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PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
INCIDENTES PROCESSUAIS DE
COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DOS
TRIBUNAIS
Bruna Souza da Silva
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Olá!
Você está na unidade Incidentes processuais de competência originária dos tribunais. Conheça aqui os
repetitivas. O estudo passará pelos dispositivos do Código de Processo Civil que dispõem sobre cada um destes
Bons estudos!
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1 Incidente de resolução de demandas repetitivas
Neste tópico inaugural da unidade estudaremos o incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR), e nos
tópicos seguinte estudaremos outros dois incidentes processuais de competência originária dos tribunais: o
Assista aí
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1.1 Do cabimento e admissão
O incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR) está regulamentado nos artigos 976 a 987 do CPC
O art. 976 do CPC estipula que o cabimento do incidente de resolução de demandas repetitivas depende da
I - efetiva repetição de processos que contenham controvérsia sobre a mesma questão unicamente
de direito;
Conforme parágrafo 1º do art. 976, a desistência ou o abandono do processo pelas partes não impede o exame de
mérito do incidente, caso em que o Ministério Público, se não for o requerente, intervirá obrigatoriamente no
incidente e deverá assumir sua titularidade em caso de desistência ou de abandono, nos termos do parágrafo 2º.
Elucidativo é o Enunciado nº. 342 do Fórum Permanente de Processualistas Civis (FPPC), que dispõe: “O
incidente de resolução de demandas repetitivas aplica-se a recurso, a remessa necessária ou a qualquer causa de
competência originária”.
Interessante é a disposição do art. 976, §3º, que abre a possibilidade de que em caso de inadmissão do IRDR por
ausência de quaisquer dos seus pressupostos de admissibilidade, mesmo assim, poderá o incidente ser
Com relação ao primeiro requisito – mesma questão unicamente de direito – afasta, prima facie, que o IRDR seja
instaurado quando houver questão de fato pendente de apreciação. Neste aspecto, Daniel Amorim pondera que a
questão de fato (NEVES, 2016) suficiente a afastar o cabimento do IRDR é aquela que influencie diretamente na
Importante informar sobre questão frequentemente cobrada em provas e concursos públicos acerca da
impossibilidade de instauração preventiva do IRDR. Ou seja, na redação em que o código foi promulgado, é
necessário que ocorram, de fato, diversas demandas repetitivas que promovam o aprofundamento do debate
daquelas questões jurídicas para que somente após o crescimento deste debate seja instaurado o IRDR. O mero
receio de que determinada controvérsia pudesse gerar repetição de processos não seria hipótese hábil a ensejar
o incidente.
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Figura 1 - Demandas repetitivas
Fonte: Sebastian Duda, Shutterstock (2020).
#PraCegoVer: a imagem mostra um martelo de juiz em frente a uma balança e um livro aberto, simbolizando o
Assista aí
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Não cabe incidente de resolução de demandas repetitivas quando um dos tribunais superiores tiver afetado
recurso para definição de tese sobre questão de direito material ou processual repetitiva, nos termos do art. 976,
§4º do CPC.
É compreensível a motivação da regra. Se já houve a afetação, por tribunal superior, para que julgue a mesma
questão de direito e se a razão de ser do incidente (e do novo Código) é de promover a uniformidade das
decisões judiciais, não faz sentidoo IRDR no tribunal local se o tribunal superior já se obrigou a decidir a questão,
Quanto ao pagamento de custas processuais no incidente de resolução de demandas repetitivas o art. 976, §5º
pelo art. 977, que determina que poderá ser formulado pelas seguintes pessoas:
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O pedido dever ser dirigido ao presidente do tribunal. Além disso, deve ter todos os documentos que
Quanto à legitimidade do Ministério Público tem-se entendido majoritariamente que está restrita às questões
que envolvam os direitos difusos ou coletivos sendo que no caso de direitos individuais homogêneos o
Ministério Público só terá legitimidade se o direito tiver repercussão social, nos termos do entendimento
esposado pelo Superior Tribunal de Justiça (julgados AgRg no REsp 938.951/DF e AgRg no REsp 800.657/SP) e
A competência para julgamento pertence aos tribunais de justiça e aos tribunais regionais, sendo impossível aos
tribunais superiores julgar o IRDR de forma originária, mas somente em sede de recurso, podendo inclusive
O art. 978 do CPC ensina que o julgamento do incidente caberá ao órgão indicado pelo regimento interno
Já no parágrafo único do art. 978, a regra é que o órgão colegiado incumbido de julgar o incidente e de fixar a
tese jurídica, será responsável por julgar igualmente o recurso, a remessa necessária ou o processo de
Este dispositivo é alvo de diversas discussões entre os doutrinadores, especialmente quanto à sua
inconstitucionalidade formal em razão de vício no processo legislativo. Ainda, suscita-se (NEVES, 2016) que há
diversos impedimentos para sua admissão, já que não é possível garantir que haverá apelação da sentença – o
Outra crítica que se faz é a inviabilidade, decorrente deste dispositivo, do processamento do IRDR no âmbito dos
juizados especiais, pois o tribunal correspondente teria competência para julgar o IRDR suscitado, mas não teria
competência para julgar o eventual recurso inominado. Esta celeuma deu origem ao enunciado nº. 44 da Escola
Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (ENFAM): “Admite-se o IRDR nos juizados especiais,
que deverá ser julgado por órgão colegiado de uniformização do próprio sistema”
Tal enunciado propõe solução que gera outro problema, qual seja, a possibilidade de uma mesma matéria ser
decidida em sede de IRDR pelo tribunal e, ao mesmo tempo, ser decidida em IRDR pelo órgão colegiado do
sistema dos juizados especiais. Poderia haver decisões conflitantes, contrariando o intuito de uniformização de
jurisprudência.
