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FACULDADE DA AMAZÔNIA

MARIA GABRIELA ROSA MOREIRA


SANDRA SILVA DE OLIVERIA DA DILVA
WILLIAMS MORAES MAGALHÂES

TITULO:
CRIME DE HOMICIDIO E QUALIFICADORAS

ANANINDEUA
2023
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MARIA GABRIELA ROSA MOREIRA


SANDRA SILVA DE OLIVEIRA DA SILVA
WILLIAMS MORAES MAGALHÂES

TITULO:
CRIME DE HOMICIDIO E QUALIFICADORAS

TRABALHO AVALIATIVO DO 1º NPC


PROFESSOR KLEYTON FERNADO

ANANINDEUA
2023
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O crime de homicídio está tipificado no artigo 121 do atua código penal e pode ser praticado
das mais variadas formas. Na forma simples, consiste em matar alguém, uma pessoa executar
a outra, sem que qualifiquem ou privilegiem o ato praticado pelo autor. Pena- reclusão de seis
a vinte anos. A objetividade jurídica é a proteção da vida humana extrauterina como bem
jurídico tutelado.

Na forma qualificada, que é o objeto analisado nesse trabalho, há circunstancias que torna o
ato mais grave, a conduta tem valor diferenciado, demostrando um total desvalor com a vida
humana, e consequentemente aumenta a pena a ser aplicada previsto no §2º do artigo 121 do
Código Penal. Quando o legislador qualifica o crime, o faz na intenção de estabelecer maior
punição devido a certas circunstâncias (não previstas expressa ou intricadamente no tipo penal
básico), que são de “especial gravidade objetiva ou subjetiva” (GOMES: 2003, p. 193-194).

Todos dos crimes de homicídio qualificado foram taxados na lei de crimes hediondos, lei
8.072, de 25 de julho de 1990 que os tornou insuscetível de anistia, graça ou induto não sendo
possível a fiança artigo 2º inciso I e II, a competência para julgar do tribunal do júri. A pena
será inicialmente em regime fechado e a prisão temporária terá o prazo de 30 dias.

No artigo 121, §2º, inciso I - paga ou promessa de recompensa é uma circunstância


acidental do delito de homicídio, de caráter pessoal e, portanto, incomunicável
automaticamente aos coautores do homicídio, no entanto, não a proibição de que esta
circunstância de comunique entre o mandante e o executor. Esse crime é chamado pela
doutrina de homicídio mercenário.
Responde pelo homicídio qualificado não apenas aquele que pagou como também aquele que
recebeu a recompensa, que não precisa, necessariamente, ser uma vantagem econômica
(dinheiro, bens, perdão de dívida).
O motivo torpe é aquele repugnante, de extrema vileza, Francisco campos relata que o
motivo torpe “é o que suscinta a aversão, a luxúria, o despeito da imoralidade contrariada, o
prazer do mal, etc.” (HUNGRIA:1955, p. 244).

Inciso II traz a qualificadora do motivo fútil é aquele que por sua mínima importância, não é
causa suficiente para o crime, ou seja, é o motivo desproporcional ou inadequado à gravidade
do fato (HUNGRIA: 1955, p. 244).
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Inciso III tem a utilização do emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro
meio insidioso ou cruel, ou que possa resultar perigo comum.
O emprego de veneno é qualquer substância com capacidade para destruir as funções vitais, e
só e qualificado o crime se for aplicada de fora dissimulada (disfarçada). Fogo é o resultado
da combustão de produtos inflamáveis, que produz luz e calor insuportável para qualquer ser
humano. Explosivo é o produto ou artefato que, quando detonado, causa explosão capaz de

resultar a morte e produzir destruições em geral. Asfixia consiste em impedir a função

respiratória de forma mecânica ou tóxica. Perigo comum é aquele que pode atingir um

número indeterminado de pessoas. A tortura tem sua caracterização prevista na lei 9.455 de
7 de abril de 1997. Meio insidioso é aquele utilizado com estratagema (manha, ardil) ou
perfídia (deslealdade, traição). Meio cruel é aquele que submete a vítima a sofrimento inútil

ou além do necessário.

