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AGRAVANTES E ATENUANTES: Encontramos o Valor da Pena provisória, ou

segunda fase.

Aqui a divisão é por 6.

1- Agravantes (N. 199- 230 – C 794-809)

O artigo 61 do Código Penal nos traz que as agravantes: “São


circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou
qualificam o crime”. Vale ressaltar que o “sempre” não é absoluto, uma vez que
a pena somente poderá ir até a pena máxima prevista para o tipo penal. Outros
fatores a serem levados em conta, e que são de extrema importância, são o
“constituem” e o “qualificam”, que devem ser levados em consideração para
que não ocorra o chamado Bis in idem, ou seja, que o réu não seja punido
duas vezes pelo mesmo fato, já que algumas dessas agravantes podem
constituir o próprio tipo penal - por exemplo, praticar o crime por motivo fútil ou
torpe – ou estiverem em alguma das circunstâncias – como o homicídio
qualificado – e que se já foram considerados como qualificadoras, não poderão
ser majoradas novamente sob argumento de estarem sendo levadas em
consideração duas vezes.
Art. 61 – São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não
constituem ou qualificam o crime.

I- Reincidência:

Art.63- verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime,


depois de transitar em julgado a sentença que, no pais ou no
estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. (É o cometimento de
um novo delito após a existência de uma condenação anterior com
trânsito em julgado).
Hipóteses:

A) Crime + crime
B) Contravenção + contravenção
C) Crime+ contravenção

I- Não prevalece a condenação anterior, se entre a data do


cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior tiver
decorrido período de tempo superior a 5 anos, computado o
período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se
não ocorrer revogação.
II- Não se consideram os crimes militares próprios e políticos.

Alcance da reincidência:

*Súmula 241, STJ

* Art. 63 Crime em outro País.

* Art. 64. 5 anos; crimes próprios e políticos.

Críticas à reincidência:

*Bis in idem- É reincidência, pega 5 anos em 2001 e depois mais 6 em


2005. X Individualização da Pena- Não cometer injustiça e dar a mesma
pena para um pai de família e um criminoso costumas.

* Atenuante- Facções dentrodo presídio, quando a pessoa sai ela tem


que retribuir.

Conceitos associados à Reincidência:

+ - Reincidente. +

-Reincidente específico (tipo penal) 2 X Art. 155; 2 X Art. 171.

- Multi reincidente.

- - Multi reincidente específico 3 X ou mais. –

NUCCI
CEZAR BITENCOURT:
II- Ter o agente cometido o crime:

a) por motivo fútil ou torpe: Podemos dizer que o motivo fútil é um motivo
desproporcional ou exagerado, como, por exemplo, matar alguém por não
retribuir um bom dia. Já o motivo torpe é um motivo que podemos chamar de
desprezível ou socialmente reprovável, como, por exemplo, matar alguém por
ser de uma determinada região do País.

NUCCI:
CEZAR BITENCOURT:
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou
vantagem de outro crime: Aqui se trata de um segundo crime para “permitir”
que um primeiro tenha “êxito”, portanto é um crime mais grave do que um crime
em que o sujeito pratica sem pensar ou prever outro motivo. É também
chamado de crime de conexão teleológica– quando é para assegurar a
execução de outro futuro -, ou de conexão consequencial – quando para
assegurar a ocultação, vantagem ou impunidade de um crime passado. Muitos
são os exemplos, já que a alínea elenca quatro possibilidades, e podemos citar
um roubo de um veículo para garantir a fuga de um assalto a um banco.