Outra saída seria nesse caso, excepcionalmente, fracionar-se o julgamento, de forma que ao tribunal
caberá a fixação da tese jurídica com o julgamento do IRDR e ao Colégio Recursal, o julgamento do
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recurso inominado. Trata-se de solução menos traumática, mas que não escapa de crítica, porque
afasta, ainda que parcialmente, a aplicação do art. 978, parágrafo único, do Novo CPC.
Já o art. 979 estabelece que a instauração e o julgamento do incidente serão sucedidos da mais ampla e específica
divulgação e publicidade. Isso dever ser feito inclusive por meio de registro eletrônico no Conselho Nacional de
Justiça.
Para conseguir essa amplitude de divulgação, o Código estabelece que os tribunais devem manter um banco
eletrônico de dados atualizados com as informações específicas sobre questões de direito submetidas ao
incidente. Além disso o Conselho Nacional de Justiça deve ser comunicado imediatamente para inclusão no
cadastro e que, para possibilitar a identificação dos processos abrangidos pela decisão do incidente, o registro
eletrônico das teses jurídicas constantes do cadastro deve conter pelo menos os fundamentos determinantes da
Conforme seu parágrafo 3º o disposto no artigo 979, no que toca à ampla divulgação e publicidade, também se
O incidente de resolução de demandas repetitivas deverá ser julgado no prazo de 1 (um) ano e terá preferência
sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos de habeas corpus, em atendimento
Art. 980. O incidente será julgado no prazo de 1 (um) ano e terá preferência sobre os demais feitos,
Parágrafo único. Superado o prazo previsto no caput, cessa a suspensão dos processos prevista no
O órgão colegiado competente para julgar o incidente avaliará o seu juízo de admissibilidade, considerando a
presença dos pressupostos de admissibilidade previstos no art. 976. É o que prevê o art. 981 do CPC, para
momento posterior à distribuição do IRDR. Importante destacar que em caso de inadmissão do incidente o
recurso voluntário, reexame necessário ou processo de competência originária deverá retornar ao órgão
fracionário do tribunal competente para sua apreciação, onde o feito terá o regular prosseguimento.
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1.2 Da tramitação do incidente admitido
pendentes, individuais ou coletivos, que tramitam no Estado ou na região, e deve comunicar a suspensão aos
órgãos jurisdicionais competentes; poderá ainda requisitar informações a órgãos em cujo juízo tramita processo
no qual se discute o objeto do incidente, que as prestarão no prazo de 15 dias – tratando-se a requisição de
Ainda, nos termos do art. 982 do CPC, intimará o Ministério Público para, querendo, manifestar-se também no
prazo de 15 (quinze) dias. Note-se que a intimação do Ministério Público é obrigatória mas, caso esse órgão
analise o conteúdo do processo e opte por não se manifestar quando ao seu mérito, não há óbice em que o
processo continue. Também não será considerada intempestiva a manifestação do órgão se feita após os 15
Sobre a suspensão dos processos pendentes a boa doutrina entende que deve haver decisão pelo relator
determinando a suspensão na tramitação que deverá ser enviada a todos os juízos abrangidos na competência
territorial do tribunal preferencialmente acompanhada do inteiro teor da decisão que admitiu o incidente. Isto
seria para garantir a máxima adequação dos casos concretos em que a necessidade de suspensão será analisada,
Fique de olho
O enunciado nº. 348 do Fórum Permanente de Processualistas Civis (FPPC) diz que os
interessados serão intimados da suspensão de seus processos individuais, podendo requerer o
prosseguimento ao juiz ou tribunal onde tramitarem, demonstrando a distinção entre a
questão a ser decidida e aquela a ser julgada no incidente de resolução de demandas
repetitivas, ou nos recursos repetitivos.
