O interesse recursal é como o interesse processual mas pensando nos recurso. Tem- se que
verificar se o recurso é útil, capaz de trazer uma situação prática mais vantajosa ao recorrente. E
a necessidade, ou seja, se o recorrente tem que se utilizar do recurso para obter essa vantagem.
Exemplo de decisão em que não há interesse recursal por ser recurso desnecessário: O juiz
recebe a petição inicial e dá o despacho "cite-se o réu", e o réu acha que é o caso do juiz decir de
ofício pela prescrição. Nesse caso você não tem necessidade de recorrer, basta alegar isso em
contestação. (seria somente o caso de recurso se o juiz rejeitasse na contestação). Então aqui o
recurso não é cabível.
Há uma ideia de sucumbência relacionada ao interesse processual. Mas nem sempre esse é o
caso. Ex.: O MP não necessariamente precisa ser o sucumbente. Ou situações em que se quer
melhor a fundamentação: 1. embargos de declaração (para sanar uma contadição, omissão ou
obscuridade) pode ser interposto pela parte que ganha; 2. Formação de precedente vinculante art.
30
927 (a parte pode ter ganho no processo individual, mas é um repetitivo, uma tese jurídica que
irá prejudicar muito mais a frente em outros processos); 3. nas Ações coletivas quando se é réu e
tem um pedido julgado imprecedente por falta de provas, essa decisão não impede que se
proponha nova ação coletiva. Nesse caso, a doutrina entende que o réu que ganhou possa
solicitar que a improcedência seja por outa fundamentação, para evitar a proprositura de novas
ações (Secundum eventum probationem).
A desistência pode ser apresentada apresenta qualquer tempo antes do julgamento do recurso
(inclusive na véspera).
Outra diferença da desistência da ação para a do recurso, é que a desistência da ação precisa
ser homologada pelo juiz (art. 200), já a desistência do recurso produz efeitos de imediato, a
homologação do juiz só serve para declarar um fato que já aconteceu, mas a desistência ocorre
instantanemente.
A desistência pode ser no todo ou em parte. Ex.: Vamos supor que eu apelei contra decisão
por dano material e dano moral. Eu posso desistir do meu recurso só com relação ao dano moral,
por exemplo.
O art. 998 diz que para eu desistir não preciso da anuência do listisconsorte. Mas vamos
supor que A e B recorreram de uma sentença sobre anulação de contrato. Mas o B desiste do
recurso. Numa situação de litisconsórcio unitário, se o recurso de A for provido, isso será
aproveitado também para o B. (Isso só ocorre em litisconsórcio unitário, não se aplica ao
litisconsórcio simples).
A desistência exige poderes especiais na procuração (art. 105). Para o advogado desistir
(da ação ou do recurso) ele tem que ter poder expresso na procuração, por que a procuração
genérica não permite a desistência por parte do advogado. A desistência é um ato de disposição
do direito que exige poderes especiais.
31
art. 998, § único - Nós temos os recursos repetitivos e os recursos extraordinários por
repercussão geral (eles tem a preocupação de julgar o caso concreto, mas também de definir tese
jurídica vinculante). A resolução do caso individual é um interesse exclusivo da parte, logo ela
pode desistir do seu recurso. Só que esse recurso quando é afetado pelo regime de recurso
repetitivo, por exemplo, passa a ser de interesse público (definição da tese jurídica). Como o
legislador compatibilizou esses interesses? O parágrafo único estabeleceu que a parte pode
desistir do seu recurso e para o seu processo individual vai valer a decisão anterior. Mas, o
procedimento que estava acontecendo continuará com a única finalidade de definir a tese
jurídica.
Ex.: Eu celebro um acordo com vinicius. Eu sou autor da ação por que vinicius não me
pagou. Eu celebro um acordo em que ele se compromete a pagar uma parte, e já tem um valor
depositado em juízo. Então, eu e ele fazemos um acordo que desde logo que as partes abrem
mão de recorrer contra a decisão homologatória que vier a liberar essa quantia, que é para que eu
(autor) levante logo o depósito juicial.
1.4.3 Aceitação (art. 1000) - É uma situação em que o recurso não foi interposto, mas eu
pratico um ato que é incompatível com a vontade de recorrer, gerando uma preclusão lógica.
Aceitação expressa - a parte diz que aceita a decisão, embora não diga que não quer recorrer.
Ex.: Rafael é condenado a pagar mil reais de danos morais. Se ele deposita judicialmente
esse valor enquanto há prazo para recorrer, sem fazer nenhuma ressalva (declaração de que está
depositando mas pretende recorrer, por exemplo), ele está praticando um ato incompatível com o
ato de recorrer. Ele poderia até depoistar a quantia, mas teria que fazer a ressalva.
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2. Pressupostos Extrínsecos
Quando o prazo começa a contar? O prazo começa a contar a partir da intimação das
partes (publicação em diário oficial ou meio eletrônico). O art. 1003, §1° diz que se houver uma
audiência na qual o juiz profere decisão, os advogados são considerados intimados na própria
audiência.
O art. 1003, §2° - Podemos ter recurso contra decisões que são proferidas antes da citação do
réu, medida ca(ex.: ação despachada com pedido liminar de internação contra o plano de saúde,
e devido a essa decisão o prazo em que o plano de saúde (réu) pode recorrer começa a contar
após a juntada aos autos do mandado de citação).
Fusos horários distintos para protocolar: Vamos supor que eu tenho um processo
eletrônico que tramita no Acre (diferente fuso horário), mas moro no RJ. Eu posso protocolar até
00h por se trtar de processo eletrônico, mas de qual fuso horário? Tem que ser no do Acre, por
que é no fuso horário de onde o processo está tramitando. (art. 213, § único).
Outro problema com relação ao prazo: Os prazos se contam em dias úteis, não contam os
feriados. E os feriados locais? Tem que considerar os feriados na sede do juízo.
Ex.: Vamos supor que você tem um processo no STJ e o recurso para o STJ é protocolado no
RJ. Vamos supor que era um feriado local no RJ, isso vai prorrogar o seu prazo para interpor
recurso. Só que a parte deverá comprovar o feriado (juntando cópia da lei estadual ou do diário
oficial). Mas o problema é saber em qual momento eu devo fazer a prova de feriado local? O
art. 1003, §6° diz que o recorrente comprovará o feriado local no ato de interposição do
recurso. (Ainda há muita discussão acerca desse assunto, por que o NCPC também estabelece
que o relator deve proporcionar a resolução do vício, e essa norma seria muito rígida).
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O recurso interposto depois do prazo é inadimissível.
O recurso prematuro é aquele interposto antes de começar o prazo, é possível? sim. Por
exemlplo, a sentença está lá, mas a parte ainda não foi intimada mas já interpõe recurso. O art.
218, §4° estabelece que a parte pode se antecipar para interpor o recurso.
Prazo em dobro: É concedido quando são partes o MP, Defensoria, Fazenda pública em
geral, isso se extende aos núcleos de prática jurídica das faculdades (art. 180, 183, 186). Os
litisconsortes com advogados de escritórios diferentes (art. 229), mas aqui temos algumas
considerações: o prazo em dobro só vai existir se o processo tramitar em autos físicos. Vamos
supor que eu tenha dois réus, e a sentença julgou improcedente em face do primeiro e procedente
em face do segundo. O primeiro pode ter prazo simples ou em dobro para recorrer? A súmula
641 do STF diz que não se conta em dobro o prazo para recorrer quando só um dos
litisconsortes haja sucumbido. Assim, como o prazo não é comum não corre prazo em
dobro.
O terceiro prejudicado tem o mesmo prazo que as partes para recorrer. Para ele saber
qual é o prazo ele deve olhar quando as partes no processo foram intimadas, e terá o mesmo
prazo para recorrer.
2.2 Regularidade formal (o recurso tem pedido? ele impugnou a decisão recorrida?)
2.2.1 - Dialeticidade
O primeiro elemento que deve atender é ao princípio da dialeticidade - vamos supor que
eu ingressei com uma ação contra a Carol cobrando um cheque, e ela se defendeu com
contrarrazão. O Juiz julga improcedente o meu pedido sob fundamento de prescrição eu apelo
contra ele usa sentença. Nessa apelação eu não posso simplesmente copiar e colar a minha
petição, eu na tenho que atacar os fundamentos da decisão recorrida, demonstrando por
que ela tem que ser reformada, invalidada, integrada ou esclarecida. (isso é dialeticidade)
2.2.2 - Pedido
O recurso é ato formal que se pratica de forma escrita. A única excessão é o embargo de
declaração no juizados especial.
Os recursos de bem estar subscritos, assinados, com algum sujeito com capacidade
postulatória, mesmo no juizados especiais.
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Existem recursos de fundamentação vinculada, e para esses recursos devem observar as
hipóteses de cabimento. Ex.: Para os embargos de declaração eu tenho que alegar ou uma
contradição, ou uma omissão ou uma obscuridade. Não posso simplesmente dizer que o juiz
apreciou mal.
Quando as custas não foram recolhidas chamamos isso de deserção. Deserção é o recurso
que não foi admitido pois não preenche esse requisito de admissibilidade. Recurso Deserto.
* Exceções.:
a) O recurso inominado nos juizados - Nos juizados pode-se comprovar até 48 horas depois
da interposição do recurso.
b) a súmula 484 do STJ diz que admite-se que o preparo seja efetuado no primeiro dia útil
subsequente, quando a interposição do recurso ocorrer após o encerramento do expediente
bancário.
* Problemas no preparo:
a) Falha na comprovação do preparo (art. 1007, §7°) - Caso de guia de custas ilegível ou
preenchida errada. Nessa situação se aplica o art. 1007, §7, o relator intima a parte para corrigir.
Se eo recorrente não corrigir o vício, haverá deserção.
b) Insuficiência do preparo - O sujeito que pagou menos do que deveria. Aplica-se o art.
1007, §2° , o recorrente será intimado para em 5 dias pagar a diferença, e só haverá deserção se
ele não pagar a diferença.
No juizado especial, por entendimento consolidado, essa regra não se aplica. Então se no
juizaod você pagou menos, não terá a oportunidade de recolher a diferença. Os doutrinadores
costumam dizer que dar um prazo para corrigir a insuficiência iria interferir no princípio da
celeridade que permeia os juizados.
c) Completa ausência do preparo - Quando o recorrente não paga nada Aplica-se o art.
1007, §4° - A parte deverá pagar em dobro, sob pena de deserção.
Se o recorrente que não recolheu as custas, não poderá pagar insuficientemente para
complementar posteriormente. o art. 1007, §5° diz que é vedada a complementação se
anteriormente houve ausência de preparo.
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* Pessoas que estão sispensadas do preparo.
b) Beneficiário de gratuidade de justiça (de primeira instância ou só recursal) (art. 99, §7°)
c) Legitimados para propor ações coletivas. Esses sujeitos não tem que recolher custas,
inclusive para efeitos recursais.
Obs importante.: O art. 4°, § único, da lei 9289/96 - OAB e Conselho regional de medicina
(e outros conselhos regionais) não estão dispensados do recolhimento de custas.
❖ Juízo de Mérito
Temos que levar em consideração que uma coisa é o mérito da causa, e outra coisa é o mérito
do recurso. O mérito do recurso está relacionado ao pedido de reforma, invalidação, integração
ou esclarecimento.
No juízo de mérito temos duas causas de pedir recursais possíveis (dois grandes
fundamentos):
Ex.: O juiz decidiu sem dar a oportunidade do contraditório; O juiz que decidiu sem
fundamentar a sua decisão; Quando o juiz profere decisão ultrapetita; Nesses casos há o error in
procedendo.
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mas por uma questão de economia processual vai permitir que ao invés de anular, voltar o
processo para o juiz para que ele dê uma nova sentença, o tribunal já pode dar uma decisão
devidamente fundamentada.
Ex.: ao invés do tribunal devolver uma ação extrapetita para ser consertada, o tribunal pode
simplesmente pronunciar a invalidade daquele excesso. Se a pessoa pediu só 80, e o juiz deu
100, o tribunalpode simplesmente cortar de 100 para 80.
❖ Reformatio in pejus
É a reforma para a pior. Por ex.: eu fui condenado em 50 mil reais e recorro. Aí o tribunal
decide que ele deveria pagar 70 mil. isso é possível? Não, nos recursos há a proibição da
reformatio in pejus. Nem mesmo o recorrente pode pedir para piorar a sua situação, pois não há
interesse recursal. E o tribunal, também, não pode de ofício fazer uma reforma in pejus.
Há uma situação no CPC que relativiza a reformatio in pejus: é a situação dos honorários
de sucumbência recursais. (art. 85, §11) . O CPC, como uma forma de desestimular a
interposição do recurso, prevê que se você ataca no recurso uma decisão que tem honorários de
sucumbência, se o tribunal julgar (não der provimento) ou rejeitar (não conhcecer) esse recurso,
ele irá aumentar a verba honorária fixada em primeiro grau.
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Ex.: Houve honorários de sucumbência de 10%, no primeiro grau. O tribunal pode no
julgamento da apelação, se negar provimento, aumentar de 10 par 15%, para isso não precisa de
recurso do beneficiado de sucumbência.
-O dispositivo fala em majorar, isso significa que se aquela decisão em primeiro grau é uma
decisão que não comporta arbitramento de honorários de sucumbência (ex.: decisão que
concedeu tutela antecipada), o tribunal não pode fixar honorários se não haviam sido fixados em
primeiro grau.
- Essa majoração dos honorários de sucumbência cabe somente se o tribunal não conhecer ou
negar provimento ao recurso.
Quando se interpõe um recurso, impede-se que aquela decisão transite em julgado. Esse é um
efeito que qualquer recurso produz.