Nucci:
CEAR BITENCOURT:
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso
que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido: Nesse, leva-se em
conta a condição peculiar da vitima, ou seja, condições que impediram-na a
defesa mediante algum artifício do ofensor o que o torna mais gravoso do que
se fosse cometido às claras e oportunizasse a defesa ou reação do ofendido.
Existem algumas peculiaridades a serem levadas em conta neste crime como:
A traição, para que seja configurada, deve haver uma relação de confiança
entre vítima e ofensor, caso não exista, não se configura traição; a emboscada
é o chamado ato de esperar às escondidas para atacar alguém de surpresa, e
não necessitar ser necessariamente uma vítima específica, por exemplo
soldados que se escondem atrás de objetos esperando seus inimigos
passarem para atacá-los; e a dissimulação é o fato de fazer a vítima pensar
que sou algo que não sou.

NUCCI:
CEZAR BITENCOURT:
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio
insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum: O Veneno é uma
forma insidiosa, disfarçada, o qual a vítima não consegue antever o que lhe
será causado; o fogo é considerado como um meio cruel; o explosivo se
caracteriza pelo fato de que quando utilizado como meio de praticar o crime,
muito provavelmente, pelas suas características, outros delitos serão
reproduzidos em cascata pela natureza que possui; a tortura deve ser
observada com cuidado, pois pode ser vista através do crime propriamente dito
de tortura – que se tenta “arrancar a força” de uma pessoa informações,
confissões e afins -, ou um meio cruel de se obter outro crime, como um
homicídio por exemplo. Então, para que seja utilizada como agravante ele não
deve ter sido utilizada para qualificar o delito.

NUCCI:
CEZAR BITENCOURT:
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge: O que se leva em
conta aqui é a questão familiar próxima.

“Aumenta-se a punição no caso de crime cometido


contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge, tendo em
vista a maior insensibilidade moral do agente, que viola o dever
de apoio mútuo existente entre parentes e pessoas ligadas
pelo matrimônio. Nesse caso, trata-se do parentesco natural ou
civil. Descartam-se, apenas, as relações de afinidade, como as
figuras do pai ou da mãe de criação e outras correlatas. Não se
aceita, também, pelo princípio da legalidade estrita, que vige
em direito penal, qualquer inclusão de concubinos ou
companheiros. Aliás, quando o crime for cometido em situação
de aproveitamento de união estável ou concubinato, é possível
a utilização da agravante de prevalência de relações
domésticas ou de coabitação." (NUCCI, Guilherme de Sousa.
Individualização da Pena. 6. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014.
p. 219).

Outra questão relevante é que crimes patrimoniais não violentos entre


ascendentes e descendentes não são punidos, e, quando entre colaterais,
sujeita-se a representação.

NUCCI:
CEZAR BITENCOURT:

f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas,


de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma
da lei específica: Essa alínea foi inclusa através da lei Maria da Penha, e deve
ser cuidado especial com a questão do Bis in idem, ou seja, quando falamos
em lesão corporal, do Art. 129, §9º, não poderemos utilizar essa agravante
para não incorrermos de punir duas vezes o agressor.

