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DIREITO PENAL ESPECIAL E LEGISLAÇÃO EXTRAVAGANTE1

PROF. ALEX RIBEIRO CABRAL

AULA 02 – HOMICÍDIO QUALIFICADO

I – INTROITO

O crime de homicídio qualificado consta no nosso Código Penal desde a sua


versão inicial, em 1940.

Todavia, no início tínhamos cinco incisos ao artigo 121, §2º, do CP, sendo
certo que a partir de 2015 mais quatro circunstâncias qualificadoras foram inseridas ao
parágrafo mencionado acima, sendo acrescidos o inciso VI (feminicídio – incluído pela Lei
13.104/2015), o inciso VII (contra autoridade ou agente descrito no art. 142 ou 144 da CF,
bem como contra seu cônjuge e parentes - incluído pela Lei 13.142/2015), o inciso VIII
(com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido – incluído pela Lei 13.964/2019
(Pacote anticrime)) e o inciso IX (contra menor de 14 anos - incluído pela Lei 14.344/2022
(Lei Henry Borel)).

Enquanto o preceito secundário (sanção penal) para o homicídio simples tem


a pena mínima prevista em 6 e a máxima em 20 anos, no homicídio qualificado a sanção
mínima salta para 12 e a máxima para 30 anos.

Além disso, o homicídio qualificado é considerado crime hediondo, o que


não se dá com o homicídio simples (a não ser quando praticado em atividade típica de
grupo de extermínio) nem com o homicídio privilegiado.

Veremos a partir de agora as classificações doutrinárias de todas as


circunstâncias qualificadoras.

1
Elaborado com base, precipuamente, nas obras: GRECO, Rogério. Código Penal Comentado; CAPEZ, Fernando.
Curso de Direito Penal; GONÇALVEZ, Victor Eduardo Rios. Direito Penal Esquematizado: Parte Especial; SANCHES,
Rogerio. Manual de Direito Penal: volume único.
II. CLASSIFICAÇÃO E CONCEITUAÇÃO DAS QUALIFICADORAS

1) Classificação Quanto à Subjetividade e Objetividade

A) Subjetivas

As qualificadoras subjetivas são relacionadas à motivação do agente: motivo


torpe, fútil, mediante paga ou promessa de recompensa, conexão (para assegurar a
execução, ocultação, impunidade ou vantagem em relação a outro crime); feminicídio2 e
homicídio de autoridade ou agente previsto no art. 142 ou 144 da CF e seu cônjuge e/ou
parentes.

B) Objetivas

2
O STJ contraria quase toda a doutrina e considera que o feminicídio é qualificadora objetiva.

STJ: Nessa linha, trecho da decisão monocrática proferida pelo Ministro Felix Fischer, REsp n.
1.707.113/MG (DJ 07/12/2017), no qual destacou que considerando as circunstâncias subjetivas e
objetivas, temos a possibilidade de coexistência entre as qualificadoras do motivo torpe e do feminicídio.
Isso porque a natureza do motivo torpe é subjetiva, porquanto de caráter pessoal, enquanto o
feminicídio possui natureza objetiva, pois incide nos crimes praticados contra a mulher por razão do seu
gênero feminino e/ou sempre que o crime estiver atrelado à violência doméstica e familiar propriamente
dita, assim o animus do agente não é objeto de análise. (AgRg no REsp 1.741.418/SP, Relator Ministro
REYNALDO SOARES DA FONSECA, QUINTA TURMA, julgado em 07/06/2018, DJe 15/06/2018).

