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Faculdade de Direito de Garanhuns

Matheus José Vanderlei Veiga


Benigno de Oliveira e Silva Filho
6º Período, Turno Noturno.

O Trâmite do Processo nos Tribunais

A resenha a seguir, que tem como objetivo descrever, apreciar e interpretar,


tece sobre a obra de Fredie Didier, precisamente sobre a ordem dos processos nos
tribunais e poderes do relator.
Tal capítulo, retirado da obra de Didier, curso de direito processual civil, busca
explicar como se dá o processo no tribunal e os poderes dos relatores. Ele
menciona os artigos pertinentes, existentes no próprio código de processo civil de
2015, aprofundando os ensinamentos a respeito das fases quanto ao relator, quanto
ao colegiado, voltando ao início do processo ao tratar do protocolo da peça inicial,
de como se dará o seu registro e ainda a sua distribuição.
Com muito conhecimento, o autor elucida acerca da prevenção e da
conexão, trazendo as suas funcionalidades no decorrer do processo, do começo ao
fim.
Ainda, disserta, e por que não dizer, elucida de forma vagarosa, entretanto
concisa, sobre as distinções entre voto, julgamento, acórdão e ementa.
Fredie Didier, começa elucidando de forma concisa sobre a ordem do
processo no tribunal, citando os artigos 929 até o 946, que trata de qualquer
processo que ocorra no tribunal, como recursos, a remessa necessária, ações
originárias, incidentes.
Importante mencionar, que nesta obra, há a descrição de duas fases
diferentes, sendo estas, uma perante o relator, e a outra, perante o colegiado, de
forma respectiva, a primeira trata do relator a quem se atribui a função de praticar
todos os atos até a sessão de julgamento, e a segunda, o colegiado que tem por
finalidade o debate e o julgamento do caso.
No trâmite do processo no tribunal, ele passará pelo protocolo, pelo registro,
pela redistribuição.
Fredie Didier, nesta obra, explica com exatidão e de forma clara esses
procedimentos, fundamentando-os no art. 929 do CPC, começando pelos autos que
serão registrados no protocolo do tribunal, logo após a entrada, cabendo à
secretaria a distribuição, de forma imediata.
O autor, explica que o protocolo se dará ou de forma eletrônica ou por um
livro oficial de protocolo e os seus serviços podem descentralizados, mediante
delegação a ofícios de justiça de primeiro grau, propiciando a facilitação de acesso
nos tribunais, inclusive para aqueles que estão localizados em comarcas distantes.
Já o registro, Didier, explica que tende de ser feito no mesmo dia que ocorre
a apresentação da exordial, objetivando assim a garantia da publicidade, ainda, o
referido autor, aponta que cabe à secretaria ordená-los para distribuição imediata.
Sobre a distribuição, é correto afirmar, seguindo a linha de raciocínio do autor
e do código de processo civil que tanto o cita no decorrer do capítulo, que ela deve
ser feita imediato ao registro, de forma obrigatória e segue o regimento interno do
próprio tribunal e para que haja igualdade, equidade, precisa ser de maneira
alternada.
A maneira alternada que Didier explica, pode ser explicada e simplificada da
seguinte forma: acontece um sorteio que garante o caráter obrigatório, para que
assim seja garantido a garantia constitucional do juiz natural, assim, não
possibilitada a chance de ter a escolha para os juízes.
Sobre a conexão e a prevenção, de forma concisa, podem ser conceituadas,
respectivamente, como o fenômeno processual que pode acontecer em qualquer
instância e, a outra, atribui ao relator a competência funcional e absoluta para julgar
futuros recursos.
Por fim, de forma geral, Didier faz uma descrição distinguindo voto,
julgamento e acórdão.
O autor traz o julgamento, informando que devem ser realizados de forma
colegiada e cada membro profere o seu voto e por consequência cada voto de cada
membro forma o julgamento.
De outro, o acórdão é o julgamento proferido pelo tribunal, logo, o acórdão
difere do julgamento, por que o último antecede o acórdão, este pode conter
sentença, decisão interlocutória e pode ou não pôr fim ao procedimento.
Concluindo, percebe-se que na obra de Didier, há a transferência de saber
pra quem ler a obra, em conjunto com a lei seca, ou seja com o próprio código de
processo civil, isso em alguns pontos específicos do capítulo, uma vez que no
decorrer deste há menções ao código referido.
RESPOSTAS RELATIVAS À ATIVIDADE - RECURSOS