"(...) Legitima-se a exasperação da pena em face da violação dos


postulados de solidariedade e de assistência que devem reinar
nas situações ali descritas. A expressão 'abuso de autoridade'
relaciona-se ao direito privado (exemplo: tutor e tutelado).
Excluem-se as relações de direito público. Deve existir um
vínculo de dependência entre o agente e a vítima. Caracteriza-
se pelo mau uso que dela se faz, pelo excesso ou pela
violência, fora dos casos de exercício de cargo, ofício,
ministério ou profissão. Relações domésticas são as criadas
entre os membros de uma família, podendo ou não existir
ligações de parentesco (exemplo: patrão e babá de seu filho).
No tocante à união estável, em que não é possível sua
equiparação ao cônjuge para agravação da pena, nada impede
a inserção da companheira ou do companheiro nessa alínea
(prevalecendo-se das relações domésticas). Coabitação é a
moradia sob o mesmo teto, ainda que por breve período
(exemplo: moradores de uma república de estudantes). Deve
ser lícita e conhecida dos coabitantes. Pode ser voluntária,
fortuita, ou ainda coativa, como ocorre na carcerária.
Hospitalidade é a recepção eventual, durante a estadia
provisória na residência de alguém, sem necessidade de
pernoite (exemplo: receber amigos para um jantar). Afasta-se a
relação de hospitalidade quando o agente ingressa, clandestina
ou astuciosamente, ou ainda com violência, na moradia do
hospedeiro, uma vez que depende do seu consentimento para
caracterizar-se. Esses três últimos casos de relações –
domésticas, coabitação e hospitalidade – devem existir ao
tempo do crime, nada importando tenha sido o delito praticado
fora do âmbito da relação doméstica, ou do local que ensejou a
coabitação ou a hospitalidade. Incide a agravante genérica,
exemplificativamente, quando o morador de uma república
subtrai bens de um colega que com ele divide a residência em
momento no qual estavam no interior de um ônibus, no
transporte à faculdade. (...)" (MASSON, Cleber. Código Penal
Comentado. 3. ed. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo:
Método, 2015. p. 345). (grifos no original)
CEZAR BITENCOURT:
NUCCI:
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício,
ministério ou profissão: A prática deste crime exige um elemento objetivo –
maior facilidade para a prática do delito -, e outro subjetivo – uso ilegítimo ou
além dos limites do poder que o cargo concede ao agente. Os crimes de abuso
de poder tem como característica serem praticados por agentes públicos ou por
quem esta fazendo as vezes deste, e por esse motivo também se deve ter
atenção quanto aos chamados crimes funcionais, previsto no CP, para que não
se incorra no bis in idem.

No que se refere à violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério


ou profissão, nos referimos a atividades de natureza privada.

"Ofício é atividade pública autorizada a quem não


detém cargo público, como a dos leiloeiros oficiais. Equivale à
função, atividade pública, essencialmente provisória, dada a
transitoriedade do serviço a que visam atender. Ministério é
atividade desempenhada por religiosos independentemente do
culto. Profissão é a atividade exercida com grau mínimo de
preparo ou especialização. A condição é que a profissão esteja
regulamentada em lei, sem o que não há falar-se em quebra de
deveres a ela inerentes. É na lei regulamentadora que pode-se
encontrar o rol desses deveres, v.g., nas que regulam a
medicina, a odontologia, a engenharia e a advocacia, tanto
assim que os médicos, os dentistas, os engenheiros e os
advogados ficam sujeitos pelas infrações ético-disciplinares, a
procedimento sancionador dos órgãos de classe incumbidos de
fiscalizar o exercício profissional (CREMERS, CREA, OAB)."
(BOSCHI, José Antonio Paganella. Das Penas e seus Critérios
de Aplicação. 7. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado
Editora, 2014. p. 219).
NUCCI:
CEZAR BITENCOURT:
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher
grávida: A vulnerabilidade ou exposição dos agentes passivos desta alínea fica
evidente, e por esse motivo os crimes praticados contra eles são punidos mais
severamente. Outro fator importante é o nível de covardia e a facilidade que o
ofensor terá em cometer o crime.

Para a configuração da agravante, leva-se em conta que criança é


aquela com idade inferior a 12 anos; maior de 60 anos com comprovação por
documento hábil; enfermo que tem sua capacidade reduzida em decorrência da
doença. O Critério mais preponderante nesta agravante é a questão da mulher
grávida, em que o agente deve ter o conhecimento da gravidez para que ela
resulte.

NUCCI:
CEZAR BITENCOURT:
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade: A
autoridade neste caso se trata de autoridade pública, ou seja, aquele que está
fazendo as vezes de Estado e mantem o agente sob sua tutela, impedindo, de
certa forma, que o agente possa utilizar de seus meios para defesa ou
proteção.

Deve-se ter a atenção quanto ao termo “imediata”, pois, de certa


maneira, todos estão tutelados pelo Estado, mas essa agravante refere-se
especificamente aos casos em que alguém se encontre preso, por exemplo, ou
sendo conduzido por uma autoridade policial.