Sobre o tema, leciona Guilherme de Souza Nucci que se trata de uma qualificadora objetiva, de forma
que os jurados podem, inclusive, reconhecer a qualificadora do feminicídio quando da apreciação do
homicídio privilegiado. E acrescenta que a qualificadora do feminicídio se liga ao gênero da vítima: “Não
aquiescemos à ideia de ser uma qualificadora subjetiva (como o motivo torpe ou fútil) somente porque
se inseriu a expressão “por razões de condição do sexo feminino”. Não é essa a motivação do homicídio.
O agente não mata a mulher porque ela é mulher, mas o faz por ódio, raiva, ciúme, disputa familiar,
prazer, sadismo, enfim, motivos variados, que podem ser torpes ou fúteis; podem, inclusive, ser
moralmente relevantes”. Para ele, esse entendimento é o que se coaduna com a real proteção à mulher
em situação de hipossuficiência ou vulnerabilidade, pois, se fosse meramente subjetiva, o homicídio
com duas qualificadoras seria apenas feminicídio, pois os motivos do agente seriam desprezados, tal
como ocorreu no caso ora em análise.
São as qualificadoras concernentes ao meio (veneno, fogo, explosivo, tortura
ou outro meio insidioso ou cruel ou de que possa resultar perigo comum) e ao modo de
execução (traição, emboscada, dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne
impossível a defesa do ofendido).

Obs.1: havendo qualificadora objetiva, é possível o reconhecimento do


homicídio privilegiado, a depender da situação fática em que ocorreu o crime (relevante
valor social, moral ou domínio de violenta emoção logo em seguida a injusta provocação
da vítima). Todavia, havendo qualificadora de ordem subjetiva, não é possível, de nenhuma
forma, o reconhecimento do homicídio privilegiado.

Obs.2: atenção ao artigo 30 do Código Penal (Art. 30 - Não se comunicam


as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do
crime). Para o presente estudo, o artigo em questão é importante, pois havendo concurso
de agentes, a qualificadora subjetiva pode estar relacionada a somente um dos agentes e não
a todos que praticaram o homicídio. Ex.: Ana diz para sua melhor amiga, Silvia, que está
sofrendo violências cotidianas de seu pai, tendo medo de morrer, convencendo Silvia a
participar de um plano para matar o pai de Ana. Contudo, na verdade, Ana não vem
sofrendo violência de seu pai, mas sim planeja matá-lo para ficar com sua herança. Caso
Ana e Silvia matem o pai de Ana, esta responderá por homicídio qualificado pelo motivo
torpe, enquanto Silvia, que não sabia a real intenção de Ana, não responderia pela
qualificadora em questão. Isto ocorre justamente porque, em regra, não se comunicam as
circunstâncias e as condições de caráter pessoal, conforme disposto no artigo 30 do Código
Penal.

2) Classificação Quanto aos Motivos, Meio Empregado, Modo de


Execução e Por Conexão

2.1 Quanto aos Motivos: torpe, fútil, mediante paga ou promessa de


recompensa, feminicídio e homicídio de autoridade ou agente previsto no art. 142 ou 144
da CF e seus parentes.
No tocante a tais motivos, a lei considera que o crime é considerado mais
grave por ser considerado imoral, repugnante, vil ou de caráter desproporcional.

A) Fútil: motivo desproporcional. Ex.: agente atira na vítima porque tomou


“fechada” no trânsito; agente mata a vítima em virtude de discussão por time de futebol;
agente mata a namorada porque “olhou para o lado”.

* Discussão que antecede o homicídio. Existindo forte discussão entre agente


e vítima antes do crime, mesmo que a origem da discussão seja algo fútil, entende-se que
deve ser afastada a qualificadora em questão, pois o crime se deu em decorrência da
discussão, troca de ofensas etc.

B) Torpe: repugnante, desprezível. Ex.: agente mata os pais para ficar com
a herança; o agente é suplente de um senador e mata o titular do cargo, para tomar-lhe o
lugar; agente que mata o cônjuge para ficar com o seguro de vida; integrante de facção
criminosa que mata rival de facção para tomar controle do tráfico na região; homicídio por
preconceito de cor, raça, religião, origem etc.

* Não é possível o homicídio ser qualificado por motivo fútil e torpe ao


mesmo tempo. Um dos dois deve ser aplicado e o outro será excluído.