1. A parte deverá ser intimada para complementar o preparo. Pois, o relator precisa
intimar o recorrente para complementar o preparo, sob pena de não conhecimento
do recurso de apelação. Se o recorrente deixar o prazo transcorrer em branco, sem
manifestação, haverá deserção do recurso. Pois o preparo é requisito de
admissibilidade.
2. Se a parte deixar transcorrer o prazo in albis, ou seja, em branco, quando a parte
deixa de praticar algum ato processual, logo, o recurso será considerado deserto,
pela falta de preparo e não será admitido, pois o preparo é pressuposto para que o
recurso seja admissível, uma vez que a parte não faz o preparo devido e
oportunamente, logo, tempestivo.
3. De acordo com o artigo 1000, do código de processo civil, a parte que aceitar
expressa ou tacitamente não poderia recorrer, pois, é considerado a aceitação tácita
a prática, sem nenhuma reserva, de ato incompatível com a vontade de recorrer,
logo, Antônio agiu de má-fé, uma vez que um dos pressupostos intrínsecos do
recurso é a aquiescência da decisão.
1. Acerca do Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas, disserte.

R: O Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas, visa conferir à litigância de


massa uma tutela jurisdicional, instaurada através do advento da lei de 13.105/2015,
Código de Processo Civil, em sua Parte Especial, Livro III, Título I, Capítulo VIII,
previsto nos artigos 976 a 987. Contudo, como o Processo Civil fora criado com
objetivo no imbróglio individual, assim, fora também possível perceber certa
ineficiência em relação a causas que se repetem no Poder Judiciário.
Com o exposto, o IRDR propicia que mais órgãos jurisdicionais deem
soluções para litígios repetitivos em dado território ou região.

2. Ainda sobre o Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas, explique


sua admissibilidade.

R: Após a distribuição do Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas, o órgão


responsável, ou seja, competente para julgar, também fará a sua admissibilidade
que será por meio da análise dos pressupostos localizados no art. 976 do CPC, de
forma simultânea, sendo estes: a efetiva repetição de processos que contenham
controvérsia sobre a mesma questão unicamente de direito e o risco de ofensa à
isonomia e à segurança jurídica.

3. Quando é incabível possibilidade existente o incidente de resolução de


demandas repetitivas?

R: De acordo com o art. 976, § 4º, é incabível quando, no âmbito de sua respectiva
competência, um dos tribunais superiores, já tiver afetado recurso para definição de
tese sobre questão de direito material ou processual repetitiva.

4. O Ministério Público poderá intervir obrigatoriamente no incidente de


resolução de demandas repetitivas? Justifique.
R: Sim, uma vez que há abandono do processo por parte do requerente, ainda
assim, não impede o exame do mérito do incidente, pois, se não for o requerente,
pode intervir de forma obrigatória o Ministério Público no incidente e assim, assumir
sua titularidade em caso de desistência ou de abandono.

5. Após a admissibilidade do incidente de resolução de demandas repetitivas,


qual o próximo procedimento?

R: De acordo com o art. 982, o relator poderá suspender os processos pendentes,


individuais ou coletivos, que tramitam no Estado ou na região, conforme o caso,
poderá requisitar informações a órgãos em cujo juízo tramita processo no qual se
discute o objeto do incidente, que as prestarão no prazo de 15 dias, ou intimará o
Ministério Público para, querendo, manifestar-se no prazo de 15 dias.

6. A respeito do julgamento do incidente de resolução de demandas repetitivas,


disserte.

R: Será indicado pelo regime interno órgão responsável pela uniformização de


jurisprudência do tribunal, este ficará incumbido de julgar o incidente e de fixar a
tese jurídica julgará igualmente o recurso, a remessa necessária ou o processo de
competência originária de onde se originou o incidente.