NUCCI:

CEZAR BITENCOURT:
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade
pública, ou de desgraça particular do ofendido: Nos casos de calamidade tem-
se um entendimento de uma conduta social voltada à ajuda mútua, ao
assistencialismo, sendo assim, aquele que comete crimes nesta condição não
demonstra a mínima sensibilidade ou conduta baseada em valores sociais. Já
nos casos de desgraça particular parte-se da ideia que o ofendido encontra-se
em uma situação de vulnerabilidade psicológica que momentaneamente a
impedem de se defender.

NUCCI:

CEZAR BITENCOURT:
l) em estado de embriaguez preordenada: Essa situação é bastante
peculiar, uma vez que o pré-ordenado significa que o ofensor se alcooliza com
a finalidade de praticar o delito, seria o chamado “beber para criar coragem”.
Há de se salientar que a embriaguez não diz respeito somente ao álcool, mas
também substâncias que alteram o estado psíquico, como drogas, e que, em
virtude dessa alteração, torna a conduta mais gravosa, uma vez que o sujeito
pode extrapolar os limites do crime que pretendia cometer, e tampouco importa
se ela é completa ou incompleta. Aqui temos que ter o cuidado para não
confundir com a embriaguez fortuita e completa, que é um caso de exclusão da
culpabilidade.
NUCCI:
CEZAR BITENCOURT:
COMO SE FAZ O CÁLCULO:
2- Atenuantes (N. 233-249 C.814-824)

São causas específicas de redução da pena que devem ser operadas na


2º fase do procedimento trifásico da dosimetria da pena, constantes no artigo
65 do CP. Quando falamos em atenuantes podemos elencar “dois tipos” delas:
as nominadas e as inominadas. As nominadas estão nos Incisos e alíneas do
Art. 65 do CP, enquanto as inominadas ou genéricas estão no Art. 66.

Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena”.

Vale ressaltar que o “sempre”, assim como nas agravantes, também não
é absoluto, uma vez que a Súmula 231 do STJ diz que mesmo que haja
apenas circunstâncias atenuantes, a pena não poderá ser inferior a pena
mínima estipulada para o tipo penal.

NUCCI:

CEZAR BITENCOURT:
I – Ser o agente menor de 21 na data do fato ou maior de 70 na data da
sentença: Documento hábil que comprove; a menoridade é
Superpreponderante.

NUCCI:
CEZAR BITENCOURT:

II – o desconhecimento da lei: Não se deve confundir com o erro de


proibição, que é aquele que estingue a culpabilidade, o desconhecimento da lei
é o agente saber que aquele ato é proibido, mas não saber da existência da lei.
No entanto, essa atenuante é muito subjetiva, uma vez que o próprio código
Penal traz em seu texto “que o desconhecimento da lei é inescusável” o que de
certa forma é verdadeiro, pois, restando provado, ele não inocentará o agente,
e sim diminuirá a pena.

NUCCI:
CEZAR BITENCOURT:
III – ter o agente cometido:

a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral:


Da mesma forma que existem motivos torpes e fúteis que
aumentam a pena, um crime também pode ser cometido
baseado em algum valor que o agente acreditava ser de
relevância para a sociedade ou da moralidade. Podemos citar
o exemplo de uma pessoa que entra em um mercado e furta
uma caixa de leite para dar a uma criança de rua que estava
passando fome. É claro que se deve observar o caso em si e
ver se não é uma questão de um valor insignificante, ou um
caso de estado de necessidade.

NUCCI:
CEZAR BITENCOURT:
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o
crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as consequências, ou ter, antes do julgamento,
reparado o dano: Não pode ser confundido com o arrependimento posterior, do
Art. 16, quando, sem violência ou grave ameaça e antes da denúncia, o agente
repara o dano ou restitui a coisa, terá sua pena diminuída de um a dois terços.
Aqui estamos falando de um “arrependimento” que ocorre entre a denúncia e a
sentença ou ainda o sujeito tentou minorar as consequências, mas não
conseguiu evitar o delito, que, caso conseguisse, seria enquadrado no
arrependimento eficaz e desistência voluntária do Art.15.