C) Mediante paga ou promessa de recompensa (homicídio


mercenário): o agente (EXECUTOR) recebe do mandante dinheiro ou promessa de
recompensa para matar a vítima. Não é necessário que o valor tenha sido recebido em si.
Pode ocorrer de o mandante prometer pagar, o executor efetivamente matar a vítima, mas
não receber. Ainda assim, o executor responde por essa qualificadora, pois o motivo que o
levou a tirar a vida da vítima foi vantagem financeira.

Obs.: o mandante do homicídio também responde por essa qualificadora?

Duas correntes:
1ª Corrente – Não responde o mandante pela qualificadora, somente o
executor, pois foi este quem matou por dinheiro, como o artigo exige. Além disso, o art. 30
prevê que as circunstâncias do crime não se comunicam. A qualificadora em questão é um
tipo de circunstância e havendo concurso de agentes, não se comunicam. Assim, somente
responderia nessa qualificadora o executor.

2ª Corrente – Ambos (mandante e executor) respondem por essa


qualificadora. Entende essa corrente que se trata de crime de concurso necessário, pois se
não existisse o mandante, não existiria o executor, ou seja, crime algum existiria, na ausência
de vontade do mandante. Assim já se manifestaram o STF nos HC 66.571 e 71.582 e o STJ
no HC 78.643/PR.

D) homicídio de autoridade ou agente previsto nos artigos 142 e 144 da


CF, bem como cônjuge ou parente: polícia civil, militar, federal, rodoviária, penal, guardas
municipais (art. 144, §8º), bombeiros militares etc; integrantes das Forças Armadas
(Exército, Marinha e Aeronáutica).

VII – contra autoridade ou agente descrito nos


arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do
sistema prisional e da Força Nacional de Segurança
Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou
contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo
até terceiro grau, em razão dessa condição:

E) feminicídio

O feminicídio consiste em forma qualificada do crime de homicídio, a partir


da qual o agente mata mulher no contexto de violência doméstica e familiar ou por
preconceito/discriminação/misoginia/discriminação à condição de mulher.

Nem todo assassinato de mulher, portanto, será feminicídio. Necessário que


se verifique um dos contextos acima mencionado.

Eis o art. 121, §2º, VI, §2º-A, incisos I e II, CP:


VI – contra a mulher por razões da condição de
sexo feminino:

Pena – reclusão, de doze a trinta anos.

§ 2º-A Considera-se que há razões de condição


de sexo feminino quando o crime envolve:

I – violência doméstica e familiar;

II – menosprezo ou discriminação à condição


de mulher.

O feminicídio, portanto, ocorrerá quando o atentado contra a vida da mulher,


for originado de violência doméstica ou familiar, bem como quando tiver por origem a
violência de gênero, caracterizada por misoginia (antipatia/aversão mórbida a mulheres) ou
menosprezo à condição de mulher.

Ex. de menosprezo ou discriminação à condição de mulher.: discussão em


bar sobre times de futebol, na qual o agente mande a mulher calar a boca, porque mulher
não pode discutir futebol e tem que ir para casa lavar roupa. Vindo a resultar violência
contra a vida da mulher, tendo como origem discussão desse jaez, fica caracterizada a
violência de gênero, pois o papel social da mulher, na visão do indivíduo, estaria sendo
extrapolado, pois não poderia estar com ele, em condições de igualdade, debatendo sobre
determinado tema, em tese somente acessível ao universo masculino.

Havendo atentado contra a vida da mulher no âmbito doméstico/familiar


(ex.: marido que mata a esposa após discussão do casal) não há dúvidas de que estará a se
falar de feminicídio. Mas percebam que mesmo não havendo contexto doméstico/familiar
nem de relações íntimas de afeto, ainda assim será considerado feminicídio ou tentativa de
feminicídio quando houver atentado contra a vida da mulher em circunstâncias de
misoginia ou menosprezo à condição de mulher.