Obs.: Para que o recurso produza esse efeito ele tem que ser admissível (possuir os requisitos
de admissibilidade), tem que ser conhecido pelo tribunal. Se eu interponho um recurso depois do
prazo, já ocorreu o trânsito em julgado. Se eu interponho um recurso errado, eu também não
impeço o trânsito em julgado.
2) Efeito devolutivo
Esse efeito provoca o reexame da decisão recorrida. Esse efeito também se verifica em
qualquer recurso.
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A parte pode, no seu recurso, limitar o efeito devolutivo na dimensão horizontal. Ele não
precisa atacar toda a decisão recorrida. E com relação aos demais capítulos haverá o trânsito em
julgado.
Analisa-se a profundidade. Aqui pergunta-se quais são as questões afinal, que o tribunal
poderá analisar (questões de direito? questões de fato? matérias de ordem pública?). Está
relacionado com os fundamentos para reexame daquele capítulo impugnado.
Ex.: vamos supor que o tribunal julgou improcedente o pedido de cobrança sob a
alegação de prescrição. Mas o réu tinha alegado também a invalidade do contrato, mas o juiz não
analisou a pois já havia encontrado fundamento para dar razão ao réu (O juiz não precisa apreciar
todos os argumentos se ele já encontrou um argumento que era suficientemente favorável á
parte). Vamos supor que o tribunal não concorde com a questão da prescrição, ele pode
reexaminar a questão da validade do contrato (uma questão que foi suscitada mas não foi
decidida pois não havia necessidade).
Ex.: O tribunal ao julgar uma apelação contra uma indenização por danos materias,
pode verificar de ofício que é o caso de ilegitimidade passiva. Ele pode fazer isso porque é
questão de ordem pública, mas desde que o recurso tenha atacado aquele capítulo (ainda que a
parte não tenha alegado).
Com relação á essas questões de ordem pública (questões que não foram nem sucitadas mas
o tribunal pode conhecer de ofício), a doutrina chama de: efeito translativo. Mas esse efeito
translativo nada mais é do que um dos aspectos dentro do efeito devolutivo.
3) Efeito suspensivo
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Nem todo recurso tem efeito suspensivo.
Alguns recursos tem o chamado efeito suspensivo automático, ou, efeito suspensivo ope
legis. São recursos que a própria lei determina que possuem efeitos suspensivos. Interposto
aquele recurso estão suspensos os efeitos daquela decisão recorrida. É o caso da apelação (art.
1012), as exceções estão previstas no §1° do mesmo artigo.
A regra geral é que não haja efeitos suspensivos, logo, que a decisão recorrida continue
produzindo efeitos até que saia a decisão do tribunal. (art. 995) . Mesmo nos casos de recurso
não automático, o código estabelece que a parte pode pedir ao juiz que haja, excepcionalmente,
a produção de efeitos suspensivos. Nesse caso, chama-se efeitos suspensivos ope judicis.
Depende de uma decisão judicial expressa nesse sentido, caso contrário, não haverá efeitos
suspensivos.
O juiz pode decisão esses efeitos suspensivos quando: demonstrar o fumos bono iuris,
demonstrar que o recurso é plausível, e quando se demonstrar o periculum in mora (art. 995,
parágrafo único).
Nada impede que um recurso tenha efeitos suspensivos em uma parte e não possua
efeitos suspensivos em outra parte.
Ex. efeito suspensivo ope legis: Vamos supor que há uma apelação contra uma sentença que (1)
determina a exclusão do nome do autor do cerasa, confirmando uma liminar nesse sentido, e (2)
manda pagar uma idenização por dano moral de 10 mil reais. Na parte que essa decisão confirma
aliminar, não há efeito suspensivo. Mas na parte que manda pagar 10 mil reais, haverá o efeito
suspensivo.
Ex. efeito suspensivo ope judicis: Há um agravo de instrumento interposto contra decisão que
decreta a indisponibilidade de bens do réu, e já pede o levantamento do dinheiro bloqueado nas
contas do réu pelo autor. O réu entra com agravo de instrumento, e pede o efeito suspensivo. O
relator pode considerar que há um periculum in mora muito grave, e concede a suspensão de
efeitos.
4) Efeito substitutivo
Depende do julgamento do recurso e não da sua interposição. Esse efeito está expresso no
art. 1008.
40
Ex.: Uma sentença que condena o réu a pagar uma indenização por danos morais. O tribunal
julga improcedente o pedido. A sentença que havia sido proferida é, então, substituída pelo
acórdão da apelação. A sentença não mais existe, o que existe é o acórdão que julgou a apelação.
Para que ocorra esse efeito não basta que o recurso tenha sido conhecido. É necessário
que tenha havido reforma ou confirmação da decisão.
Esse efeito não está em todos os recurso. ele depende de uma previsão legal.
Ex.:
É saber se auqele recurso pode se reverter em proveito de algum outro sujeito que não o
próprio recorrente (além do sujeito).
41
a) O recurso do assistente que pode beneficiar o assistido.
b) Recurso do listisconsorte pode beneficiar o outro réu que não recorreu. Somente se aplica ao
litisconsórcio unitário. (art. 1005.) - Quando o litisconsórcio é simples não aproveita ao outro.
Ex.: Você tem uma dívida que foi imposta solidariamente na sentença a dois réus. Um
dos réus recorre alegando que o contrato que deu origem a essa dívida tem uma nulidade. Esse
recurso vai beneficiar o outro réu? sim, por que é uma defesa comum.
Mas isso não se aplica em todo caso. Se esse mesmo devedor apela alegando uma defesa pessoal,
por exemplo, que ele era incapaz/ a assinatura dele é falsa, isso não beneficia o outro porque a
defesa é pessoal.
Vamos supor que o autor pede 100 mil de danos morais. A sentença deu 20 mil. Aqui há
uma sucumbência recíproca, o réu sucumbiu nos 20 mil, e o autor sucumbiu nos 80 mil. As duas
partes podem recorrer dessa sentença. Muitas vezes, o réu até aceitaria pagar a determinação da
sentença, mas ele fica com medo do autor recorrer e ele se prejudicar ainda mais. O autor
também poderia aceitar se satisfazer com a sentença, mas fica com medo do réu recorrer e ele
acabar não ganhando nada. Para lidar com essa situação, o CPC criou o recurso adesivo. Nesse
caso, se uma das partes decidir recorrer, a outra poderá recorrer durante o prazo de contrarrazões
do recurso interposto.
42
1.2 - O prazo diferenciado que temos para esse recurso. Caso haja um recurso de
qualquer das partes, a outra terá uma segunda oportunidade para ocorrer, que será no mesmo
prazo de contrarrazões do recurso interposto.
1.4 - Art. 997, §2°, II - Só pode ser interposto na apelação, no recurso extraordinário e
no recurso especial. As outras modalidades não admitem a interposição de recurso na
modalidade adesiva.
1.5 - A jurisprudência dominante não aceita o recurso adesivo nos juizados. Sob a
alegação de que não tem essa previsão no regimento dos juzados.
OBS.: a parte pode adesivar o recurso, mesmo para capítulos diferentes daqueles
recorridos no recurso principal.
Ex.: Vamos supor que eu tenha uma sentença que deu 70% do dano moral, e 0% do dano
material. Ambas as partes podem recorrer. Vamos supor que na data do recurso originário, o
autor interpõe apelação para pedir 100% do dano moral e não pede nada de dano material. Aí o
réu interpõe recurso com relação aos dois danos.
O autor não pode interpor recurso adesivo para complementar o seu pedido principal.
(nesse caso não o autor não pode adesivar com base no recurso adesivo).
Se o advogado perder o prazo para recorrer, o melhor que ele tem a fazer é não interpor e
esperar/torcer para a outra parte recorrer (por que nesse caso ele poderá adesivar).
43
1) APELAÇÃO (ART. 1009 A 1014)
O que é uma sentença? É um ato praticado em primeiro grau, que põe fim a fase de
conhecimento ou ao processo como um todo. Quando o juiz extingue o processo sem resolução
de mérito isso é uma sentença, etc. Se a extinção for apenas parcial isto não é uma sentença (e
sim decisão interlocutória, a qual cabe agravo de instrumento).
a) Execução fiscal de alçada (art. 34, lei 6830/80) - só comporta recurso extraordinário
para o supremo.
A apelação cabe contra outras coisas que não são sentenças. Ela também cabe para
decisões interlocutórias não agraváveis (art. 1009, §1°).
Se houver uma decisão interlocutória que cabe agravo, você ataca imediatamente. Mas se
a decisão interlocutória não comporta agravo e sim apleação, tem que esperar o momento da
sentença para atacar, também, essas decisões interlocutórias não agraváveis.
art. 1009, §1° - o dispositivo diz que essas decisões interlocutórias não agraváveis não
são cobertas pela preclusão. Isso é errado, pois elas precluem, mas não de imediato. A preclusão
é diferida/elástica. O artigo também diz que devem ser sucitadas na preliminar de apelação, mas
isso também não é técnico, a preliminar de recurso diz respeito ao cabimento do recurso, e o
ataque de uma decisão interlocutória não é o cabimento e sim o mérito do recurso.
44
1.3 - SITUAÇÕES BIZARRAS QUE PODEM ACONTECER DEVIDO Á
APELAÇÃO CONTRA DECISÃO INTERLOCUTÓRIA.
Vamos supor que eu ingressei com uma ação contra o Vinícius. Ele impugnou o valor que eu
atribui á causa, e o juiz rejeitou a sua impugnação. Só que no mérito o Vinícius ganhou (o
pedido foi julgado improcedente), O vinícius pode apelar exclusivamente contra a interlocutória,
ainda que a sentença tenha sido favorável a ele? Pode. Porque a decisão cabe contra decisões
interlocutórias não agraváveis. Isso é estranho porque o ganhador da causa que estaria apelando
contra a decisão interlocutória não agravável.
No mesmo exemplo anterior, Eu não fiquei muito satisfeito com o resultado e apelo. O
viníciu vai nas contrarrazões a minha apelação e ataca a decisão interlocutória que restou da
impugnação dele ao valor da Causa. Nesse caso, a situação continuaria sendo exdrúxula por que
teríamos uma decisão contra interlocutória incutida dentro das contrarrazões. É o que chamamos
de Contrarrazões ativas - não se limitam a atacar o pedido de um recurso, elas também querem
atacar uma decisão interlocutória não agravada em 1° grau.
Outro exemplo de quando pode acontecer: O Vinícius pediu uma prova pericial que foi
indeferida, mas ganhou a causa/mérito. Quando eu apelei, ele pede para rever a questão da
decisão interlocutória não agravável.
45
1.5.1 Efeito devolutivo da apelação (art. 1013, caput)
(efeito devolutivo vertical) - Apreciação de questões sucitadas mas não definidas, assim como os
fundamentos sucitados mas não examinados podem ser reexaminados pelo tribunal. (art. 1013,
§1° e §2°).
Lembrando que as questões sucitadas mas não definidas podem ocorrer por que o juiz já achou
um argumento que bastava para definir a causa.
A regra geral é haver efeito suspensivo automático (art. 1012, caput). Só que aqui
estamos falando de efeito suspensivo da sentença. Quando falamos de uma apelação que ataca
decisão interlocutória, o efeito suspensivo automático não abrange.
O art. 1012 também estabelece exceções (art. 1012, §1°), ou seja, casos em que a
decisão não é suspensa mesmo quando interposta apelação:
II - Condena a pagar alimentos - Esse inciso vale para casos em que tenha revisão, majoração,
exoneração dos alimentos. Qualquer coisa que verse sobre alimentos terá efeito imediato.
Exceção ao inciso III - quando se tratar de execução contra a fazenda pública. Por que a
expedição de precatória exige o transito em julgado (art. 100 CF).
46
V - Confirma, concede ou revoga tutela provisória. - a tutela provisória é o que chamamos de
liminar. O juiz pode conceder a tuela provisória (liminar) na própria sentença. Qual a utilidade
de confirmar uma liminar na sentença? Tirar o efeito suspensivo da apelação. Por que quando
temos uma liminar na sentença, caberá só apelação, e não terá o efeito suspensivo.
VI - Decreta a interdição. - A sentença que decreta a interdição de alguém vai produzir efeitos
mesmo na pendência da apelação. Então a pessoa tem que praticar todos os atos por meio do
curador, exceto o ato de interposição da apelação.
Também temos outras hipóteses na legislação especial, em que a apelação não tem efeito
suspensivo:
c) Ações da lei de locações (art. 58, V, da lei 8.245/01) - A ação de despejo da pessoa que não
pagou o aluguel, a senteça que decreta o despejo já produz efeitos mesmo na pendência da
apelação.
Em todas essas situações em a apelação não tem efeito suspensivo automático, mas a
parte pode pedir o efeito suspensivo ope judicis. Ou seja, a concessão excepcional de efeito
suspensivo, onde a lei não dá, por decisão judicial expressa. (art. 1012, §§ 3° e 4°).
(art. 1012, §3°, II) -- nesse caso é uma mera petição que se apresenta pedindo o efeito
suspensivo.
art. 1012, §4° --> Requisitos para atribuir os efeitos suspensivos excepcionais: relevante
fundamento (fumus bono iuris) + risco de dano (periculum in mora) OU Probabilidade de
provimento (tutela de evidência recursal - quando é muito provável o provimento da apelação).
Pode ocorrer em apelações contra: indeferimento de petição inicial (art. 331); Apelação
contra sentença liminar de improcedência ( art. 332, §3°); Apelações contra setenças que não
examinam o mérito (art. 485, §7).
47
1.6 ALEGAÇÃO DE FATOS NOVOS NA APELAÇÃO
b) Alegações novas de fatos antigos: A regra geral é que não podem ser apreciados. No
entanto, há uma relativização quanto a isso no art. 1014. Se a parte provar que deixou de alegar
fatos velhos por motivo de força maior (a parte só tomou conhecimento de determinado fato
posteriormente). (art. 1014 e art. 435, parágrafo único).