NUCCI:
CEZAR BITENCOURT:

c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento


de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção,
provocada por ato injusto da vítima: no caso da coação, deve ser analisado o
caso em concreto, uma vez que somente assim pode se ter uma ideia do grau
de resistência, sendo que caso a mesma fosse irresistível haveria a exclusão
da conduta – coação física – ou da culpabilidade – coação moral. Nesse caso,
sendo resistível, tanto a moral quanto a física, o que se diminui é sua
reprovabilidade. No cumprimento de ordem de autoridade superior temos os
casos em que se a mesma não fosse manifestamente ilegal acarretaria na
inexigibilidade de conduta diversa, no entanto quando ilegal, o agente está
agindo em sociedade daquele que ordenou, tendo sua pena abrandada pelo
fato do poder hierárquico que disciplina o Serviço Público. Já sobre a influência
de violenta emoção, provocada dor ato injusto da vítima, Souza diz o seguinte:

A parte final do art. 65, III, 'c', do CP, diz


respeito aos chamados delitos passionais, isto é,
aos atos praticados em razão de forte descarga
emocional em reação a injusta provocação da
vítima. O arrebato das emoções, em geral violentas,
não altera a normalidade de entender e de querer,
que é a substância da imputabilidade (art. 28, I, do
CP), mas permite a diminuição da reprovabilidade. A
influência diferencia-se do domínio apenas por sua
menor intensidade. Nesse sentido, o homicídio ou a
lesão corporal praticados sob o domínio de violência
emoção acarreta as formas privilegiadas dos arts.
121, § 1º, e 129, § 4º, do CP. Atente-se, ainda, que a
atenuante sob consideração não alude a um vínculo
de proximidade temporal – não se exige o logo após
–, mas este parece inerente à relação de causa e
efeito exigida entre o ato injusto da vítima e a reação
explosiva do agente. Eventual solução de
continuidade entre um e outro poderá empiricamente
descaracterizar a presente atenuante. Por seu turno,
ato injusto da vítima embora possa não ser,
necessariamente, ato criminoso, é uma atitude não
amparada pelo Direito, o que corrobora o tratamento
menos severo ao infrator. Por fim, não há que
confundir a injusta provocação da vítima com a
injusta agressão, pois, no último caso, poderá
acarretar a excludente de antijuridicidade da legítima
defesa, desde que presentes os demais requisitos
do art. 25, do CP."

NUCCI:
CEZAR BITENCOURT:
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do
crime: Confissão é admitir contra si (contra outros é delação) a prática de um
crime, tendo pleno discernimento (capacidade), espontaneidade, e de forma
expressa diante de uma autoridade competente em ato solene.

- Contra si.

- Pleno discernimento.

- Espontaneidade (diferente de voluntária).

- Expressa.

- Autoridade policial (para atenuante não vale) ou Judiciária.

- Ato público ou solene (audiência)

- Total (confessa tudo. ex: 157,§2º,I,II) Parcial (Confessa partes ex:157).

NUCCI:
CEZAR BITENCOURT:
e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o
provocou: A doutrina entende que quando o agente esta participando de algum
ato que envolva multidões esse pode ser tomado por emoções, sejam elas
pessoais, sejam elas pelo discurso dos demais, que acabam fazendo com que
ele tenha um sentimento de divisão da conduta, ou seja, pode praticar atos
quejá mais cometeria se sozinho estivesse. Aqui temos como exemplo as
invasões de áreas de terras e brigas em estádios de futebol. O quantum que
caracteriza a multidão será definido por critérios subjetivos do juiz.
NUCCI:
CEZAR BITENCOURT:
Atenuante Inominada: (N. 249-254 C.825)

Art. 66 – A pena poderá ser ainda atenuada em razão de circunstância


relevante, anterior ou posterior ao crime, embora não prevista em lei. (Ser algo
relevante, não previsto em lei e algo pessoal) Ex: o Estuprador também ter sido
estuprado quando “pequeno”.