Conforme o parágrafo 2º, do art. 982 do CPC, durante a suspensão, o pedido de tutela de urgência
(regulamentado pelos arts. 300 a 310 do CPC deverá ser dirigido ao juízo onde tramita o processo suspenso. Ou
seja, embora o recurso, remessa necessária ou processo de competência deva ser analisado pelo órgão colegiado,
a tutela provisória de urgência deve ser decidida pelo juízo mais adequado, aquele em que o processo tramita
originalmente (especialmente porque esta decisão não terá efeito contra todos).
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Como visto acima, a decisão de suspensão sobre os múltiplos processos quer versem sobre a mesma questão de
direito tratada no incidente fica limitada ao território do tribunal do estado ou região que julgará o IRDR. Porém,
pode haver também nos outros estados e regiões do país demandas repetitivas que versem sobre a mesma
questão, motivo pelo qual o art. 982 previu, em seu parágrafo 3º:
§ 3º Visando à garantia da segurança jurídica, qualquer legitimado mencionado no art. 977, incisos II
e III , poderá requerer, ao tribunal competente para conhecer do recurso extraordinário ou especial,
qual se discuta a mesma questão objeto do incidente é legitimada para requerer a providência
Cumpre relembrar, portanto, quem são as pessoas legitimadas a fazer o pedido de suspensão perante os
Finalizando o art. 982, o parágrafo 5º informa que a suspensão dos processos cessa se não for interposto recurso
especial ou recurso extraordinário contra a decisão proferida no incidente. Isso, claro, porque não havendo
nenhum recurso em instância extraordinária em face da decisão que resolveu o IRDR, não há que se falar em
suspensão dos demais processos, mas em aplicação nestes daquilo que foi decidido naquele, porquanto já
Enquanto durar a tramitação do Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas, o relator deve ouvir as partes
e os demais interessados (pessoas, órgãos e entidades com interesse na controvérsia), que, poderão requerer a
juntada de documentos, em até quinze dias, bem como as diligências necessárias para a elucidação da questão de
direito controvertida Em seguida, o Ministério Público deve se manifestar, no mesmo prazo de 15 dias
Explique-se que os demais interessados são aquelas pessoas que são partes em outros processos sobre a mesma
questão – nos quais se determinou sobrestamento – assim como o Ministério Público e a Defensoria Pública, já
citados. Também se configuram como demais interessados aquelas instituições que tenham interesse no
Também de modo a se chegar a uma solução justa e interessante para a sociedade (já que seu efeito é vinculativo
e pode alcança milhares de pessoas), fica facultado ao relator do incidente designar audiência pública e ouvir
depoimentos de pessoas com experiência e conhecimento na matéria. Depois dessa instrução, o incidente pode
ser incluído em pauta de julgamento mediante pedido de dia formulado pelo relator.
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Quando da sessão de julgamento do incidente pelo órgão competente designado no regimento interno do
tribunal, o relator fará a exposição do objeto do incidente e em seguida dará a palavra as partes e aos interessado
s.
O autor e o réu do processo originário podem sustentar oralmente por 30 (trinta) minutos cada, assim como o
Ministério Público. Todos os demais interessados podem sustentar por 30 (trinta) minutos, divididos entre
todos, mas devem se inscrever com 2 (dois) dias de antecedência. O prazo pode ser ampliado se houver grande
Todos os fundamentos levatnados pelas partes e interessados que digam respeito à tese jurídica discutida,
independente se favoráveis ou contrários, devem ser abrangidos pelo conteúdo do acórdão, por determinação do
art. 984, §2º do CPC, em claro reforço ao princípio da motivação das decisões informado no art. 489, parágrafo 1º
do CPC.