Efeito
regressivo?
1ª
Instâ APELAÇÃO Contrarrazões Subida dos
SENTENÇA
ncia do apelado autos
(guia de custas)
Recurso Contrarrazões
adesivo? ativas ?
48
Contrarrazões do apelante ?
Após isso são juntadas as contrarrazões, e há a subida dos autos (art. 1010,) §3°. Se a
apelação tiver efeito regressivo, a retratação vai acontecer antes de mandar subir os autos.
Se houver recurso intempestivo, mesmo assim ele tem que subir, para que haja um
juízo definitivo sobre a intempestividade. O juiz de primeiro grau não pode decidir sobre o
juízo de admissibilidade da apelação.
E se o juiz vê que o recurso é intempestivo, mas no mérito ele percebe que a parte tem
razão e quer se retratar, ele pode aplicar o efeito regressivo? Não, como o recurso é
intempestivo, a decisão transitou em julgado, então ele tem que subir os autos para os
tribunal decidir, assim, o efeito de regresso não pode ser aplicado.
Só o tribunal tem competência para rejeitar uma apelação, e é exatamente por isso que o
juiz de primeiro grau não pode alegá-la, e deixa o processo subir para o tribunal.
49
Tratando-se de apelação deve haver sustentação oral (art. 937).
Serão três desembargadores que votam na sessão de julgamento (art. 941, §2°).
art. 942, §1° Se por ventura houver outros desembargadores na sessão compondo o órgão
colegiado, não será necessário a designação de nova data de audiência, poderá colher-se o voto
destes.
Os desembargadores podem mudar o seu voto, mesmo que já tenham votado, enquanto a
decisão não for proferida/enquanto o julgamento não terminar. (art. 942, §2°)
Se eu estiver apelando contra uma sentença que extinguiu o processo sem resolução de
mérito por ilegitimidade passiva. O tribunal foi julgar e me deu razão (que não era caso de
ilegitimidade passiva), o tribunal tem que afastar a legitimidade e devolver ao primeiro grau para
ter uma sentença de mérito, ou o tribunal pode julgar direto o mérito? Pode julgar direto, com
base na teoria da causa madura. Significa que não é necessária a produção de novas provas
para a apreciação do mérito. (art. 1013, §§3° e 4°).
Para ter a teoria da causa madura, o apelante precisa pedir a aplicação dessa teoria ou o
tribunal pode aplicar de ofício? A jurisprudência dominante entende que o Tribunal pode
aplicar de ofício a teoria da causa madura.
I - Reformar sentença fundada no art. 485 (hipóteses de julgamento sem resolução de mérito) -
Então qualque hipótese em que o tribunal reforme decisão sem resolução de mérito, se a causa
estiver madura, o tribunal já pode avançar para o julgamento do mérito.
II - Decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da
causa de pedir. - (Extrapetita e Ultrapetita). - O tribunal já pode dar uma nova decisão sobre o
mérito dentro dos limites da causa de pedir e do pedido.
50
III - Quando o tribunal constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá
julgá-lo. --> Citrapetita.
IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação. --> Se o tribunal verificar que
houve falta de fundamentação, o tribunal pode dar, em seu lugar, uma decisão devidamente
fundamentada.
art. 1013, §4° - Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou prescrição, o tribunal,
se possível, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retorno do
processo ao juízo de primeiro grau.
2) AGRAVO DE INSTRUMENTO
2.1 CABIMENTO
O que é uma decisão interlocutória? Uma decisão que não dá fim ao processo. É
qualquer decisão do juiz que não seja uma sentença, é uma decisão interlocutória (art. 203,
§2°).
Não importa o conteúdo dessa decisão, o que importa é que ela não ponha fim ao
processo. A decisão pode versar sobre o mérito (art. 485/487), se a sentença for parcial sobre o
mérito, ainda assim, é uma decisão interlocutória.
Cabe agravo contra qualquer decisão interlocutória ? Não, já vimos que existem
decisões interlocutórias não agraváveis. Por sua vez, as decisões interlocutórias agraváveis
estão no art. 1015.
Art. 100, §Único, Lei 11.101/05 - a sentença que decreta falência é uma sentença
agravável.
51
Nas decisões interlocutórias agraváveis, se a parte não agrava desde logo, acontece a
preclusão imediata. Diferente das decisões interlocutórias não agraváveis, em que há
preclusão diferida.
O rol de de decisões agraváveis é taxativo. O recurso tem que ter previsão legal, não se
pode, por NJ processual, criar novas hipóteses de agravo de instrumento. Os recursos
obedecem ao princípio da taxatividade, precisam estar previstos em lei.
O art. 1015 não se aplica somente ao procedimento comum, como também se aplica
aos procedimentos especiais.
Pode ser tutela de urgência, de evidência, cautelar ou antecipada, não importam sendo
tutela provisória, caberá agravo de instrumento, tanto para deferimento quanto para
indeferimeto.
OBS.: A tutela cautelar conserva o bem, para que ele não pereça. A tutela antecipada há
o acesso ao bem da vida, ainda que em uma tutela provisória.
Importante.: Se o juiz apreciar a liminar na sentença (art. 1009, §3° e 1013, §5°), nesse
caso a liminar trata-se de um capítulo dentro da sentença, ao qual cabe apelação.
Então, contra decisão que aprecia tutela provisória cabe agravo,a não ser que ela esteja
embutida no capítulo da sentença, a qual cabe apelação.
Trata da hipótese em que se aprecia parte do mérito (art. 487) (art. 1015, II).
Ex.: Quando juiz reconhece a prescrição com relação relação a apenas um dos pedidos.
Ex.: Eu celebro uma transação com Chico, chegamos a um acordo. Mas o acordo só abrange
alguns dos pedidos da ação judicial formulada. O juiz vai homologar o NJ, essa decisão é uma
decisão que versa somente sobre parte do mérito, então caberá agravo de instrumento.
Inciso III, 1015) Contra as decisões interlocutórias que versam sobre rejeição de alegação de
convenção de arbitragem.
52
Porque o dispositivo fala sobre mente sobre rejeição, e não acolhimento? Por que se o
juiz acolhe a preliminar que alega a convenção, haverá uma sentença (terminativa do processo)
e consequentemente apealação. Já na rejeição da alegação de preliminar de arbitragem, como
o processo prossegue na jurisdição do Estado, tem-se uma decisão interlocutória agravável.
O rol do 1015 é taxativo. A doutrina vem dizendo que não pode criar novas hipóteses
de agravo, mas as hipóteses que existem podem ser interpretadas ampliativamente, para além
da literalidade do inciso.
a) (Fredie Diddier e Leonardo da Cunha) O art. 1015 não fala sobre agravo contra decisão que
aprecia imcompetência (embora devesse ter). Deveria ter porque se eu engresso com uma
ação, o réu alega que a ação deveria ter sido proposta na justiça federal, mas o juiz rejeita a
alegação. Se não for agravável tem-se que esperar o momento da sentença para poder apelar,
e na apelação se constataria que o réu tinha razão, e o processo teria que ser remetido para o
juízo competente, com os respectivos atos invalidados.
b) outra situação que a doutrina amplia a interpretação do inciso III é para a decisão que
nega eficácia ao NJ processual. A tese é que convenção de arbitragem tem natureza de NJ
processual, então, por interpretação ampliativa, sempre que o juiz decidir pela rejeição do NJ
caberá agravo. Ex.: Eu e Ana convencionamos de suspender o processo jurídico por 2 meses. Se
o juiz indeferir esse NJ, contra essa decisão caberá agravo de instrumento.
53
acontecer de eu ter pedido a desconsideração na inicial, nesse caso, o art. 134, §2° diz que
dispensa-se a instauração de incidente, e o juiz irá apreciar isso somente na sentença.
A decisão que defere a gratuidade de justiça não é agravável pela outra parte. Mas se a
outra parte quiser, poderá discutir isso na apelação.
❖ Observações:
b) o agravo ode ocorrer contra indeferimento parcial da gratuidade (art. 98, §5°) . O juiz pode
ter me dado 50% de gratuidade, ou gratuidade só para alguns atos processuais, e eu posso
agravar essa decisão para conseguir a gratuidade total.
Ex.: Eu tenho uma ação em curso contra a Beatriz, e entendo que ela tem um
documento que é essencial para provar o que eu estou alegando, então eu peço uma exibição
de documentos incidental contra a beatriz. A decisão do juiz que aprecia o pedido (em qualquer
sentido), cabe agravo de instrumento.
Obs.: Se o documento que eu quero usar não está em poder da Beatriz, mas sim de um
terceiro, estarei envolvendo um terceiro nesse incidente de exibição (art. 401 a 403). Como o
pedido é formulado contra terceiro, forma-se um processo acessório, e a decisão sobre ele
cabe apelação, não agravo.
54
Ex.: Mariana e Beatriz são réus, mas Mariana tem ilegitimidade decretada pelo juiz.
Aqui qualquer decisão que fale sob admissibilidade de denunciação da lide, assistente,
chamamento ao processo, etc. Contra a decisão admitindo ou inadimitindo o ingresso de
terceiro, cabe agravo de instrumento.
Exceção: O ingresso do amicus curiae tem regra específica que está no art. 138. A
decisão que admite o ingresso do amicus curiae é irrecorrível. Essa regra só se aplica ao
deferimento. Quando o juiz rejeitar, pode-se sustentar que cabe agravo de instrumento, uma
vez que o art. 138 é omisso quanto o indeferimento do ingresso do amicus curiae.
Embargos á execução são uma ação autônoma que se destina a defesa do executado no
processo de execução. A regra geral (art. 919) é que os embargos não possuem efeitos
suspensivos automáticos (a pessoa continua sendo executada enquanto os embargos não são
julgados), mas pode-se pedir o efeito suspensivo ope judicis. Contra essa decisão, que aprecia
o efeito suspensivo ope judicis, é que cabe o agravo de intrumento.
Esse inciso não fala sobre o indeferimento do efeito suspensivo. A decisão que indefere
o efeito suspensivo desde o início também cabe agravo de instrumento, por que o
requerimento de efeito suspensivo tem caráter de tutela provisória, então caberia agravo com
base no inciso I deste artigo,
Inciso XI, 1015) Decisão sobre redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, §1°
55
A distribuição dinâmica do ônus da prova, contra essa decisão também caberá agravo
de instrumento.
Tanto a decisão que que redistribui tanto a que indefere a redistribuição são agraváveis.
Isso não afasta a hipótese de que o rol é taxativo. São hipóteses que estão na lei, mas estão
fora do artigo 1015.
a) art. 354, § único - hipótese de extinção parcial do processo. Ex.: o juiz indeferiu parte da
minha Petição inicial, cabe agravo de instrumento.
c) art. 17, §10, lei 8429/92 (lei de improbidade administrativa) - na lei de improbidade
administrativa temos uma fase de apresentação da petição inicial, e depois uma defesa prévia
(em que o réu pode se defender mostrando que a petição não deve ser recebida), se o juiz
receber, o réu irá contestar (ele tem duas oportunidades de se defender). Se o juiz não receber
a petição inicial cabe apelação (pois extingue o processo), mas se ele receber a petição cabe
agravo de instrumento.
Resposta:
56
O parágrafo único, do art. 1015 diz que também caberá agravo de instrumento contra decisões
interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença,
no processo de execução e no processo de inventário.
No processo de execução não existem decisões interlocutórias não agraváveis, assim sendo,
todas as decisões interlocutórias no processo de execução são agraváveis. Isso por que não
há uma perspectiva de apelação efetiva que pudesse trazer aquela decisão interlocutória não
agravável.
Ex.: Vamos supor que eu ingressei com um processo de execução contra o Vinícius, e eu
penhoria a casa dele (bem de família), e ele alega que o bem de família dele é impenhorável. O
juiz por alguma razão indefere a alegação dele. Se não houvesse o agravo de instrumento, o
bem seria penhorado, avaliado, leiloado, adiquirido por terceiro, eu receberia o dinheiro, e por
fim haveria a sentença decretando o fim da execução. Essa situação seria bizarra. (No processo
de execução só temos sentença em duas situações: a) quando o juiz diz que nada é devido e, b)
quando o juiz decreta o encerramento da execução, tudo já foi pago).
57
Quando houver uma nulidade relativa temos que insurgir contra ela na primeira
oportunidade. Porém podemos ter nulidade relativa presente em decisão interlocutória não
agravável (art. 1009, §1°), que não preclui de imediato, a preclusão é diferida. O que vamos
fazer com relação a isso? Impugna de imediato ou não? A doutrina para compatibilizar os dois
dispositivos diz que basta alegar a nulidade, e se ela for rejeitada em primeiro grau, não precisa
recorrer por que aí incide o 1009, §1°. Então eu tenho que alegar logo, mas não preciso
recorrer de imediato.
No agarvo deve constar o nome e o endereço dos advogados das partes, contudo, se
eles deixam de constar no agravo, mas essas informações estiverem na procuração, é uma
mera irregularidade, o agravo não deixa de ser conhecido por isso.
Se o agravo é eletrônico, ou seja, se ele é interposto por meio eletrônico, o art. 1017,
§5° diz que basta a petição na forma do 1016., por que os autos estão disponíveis
eletronicamente. Contudo, se o gravo for interposto na forma física muda tudo.
Para o agravo interposto na forma física se exige do agravante que junte com o agravo
de instrumento cópias do processo originário, por que o Tribunal não tem como acessar os
autos de outra forma (art. 1017, I a III) .