O julgamento do incidente terá divulgação e publicidade, por meio de registro


eletrônico no Conselho Nacional de Justiça, ainda, o incidente será julgado no prazo
de 1 ano e terá preferência sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam
réu preso e os pedidos de habeas corpus, contudo, no julgamento do incidente, irá
seguir a ordem do relator fará a exposição do objeto do incidente e poderão
sustentar suas razões.

7. Quando julgado o incidente, qual tese jurídica poderá ser aplicada?

R: A todos os processos individuais ou coletivos que debruçam a respeito de


idêntica questão de direito e que tramitem na área de jurisdição do respectivo
tribunal, inclusive àqueles que tramitem nos juizados especiais do respectivo Estado
ou região, aos casos futuros que versem idêntica questão de direito e que venham a
tramitar no território de competência do tribunal, salvo revisão na forma do art. 986 .
8. Qual a possibilidade de ampliação da suspensão, feita pelo relator de todos
os processos pendentes?

R: Com base no artigo 982, parágrafo 3º, caso se trate de recurso extraordinário ou
especial, cabe ao Superior Tribunal de Justiça ou Supremo Tribunal Federal a
suspensão de todos os processos em curso no território nacional que versem sobre
o objeto do incidente já instaurado.

Contudo, há a permissão, de acordo com o parágrafo 4º, para que a qualquer parte,
em todo o Brasil, que esteja em processo que debata a questão objeto do incidente,
pedir que a suspensão seja ampliada para todo território nacional.

9. Como se dá o processamento do incidente de resolução de demandas


repetitivas?

R: Observando o art. 983, o relator irá ouvir as partes e os demais interessados,


inclusive pessoas, órgãos e entidades com interesse na controvérsia, que, poderão
requerer a juntada de documentos, bem como as diligências necessárias para a
elucidação da questão de direito controvertida, no prazo comum de 15 dias, e, em
seguida, manifestar-se-á o Ministério Público, com o mesmo prazo.

10. Caberá recurso quanto ao julgamento do mérito do incidente de resolução de


demandas repetitivas?

R: Sim, ao julgamento do mérito do incidente de resolução de demandas repetitivas


caberá recurso extraordinário ou especial, conforme o caso, porém o recurso tem
efeito suspensivo, presumindo-se a repercussão geral de questão constitucional
eventualmente discutida e apreciado o mérito do recurso, a tese jurídica adotada
pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça será aplicada
no território nacional a todos os processos individuais ou coletivos que versem sobre
idêntica questão de direito, segundo o art. 987 do CPC.

11. Como se dá a revisão da tese jurídica firmada no incidente de resolução de


demandas repetitivas?

R: Se dará por ofício do mesmo tribunal, ou mediante requerimento dos legitimados,


por meio do juiz ou relator, ou pelas partes, por petição, até pelo Ministério Público
ou pela Defensoria Pública, também por petição.
Por ser por ofício ou por petição, deverá ser instruído com os documentos
necessários à demonstração do preenchimento dos pressupostos para a
instauração do incidente.

12. O incidente de resolução de demandas repetitivas, encontra sustentação


jurídica?

R: A princípio, encontra sustentação jurídica na constituição/88, uma vez que é


previsto no artigo 1º da Constituição Federal, onde o Brasil se constitui em Estado
Democrático de Direito, ou seja, requer a segurança jurídica como base das
relações sociais.

13. O incidente de resolução de demandas repetitivas, reduz o trabalho do


julgador?

R: Sim, pois pode haver redução do tempo de tramitação de processos que


contenham questão sobre a qual haja acórdão proferido em incidente de resolução
de demandas repetitivas, uma vez que, considerando a adoção de tese fixada
neste, existirá limitação na rediscussão do tema, ou seja, tanto pode acelerar como
dar mais qualidade à atividade jurisdicional.

14. O que consiste ou caracterizaria a controvérsia exigida no artigo 976?

R: Milhares de ações discutindo a mesma questão de direito, dando um tratamento


ao caso e apenas alguns outros processos tendo solução diferente faria este
requisito ser cumprido.