NUCCI:
CEZAR BITECOURT:
3- CONCURSO ENTRE AGRAVANES E ATENUANTES:

Art. 67- No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve


aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes,
entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime,
da personalidade do agente e da reincidência.

É feita a subjetividade sobre o cálculo da divisão por 6.

- Preponderante  Reincidência (1 só)

 Motivos do crime (+ de 1)

 Personalidade do agente (muito subjetivo)

 Super preponderante(menor de idade) +

 Preponderante + ou –

 Residuais –

* Com esses cálculos consigo a proporcionalidade, razoabilidade e


individualização da pena.

* Só aplico esse cálculo ou subjetividade se tiver mais que uma


agravante ou atenuante.
NUCCI:
CEZAR BITENCOURT:
CÁLCULO DA PENA PROVISÓRIA:
4- PENA DEFINITIVA: (N. 261-266 – C. 838-847)

Causas de aumento e diminuição

Aqui pega apena provisória e faz o calculo das frações dos parágrafos
ou incisos.

Ex: Tentativa Art. 14 ]

Erro de proibição inescusável ] PARTE GERAL

Arrependimento posterior ]

Art. 157, §2º ]

Art. 121, §1º ]

Art. 141 ] PARTE ESPECIAL

Art. 216-A, §2º ]

Art. 317, §1º ]

Critérios de Aplicação:

 Não podem ser compensadas.

 Aplicam-se umas sobre as outras (em cascata)

 Primeiro as majorantes, depois as minorantes.

Na tentativa se leva em consideração o “iter criminis” (caminho do


crime), ou seja, quanto mais próximo da consumação, mais gravosa será a
pena.

Ex: Art. 14 Pú; Assalto a banco:

- Se pegar na entrada é –

- se pegar dentro do banco –e +

Art. 155 §4º, IV – Dobro


Art. 157 §2º, II – um terço a metade

(violam o princípio da proporcionalidade, no entanto, as circunstancias


do §2º não podem mudar a pena tipificada em outro artigo, no caso 155).

NUCCI:
CEZAR BITENCOURT:
CÁLCULO DA PENA DEFINITIVA:

5- CONCURSO DE CRIMES (Art. 69, 70 e 71 do CP): (N. 265-266 – C.


870-881)

Concurso Material: 2 ou+ condutas que vão gerar 2 ou + resultados,


idênticos ou não. Calcula-se as penas individualmente e depois soma-se.

Ex: Art 121 (12A) + Art. 129 (1A) + Art. 157 (6A)= 19 anos

Art, 69- Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão,


pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se
cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido.
No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de deteçao,
executa-se primeiro aquela.

§1º- Na hipótese deste artigo, quando ao agente tiver sido aplicada pena
privativa de liberdade, não suspensa, por um dos crimes, para os demais
será incabível a substituição de que trata o art. 44 deste código.

§2º- Quando forem aplicada penas restritivas de direitos, o condenado


cumprirá simultaneamente as que forem compatíveis entre si e
sucessivamente as demais.

Concurso Formal: 1 só conduta que vai gerar 2 ou + resultados,


idênticos ou não.

Ex: Incendeio uma casa (Crime X, 1A), tinha gente dentro (Art. 121, 2A +
1/6 a ½).

Art, 70- Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica


dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das
penas cabíveis ou, se iguais, somente uma delas, mas aumentada, em
qualquer caso, de um sexto até a metade. As penas aplicam-se,
entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosa e os crimes
concorrentes resultam de desígnios autônomos, consoante o disposto no
artigo anterior.