No inciso IV o fato é cometido a traição, de emboscada, ou mediante dissolução ou outro


recurso que dificulte ou torne impossível a defesa da vítima.
Traição é uma conduta inesperada por parte da vítima, praticada sorrateiramente.
Emboscada é a ação premeditada onde o agente aguarda a vítima de tocaia ou em esconderijo
para surpreendê-la em ataque indefensável. Dissimulação significa disfarçar, ocultar a
intenção criminosa, distrair a atenção da vítima para apanhá-la desprevenida.

No inciso V se o crime for cometido para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou


vantagem de outro crime. É chamado de homicídio por conexão o homicídio só foi cometido
em razão de outro crime. A conexão pode ser teleológica ou consequencial.

FEMENICÍDIO é a modalidade de homicídio qualificado que é a morte de uma mulher,


praticado por homem ou por outra mulher, motivada por razões da condição de sexo feminino
da vítima é o que traz o inciso VI. O § 2º do inciso VIII considera que há razões de condição
do sexo feminino quando o crime envolve violência doméstica e familiar, menosprezo ou
discriminação à condição de mulher. No entanto o termo feminicídio não pode ser confundido
com femicídio.
Femicídio é a morte de pessoa do sexo feminino, decorrente de uma conduta criminosa que
pode caracterizar um homicídio, culposo (simples ou qualificado) ou doloso (simples,
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privilegiado ou qualificado). No entanto, este delito é cometido sem nenhum vínculo com a
violência doméstica ou em razão de discriminação à condição de mulher, ou seja, o sexo da
vítima não constitui nenhuma espécie de motivação do crime, sendo, portanto, juridicamente
irrelevante.

Inciso VII- contra autoridade ou agente descritos nos artigos 142 e 144 da constituição
federal, integrantes do sistema prisional e da força nacional de segurança pública, no exercício
da função ou em decorrência dela, ou contra seu conjugue, companheiro ou parente
consanguíneo até o terceiro grau, em razão desta condição. A figura do crime funcional foi
classificada como crime qualificado com o advento da lei 13.142 de 2015.

Inciso VIII- com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido. Esta qualificadora foi
acrescida com o pacote ante crime lei 13.964/19. O decreto federal nº10.030/19 define ara de
fogo como sendo "arma que arremessa projéteis empregando a força expansiva dos gases,
gerados pela combustão de um propelente confinado em uma câmara, normalmente solidária
a um cano, que tem a função de dar continuidade à combustão do propelente, além de
direção e estabilidade ao projétil". E o decreto federal nº 9.847/17 define o que vem a ser
arma de uso permitido, restrito e proibido.
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REFERÊNCIAS

1 GOMES, Mariângela Gama de Magalhães. O Princípio da Proporcionalidade no Direito Penal. São


Paulo: Revista dos Tribunais, 2003.

3 ORTEGA, Flavia Teixeira. Incide a qualificadora do motivo torpe em relação ao mandante de

homicídio mercenário? Como entende o STJ?. Jusbrasil. Disponível em:

https://draflaviaortega.jusbrasil.com.br/noticias/312692817/incide-a-qualificadora-do-motivo-torpe-
em-relacao-ao-mandante-de-homicidio-mercenario-como-entende-o-stj. Acessado em 14 mar 2023.

3 HUNGRIA, Nélson. Novas questões jurídico-penais. Rio de Janeiro: Ed. Nacional de Direito, 1945.

4 CUNHA, Rogério Sanches. Manual de direito penal: parte geral (arts. 1° ao 120). 8ª ed. rev., ampl.
e atual. - Salvador: JusPODIVM, 2020.

5 BRASIL. Lei n. 8.072, de 25 de julho de 1990. Dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do
artigo 5º, inciso XLIII, da constituição federal, e de outras providências. Diário Oficial da União. 25 jul
1990. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8072.htm. Acessado em: 14 mar
2023.

5 BRASIL. Decreto lei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código Penal. Diário Oficial da União. 31
dez 1940. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm.
Acessado em: 14 mar 2023
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