15. Quando cessa a suspensão dos processo?

R: Superado o prazo de um ano, após o julgamento.


O SISTEMA DE PRECEDENTES DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
1. Em que consiste O Sistema de Precedentes?
R: O sistema de Precedentes tem como objetivo impor limites de cunho material ao
ato de decidir, pois antes do código de processo civil de 2015, o magistrado estava
acobertado pela independência funcional e pelo livre convencimento.
2. Qual o conceito de precedente?
R: De acordo com Didier Jr, o conceito de precedente é a decisão judicial tomada à
luz de um caso concreto, cujo núcleo essencial pode servir como diretriz para o
julgamento posterior de casos análogos.
Com essa definição é possível afirmar que o precedente judicial é um objeto que
pode ser utilizado na atividade jurisdicional, e posteriormente pelos operadores do
direito, como juízes, advogados, membros do ministério público e etc.
3. Como se forma um precedente?
R: O precedente nasce quando surge uma decisão judicial, mas precisamente do
conteúdo argumentativo que contém na decisão judicial, ou seja, na essência das
razões apresentadas para justificá-las.
4. Distingue jurisprudência de precedente.
R: Jurisprudência e precedente, não são sinônimos, esta primeira consiste na forma
de revelação do direito que se processa através do exercício da jurisdição, em
virtude uma sucessão harmônica de decisões dos tribunais, já a última é fruto de
uma decisão, cujo núcleo essencial pode vir a servir para outros casos.
5. Qual o objetivo do precedente?
R: O precedente tem como objetivo a uniformização de jurisprudências, bem como
assegurar os valores constitucionais da segurança jurídica e da isonomia, levando
em consideração a proteção da confiança e da igualdade perante as decisões.
Por fim, torna o processo mais célere e mais justo, uma vez que debruça às
necessidades sociais, sendo de fato efetiva.
6. Qual a principal justificativa no sistema de precedente?
R: A principal justificativa é o princípio da universalidade, ou da justiça formal, para
tratar de forma isonômica.
7. É possível utilizar o obiter dictum como precedente vinculante?
R: Este argumento de passagem não se presta como precedente vinculante em
caso análogo, todavia, pode ser utilizado como argumento de persuasão.
8. Qual conceito de ratio decidendi?
R: É a tese jurídica capaz de decidir o caso concreto e não a parte dispositiva da
decisão que produz a eficácia vinculante.
9. O que torna possível extrair da decisão um precedente?
R: O que torna possível, é seu conteúdo argumentativo, e torna assim, a decisão em
paradigma para casos semelhantes.
10. Quais os tipos de precedente?
R: O direito brasileiro conhece dois tipos de precedentes: o precedente vinculante e
o precedente não vinculante (persuasivo ou argumentativo).
11. Quais são os três elementos do precedente?
R: Da indicação dos fatos relevantes da causa, do raciocínio lógico-jurídico da
decisão e do juízo decisório.
12. Como é feita a identificação de um precedente?
R: A identificação de um precedente depende da comparação entre o caso a ser
decidido (ratio decidendi) e o caso utilizado como padrão decisório anterior
(precedente).
13. O que constitui o núcleo essencial da decisão judicial?
R: Constitui a essência da tese jurídica suficiente para decidir o caso concreto.
14. Quais as hipóteses em que a jurisprudência ou um precedente tem força
vinculante?
R: As hipóteses são de edição de súmula vinculante e as decisões do Supremo
Tribunal Federal no controle abstrato de constitucionalidade.
15. Quais são as técnicas que contribuem com a utilização dos precedentes?
R: O overriding – a revogação parcial do precedente; O transformation – aplicação
do mesmo juízo decisório precedente para caso distinto, mas por outro raciocínio
lógico jurídico; O sinaling – a indicação pela corte superior de circunstâncias para
revogação do precedente, mas sem fazê-lo em nome da segurança jurídica; E o
antecipatory overruling – quando cortes inferiores já deixam de aplicar o precedente
em razão de seu desgaste, de novo direcionamento na corte superior ou pelo fato
da corte suprema ter realizado o sinaling.

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