II) As cópias não precisam ser colocadas, necessariamente, na mesma ordem do inciso I;
III) Pode acontecer de não ter algumas dessas cópias. O inciso II diz que o agravo será instruído
com declaração de inexistência de alguns dos documentos previstos no inciso I, por parte do
advogado do agravante;
IV) A certidão de intimação só tem que ser trazida ao agravo para demonstrar que o recurso foi
interposto no prazo, mas podem acontecer suas situações: a) você se antecipa a situação e
agrava (você pode alegar que ainda não houve a intimação - nesse caso é dispensável o
58
comprovante de intimação da decisão agravada), b) recursos interpostos pelo réu começam a
contar a partir da data de juntada do AR. (art. 1003, §2°).
V) Se a parte esquecer de instruir o agravo com alguma das cópias, ela tem a possibilidade de
complementar com as cópias faltantes (art. 1003, §3°).
VI) O inciso III fala sobre as cópias facultativas. Nada impede que o agravante traga mais cópias
do que está exigido no inciso I, isso é comum. Então o agravo será instruído com outras peças
que o agravante reputar útil.
O inciso IV fala da interposição do recurso por fax, as peças (cópias) devem ser juntadas
no momento do protocolo da petição incial (art. 1017, §2°).
b) o agravante tem que comunicar que interpôs e juntar uma cópia do agravo, para permitir o
acesso ao advogado do agravado ás razões do recurso, sem ter que se deslocar até a sede do
tribunal.
59
O prazo para a comunicação de interposição está no art. 1018, §2°. Prazo de 3 dias a
contar da interposição do agravo de instrumento.
Decisão monocrática?
art. 932, I e IV
Protocolo Distribuição Providência
do agravo ao relator do relator
Intimação do agravado
para contrarrazões.
Comuniação da
interposição (se físico) Apreciação de Efeito
suspensivo (?)
3 dias
60
Inclusão em
pauta Votação de 3
Julgamento
desembargadores
(941, §2°)
Sustentação oral
(excepcional)
- Decisão interlocutória
de mérito (doutrina)
A intimação do agravdo é feita através da pessoa do advogado. Mas se por alguma razão
ele não tiver advogado (revél ou sem adv constituído), a intimação será feita pessoalmente
pelos correios. O agravado tem 15 dias para contrarrazões.
O relator deve pedir dia para julgamento a no máximo 1 mês do protoclo do agravo (art.
1020). Haverá a inclusão em pauta. A sessão de julgamento não tem sustentação oral via de
regra, mas, o art. 937, VIII diz que quando a decisão interlocutória versar sobre tutela provisória
de urgência haverá sustentação oral haverá sustentação oral. A doutrina sustenta que também
deve haver sustentação oral no agravo de intrumento contra decisão interlocutória de mérito
(julgamento parcial). Ainda não há jurisprudência sobre o assunto
61
No agravo de instrumento votam 3 desembargadores (art. 941, §2°).
Na votação sem unanimidade: Será que quando dá 2x1 aqui tem que chamar mais dois
desembragadores? As vezes. O art. 942 se aplica no caso previsto no art. 942, §3°, II. Ao
julgamento não unânime de agravo de instrumento contra decisão interlocutória de mérito,
Ou quando a votação da maioria implicar a reforma da decisão agravada. Então deve-se
chamar mais dois desembargadores para apreciar nesses dois casos.
2.6.1 aplica-se ao agravo de instrumento a teoria da causa madura? A doutrina diz que
não há nenhum impedimento para a aplicação, desde que a causa esteja madura e desde que
não haja decisão surpresa. Então o art 1013 §§ 3° e 4° aplicam-se subsidiariamente ao agravo
de instumento.
Resposta: quanto ao efeito devolutivo, agravo é idêntico á apelação. Então quanto aos efeitos
translativos o tribunal pode conhcer de ofício.
Essa situação ocorre quando o agravo ainda não foi julgado mas o juiz de primeiro grau profere
uma sentença (visto que o agravo não tem efeito suspensivo).
- O agravo perde o objeto quando o juiz reconsidera a sua decisão (agravo prejudicado).
- art. 1018, §1°.
Mas com relação a senetença superveniente, o agravo fica prejudicado? Nem sempre. O
art. 946 diz que o agravo e a apelação podem sobreviver.
Quando o agravo será prejudicado por sentença superveniente? Essa situação tem que
ser olhada sob o ponto de vista do interesse recursal. Deve-se perguntar "será que o agravo
ainda é útil ao agravante? ".
Ex. 1: eu tenho um agravo que foi interposto contra a concessão de uma medida liminar. Aí vem
a sentença e julga procedente o pedido para confirmar a medida liminar. Ainda há interesse
62
recursal? Não, por que já terei a apelação contra a sentença, que abrangerá inclusive a parte
que trata da medida liminar. Então não há por que ter o agravo.
Ex. 2: Interponho um agravo contra decisão que indefere a medida limar. Aí vem a sentença e
julga procedente o meu pedido -perdi na liminar mas ganhei na sentença - mas a sentença nada
falou sobre a medida liminar. Eu ainda tenho interesse no agravo? Sim, porque a sentença vai
ser atacada pela apelação que tem efeito suspensivo, mas se o tribunal der a medida liminar ao
agravante, ele pode já posso executa-la sem ter que esperar o julgamento da apelação. Por isso
esse agravo não vai ser prejudicado, vai ser julgado normalmente.
3) EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
Eles não têm a finalidade principal de anular ou reformar uma decisão. O objetivo
principal dos embargos de declaração é sanar algum vício na exteriorização dessa decisão. Ou
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seja, uma decisão é mal feita, contém um vício, e os ED são interpostos para pedir que o vício
seja corrigido.
3.1 CABIMENTO
Para que os embargos sejam adimitidos basta alegar o vício, se o vício existe ou não
existe já é uma questão de mérito.
I - Esclarecer obscuridades - decisão obscura é uma decisão incompreesível, que não é clara.
Ou ela está mal redigida e por isso é incompreensível, ou a decisão é incompreensível pois foi
redigida á mão e é ilegível (atualmente é raro).
Cabem embargos de declaração para eliminar contradição. É a decisão que vai ao longo
de toda a fundamentação ao autor, e chega no final e julga improcedente o pedido deste (como
se quem tivesse razão fosse o réu). A contradição tem que ser interna, tem que estar presente
na própria decisão, as passagens da própria decisão. É importante ressaltar isso, porque muito
advogado "malandro" alega que a decisão contraria as provas do processo, ou as alegações da
parte. Isso não é matéria para embargos. Quando se alega uma contradição externa no fundo
se está querendo rever o mérito da decisão.
II - Para suprir omissão de outra questão sobre a qual deveria se pronunciar o juiz a ofício ou
a requerimento. - Cabem embargos de declaração em caso de omissão. Essa omissão pode se
revelar de diferentes formas:
* Omissão sobre um pedido (decisão citrapetita); - Quando você propõe uma ação com dois
pedidos e o juiz só se pronuncia com relação a uma. Essa é uma sentença imperfeita, pois não
apreciou todo o pedido.
64
Ex.: Eu formulei dois pedidos um de anulação ou de reforma, e na apalação o Tribunal só
aprecia o pedido de apelação e não o de reforma (ficando omisso sobre um dos pedidos).
* Omissão sobre algum fundamento ou argumento relevante da parte (ex.: o juiz julga, numa
ação de cobrança, em que o réu alegou a defesa de prescrição e a defesa de que já havia o
pagamento da obrigação. O juiz acata o pedido do autor só rejeitando o argumento de
prescrição, sem levar em consideração o argumento de quitação da obrigação, obviamente isso
é muito relevante. Se o fundamento for irrelevante não trata-se de omissão. Mas, se o juiz já se
manifestou dando razão na prescrição ao réu, ele não precisa fundamentar com relação á
quitação da dívida (porque ele já venceu no mérito).
* Omissão sobre questão que o juiz deva conhecer de ofício - Ex.: Ação de cobrança e o réu só
se defende contra a matéria de mérito. O juiz julga procedente o pedido. O réu em momento
posterior verifica que havia caso de ausência de legitimidade (falta de condição da ação) ou
existência de coisa julgada (falta de pressuposto processual). Nesse caso, o réu pode alegar
embargos de declaração, pois embora o réu não tenha alegado, o juiz deveria conhecer de
ofício dessa matéria.
* Existem duas hipóteses legais de omissão, que estão no art. 1022 § único:
O art. 489, §1° elenca diversas situações em que a deisão não se considera fundamentada (ler o
artigo). Uma vez configuradas essas situações está configurada a oposição dos embargos de
declaração.
III - Erro material - O Erro material é um vício, não na substância da decisão, mas na sua
exteriorização. Não há dúvida sobre o que o juiz quis dizer, mas o juiz acaba comentendo um
equívoco na sua exteriorização. Ex.: O juiz dá procedência do pedido ao autor, mas na hora de
escrever ele acaba escrevendo "improcedente". Está claro que ele queria dar procedência ao
pedido, mas ele acaba escrevendo errado.
65
Ex.: erro de cálculo. Ele julga procedente o pedido de dano material e moral (10 e 30 mil) e na
conclusão ele condena ao pagamento de 50 mil.
Ex.: O juiz defere uma liminar para que uma empresa tire o nome do autor do cerasa. Mas o
processo é entre duas pessoas físicas, e o juiz errou no nome das partes.
obs.: Em rigor, erro material não transita em julgado (art. 494, I). Então em tese, a parte
pode pedir a retificação do erro material, mesmo passado o prazo para pedir os embargos,
mesmo que esteja na fase de execução.
obs.: a hipótese de erro material tem sido ampliada pela jurisprudência para englobar a
"premissa equivocada", aqui não é um mero vício de exteriorização. Ex.: o juiz estabelece uma
premissa em seu raciocínio que é errada e acaba afetando no julgamento da decisão. Ex.: O juiz
acolhe a alegação de pagamento com base em um boleto. Mas aquele boleto não é de uma
instituição bancária. Ex.: O relator deferiu efeito suspensivo no agravo de instumento, mas o
pedido não foi formulado pela parte. (esse efeito só pode ser ope judicis - á requerimento) Ex.:
Contra decisão que inadimitiu um recurso por ser intempestivo, mas o relator fez a contagem
do prazo de maneira errada, por que não considerou um feriado nacional.
É um artigo que não tem preparo, não tem que recolher custas (art. 1023, caput).
3.4 PRAZO
O prazo é de 5 dias (esse é o único recurso que tem prazo de 5 dias, os outros sã de 15
dias). - art. 1023 caput.
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aqui também se aplicam as hipóteses de dobra de prazos (fazenda pública, e litisconsortes
patrocinados por escritórios diferentes em autos físicos) art. 1023, § 1
* O prazo dos embargos é preclusivo, passado o prazo não pode mais embargar. Mas, a perda
de prazo para os embargos não retira a possibilidade que aquele mesmo vício seja sanado por
outro recurso, como a a apelação e o agravo de instrumento.
Obs.: alguns recursos, como o recurso especial especial e o extraordinário, eles exigem o pré
questionamento (não pode trazer alegação inédita ao tribunal). Então, se for um caso de
omissão, por exemplo, o tribunal não examinou uma alegação de prescrição, eu não posso
deixar de embargar e depois trazer isso no REXT ou RESP por que não vai estar pré-questionada
a prescrição. Então a parte primeiro deve embargar (para haver pré-questionamento da
matéria), para depois interor recursos especial ou extraordinário.
- Devem ser uma petição escrita. Exceção: no juizado especial cível há a possibilidade
de interposição do embargo de forma oral (art. 49, da lei 9099)
- Será sempre dirigida ao próprio prolator da decisão embargada. (Se é uma decisão de
primeiro grau ele é endereçado ao juiz. Se é uma decisão monocrática, ao relator. Se é uma do
colegiado (acórdão) será endereçada ao relator, e esse terá que endereçar ao colegiado.
- É necessário que indique algum dos vícios tipificados no cpc como hipótese de
embargo de declaração. (princípio da dialeticidade - atacar os fundamentos da decisão
demonstrando porque a decisão deve ser esclarecida).
3.6. COMPETÊNCIA
Será competente o prolator da decisão embargada que tem a competência para julgar
os embargos. Então, se for uma decisão de primeiro grau, é o primeiro grau que julgará os
embargos de declaração; Se for uma decisão monocrática é o relator que deve julgar o
embargo (não precisa levar ao colegiado) - art. 1024, §2°; Se os embargos são opostos contra
acórdão, quem deve julgar é o próprio colegiado. Exceto no caso de manifesta improcedência
do embargo o relator sozinho pode negar (ex.: embargo intempestivo).
Em regra, a decisão que julga os embargos tem a mesma natureza que a decisão
embargada. Isso significa que a deicsão que julga sentença, tambem é uma sentença. Se for
embargado decisão interlocutória, a nova decisão também é uma decisão interlocutória. O
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efeito intergrativo é o efeito segundo o qual a decisão que julga os embargos se soma a
decisão anterior, se soma á decisão anterior.
Exceção: efeito modificativo do embargo - o vício ao ser sanado acaba levando a modificação
na natureza da decisão (isso é excepcional). Exemplo, uma decisão interlocutória é embargada,
e passa a ser uma sentença.
Ex.: O juiz deu uma decisão saneando o processo, mandou produzir uma determinada prova
pericial/testemunhal (decisão interlocutória). O réu apresenta um embargo de declaração
informando que houve uma omissão quanto a sua alegação de prescrição, feita na contestação.
