Dosimetria da pena esquematizada– Critério trifásico
Fase preliminar: - Personalidade do agente: é o
Nesta etapa analisa-se se o
delito é simples ou qualificado.
Somente utiliza-se para
qualificar o delito 01
qualificadora, as demais (caso
haja) serão consideradas como
circunstâncias agravantes, se
previstas (art. 61/63 do CP) ou
entram na análise das
circunstâncias do art. 59 do CP.
Caso coincida qualquer
qualificadora com agravante ou
caso de aumento de pena, estas
não poderão ser utilizadas, em
virtude do princípio do no bis in
idem – Súmula 241 do STJ.
Encontra-se, assim, a pena em
abstrato a ser utilizada na 1ª
fase.
1ª Fase:
Nessa fase, já de posse da pena
em abstrato, haverá a análise
das circunstâncias judiciais, são
causas que serão valoradas pelo
juiz (previstas no art. 59 do CP)
Art. 59: O juiz, atendendo à
culpabilidade, aos antecedentes,
à conduta social, à pena aquém da mínima ou além
personalidade do agente, aos
motivos, às circunstâncias e
conseqüências do crime, bem
como ao comportamento da
vítima, estabelecerá, conforme
seja necessário e suficiente para
reprovação e prevenção do
crime
- Culpabilidade do agente: tem
a função de graduação da pena.
O juiz deve levar em conta a
posição do agente frente ao bem
jurídico violado: menosprezo,
indiferença, descuido.
- Antecedentes
- Conduta social: o
comportamento do sujeito
perante a sociedade.
a) por motivo fútil ou torpe;
caráter, a índole que demonstra
ou não se o agente possui uma
personalidade voltada ao crime.
- Motivos do crime: são as
razões do crime (ódio, amor,
inveja, cobiça, ciúmes, etc.
Podem ser nobres ou
abomináveis.
- Circunstâncias do crime: não
são as atenuantes e agravantes.
São outras circunstâncias que
podem desvalorar a conduta,
local do crime, instrumento do
crime, relação entre réu e
vítima, condição da vítima.
- Consequências do crime: são
os efeitos decorrentes dele.
Podem ser normais a espécie ou
podem ultrapassar a descendente, irmão ou cônjuge;
normalidade.
- Comportamento da vítima:
serve para dosar a pena. É
verificar se a vítima concorreu
ou tem culpa para a ocorrência
do crime.
A partir dessa análise o juiz fixa
uma pena entre o mínimo e o
máximo da pena em abstrato,
chamada de pena base.
Nessa fase o juiz não pode fixar
da máxima em abstrato.
2ª Fase:
Já de posse da pena base, será
verificado se há alguma
atenuante e/ou agravante (arts
61/63 e 65 do CP)
Circunstâncias Agravantes
Art. 61 - São circunstâncias que
sempre agravam a pena, quando
não constituem ou qualificam o
crime:
I - a reincidência;
II - ter o agente cometido o
crime:
b) para facilitar ou assegurar a
execução, a ocultação, a
impunidade ou vantagem de
outro crime;
c) à traição, de emboscada, ou
mediante dissimulação, ou
outro recurso que dificultou ou
tornou impossível a defesa do
ofendido;
d) com emprego de veneno,
fogo, explosivo, tortura ou outro
meio insidioso ou cruel, ou de
que podia resultar perigo
comum;
e) contra ascendente,
f) com abuso de autoridade ou
prevalecendo-se de relações
domésticas, de coabitação ou de
hospitalidade, ou com violência
contra a mulher na forma da lei
específica;
g) com abuso de poder ou
violação de dever inerente a
cargo, ofício, ministério ou
profissão;
h) contra criança, maior de 60
(sessenta) anos, enfermo ou
mulher grávida;
i) quando o ofendido estava sob
a imediata proteção da
autoridade;
j) em ocasião de incêndio,
naufrágio, inundação ou
qualquer calamidade pública,
ou de desgraça particular do
ofendido;
l) em estado de embriaguez
preordenada.
Agravantes no caso de
concurso de pessoas
Art. 62 - A pena será ainda
agravada em relação ao agente
que:
I - promove, ou organiza a
cooperação no crime ou dirige a
atividade dos demais agentes;
II - coage ou induz outrem à
execução material do crime;
III - instiga ou determina a
cometer o crime alguém sujeito
à sua autoridade ou não-punível
em virtude de condição ou
qualidade pessoal;
IV - executa o crime, ou nele
participa, mediante paga ou
promessa de recompensa.
Art. 63 - Reincidência
Circunstâncias atenuantes
Art. 65 - São circunstâncias que
sempre atenuam a pena:
I - ser o agente menor de 21