Parágrafo Único- Não poderá a pena exceder a que seria cabível pela
regra do art. 69 deste código.

Crime Continuado: É uma ficção jurídica onde se reconhece que houve


um desdobramento da mesma ação quando o sujeito, mediante mais de uma
conduta pratica dois ou + crimes da mesma espécie, em condições de tempo,
lugar, modo de execução e outras circunstâncias semelhantes.

* É diferente de crime permanente (Sequestro ou tráfico de drogas).

Art, 71- Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão,


pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de
tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os
subsequentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a
pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas,
aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços.
Parágrafo Único- Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes,
cometidos com violência ou grave ameaça à pessoa, poderá o juiz,
considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a
personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias,
aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se
diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único do art. 70
e do art. 75 deste Código.

NUCCI:
CEZAR BITENCOURT:
6- CAUSA DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE (Art. 107 do CP):
(C.963-968)

É a perda do direito de punir do Estado.


Art. 107- Extingue-se a punibilidade:

I- Pela morte do agente.

 Princípio da personalidade da pena, não pode passar para os outros.


Ex: no direito penal não se transmite a dívida do de cujos aos familiares,
já no direito civil vai até o valor da herança transmitida.

 Documento hábil. Ex: Certidão de óbito.


II- Pela anistia, graça ou indulto.

 Anistia-  Congresso Nacional – Lei de Anistia.

 Esquecimento do ilícito (não do fato).

 Crimes políticos, eleitorais e militares.

 Extingue os efeitos penais (os civis não).

 Não gera reincidência.

 Indulto- Presidente da República – Decreto (Natal geralmente).

 Para um grupo de pessoas

 Tem requisitos. Ex: Não hediondo, não reincidente, ...

 Crimes comuns.

 Não gera reincidência.

 Graça-  Presidente da República.

 Individual.

 Decreto.
III- Pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como
criminoso.

* É o chamado “abolitio criminis”.

* Lei posterior que revoga lei anterior.

* Não gera reincidência.

** A lei de drogas continua tratando a posse como crime, oque mudou foi
a pena.
IV- Pela prescrição, decadência ou perempção.

Ação privada / pública condicionada.

 Decadência- Decai o direito da ação (6 meses); Açao privada ou


condicionada; è anterior à ação.

 Perempção- Ao longo do processo; somente nas açõesprivadas.

1º- Quando o autor deixr de promover o andamento da ação por mais de


30 dias.

2º- quando o sucessor legal do demandante não assumir o processo em


60 dias.

3º- Quando o autor deixar de comparecer a ato processual obrigatório ou


não pedir a condenação.

4º- Quando o querelante for PJ e se extingue sem deixar sucessor no


processo.
V- Pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos
crimes de ação privada.

 Nas ações privadas, nas publicas não.

 Renúncia expressa e anterior ao processo.

 Perdão, ao longo do processo, para todos, e o perdoado tem que


aceitar.

VI- Pela retratação do agente, nos casos em que a lei admite.

 Somente até a sentença.

 Só em: Calúnia, difamação, falso testemunho e falsa perícia.


VII- Pelo perdão judicial nos casos previstos em lei.

- Art. 121, §5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar


de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio
agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária.

- Art. 140, §1º, I e II - § 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:

I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a


injúria;

II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.

- Art. 180, § 5º, 1º parte - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário,


pode o juiz, tendo em consideração as circunstâncias, deixar de aplicar a
pena.

- Art. 242, PÚ - Se o crime é praticado por motivo de reconhecida


nobreza.

- Art. 249, § 2º - No caso de restituição do menor ou do interdito, se este


não sofreu maus-tratos ou privações, o juiz pode deixar de aplicar pena.

** em ambos se verifica a materialidade e autoria. Não conta como


reincidência.

Ação Pública (denúncia do MP X Réu)  Incondicionada

 Condicionada (repres. vítima)

Ação Privada (queixa crime da Vítima)  Querelante

 Querelado

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