O juiz acolhe os embargos para acolher a alegação de prescrição, de modo que o pedido do
autor será julgado improcedente. Então um embargo transmutou-se em sentença.
a) não possuem sustentação oral - mesmo quando opostos contra acórdão, não haverá
sustentação oral.
b) Em regra, não são incluídos em pauta para julgamento. Eles são julgados em mesa, significa
que eles simplesmente são levados para a sessão de julgamento sem que haja uma prévia
intimação das partes sobre isso.
exceção: art. 1024, §1° - se o ED é imposto contra acórdão, eles são levados a
julgamento na sessão subsequente, não precisa haver a inclusão em pauta. Se o julgamento
não ocorrer, os embargos precisarão ser incluídos em pauta, com prévia intimação (prazo de 5
dias), assim como ocorre com a apelação e agravo.
c) Eventual conversão em agravo interno. (só se aplica á decisão monocrática do relator) ->
Isso está no art. 1024, §3°. Já falamos que os embargos só cabem em hipóteses de omissão,
contradição ou erro material. Mas, pode acontecer, que no momento em que você opõe os ED
contra uma decisão monocrática do relator, o relator pode entender que a parte, apesar de
estar alegando omissão, está querendo rever o mérito da decisão. Nessa situação, o dispositivo
diz que o ED pode ser aproveitado como um agravo interno. O ED, então, pode ser recebido
como agravo interno. Essa é uma hipótese de fungibilidade prevista em lei.
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pode ajustar os seus argumentos (incluir mais argumentos do que ele havia incluído no ED que
é um recurso de fundamentação vinculada).
a) Efeito devolutivo
Já vimos que os ED são examinados pela mesma autoridade quem proferiu a decisão
embargada. Então se o efeito devolutivo pressupõe o reexame por uma autoridade superior,
então os ED não teriam o efeito devolutivo. Já, se o efeito devolutivo pressupõe tão somente o
reexame, os ED tem esse efeito.
FREDIE DIDDIER, Araken Araken de assis , Teresa Alvim - entendem que os ED tem o
efeito devolutivo. Por outro lado, Barbosa Moreira, Alexandre câmara - entendem que o ED
não tem efeito devolutivo pois pressupõe reexame por uma autoridade superior.
b) Efeito interruptivo
O exemplo é de apelação, mas isso vale o mesmo para qualquer outro recurso.
Para que ocorra a interrupção basta alegar o vício, se o vício de fato existe é questão de
mérito, e não afasta a interrupção do prazo. Ainda que o juiz entenda que os embargos são
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protelatórios ou absurdos, o juiz examinou o mérito (conheceu o embargo). Ainda que o juiz
escreva que "não conheceu do ED", isso irá suspender o prazo, porque substancialmente ele
reconheceu o mérito. O certo seria dizer que ele não deu provimento.
Vamos supor que há uma sentença, e o réu interpõe ED no 5° dia. O autor,não sabendo
que o réu ia embargar, apela no 15° dia. Depois vem o julgamento do ED. Quando julgarem o
ED o réu pode apelar, mas o autor pode apelar de novo? Não, pois houve preclusão
consumativa (ele já praticou o ato processual). Assim, o efeito interruptivo não aproveita á
outra parte se ela já praticou a interposição do recurso subsequente. Exceção: se os ED forem
acolhidos com efeito modificativo (que altera o resultado da decisão) --> No julgamento do
ED alterar o resultado da decisão (Ex.: Sentença que incorre em omissão contra o dano
material, mas não aprecia o moral. A sentença julgou procedente o pedido. O autor embarga de
declaração alegando a omissão quanto ao dano moral. O réu, vai apelar só quanto ao dano
material (porque a sentença só havia falado sobre o dano material). Os embargos são acolhidos
e providos no sentido de dar também os danos morais. Nesse caso, o réu poderá aditar a sua
apelação para poder acrescer na sua apelação a parcela da sentença que foi aditada pelo ED.
Ele só pode aditar a apelação na medida em que houve efeito modificativo, e nos limites do que foi
acrescentado (ele não pode aproveitar para trazer outros argumentos que ele esqueceu).
O art. 1024, §5° - Diz que se os embargos de declaração forem rejeitados ou não
alterarem a conclusão do julgamento anterior, o recurso interposto pela outra parte antes da
publicação do julgamento dos EDs será processado e julgado independentemente de
ratificação. (Na vigência do cpc anterior, tinha uma súmula do stj que dizia que precisava de
ratificação - não anotei qual é a súmula).
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Mas claro, não se pode executar a sentença enquanto não são julgados os embargos de
declaração, até por que ainda cabe apelação.
Pode-se pedir o efeito suspensivo ope iudicis. Art. 1026, §1°. Desde que, demonstre-se
elevada probabilidade de provimento (tutela de evidência), fumus boni iuris iuris ou periculum
in mora ( tutela de urgência).
Ex.: Há uma sentença que está o tempo todo dando razão ao autor, mas no final julga
improcedente o pedido. Para sanar essa contradição é necessário mudar o dispositivo. e se
muda-se o dispositivo se está mudando o resultado daquela sentença.
Ex.: Há uma sentença que julgou procedente o pedido, mas o juiz se omitiu com relação
á uma alegação de prescrição. Opostos os embargos, o juiz verifica não só que realmente ele se
omitiu sobre a prescrição, mas também que de fato havia a prescrição. Então o pedido que foi
julgado improcedente passará a ser procedente.
Mas nem sempre vai ocorrer esse efeito. O efeito modificativo é eventual e decorre do
julgamento dos embargos.
* Observações:
d.1) art. 1023, §2° - Os embargos em regra não tem contrarrazões, por que o intento não é
alterar o conteúdo da decisão. Mas podemos ter efeitos modificativos, nesse caso entra o
artigo em questão. O juiz então vai dar dará, á parte contrária, a oportunidade de se
manifestar (5) dias, antes de aplicar o efeito modificativo.
d.2) art. 1024, §4° - Fala sobre o aditamento (complementação) do recurso. Caso o
acolhimento dos ED impliquem modificiação da decisão embargada, o emabargado que já tiver
interposto outro recurso contra a decisão originária, tem o direito de complementar ou alterar
suas razões, nos exatos limites da modificação (não pode trazer novos argumentos que
extrapolem o que foi dado no efeito modificativo), no prazo de 15 dias, contado da intimação
da decisão dos embargos de declaração.
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Obs.: Ainda que os EDs sejam protelatórios, eles não deixam de ser conhecidos. (significa que
irá ocorrer a interrupção do prazo).
❖ Sanções:
** 1° ED protelatório - O juiz pode reconhecer que os embargos são protelatórios de ofício, não
precisa de provocação da outra parte. Multa até 2% do valor da causa. (art. 1026, §2°)
**3° ED protelatório - - Não serão conhecidos se os outros dois primeiros forem considerados
protelatórios. (art. 1026, §4°)
3.10 PRÉ-QUESTIONAMENTO
E onde entram os embargos de declaração nisso? Eu posso ter uma questão que quero
levar ao STJ/STF, mas o tribunal de segunda instância não apreciou aquela questão, logo ela
não está pré-questionada. Então eu tenho que embargar de declaração, para o tribunal apreciar
aquela questão e depois eu poderei interpor o Resp. ou o Rext.
Ex.: Um acórdão não aprecia a prescrição. Eu embargo de declaração por que deve
haver pré-questionamento sobre essa prescrição para eu poder interpor os recursos no STJ ou
no STF.
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questionamento virtual ou ficto (art. 1025)--> Eles são chamados assim por que o tribunal de
segunda instância não apreciou, mas por uma ficção jurídica, considera-se que houve pré-
questionamento para que já se possa interpor o Resp./Rext na matéria de fundo.
Costumamos associar interesse recursal com sucumbência. Essa regra não se aplica aos
ED. A parte que ganhou pode embargar também, pois todos tem direito a uma decisão judicial
clara e coerente.
Os ED são um dos poucos recursos para os quais o amicus curiae tem legitimidade de
interposição (art. 138, §1°).
Ex.: Numa sentença de total procedência houve um erro material, o juiz errou o nome do réu, o
autor pode embargar de declaração? Pode, ainda que ele tenha ganho tudo. Porque o interesse
recursal dos embargos não se associa á sucumbência.
(art. 1065 cpc) - o art. 50 da lei 9.099 passam a vigorar com nova redação: "Os embargos
de declaração INTERROMPEM o prazo para a interposição do recurso".
Suspensão x Interrupção
Suspensão - Suspende o prazo e ele volta a contar do dia em que parou. Ex.: Se eu interpus o
Interrupção - Zera o prazo. Ele volta a ser contado do início. Ex.: Se eu interpus o ED no 4° dia,
quando este for julgado, terei 10 dias para interpor recurso subsequente (prazo é contado do
início)
4.1 CABIMENTO
Esse recurso cabe contra decisão monocrática no Tribunal. Também cabe agravo
interno na decisão monocrática na turma recursal dos juizados especiais. A regra geral é que
contra toda decisão monocrática caiba o agravo interno, não importa o conteúdo da decisão.
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Há situações, porém, em que a lei diz expressamente que determinada decisão monocrática é
irrecorrível, e obviamente não cabe o agravo interno:
4.1.1 Exceções: art. 138, caput - Decisão do relator que admite o ingresso do amicus
curiae; art. 1007, §6°- Se houver justo impedimento para o recolhimento do preparo
reconhecido pelo relator, ele irá relevar a pena de deserção por decisão irrecorrível (Isso
porque essa circunstância também será apreciada no julgamento do mérito) e art. 1031, §§2°
e 3° - Quando temos acórdão, podemos interpor, ao mesmo tempo, o Resp. e o Rext. Mas em
que ordem eles são julgados? A ordem do julgamento, em regra, é primeiro o especial e depois
o extraordinário.Mas pode acontecer o inverso, e é exatamente isso que os dispositivos falam.
Os §§ 2° e 3° Falam sobre a regra especial (inversão da ordem do julgamento)-- se o relator
considerar que o extraordinário deve ser julgado na frente porque há nele uma matéria
prejudicial que deve ser julgada na frente (inverter a ordem. O extraordinário ser julgado na
frente do especial), e essa decisão é irrecorrível. Já o §3° diz que se o relator do extraordinário
rejeitar a excepcionalidade e devolver o processo para o STJ, essa decisão também é
irrecorrível. Ou seja, tanto a decisão que manda do STJ para o STF e vice-versa, são irrecoríveis.
4.2 PRAZO
O prazo para o agravo interno é de 15 dias. Porém, há uma exceção: A lei 13.300/2016
regula o mandado de injunção, e o seu art. 6°, §1° regula o agravo interno contra decisão do
relator que inadimite a inicial do mandado de injunção. Esse artigo diz que o prazo para o
agravo interno nessa situação específica (decisão do relator que inadimite petição inicial no
mandado de injunção) o prazo é de 5 dias.
Esse é o único caso cabível para o prazo de 5 dias, uma vez que a lei é posterior ao
NCPC. Mas, em outras leis anteriores, o CPC, no art. 1070, ressaltou que os prazos anteriores
foram revogados em detrimento do prazo de 15 dias do novo CPC. E, claro, esse prazo pode ser
dobrado se tivermos litisconrsotes com advogados diferentes em processo físico, e nos casos de
atuação da fazenda pública.
4.3 EFEITOS
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O agravo interno possui efeito suspensivo automático? O art. 1021, não diz nada, e
como não há previsão explícita incide a regra geral de que não impede a eficácia da decião (art.
995). Assim, esse recurso não tem efeito suspensivo automático. Sendo possível ter o efeito
suspenvo ope judicis.
Tem efeito devolutivo; Tem efeito substitutivo, e os demais efeitos que já vimos.
Há o princípio da dialeticidade (assim como em qualquer outro recurso) --> ele tem que
atacar de forma específica os fundamentos da decisão monocrática. Não pode simplesmente
"recortar e colar" os fundamentos da decisão. A preocupação do legislador com a dialeticidade
é tão grande que ele cuidou de estabelecer um dispositivo expresso sobre isso, que é o art.
1021, §1°.
4.5 PROCEDIMENTO
Reconsideração - Agravo
Não reconsidera
fica prejudicado
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fazer? Nesse caso, quando não há nenhum recurso cabível pode-se impetrar mandado de
segurança. O STJ entende que nessa situação, em que se tem o próprio agravo interno sendo
julgado monocraticamente, isso é uma situação de irrecorribilidade prática (o seu recurso que
deveria estar sendo julgado pelo colegiado está sendo julgado pelo próprio relator), por isso
cabe o mandado de segurança. (irrecorribilidade prática - RMS 26.867)
* Sessão de julgamento:
- Quantos julgam? depende do que gerou o agravo interno. Se a decisão monocrática foi
no procedimento de uma apelaçã ou agravo, julgarão 3 desembargadores. Se a decisão da
monocrática foi no RESP, no STJ, ele é julgado numa turma de 5 ministros.
Ou seja, o número de pessoas que vai votar é sempre o mesmo número de pessoas que
votariam se não tivesse havido deicsão monocrática.
O relator não pode "recortar e colar" a decisão monocrática para negar provimento ao
agravo interno. Seria uma forma de princípio da dialeticidade, mas aplicado ao relator.
4.8 FUNGIBILIDADE ENTRE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO E AGRAVO INTERNO (art. 1024, §3°)
Os embargos de declaração contra monocrática podem ser convertidos em agravo
interno, quando o relator entender que você quer rever o mérito da decisão, desde que o
recorrente possa ajustar as razões de seu recurso no prazo de 5 dias.
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5) RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL (ROC)
Ele possui esse nome por que suas hipóteses de cabimento estão delimitados na CF.
art. 102, II CF - STF/ art. 105, II, CF/ STJ.
Esse recurso é como se fosse uma apelação, mas nesse caso é para o STF e o STJ. Muito
do que vimos na apelação se aplica ao ROC.
5.1 CABIMENTO
a) art. 1027, I CPC - Para o STF -> Contra mandado de segurança, Habeas data,
mandado de injunção, todos de competência originária de tribunal superior, e a decisão deve
ser denegatória (que extingue o processo. Mais do que isso, que julgou improcedente o
pedido ou extinguiu sem resolução de mérito. É uma decisão desfavorável ao autor).