(vinte e um), na data do fato, ou
maior de 70 (setenta) anos, na
data da sentença;
II - o desconhecimento da lei;
III - ter o agente:
a) cometido o crime por motivo
de relevante valor social ou
moral;
b) procurado, por sua
espontânea vontade e com
eficiência, logo após o crime,
evitar-lhe ou minorar-lhe as
conseqüências, ou ter, antes do
julgamento, reparado o dano;
c) cometido o crime sob coação
a que podia resistir, ou em
cumprimento de ordem de
autoridade superior, ou sob a
influência de violenta emoção,
provocada por ato injusto da
vítima;
d) confessado
espontaneamente, perante a
autoridade, a autoria do crime;
e) cometido o crime sob a
influência de multidão em
tumulto, se não o provocou.
Art. 66 - A pena poderá ser
ainda atenuada em razão de
circunstância relevante, anterior
ou posterior ao crime, embora
não prevista expressamente em
lei.
Concurso de circunstâncias
agravantes e atenuantes
Art. 67 - No concurso de
agravantes e atenuantes, a pena
deve aproximar-se do limite
indicado pelas circunstâncias
preponderantes, entendendo-se
como tais as que resultam dos
motivos determinantes do
crime, da personalidade do
agente e da reincidência.
São circunstâncias agravantes
preponderantes:
Motivos, personalidade do
agente e reincidência.
(subjetivas).
Para alguns autores a confissão
e menoridade são circunstâncias
atenuantes preponderantes (não
e entendimento pacificado dos
tribunais).
Assim, quando há
circunstâncias agravantes e
atenuantes, a pena deve ficar
mais próxima dessas causas.
Nessa fase o juiz não pode fixar
pena aquém da mínima ou além
da máxima em abstrato.
3ª Fase:
Causas de aumento de
diminuição da pena.
Nesta fase, já está determinada
a pena base, aqui o juiz fará
incidir aumento e/ou
diminuição da pena tendo em
vistas as causas descritas tanto
na parte geral como na parte
especial do CP.
São causas de
aumento/diminuição da parte
geral:
1) Tentativa;
2) Arrependimento posterior;
3) Desconhecimento da lei;
4) Estado de necessidade;
5) Semi-imputabilidade;
6) Embriagues;
7) Concurso de pessoas;
8) Concurso formal próprio;
9) Crime continuado;
10) Erro da execução; Resultado
diverso do pretendido.
As causas de
aumento/diminuição da parte
especial se encontram descritas
no próprio tipo penal ou ao final
do Capítulo o qual está inserido
o tipo penal.
Nessa fase, a pena poderá
ultrapassar o limite máximo em
abstrato, bem como ser fixada
abaixo de seu mínimo.
Nessa fase, haverá regras
específicas para o aumento e
diminuição da pena.
1ª – Aplica-se o aumento
primeiro, depois a diminuição.
2ª – Poderá haver concurso
entre as causas de aumento, de
diminuição e, ainda, entre
causas de aumento e diminuição
da pena, tanto na parte especial
como na parte geral, ou entre a
parte especial e geral. A regra
geral é que todas incidem, com
exceção do concurso
homogêneo na parte especial,
tanto entre causas de aumento
como entre causas de
diminuição, onde será facultado
ao juiz fazer incidir apenas uma,
obrigatoriamente a que for
maior. Veremos separadamente
cada uma delas.
3º - (Concurso homogêneo parte
especial) Concurso entre causas
de aumento ou de diminuição na
parte especial Regra: o Juiz
poderá aplicar os aumentos ou
as diminuições (somente no
caso do segundo aumento este
incidirá na pena ainda sem
considerar o primeiro aumento).
Ou, ainda, poderá aplicar
somente o aumento/diminuição
de uma das causas, a que for
maior.

4º - (Concurso heterogêneo
parte especial) Concurso entre
causas de aumento e de
diminuição na parte especial. O
juiz deve fazer incidir as duas.
Regra: deverá ser aplicado o
aumento e a diminuição,
respectivamente.

5º - (Concurso homogêneo parte

geral) Havendo concurso entre
causas de aumento ou
diminuição na parte geral a
regra é todas incidem.

6º - (Concurso heterogêneo
parte geral). Havendo concurso
entre causas de aumento e de
diminuição na parte geral a
regra é todas incidem.

7º - (Concurso misto de causas

homogenias e heterogenias).
Havendo concurso entre causas
de aumento e/ou causas de
diminuição estando uma na
parte especial e outra na parte
geral a regra será todas
incidirem.

Chega-se, assim, a pena

definitiva a ser aplicada ao réu.