Nos termos do art. 985, o julgamento do IRDR faz com que a tese jurídica fixada deva ser aplicada:
I - a todos os processos individuais ou coletivos que versem sobre idêntica questão de direito e que
tramitem na área de jurisdição do respectivo tribunal, inclusive àqueles que tramitem nos juizados
II - aos casos futuros que versem idêntica questão de direito e que venham a tramitar no território
Conforme parágrafo 1º do artigo citado, a não aplicação da tese adotada no incidente enseja o cabimento de
reclamação, processo de competência originária dos tribunais regulamentado pelos artigos 988 a 993 do CPC.
Fique de olho
O art. 985, parágrafo 2º do CPC diz que, se o incidente tiver por objeto questão relativa a
prestação de serviço concedido, permitido ou autorizado, o resultado do julgamento será
comunicado ao órgão, ao ente ou à agência reguladora competente para fiscalização da efetiva
aplicação, por parte dos entes sujeitos a regulação, da tese adotada.
Importante destacar, como faz Neves (2016), que a tese fixada no IRDR aplicar-se-á aos processos em trâmite no
estado ou região abrangida pelo tribunal mas também aos casos futuros que venham a ser propostos no mesmo
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Cabe recurso extraordinário ou especial em relação ao julgamento de mérito, por ser presumida, a repercussão
Uma vez apreciado o mérito do recurso, a tese jurídica adotada pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior
Tribunal de Justiça será aplicada os processos individuais ou coletivos que versem sobre idêntica questão de
direito no Brasil.
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2 Incidente de assunção de competência
O incidente de assunção de competência está previsto no art. 947 do Código de Processo Civil (CPC), e está
inserido Título I do Livro III da Parte Especial do Código, que diz respeito à ordem dos processos nos tribunais e
uniformização de jurisprudência que era regido pelo art. 555, §1º do CPC de 1973. No incidente de
uniformização de jurisprudência, de acordo com Daniel Amorim (NEVS, 2016) o órgão pleno fixava a tese e o
órgão fracionário do tribunal era o responsável por aplicar o entendimento fixado aos casos concretos.
Diferentemente disto, no incidente de assunção de competência, o próprio órgão pleno promove o julgamento do
Além disso, muito se discutia acerca do efeito vinculante da decisão proferida em sede de incidente de
uniformização de jurisprudência, discussão que foi encerrada sob a vigência do Novo CPC quanto ao incidente de
assunção de competência já que sua força vinculante está expressa na norma. Passa-se, então, ao estudo do art.
947 do CPC.
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2.1 Do cabimento do incidente
Inicialmente cumpre destacar que o incidente de assunção de competência tem lugar majoritariamente em
tribunais, sendo incabível nos juízos de primeira instância. Isso porque o caput do art. 947 define os requisitos
O primeiro item exclui a possibilidade de que o incidente seja apreciado em primeira instância, pois pressupõe a
existência de recurso voluntário, remessa necessária ou que processo de competência originária dos tribunais.
De outro lado, embora aconteça com mais frequência em tribunais locais/regionais, é possível admitir-se a
I - apelação;
II - agravo de instrumento;
IV - embargos de declaração;
V - recurso ordinário;
VI - recurso especial;
IX - embargos de divergência.
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Com relação ao instituo da remessa necessária, a título de informação, está previsto no art. 496 do CPC e obriga
a tramitação de alguns processos ao duplo grau de jurisdição, hipóteses em que a sentença não produz efeitos se
§ 1º Nos casos previstos neste artigo, não interposta a apelação no prazo legal, o juiz ordenará a
remessa dos autos ao tribunal, e, se não o fizer, o presidente do respectivo tribunal avocá-los-á.
[...]
§ 3º Não se aplica o disposto neste artigo quando a condenação ou o proveito econômico obtido na
público;
III - 100 (cem) salários-mínimos para todos os demais Municípios e respectivas autarquias e
§ 4º Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em:
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em
competência;
Já os processos de competência originária do tribunal estão arrolados, em princípio, no art. 937, inciso VI, do
originária do Superior Tribunal de Justiça estão arrolados no art. 105, I da Constituição de 1988 e os do Supremo
É de se destacar o requisito exposto no segundo item, da relevante questão de direito com grande
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Quanto ao terceiro item, impõe um requisito negativo, ou seja, de que não exista a repetição da questão em
diversos processos, o que é confirmado pelo Enunciado nº. 334 do Fórum Permanente de Processualistas Civis
(FPPC):
Por força da expressão ‘sem repetição em diversos processos’, não cabe o incidente de assunção de
O parágrafo 4º do art. 947 traz outra hipótese de cabimento do incidente de assunção de competência. É o caso
de relevante questão de direito a respeito da qual seja conveniente a prevenção ou a composição de divergência
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Da tramitação do incidente admitido
Preenchidos os requisitos previstos no caput do art. 947 do CPC para admissão do incidente de assunção de
Como dispõe o parágrafo 1º admitido o incidente, o relator propõe que seja o recurso, a remessa necessária ou o
processo de competência originária julgado pelo órgão colegiado que o regimento indicar. Vamos ler o artigo na
íntegra:
requerimento da parte, do Ministério Público ou da Defensoria Pública, que seja o recurso, a remessa
necessária ou o processo de competência originária julgado pelo órgão colegiado que o regimento
indicar.