Não basta que seja MS, se o caso chegou no STJ por recurso, não cabe ROC. A
competência deve ser originária. Além disso, a decisão deve ser denegatória, ou seja, uma
decisão que extingue o processo e que ou julgou improcedente o pedido, ou extinto o processo
sem resolução de mérito (decisão desfavorável ao autor).
Ex.: se a decisão conceder o MS, não cabe o ROC (só pode interpor Rext). Só cabe ROC se a
decisão for denegatória.
Esse recurso é cabível secundun eventum litis (De acordo com os acontecimentos da
lide. - De acordo com o resultado do processo).
b) art. 1027, II,a CPC - Para o STJ --> Contra mandado de segurança de competência
originária do TJ ou TRF, e a decisão também deve ser denegatória.
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OBS.: Turma recursal de juizado não possui recurso ordinário.
c) art. 1027, II,b CPC - Causas internacionas da justiça federal (art. 109, II, CF), quando
forem partes: Estado estrangeiro ou organismo internacional e na outra parte Município ou
pessoas domiciliadas no país.
Essas causas tramitam na Justiça Federal em 1° grau, o juiz federal julga. Contra essa
sentença (denegatória ou não) caberá o ROC ao invés da apelação. Essa causa sai direito do
primeiro grau para o STJ, ela "pula" o TRF.
5.2 EFEITOS
Não possui efeito suspensivo automático. Com relação aos outros efeitos é igual a
apelação.
Exceções: temos duas exceções que cabem nas apelações mas não se aplicam ao ROC:
1) Em regra, não há recurso adesivo. Não só porque o art. 997 só se refere a apelação, mas
também por que esse ROC só pode ser interposto pelo autor (ele é secundum eventus litis).
Nas causas internacionais, nessa hipótese específica, pode haver o recurso adesivo,
independentemente do resultado da causa.
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O ROC também é interposto na instância inferiror, abre prazo para contrarrazões e sobe
para o STJ ou STF sem juízo de admissibilidade, pois são os tribunais superiores que devem
fazer esse juízo de admissibilidade. (art. 1028, §3°).
Por fim, assim como na apelação, teremos a sustentação oral no recurso ordinário (art.
937, II).
Eles são recursos excepcioais ou de estrito direito. Isso significa que neles só podemos
trazer rediscussão de direitos, e não de fatos. Portanto, são recursos de fundamentação
vinculada.
Ex.: Eu ingressei com uma ação contra Victor. O acórdão julga improcedente meu
pedido dizendo que a obrigação já está paga devido ao recibo apresentado. Eu não posso, no
resp/rext rediscutir aquela prova, alegar que o recibo não prova o pagamento, pois isso é uma
questão de fato não de direito. (Súmulas 279/STF e 7/STJ).
Ex.: Eu posso discutir no resp/rext que o juiz distribuiu errado o ônus da prova daquele
processo, porque o ônus da prova é questão de direito; Ex.: Se o acórdão se amparou em uma
interceptação telefônica, e eu posso dicutir que aquela prova é ilícita, porque a licitude da
prova também é questão de direito. O que eu não posso fazer é "desdizer" os fatos afirmados
no acórdão.
Então, por exemplo, se está provado o pagamento no caso do exemplo acima, eu não
posso afirmar que o pagamento não está provado no resp/rext.
Então, como não dá pra rediscutir os fatos, os fatos alegados no acórdão serão tomados
como verdadeiros, ainda que a parte não concorde com eles. Mas eles podem requalificá-los
juridicamente. Ex.: Vamos supor que eu ingressei com processo contra Mariana. O acórdão diz
que houve o pagamento de aluguel da Mariana para mim, e aplica regras do contrato de
comodato. Se houve pagamento de aluguel comodato não era, e sim locação. Então, partindo
do fato de que houve o pagamento, eu posso alegar que a qualificação jurídica apontada pelo
tribunal está errada. Então o fato está afirmado, mas há uma requalificação jurídica.
Não cabem esses recursos, para rediscutir cláusula contratual. (súmulas 454/STF e
5/STJ). Por que essa também é uma questão de fato. Não se pode rediscutir no resp/rext que a
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interpretação que o tribunal deu é errada. Mas posso, a partir da qualificação que o acórdão
deu, rediscutir a qualificação jurídica que o acórdão deu ao contrato.
Ex.: O acórdão diz que as partes pactuaram multa de 10%, eu não posso alegar que as
partes não pactuaram a multa nesse percentual. Mas, eu posso alegar que como essa é uma
relação de consumo, o CDC limita a 2% e a cláusula é abusiva. Então eu posso discutir a
abusividade de cláusula no resp/rext.
Esses recursos não cabem para rediscutir tutela provisória (súmula 735/STF). De acordo
com essa súmula, não dá para rediscutir se é caso ou não de concessão de tutela provisória.
Isso porque para examinar se há fumus bono iuris e periculum in mora, deve-se analisar os
fatos, acaba sendo uma rediscussão fática.
Ex.: Ingressei com uma ação judicial e consegui uma liminar. O réu, interpôs agravo de
instrumento e este é desprovido. O réu, então, quer interpor resp/rext. Mas a súmula veda isso.
Contudo, essa súmula pode ser relativizada quando a concessão de uma liminar viola
uma lei em abstrato. Ex.: Costumava-se dizer que na obrigação de pagar não cabe a incidência
de multa diária (astrente), se isso ocorrer isso é uma violação em abstrato. Nessas hipóteses se
admite o recurso de resp/rext; Ex.: Lei que em determinadas situações, so pode conceder
liminar contra a fazenda pública se ouvi-la antes (liminar inaudita é vedada). Concedida a
liminar inaudita, caberá o resp/rext, por que a lei em abstrato diz que não poderia haver essa
conceção.
6.1.2. PRÉ-QUESTIONAMENTO
O pré questionamento significa que a questão de direito trazida aos recursos em tela, já
devem e ter sido examinada na decisão recorrida.
Expresso
Pré-questionamento
Implícito
80
O pré-questionamento admite uma classificação. Temos o chamado pré
questionamento expresso, quando o acórdão cita o dispositivo legal (ex. Nos termos do art 528
do CC). E temos o pré questionamento implícito (EX. O acórdão diz que o prazo da apelação
deve ser contado em dias úteis. Ele examinou examinou a questão de direito, mas não indicou
o artigo de lei), se ele sucitadas a questão de direito ainda que não indique o artigo de lei, ainda
matéria está pré questionada.
No CPC anterior: Vinha um acórdão que era omisso sobre a questão de direito (como ele
não falou nada, a parte não pode interpor resp/rext). A parte embarga de declaração, mas, os
embargos são rejeitados. O STJ vai dizer que pode interpor a resp, mas alegando a violação do
embargo de declaração. Se o STJ concordar com isso (que não era para os embargos tenham
sido rejeitados), o resp será provido e haverá a anulação. Com a anulação, devolve-se o
processo para o Tribunal para haver novo julgamento dos embargos de declaração, e se
eventualmente eles são acolhidos a matéria estará pré-questionada, haverá um segundo resp
para debater a matéria de fundo (que agora estará pré-questionada). ---> Isso é o que
determina a súmula 211 do STJ.
Antigo procedimento:
Resp.
Acórdão Embargo Rejeição Anulação
alegando
violação ao
ED
Volta á 2ª instância
O art. 1025, que trata do pré-questionamento virtual ou ficto, busca superar essa
súmula. O dispositivo citado, cria uma espécie de pré-questionamento virtual porque a matéria
não vai ser de fato apreciada pelas instâncias ordinárias, mas por ficção jurídica consideram-se
81
pré-questionadas as matérias trazidas nos embargos que foram rejeitados. Isso evita a volta ao
tribunal de segunda instância.
Existe um precedente recente: Resp 1639314 - diz que não basta a alegação da matéria
de fundo, o recorrente tem que alegar, também, a violação ao art. 1022, se isso não for
alegado, o Tribunal superior não pode ser virtualmente pré-questionado.
Se a questão de direito for sucitada apenas no voto vencido ela estará pré-questionada
(art. 941, §3°). Esse dispositivo é uma superação da súmula 320/STJ que considerava que a
questão apreciada no voto vencido não estava pré-questionada.
Só cabem esses recursos se a decisão não comportar outro recurso nas instâncias
ordinárias. Eu não posso interpor recurso especial de sentença por que existe apelação, ou não
posso interpor rext em caso de decisão monocrática pois cabe o agravo interno.
A base legal dessa exigência de prévio esgotamento estão no art. 102, III e 105, III da CF. Esses
dispositivos dizem "em única ou última instância", sso é interpretado com a exigência
constitucioal de prévio esgotamento das instâncias ordinárias. Súmula 281/STF.
82
6.2 PROCEDIMENTO
Remessa dos
Apresentação
autos para a Intimação
Acórdão RESP/ de
presidência ou do recorrido
REXT contrarrazões
vice-presidência
do Tribunal de
origem
1) Recurso
Inadmitido
Decisão
monocrática
2) Recurso
admitido
Juízo de
admissibilidade na Sessão Sustentação Julgam 5
origem Julgamento oral ministros
3) Devolver para
a câmara
4) Inadimissão
de recurso que
viola precedente
Temos um acórdão. É interposto o recurso, que pode ser o RESP, o REXT ou os dois ao
mesmo tempo. Depois, os autos são remetidos para a presidência ou vice-presidência do
tribunal de origem, isso depende do regimento interno do tribunal. Após a remessa, ocorre a
83
intimação do recorrido e ele apresentará as contrarrazões. Apresentadas as contrarrazões, há o
momento mais importante: Juízo de admissibilidade na origem (art. 1030) . O RESP/REXT são
os únicos recursos que possuem exame de admissibilidade na origem. Aqui verifica-se se está
pré-questionada a matéria, se houve alegação de direitos ou de fatos, se houve o esgotamento
das instâncias ordinárias. Esse juízo é feito pelo presidente ou vice-presidente do tribunal de
origem.
O RESP/REXT são uns dos únicos recursos em que há juízo de admissibilidade feito pelo
tribunal de origem.
84
Rio de Janeiro, 22/05/2017
* Art. 76, §2° - Fala da regularização quando a parte tem um vício na representação
processual. Ex.: Esqueceu de juntar a procuração. - Nesse caso, o juiz/relator concede prazo
para sanar o vício. Mas no CPC anterior, a súmula 115/STJ diz que era inexistente o recurso
interposto com vício de representação processual.
* Art. 932, § único - Diz que o relator deve dar prazo de 5 dias para o recorrentete sanar
qualquer vício no recurso antes de considerá-lo inadimissível. Obviamente o vício tem que ser
sanável, então se a parte interpor recurso fora do prazo não há como sanar isso. Os pequenos
vícios corrigíveis, o relator tem que dar oportunidade de sanar.
* Art. 1007, §7°. - Diz que o equívoco no preenchimento da guia de custas não implicará
a aplicação da pena de deserção, cabendo ao relator intimar o recorrente para sanar o vício.
Esses dispositivos não são especificos do rext/resp. O único dispositivo que é específico
desses recurso é o
* art. 1029, §3° --> O STF ou STJ poderá desconsiderar vício formal de recurso
tempestivou, ou determinar a sua contenção desde que não o repute grave. Esse dispositivo só
se a plica a recursos tempestivos. E desde que não o repute grave, significa que deve ser um
vício sanável. A novidade é que: mais do que sanar o vício, esse dispositivo diz que o STJ e o STF
podem passar por cima do vício/desconsiderar/esquecer esse vício. A razão de ser disso, é
que o RESP e o REXT tem o caráter paradigmático, ou seja, eles frequentemente vão
estabelecer precedente vinculate, logo, há um interesse público no exame do mérito desses
recursos.
85
vinculante e depois viesse o recurso e desse provimento no sentido contrário (mudando
completamente o precedente até então aplicado).
O efeito suspensivo ope judicis está regulado no art. 1029, §5° - esse artigo tem uma
peculiaridade nesse caso. Aqui, para saber a quem deve-se pedir o efeito suspensivo é preciso
saber se ele foi admitido o eu não. Se o recurso ainda não foi admitido, tem que pedir ao
presidente ou vice presidente do tribunal. Já, se o recurso foi admitido pede-se o efeito
suspensivo ao STJ ou STF. (Lembrando que nos outros recursos, o efeito suspensivo é pedido
no segundo grau, quando o processo sobe de instância). Súmulas 634/635 STF.
Em casos excepcionais, o STJ ou STF pode conceder efeito suspensivo mesmo aos
recursos que não tenham sido admitidos. São casos em que os você está lidando com direitos
existenciais. Ex.: direito de personalidade (Disputa internacional de guarda de menores, entre
nacional e estrangeiro - Isso é de dificílima reversibilidade) ou quando há um grande interesse
público naquela resolução. Ex.: Indenização em ação de desapropriação no valor de 2 bilhões.,
que deve ser paga pelo Estado. Sendo que o que se discute no recurso especial extraordinário
é a fraude por que essa porção de terra foi anteriormente indenizada. Ou seja, é excepcional
pelo valor e pelo interesse público do Estado.
Dimensão vertical - Aqui podem ser trazidas as questões que podem ser apreciadas de
ofício , as questões de ordem pública (efeito translativo),e as outras matérias que poderiam ser
apreciadas pelo juiz.
86
admitir o recurso (o recurso é conhecido), e no juízo de mérito o STJ alega a ilegitimidade
passiva, matéria de ordem pública. (que é uma questão de mérito).
Então, essa ilegitimidade (questão de ordem pública) não será analisada no juízo de
admissibilidade, mas será analisada no mérito. súmula 456/STF e Art. 1034, cpc.
Por isso costuma-se dizer que o STJ não é uma corte de cassação, e sim de revisão.