Obs.1: mulher transexual. É possível que o agente responda a feminicídio


caso mate mulher transexual?
Duas correntes:

1ª Corrente: mulher transexual não é mulher e não pode ser vítima de


feminicídio. Mesmo nas hipóteses em que há cirurgia para alteração dos órgãos genitais em
órgãos de conformidade feminina, não se altera a natureza da condição com a qual a pessoa
nasceu, não podendo o Código Penal expandir a interpretação do conceito de mulher para
abranger a conduta do agente que mata mulher transexual.

2ª Corrente: a mulher trans pode ser vítima de feminicídio de acordo com a


maior parte da doutrina. Sequer é necessária a realizar de cirurgia para alteração dos órgãos
genitais ou a alteração de registros. Basta que se reconheça como uma transexual. Ao longo
do tempo, tal realidade vem sendo reconhecida em legislação e na jurisprudência.3

3
Resolução nº 11/2021 do Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoção
dos Direitos das Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – Ligado ao Ministério dos Direitos
Humanos – estabelece, dentre outros, parâmetros para inclusão de nome social nos boletins de
ocorrência emitidos pelas autoridades policiais.

Decreto 8727/2016: Art. 3º Os registros dos sistemas de informação, de cadastros, de


programas, de serviços, de fichas, de formulários, de prontuários e congêneres dos órgãos e das
entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional deverão conter o campo
“nome social” em destaque, acompanhado do nome civil, que será utilizado apenas para fins
administrativos internos.

ADI 4275 – STF – Julgamento de Procedência da Ação Direta de Inconstitucionalidade


do Art. 58 da Lei 6.015/75, que estabelecia que o prenome era definitivo, não podendo ser alterado, a
não ser no caso de apelidos públicos e notórios. Tal redação não mais vigora, pois o STF decidiu: “A
pessoa transgênero que comprove sua identidade de gênero
dissonante daquela que lhe foi designada ao nascer por autoidentificação
firmada em declaração escrita desta sua vontade dispõe do direito
fundamental subjetivo à alteração do prenome e da classificação de
gênero no registro civil pela via administrativa ou judicial,
independentemente de procedimento cirúrgico e laudos de terceiros, por
Evidentemente, necessário que o homicídio tenha ocorrido por menosprezo
à condição de mulher trans ou no ambiente doméstico e familiar. Caso contrário, não será
possível a configuração de feminicídio.

Obs.2: qualificadora subjetiva ou objetiva

A natureza jurídica da qualificadora para a maior parte da doutrina é subjetiva,


pois está relacionada ao motivo do crime ser originado a partir do menosprezo,
discriminação ou preconceito em relação à mulher.

Para o STJ e Tribunais, entretanto, vem sendo considerada de natureza


objetiva, como visto na nota de rodapé da página 02. Para o STJ o feminicídio possui
natureza objetiva, pois incide nos crimes praticados contra a mulher por razão do seu
gênero feminino e/ou sempre que o crime estiver atrelado à violência doméstica e familiar
propriamente dita, assim a intenção do agente não é objeto de análise.

Obs.3: majorantes no feminicídio (art. 121, §7º):

§ 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3


(um terço) até a metade se o crime for praticado:

I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses


posteriores ao parto;

II - contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos,


com deficiência ou com doenças degenerativas que
acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física
ou mental;

III - na presença física ou virtual de


descendente ou de ascendente da vítima;

IV - em descumprimento das medidas


protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do
caput do art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006.

se tratar de tema relativo ao direito fundamental ao livre


desenvolvimento da personalidade”.
F) Contra Menor de 14 anos (Lei Henry Borel – 14.344/2022)

Obs.: Majorantes (art. 121, §2º-B, I, II e III)

§ 2º-B. A pena do homicídio contra menor de 14


(quatorze) anos é aumentada de:

I - 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é pessoa com


deficiência ou com doença que implique o aumento de sua
vulnerabilidade;

II - 2/3 (dois terços) se o autor é ascendente, padrasto


ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador,
preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tiver
autoridade sobre ela.