§ 4º Aplica-se o disposto neste artigo quando ocorrer relevante questão de direito a respeito da qual
Importante destacar que a competência para propor o julgamento pelo órgão colegiado indicado pelo regimento
interno do tribunal pertence ao relator do processo, que poderá fazê-lo de ofício ou a requerimento. Quanto
ao requerimento, pode ser formulado pelas partes no processo, pelo Ministério Público ou pela Defensoria –
lembrando-se de que o processo certamente envolve relevante questão de direito, com grande repercussão
competência devem ser julgadas pelo órgão colegiado indicado no regimento interno, conforme §2º do art. 947,
do CPC. As competências previstas nestes parágrafos - §1º e §2º - costumam ser corriqueiramente objeto de
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Importante frisar que é o próprio órgão colegiado que, primeiro, faz análise de admissibilidade do incidente e, se
Por fim, o parágrafo 3º não deixa dúvidas acerca da eficácia vinculante do incidente de assunção de competência,
a cujo entendimento fixado se submeterão todos os juízes e órgãos fracionários do tribunal que apreciou a
questão, salvo na hipótese de haver revisão da tese que poderá ser realizada somente pelo próprio órgão do
tribunal que a fixou, por meio da técnica conhecida com o overruling (ou superação), nas lições de Neves (2016).
Fique de olho
Aplica-se ao incidente de assunção de competência o disposto no art. 983, do CPC, que permite
a intervenção de amicus curiae e a realização de audiências públicas sobre o tema a ser
julgado.
Informe-se que em caso de desistência do recurso ou, pelo autor, do pedidos da ação originária, o incidente ficará
prejudicado e não terá como prosseguir, ao contrário do que acontece no incidente de resolução de demandas
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Incidente de arguição de inconstitucionalidade
O incidente de arguição de inconstitucionalidade já era previsto no Código de Processo Civil de 1973, e era
chamado de “declaração de inconstitucionalidade”. No Código atual, está previsto nos artigos 948 a 950, que
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Da arguição
Estamos tratando, nesta unidade, dos incidentes processuais de competência originária dos tribunais, sendo a
O artigo 948 do CPC prevê para os casos de controle difuso de constitucionalidade, em que for arguida a
inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do poder público, o relator do processo no tribunal deve
submeter a questão à turma ou à câmara competente para o conhecimento do processo. Isso acontecerá depois
Acerca do controle de constitucionalidade é importante ressaltar que o ordenamento jurídico pátrio prevê a
existência de duas modalidades de controle dos atos normativos infraconstitucionais, quais sejam:
Conforme visto no tópico anterior, em razão da Súmula Vinculante nº. 10 e da norma inserta no art. 97 da
Como leciona Neves (2016), se tratando de controle difuso de constitucionalidade em primeira instância:
resolvendo-se em sentença como questão prejudicial. Essa decisão tem efeito apenas
endoprocessual, e mesmo sendo solução de questão prejudicial não produz coisa julgada material,
em razão do previsto no art. 503, §1º, III, do Novo CPC (NEVES, 2016, p. 1542).
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Ao contrário dos incidentes anteriormente estudados, verifica-se que o CPC não dispõe expressamente sobre
assim, pela possibilidade de que qualquer das partes e terceiros interessados possa arguir, bem como Ministério
Público e Defensoria Pública (nos processos em que participem) e também os juízes atuantes no feito.
Quanto ao momento em que a arguição deve ser suscitada, ensina Neves (2016) que as partes podem até mesmo
em sustentação oral suscitarem o incidente, sendo importante que a arguição seja feita antes do julgamento do
processo no tribunal. Inexiste, assim, preclusão temporal para a suscitação deste incidente processual.