Significa que o STJ não se limita a anular as decisões que vem a ele. Ele reconhece a violação á
lei e, depois de conhecido, ele aplica o efeito á espécie.
Vamos supor que o recurso especial ou extraordinário foi admitido parcialmente pelo
presidente ou vice-presidente do tribunal de origem (OBS.: A admissão na origem é provisória
e não vincula o Tribunal Superior, que pode fazer nova revisão de admissibilidade. A decisão
final é sempre do tribunal superior). Se o recurso é inadimitido, por qualquer razão que não
seja repetitivo ou repercusão geral, cabe agravo para o STJ/STF e eles decidirão sobre o juízo de
admissibilidade negativo.
Vamos supor que eu interpus recurso especial com relação ao artigo 927 do CC, e 1056
do CC. Suponhamos que a decisão do presidente ou vice seja: "admito o recurso especial pela
violação ao art. 927, mas não o admito em relação á violação ao 1056". É uma decisão de
admissibilidade parcial do recurso. Nesse caso, em que o recurso foi admitido em parte, o
agravo tem que ser interposto ao STJ ou STF? Não. Justamente porque esse juízo de
admissibilidade é provisório, há duas súmulas que vão dizer que nesse caso não é necessário
interpor o recurso. São elas: súmulas 292 e 598 do STF.
Se há a admissão parcial não precisa interpor o agravo para o STJ ou STF, somente se a
inadimissão for total.
Há divergencia na doutrina com relação á isso: Freddie didier diz que isso só se aplica se
todos os fundamentos do resp/rext se referirem ao mesmo capítulo da decisão impugnada (ex.:
87
dano moral e dano material, e o recurso só é admitido para um deles, para Didier, deve-e
interpor agravo porque se o contrário formará coisa julgada. Mas os tribunais não tem se
orientado nesse sentido.
Já vimos que por vezes, o acórdão aprecia tanto questões infraconstitucionais quanto
constitucionais, e para rediscutir esses fundamentos o recorrente pode interpor , ao mesmo
tempo, RESP para o STJ e REXT para o STF.
Ex.: Você tem dois fundamentos. Se você só recorre de um fundamento, mas o outro
fundamento já era suficiente para dar razão ao autor, mesmo que o seu recurso parcial seja
provido, a conclusão vai ser a mesma: razão ao autor.
Súmula 126/STJ - É a mesma situação da súmula acima, mas trata de casos quando um
fundamento constitucional e o outro constitucional e qualquer um deles é suficiente para
manter a decisão. Ou seja, a parte tem o ônus de interpor e atacar tanto o fundamento
infraconstitucional quanto o constitucional. Interpondo, assim, RESP e REXT.
OBS.: Pode acontecer do tribunal julgar improcedente com fundamento no art. 358, CC,
por exemplo. O recorrente não está satisfeito porque: 1) entende que o tribunal interpretou
errado o art. 358 do CC e; 2) entende que o artigo é inconstitucional. Nesse caso o recurso pode
sim ser conhecido, porque se o tribunal decidir pela inconstitucionalidade, a norma
infraconstitucional cai junto. A constitucionalidade desse artigo é uma questão preliminar, que
ao ser decidida pode derrubar a norma infraconstitucional.
Art. 1031 - Diz respeito á ordem de julgamento quando o RESP e REXT são interpostos
simultâneamente. Primeiro se julga o recurso especial e depois o extraordinário (salvo se o STJ
mandar para o STF julgar na frente, porque entende que há uma questão preliminar. E vimos
88
que o STF pode não aceitar essa inversão e devolver, definitivamente, para o STJ julgar
primeiro).
Ex.: Eu interponho recurso especial porque o art. 358 foi interpretado mal, e eu
interponho rext afirmando que esse dispositivo também é inconstitucional. Como a matéria
constitucional é preliminar á interpretação legal do dispositivo, faz sentido julgar o REXT na
frente do RESP.
Isso significa que pode haver RESP ou REXT adesivos. Ex.: Na situação de procedência
parcial do pedido julgada pelo Tribunal, o autor pode interpor o RESP e o réu, no prazo das
contrarrazões pode interpor o Resp adesivo.
A.1 CABIMENTO
art. 105, III CF -> O RESP compete ao STJ, e cabe contra causas decididas em última ou
única instância pelos Tribunais regionais federais ou Tribunais dos estados (TRF ou TJ). Por isso,
a súmula, 203/STJ diz que não cabe recurso especial nas turmas recursais dos juizados
especiais. Porque a previsão constitucional diz que só cabe RESP contra decisão de tribunal.
Isso significa que deixar de aplicar quando era para ter aplicado aquele dispositivo legal.
Ou quando aplica indevidamente (não era para ter aplicado). Ou interpretar de forma errada o
dispositivo.
LEI FEDERAL - Lei federal difere da lei estadual/municipal. Assim, não pode interpor RESP
se a decisão violar lei estadual ou municipal (súmula 280/STF). Na ofensa a direito local não há
incidencia desse recurso. Lei federal pode ser Lei ordinária, Lei Complementar, decretos leis
antes da constituição de 88, e Medida Provisória. Não entra em conceito de lei federal: decreto
regulamentar, portaria, súmula, resoluções. Nada disso é lei federal.
b) Quando a decisão recorrida julgar válido ato de direito local constestado em face de
lei federal.
89
Significa a situação de quando se está questionando ato administrativo, dizendo que ele
contraria uma lei federal. E aí o TJ ou TRF entende que o ato administrativo foi legal e deve
prevalecer. Nesse caso, você interpõe o RESP alegando que ao manter o ato administrativo, o
acórdão está transgredindo a lei federal. Isso no fundo é uma forma de violação da lei federal.
c) Quando a decisão recorrida der a lei federal interpretação divergente da que lhe
haja atribuído outro tribunal -
É o RESP fundado em divergênia jurisprudencial. Por isso diz-se que o STJ tem a função
não só de interpretar a lei federal, como também de uniformizar a sua interpretação.
Divergência jurisprudẽncial. Temos mais duas súmulas que tratam dessa situação:
Súmula 83/STJ - Diz que só se pode alegar divergência no RESP se essa divergência
ainda não foi superada pelo STJ.
Ex.: Tenho uma decisão no TJ/RJ que é no mesmo sentido de entendimento consolidado
do STJ. Eu não posso alegar isso, pois já há jurisprudência pacificada no STJ.
Já vimos que é possível ter o acórdão do TJ e TRF e interpor ao mesmo tempo o resp e o
rext. É possível, também, que do acórdão do STJ em recurso especial, haja recurso
extraordinário. Mas, para isso, é necessário que a questão constitucional tenha surgido no
julgamento do RESP.
90
O procedimento desse rext é igualzinho, só que é processado no stj, e quem faz o juízo
de admissibilidade é o vice-presidente do STJ.
EX.: Eu alego violação ao art. 58 do CC. O STJ diz no acórdão que deixa de aplicar o
dispositivo pois entende que ele é inconstitucional. A inconstitucionalidade surgiu do
julgamento do resp, logo, eu posso interpor rext para discutir a constitucionalidade do
dispositivo.
B.1) CABIMENTO
Esse artigo não fala em "tribunais" como o art. 105. Logo, cabe REXT contra acórdão de
turma recursal de juizado. --> Súmula 640/STF.
Então, Contra sentença de juizado cabe REXT mas não cabe RESP.
91
a - Contrariar dispositivos da CF - Nesse caso, aplicou-se dispositivo constitucional
quando não era pra aplicar, deixou de aplicar quando deveria aplicar, ou aplicou errado.
Essa violação tem que ser direta e frontal, ela não pode ser reflexa. Uma violação
reflexa se dá quando para eu verificar que houve violação da CF eu tenho que passar pela
interpretação de leis infraconstitucionais. Ex.: O juiz considerou a parte intimada por diário
oficial mesmo não tendo advogado nos autos (intimação em diário oficial é para intimar a
pessoa do advogado). Eu não posso interpor rext imediatamente alegando violação ao
contraditório, porque para chegar á essa conclusão eu tenho que analisar as regras do CPC que
foram infringidas, para chegar a conclusão de que aquela intimação foi irregular, para daí
concluir que houve violação ao contraditório. Nesse caso só caberá o Recurso especial.
Ex. 2.: Eu alego que o juiz indeferiu uma prova que não deveria ter indeferido (cerceou o
meu direito de defesa). Eu não posso interpor o rext alegando violação á ampla defesa, porque
eu tenho que interpretar o a legislação infraconstitucional. Então a violação tem que ser direta
a CF, abstraindo o que a lei federal diz.
A razão desse etendimento é simples: se não fosse isso iria caber rext para qualquer
situação recursal. Esse entendimendo está na súmula 636, STF. Fala que não cabe rext por
violação ao princípioconstitucional da legalidade. Isso porque com base nisso muitos recursos
iam interpor rext.
Ainda com relação á violação reflexa, se o supremo entender que a violação é reflexa,
aplica-se o art. 1033, que diz que o apelante terá mais uma chance pois o STF irá remeter ao STJ
(RESP). Isso só não se aplica nas execuções de alçada e pra decisão de juizados especiais (uma
vez que acórdão de turma recursal não é cabimento para RESP).
O art. 5°, §3° da CF diz que tratado internacional em matéria de direitos humanos
quando aprovado por 3/5 de cada casa do congresso, ingressa com status de emenda
constitucional, logo pode-se, nesse caso alegar violação a esses tratados enseja o cabimento do
REXT. Mas é importante notar que os tratados internacionais ratificados pelo Brasil antes da
emenda constitucional 45/2004, que instituiu o §3° do referido dispositivo, terão status
supralegal, logo não são hipótese de interposição do REXT, embora uma corrente minoritária
defenda que é sim hipótese de REXT.
92
Então, quando você tem um acórdão do TJ ou TRF que declarou a inconstitucionalidade
de uma lei federal ou de um tratado. Nessa situação cabe o REXT para que o supremo dê a
última palavra sobre esse controle incidental de constitucionalidade.
c - Quando o acórdão julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face
desta CF.
Quando a parte alega que o acórdão mateve/aplicou ato administrativo que viola a
constituição federal (Ex.: editado decreto regulamentando o processo administrativo do
município, mas esse processo administrativo não assegura o contraditório. A parte pode
interpor rext se o acórdão não derrubar esse decreto).
Lei local contestada em face da CF - Ex.: acórdão aplicou lei estadual ou municipal, e o
apelante considera que essa lei federal é inconstitucional. Não deixa de ser uma violação á
constituição.
Vamos supor que nós temos a seguinte situação: Um acórdão do TJ em uma ação de
representação de inconstitucionalidade (AÇÃO DE REPRESENTAÇÃO DE
INCONSTITUCIONALIDADE é a ADIN julgada pelo TJ mas a lei municipal ou estadual viola a
Constituição Estadual).Então, vamos supor que a lei estadual 100/2016 violou o artigo 200 da
constituição estadual. Contra esse acórdão cabe REXT? Em regra não. Mas o supremo entende
que cabe o extraordinário se esse dispositivo estiver reproduzido na constituição federal.
Então, nesse caso, a lei estaria violando a constituição estadual, mas também a constituição
federal.
d - Quando a decisão recorrida julgar válida a lei local contestada em face de lei
federal
Nesse caso soa com certa estranheza, pois imaginamos que nessa hipótese de RESP.
Hipótese em que lei municipal/estadual contraria uma lei federal. Mas, quando falamos nesse
confronto entre lei local e federal (não há hierarquia entre elas), estamos discutindo questão de
competência para legislar. E competência legislativa é matéria disciplinada pela CF
Ex.: Uma lei estadual disciplina que não é necessário o uso das cadeirinhas de criança
nos carros. Essa lei contraria o CTB. Quando ele alega isso, não se alega o juízo de legalidade,
mas sim que o estado não tem competência legislativa para legislar sobre o trânsito, porque a
CF estabelece que a legislação de transito é de competência privativa da união. Então, essa lei
93
estadual é inconstitucional. Se o acórdão disser que essa lei estadual vale, cabe o REXT , pois é
uma discussão de constitucionalidade.
O que é repercussão geral? significa que aquela questão constitucional tem que
ultrapassar o interesse pessoal das partes. Aquele julgamento tem que ter repercussão para a
sociedade ou para outros processos. O Supremo não pode ser provocado para casos sem
repercussão, que só interesse as partes. Definição está no art. 1035, §1° CPC.
* Relevância política- Ex.: Pode ser uma questão constitucional envolvendo critérios
para eleição/candidatura de políticos; Pode ser algo que diga respeito ás relações
internacionais do Brasil com outros países;
94
Além disso, há algumas situações em que o CPC objetivamente considera que há
repercussão geral. São situações em que basta o recorrente dizer que se configura uma dessas
situações. Essas situações estão no art. 1035, §3° - Haverá repercussão geral sempre que:
Art. 987, §1° - Cabimento de REXT contra acórdão que julga o IRDR (incidente de
resolução de demandas repetitivas) feito pelo TJ o TRF, presume-se que há repercussão geral,
tendo em vista que são demandas repetitivas.
Na aula passada falamos sobre repercussão geral. Ainda dentro desse tema, temos que
falar como é reconhecida a falta de repercussão geral (uma vez que ela é, geralmente
presumida). O PLENÁRIO VIRTUAL é destinado a apreciação da repercussão geral. Como ele
funciona?
Não é qualquer rext que vai para o plenario virtual, somente aqueles que passam nos
demais requisitos de admissibilidade (se tivermos um problema de falta de pré-
questionamento não vai para o plenário virtual) e sempre que o relator suspeita que não há
repercussão geral (Porque se há o rext e o relator entende que aquela matéria tem
repercussão geral, ele não precisa mandar para o plenário, ele pode mandar direto para o
julgamento na cúpula, e se 4 ministros decidirem que há repercussão geral, já não há como
atingir o quorum mínimo de que não há repercussão geral -o quórum mínimo são 8 ministros,
2/3-).