III - 2/3 (dois terços) se o crime for praticado em


instituição de educação básica pública ou privada. (Incluído pela Lei
nº 14.811, de 2024)

2.2 Quanto ao Meio Empregado: veneno, fogo, explosivo, tortura ou


outro meio insidioso ou cruel ou de que possa resultar perigo comum e, mais recentemente,
por meio de arma de fogo de uso restrito ou proibido.

Em relação ao meio empregado, a lei torna mais severa a reprimenda porque


leva em conta que o agente causa elevado sofrimento à vítima ou porque gera perigo a mais
pessoas ou, ainda, porque o meio adotado é levado a efeito para praticar o ato de forma
velada (veneno).

A) veneno (venefício): para a qualificadora em questão, entende a maior parte


da doutrina que o veneno deve ser ministrado de forma velada, sub-reptícia.

B) fogo e explosivo: aplicável quando o fogo ou explosivo são causas diretas


da morte ou quando ambos geram situação que ocasiona a morte da vítima. Ex.: agente
coloca fogo em celeiro com a vítima, vindo o fogo a derrubar parte do celeiro em cima da
vítima, que morre em decorrência de traumatismo craniano. Ex. 2: agente que coloca
explosivo em avião, causando a queda da aeronave e a morte dos passageiros em virtude
do impacto do avião com o solo.
C) tortura: agente que atua com animus necandi, mas se utilizando de tortura
para matar a vítima. Tal situação difere da tortura qualificada pela morte (art. 1º, §3º, Lei
9455/97), afinal nesta há dolo na tortura e culpa na morte.

D) outro meio insidioso ou cruel ou de que possa resultar perigo comum:


situações nas quais o agente agirá de modo ardiloso (insidioso) ou cruel para matar a vítima
ou, ainda, agirá expondo várias pessoas a risco. Ex. (meio insidioso): para parte da doutrina,
pessoa que aplica dolosamente substância apta a causar choque anafilático na vítima
responde por outro meio insidioso, pois a substância pode ser um medicamento, que não
tem característica de veneno. Ex. (meio cruel): matar pessoa a pauladas, aumentando o
sofrimento da vítima. Ex. (perigo comum): executar plano de assassinato com tiros em via
pública movimentada, aumentando a chance de terceiros serem atingidos.

E) com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido.

2.3 Quanto ao Modo de Execução: traição, emboscada, dissimulação ou


outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido.

Tais qualificadoras têm relação com condutas ardilosas perpetradas pelo


agente para dificultar ou impossibilitar que a vítima se defenda.

Ex.: emboscada: agente que faz tocaia, aguardando a passagem da vítima em


certo local para matá-la; traição: agente que se vale de amizade para atrair a atenção da
vítima ao local em que será executado o crime; dissimulação material: agente que se veste
com roupa de policial em evento público para acessar local próximo àquele que estará a
autoridade que pretende matar; dissimulação moral: agente que pretende matar a vítima
e engana, chamando-a para entrevista de emprego, quando em verdade, matará a vítima
quando ela chegar ao local combinado.

2.4 Por conexão: para assegurar a execução, ocultação, impunidade ou


vantagem em relação a outro crime.
Quanto a essa qualificadora, o agente tem motivação torpe, definido em
inciso próprio, pois mata para livrar-se de outro crime ou para garantir a execução ou
vantagem em relação a outro delito.

III – LEI DE CRIMES HEDIONDOS

A Lei 8.072/90 traz todas as hipóteses de homicídio qualificado como crimes


hediondos. (art. 1º, I).

Em relação ao homicídio simples poderá ser hediondo, tão somente aquele


praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente.
(art. 1º, I).

Importante ressaltar que nas hipóteses em que o homicídio for considerado


privilegiado/qualificado, o privilégio retira a hediondez da infração penal.

A Lei trata de forma mais severa aqueles que cometem crimes hediondos,
impedindo a concessão de graça, anistia, indulto e fiança e dificultando a progressão de
regime e livramento condicional.

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