Nos termos do art. 949 do CPC, se a arguição de inconstitucionalidade for rejeitada, o processo prosseguirá em
seu julgamento normal. Importante destacar o parágrafo único deste artigo, que contém algumas hipóteses de
inadmissibilidade:
Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário ou ao órgão
Note-se que, nesse caso, o órgão fracionário do tribunal terá legitimidade para declarar que determinada norma
é constitucional, com amparo em pronunciamento anterior de órgãos e/ou tribunais superiores sobre a questão.
O que o órgão fracionário do tribunal não pode é declarar a inconstitucionalidade da norma de plano, pois assim
Fique de olho
O Supremo Tribunal Federal (STF) considera aplicável a norma inserta no art. 949, parágrafo
único, do CPC, ainda que seu pronunciamento sobre a inconstitucionalidade da norma
apontada tenha ocorrido de forma incidental e não em sede de controle concentrado.
Da leitura do inciso II, do art. 949, do CPC, se a arguição for acolhida a questão cuja constitucionalidade foi
impugnada será submetida ao plenário do tribunal ou ao seu órgão especial, onde houver (sendo necessário
verificar o regimento interno dos tribunais estaduais e regionais para fixar tal competência).
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Da tramitação do incidente admitido
A admissão do incidente pelo órgão fracionário fará com que as demais questões do recurso ou remessa
necessária fiquem pendentes de julgamento – sobrestadas – até que se decida sobre a constitucionalidade do ato
normativo impugnado, que terá influência sobre o julgamento das demais questões.
inconstitucionalidade da norma apontada, mas o fato de no momento da admissão acreditarem neste vício não
significa que terão que votas da mesma maneira quando o incidente for julgado pelo tribunal pleno ou órgão
Quanto ao julgamento pelo tribunal pleno ou órgão especial, segue rito determinado pelo art. 950 do CPC:
Art. 950. Remetida cópia do acórdão a todos os juízes, o presidente do tribunal designará a sessão de
julgamento.
§ 1º As pessoas jurídicas de direito público responsáveis pela edição do ato questionado poderão
§ 2º A parte legitimada à propositura das ações previstas no art. 103 da Constituição Federal poderá
manifestar-se, por escrito, sobre a questão constitucional objeto de apreciação, no prazo previsto
juntada de documentos.
Cabe destacar que conforme o art. 97 da Constituição Federal de 1988 a declaração de inconstitucionalidade
depende do voto da maioria absoluta dos membros do tribunal ou dos membros do seu respectivo órgão
especial, entendendo-se por maioria absoluta o primeiro número inteiro maior que a metade de todos os
Explique-se que o julgamento da ação que contenha recurso ou reexame necessário será composto de dois
julgamentos, sendo o primeiro a análise do incidente de arguição de inconstitucionalidade pelo tribunal pleno e
o segundo o julgamento das demais questões recursais pelo órgão fracionário, que fica vinculado ao
pronunciamento realizado no incidente, seja pela constitucionalidade seja pela inconstitucionalidade da norma
apontada.
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Fique de olho
A decisão que enseja a interposição de recurso ordinário ou extraordinário não é a do plenário.
A decisão do plenário resolve o incidente de inconstitucionalidade, já a do órgão (câmaras,
grupos ou turmas) completa o julgamento do feito.
Justamente por se tratar de julgamento objetivamente complexo, afirma-se, com acerto na melhor
absolutamente incompetente para tal declaração. Trata-se de competência funcional do órgão pleno
Por todo o exposto, a parte que pretender apresentar recurso especial ou extraordinário em seu processo, em
que tenha havido incidente de arguição de inconstitucionalidade admitido e julgado, deverá apresentar tanto o
acórdão que julgou o mérito do incidente quanto o acordão que julgou as demais questões recursais,
possibilitando aos tribunais superiores o pleno conhecimento das questões de direito já discutidas.
Assista aí
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é isso Aí!
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• aprendeu que, tanto o incidente de resolução de demandas repetitivas, quanto o incidente de assunção
possuem efeito vinculante;
• descobriu que o incidente de resolução de demandas repetitivas não pode ser instaurado de forma
preventiva;
• compreendeu que o incidente de assunção de competência pressupõe a inexistência de repetição em
múltiplos processos;
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• aprendeu que o incidente de arguição de inconstitucionalidade ocorrerá em sede de controle difuso de
constitucionalidade.
Referências
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br
_____. Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Disponível em: <http://www.planalto.
NEVES, D. A. A. Novo código de processo civil comentado. Salvador: Ed. JusPodivm, 2016.
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