O relator pode escolher entre mandar o recurso direto pra turma decidir se há ou não
repercussão geral, e se pelo menos 4 ministros disserem que há repercussão geral, ok. Ou pode
mandar para o plenário virtual, ele não chega a marcar uma sessão de julgamento, e submete
eletronicamente aos demais ministros o seu voto se aquele recurso tem ou não repercussão
geral. Os demais ministros terão prazo de 20 dias para dizer se há ou não repercussão geral, e
só não haverá repercussão de 2/3 (8 ministros) disserem expressamente que não há. Se eles
ficarem em silêncio, entende-se que o voto deles é por ter repercussão geral. Após isso, é
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lavrado um acórdão, e qualquer que seja o resultado dele, positivo ou negativo, é considerado
irrecorrível (art. 1035, caput).
§4°, art. 1035 - Fala da possibilidade de ingresso do amicus curiae, que visa fornecer
mais fundamentos na discussão de se o caso tem ou não repercussão geral.
§5°, art. 1035 - Pressupõe que a repercussão geral foi reconhecida, e houve a suspensão
de todos os processos em que todos os processos em que aquela mesma questão
constitucional está sendo debatida. Isso porque, após o julgamento da repercussão geral
haverá o julgamento do mérito, e por isso quer se definir a tese jurídica do mérito para se
aplicar aos processos suspensos.
§§6° e 7°, art. 1035 - Pode acontecer de nessa suspensão, haver algum recurso
intempestivo que não foi visto. O interessado (recorrido) poderá pedir para retirada da
suspensão do recurso intempestivo para que ele transite em julgado logo. Da decisão que
indefere caberá agravo interno.
§8°, art. 1035 - Trata das situações em que se reconhece a ausência de repercussão
geral no tribunal de origem. A primeira apreciação de repercussão só pode ser feita pelo
supremo, o presidente/vice-presidente não podem inadimitir por falta de repercussão geral.
Mas se posteriormente, houver um rext com a mesma questão, o presidente e vice-presidente
poderão inadimitir por falta de repercussão geral, pois não é a primeira vez que a repercussão é
apreciada. Da decisão do presidente ou vice que inadimite por falta de repercussão geral,
cabe agravo interno. Nos demais casos vai ser agravo para o STJ ou STF.
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Art. 928 - Ambos, IRDR e Repetitivos, tem a mesma finalidade de estabelecer uma tese
jurídica comum para ser aplicada aos casos repetitivos. Quando fala-se em casos repetitivos,
não são só casos em que está se pedindo a mesma coisa (causa de pedir e pedido). Pode ser
uma questão processual comum também, mesmo que a matéria seja heterogênea. (Ex. há uma
discussão se o prazo do art. 533 é contado em dias corridos ou úteis. Nada impede que hajam
esses recursos para definir o prazo processual, ainda que o mérito das causas sejam distintas).
7.1 - DIFERENÇAS
* art. 976, §4° - Se já há um repetitivo para ser julgado, não há interesse no julgamento
do IRDR (uma vez que aquele é de ambito nacional). O IRDR é incabível quando já houver
resp/rext prestes a ser julgado.O IRDR, na prática, é usado para questões que ainda não
chegaram nos tribunais superiores.
IRDR REPETITIVOS
1ª ETAPA - INSTAURAÇÃO
Essa etapa pode se dar a pedido de uma das partes (no caso do IRDR), como também
pode ser deflagrada de ofício, para o IRDR, pode ser pelo juiz/relator do TJ ou TRF. E no
97
Resp/rext repetitivo pode ser pelo presidente ou vice presidente do tribunal de origem , ou por
determinação do STJ/STF.
Partes
IRDR
Juiz/relator
do TJ/TRF
REPETITIVOS
Pelo STJ/STF
2ª ETAPA - ADMISSIBILIDADE
Aqui verifica-se se existe a questão comum que está sendo alegada, se é realmente o
caso de se intaurar o procedimento repetitivo ou irdr.
Suspensão Ope legis = Por obra da lei, não precisa verificar se há periculum in mora ou
fumus bono iuris.
Suspende a massa de processos, seleciona-se alguns para julgar e definir a tese jurídica,
e aplica-se a tese jurídica nos demais que ficaram suspensos. (julgamento por amostragem).
Nada impede que se peça tutela de urgência nos processos suspensos, porque se a
questão for urgente não pode esperar o julgamento dos repetitivos/IRDR. (art. 982, §2°)
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Além disso, eu posso achar que o caso tem uma peculiaridade. Posso pedir ao juiz do
meu processo, a possibilidade de afastar a suspensão sob o fundamento de DISTINÇÃO. Nesse
caso, o processo distinto não será suspenso e terá prosseguimento normal. (art. 1037, §§ 9° a
13). A quem se dirige o pedido de distinção depende da etapa em que se está o processo. Se
estiver em primeiro grau vai ser dirigido ao juiz, em segundo grau para o relator, e assim por
diante. A outra parte deve ser ouvida desse requerimento. E os parágrafos 12 e 13 falam sobre
os recursos que cabem dessa decisão. (ler os artigos supracitados).
Resolve-se não só o caso concreto, como também a tese jurídica que será replicada para
os casos futuros.
Temos a aplicação da tese jurídica aos processos que ficaram suspensos (art. 985 e
1040), e aplicação aos casos futuros (que ainda nao existiam na época em que se julgava o irdr
ou resp/rext).
Ex.: Tenho uma definição de uma tese jurídica por especial repetitivo no sentido A (que
o prazo de aplicação se aplica em dias úteis). E em interposição de resp posterior sustenta-se a
aplicação em dias corridos. O que vai acontecer? O presidente/vice-presidente pode inadimitir
na origem porque ele contraria a tese de um repetitivo. Dessa decisão cabe agravo interno,
porque já vimos que DECISÃO DE INADIMISSÃO FUNDADA EM REPETITIVO E REPERCUSSÃO
GERAL, O RECURSO CABÍVEL É O AGRAVO INTERNO.
99
elas continuem surgindo. Então, ao comunicar esses órgãos, eles podem verficar se essas
companhias estão cumprindo o que foi decidido judicialmente.
Tudo isso, especificamente no IRDR, só vai ocorrer se não houver resp/rext repetitivo
interposto ou após o esgotamento das vias recursais. Durante o prazo de interposião do
resp/rext, o TJ e TRF devem esperar para ver se serão interpostos, porque esses efeitos são
suspensivos. Enquanto não precluir o prazo do Resp/Rext não se pode dar cumprimento da
decisão do TJ/TRF sobre o IRDR.
* IRDR E juizados especiais - O art. 985 diz que a tese jurídica do IRDR se aplica aos
juizados especiais. A questão é: Se olharmos todos os dispositivos que falam sobre o IRDR,
pressupõe-se que ele será julgado no TJ/TRF. E se for uma questão comum que só ocorre em
processo nos juizados especiais? Quem julga? Há quem diga que o TJ/TRF deve julgar e há
quem diga que é a Turma Recursal. Professor é mais favorável á posição de que o TJ deve julgar.
As causas futuras que versarem sobre aquela questão de direito, terão julgamento
acelerado. Previsões de aceleração:
100
8) AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO
8.1. CABIMENTO
Cabe nos casos de decisão de inadimissão do resp e rext, no tribunal de origem (TJ e
TRF) e desde que não tenha aplicado sistemática de repercussão geral ou dos recursos
repetitivos. (art. 1042, caput).
Esse recurso é interposto nos próprios autos em que foi proferida a decisão de
inadimissão, e a petição é endereçada á mesma autoridade que proferiu a decisão de
inadimissião. (Ex.: se o seu agravo foi inadimitido pelo 3° presidente do TJ do RJ, o seu agravo
será endereçado a ele).
Art. 1042, §6° - Podemos ter interposição simultanea de resp e rext contra acórdão. E
se houver uma decisão que inadimita os dois recursos? interpõe um agravo ou dois agravos? O
dispositivo diz que deverá um agravo para CADA recurso inadimitido, então serão dois
agravos.
Ex.: Caso em que se tem um resp, em que o juízo de admissibilidade admite o resp por
violação ao art. 200, por exemplo, mas não admite pela violação ao art. 205, por falta de pré-
questionamento. Sempre que há uma decisão que admite em parte o recurso e inadimite em
parte. Nesse caso eu tenho que interpor o agravo? As súmulas dizem que admitido o recurso
por um dos fundamentos os outros serão examinados. Então não há interesse recursal no
agravo da parte que foi inadmitida.
101
O agravo em resp e rext dispensa preparo. Não precisa recolher custas, pois se entende
que elas já foram recolhidas quando se interpôs o resp e o rext. (art. 1042, §2°).
8.5. PROCEDIMENTO
Súmula
727/STF
STJ/
STF
Agravo Interno
Decisão Monocrática (Art. 932)
Sustentação
oral
Quando o agravo chega no STF/STJ podem acontecer duas coisas: (a) O processo vai
para o presidente do STF/STJ ou (b) Diretamente para o relator. (a) Se o agravo for para o
presidente, isso significa que provavelmente o recurso é consideramo manifestamente
inadimissível (ex.: agravo intempestivo, não atacou os fundamentos da decisão, etc.). Essa
decisão é unipessoal do tribunal, logo contra ela cabe agravo interno, e se houver agravo
interno acontecerá a distribuição para o relator. (b) Se o processo vai para o relator, o relator
pode tomar três atitudes: (b.1) Dar uma decisão monocrática (art. 932) da qual cabe agravo
interno. A decisão monocrática pode ter quatro conteúdos distintos, conforme a tabelinha
abaixo.** (b.2) Converter o agravo em resp/rext. Ele só julga a admissibilidade e provimento
do agravo, e a parte do resp/rext ele deixa para o colegiado decidir em sessão de julgamento.
Então o agravo é convertido em resp/rext. (b.3) Julgamento conjunto - O relator não julga
nada, nem agravo, nem resp/rext, e manda tudo para o colegiado. (art. 1042, §5°). ---> nessas
duas últimas hipóteses (b.2) e (b.3) haverá o julgamento pelo colegiado, com sustentação oral.
AGRAVO Resp/Rext
Não conhece -
Conhecer, não prover Não conhece
Conhecer, prover Não prover
Conhecer, prover 103 Prover
- Se o relator não conhece o agravo, ele não examina o resp/rext.
- Se o relator conhecer e não prover o agravo, ele pode não conhecer o resp/rext.
Porque o mérito do agravo é a admissão do resp/rext. Então ele conheceu, mas entendeu que
realmente era caso de inadmissão do resp/rext (não proveu o agravo), e consequentemente
não conheceu do resp/rext.
- O relator conheceu e proveu o agravo , mas não proveu o rext. Ex.: O resp/rext foi
inadimitido por falta de pré-questionamento, aí no julgamento do relator, ele conhece do
agravo (era tempestivo, tudo certinho), proveu (diz que o agravante tem razão, a matéria está
pré-questionada e portanto admite-se o recurso especial/extraordinário). Mas, não dá
provimento ao resp/rext por que entende que a aplicação da lei no acórdão era a correta
(analisou o mérito do resp/rext, mas não proveu). ** Obs.: O mérito do agravo é a
admissibilidade do resp/rext. O mérito do resp/rext é a questão de direito proferida no acórdão
da intância anterior.
9)EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA
9.1. CABIMENTO
Art. 1043 - 1044 - Esse recurso seve para resolver divergência interna nos tribunais
superiores. Só cabe no STJ/STF, então se o processo está no TJ ou TRF não tem embargos de
divergência.
Ele cabe contra acórdão que julga resp/rext. Não existe embargos de divergência
contra decisão monocrática. Mas não é qualquer acórdão, deve ser acórdão de órgão
fracionário (turma ou sessão). Não pode ser contra decisão do plenário (no stf) ou corte
especial(no stj), que são os maiores colegiados dos respectivos tribunais.
O acórdão que cabe embargos de divergência, além de ser proferido em resp/rext deve
ser acórdão de mérito, deve ter apreciado o mérito do resp/rext. Não pode usar embargos de
divergência para rediscutir a admissibilidade do resp/rext.
104
Para trazer a divergência o recorrente deve levar o acórdão paradigma. Esse acórdão
paradigma tem que ser sempre do mesmo tribunal, não pode ser diferente pois o recurso é
para resolver divergência interna no tribunal.
Além disso, O art. 1043, §2° diz que a controvérsia pode ser de direito material ou de
direito processual.
O acórdão paradigma deve ser do mesmo tribunal, mas de qual órgão? O acórdão
paradigma pode ser de qualquer órgão do tribunal, pode ser órgão do plenário ou do órgão
fracionário. Mas pode ser acórdão da mesma turma? Sim, desde que sua composição tenha
sofrido alteração em mais da metade de seus membros. Art. 1043, §3°.
ORGANIZAÇÃO DO STJ
CORTE ESPECIAL
1ª Sessão 2ª Sessão
3ª Sessão
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1ª 2ª 3ª 4ª 6ª
5ª
Turma Turma Turma Turma Turma
Turma
Público Penal
Privado
Como já foi dito, cabe embargos de divergência de órgãos fracionários (turma e sessão),
nunca da corte especial.
Vamos supor que eu tenho um acordão recorrido da 3ª turma, e tenho como acórdão
paradigma da 4ª turma. Quem vai julgar é sempre o colegiado maior que englobar os dois, logo,
quem julga é a 2ª sessão, que engloba a 3ª e a 4ª turma. Mas e se o acórdão paradigma for da
2ª turma? Quem julga é a corte especial. E se o acórdão paradigma for da 2ª sessão? Quem
julga é a própria segunda sessão, pois engloba a ela mesma e á 3ª turma. E assim por diante.
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