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REVISÃO - DIREITO PENAL ESPECIAL E EXTRAVAGANTE

1. Pode ser sujeito ativo de infanticídio:


a) qualquer pessoa que cometa crime de homicídio contra crianças menores de quatorze anos.
b) apenas os pais de criança com menos de trinta dias.
c) somente a mãe do recém-nascido.
d) os pais da criança recém-nascida.

*Infanticídio - Art. 123 : Matar, sob estado puerperal ( Logo, ainda que com cogita-
ção de coautoria ou participação, o sujeito ATIVO do infanticídio é a MÃE sob ESTADO
PUERPERAL.)

2. Sobre o crime de aborto, pode-se afirmar que:


a) há previsão no Código Penal, versando sobre o aborto provocado com o consenti-
mento da gestante.
b) é crime cujo julgamento é da competência do juiz singular.
c) apresenta-se na modalidade culposa.
d) o aborto é punido ainda que não haja outro meio de salvar a vida da gestante.

* Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante


*Em caso de dúvida, lembrar que aborto é julgado por competência do tribunal do ju-
ri por se tratar de crime doloso contra a vida, com fundamentação prevista na CF/88:
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a
lei, assegurados:
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;

3. Roberto induz seu amigo Ricardo a praticar suicídio e depois lhe presta para que o
faça. Roberto responderá por:
a) homicídio simples.
b) crime de induzimento, instigação ou auxílio a suicídio.
c) crime de induzimento, instigação ou auxílio a suicídio, na forma qualificada.
d) nenhum crime já que está era a vontade de Ricardo.

*Não existe forma ‘qualificada’ no crime citado pelo fato de prestar o objeto/auxílio
para que o mesmo cometa algo.
Acaso estivesse resultado MORTE se qualificaria pelo § 2º do art. 122 : Se o suicídio
se consuma ou se da automutilação resulta morte.

4. Regina dá à luz seu primeiro filho, Davi. Logo após realizado o parto, ela, sob in-
fluência do estado puerperal, comparece ao berçário da maternidade, no intuito de
matar Davi. No entanto, pensando tratar-se de seu filho, ela, com uma corda, asfixia
Bruno, filho recém-nascido do casal Marta e Rogério, causando-lhe a morte. Desco-
bertos os fatos, Regina é denunciada pelo crime de homicídio qualificado pela asfixia
com causa de aumento de pena pela idade da vítima.
Diante dos fatos acima narrados, o(a) advogado(a) de Regina, em alegações finais
da primeira fase do procedimento do Tribunal do Júri, deverá requerer:
A) o afastamento da qualificadora, devendo Regina responder pelo crime de homicídio simples
com causa de aumento, diante do erro de tipo.
B) a desclassificação para o crime de infanticídio, diante do erro sobre a pessoa, não
podendo ser reconhecida a agravante pelo fato de quem se pretendia atingir ser des-
cendente da agente.
C) a desclassificação para o crime de infanticídio, diante do erro na execução ( aberratio ictus),
podendo ser reconhecida a agravante de o crime ser contra descendente, já que são considera-
das as características de quem se pretendia atingir.
D) a desclassificação para o crime de infanticídio, diante do erro sobre a pessoa, podendo ser
reconhecida a agravante de o crime ser contra descendente, já que são consideradas as carac-
terísticas de quem se pretendia atingir.
*Fundamentação encontra-se no Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo
legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em
lei ;
Erro sobre a pessoa
§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena.
Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da
pessoa contra quem o agente queria praticar o crime.

5. Paloma, sob o efeito do estado puerperal, logo após o parto, durante a madrugada,
vai até o berçário onde acredita encontrar-se seu filho recém-nascido e o sufoca até
a morte, retornando ao local de origem sem ser notada. No dia seguinte, foi desco-
berta a morte da criança e, pelo circuito interno do hospital, é verificado que Paloma
foi a autora do crime. Todavia, constatou-se que a criança morta não era o seu filho,
que se encontrava no berçário ao lado, tendo ela se equivocado quanto à vítima dese-
jada.
Diante desse quadro, Paloma deverá responder pelo crime de
A) homicídio culposo ;
B) homicídio doloso simples ;
C) infanticídio ;
D) homicídio doloso qualificado ;

6. No que diz respeito aos crimes contra a honra, marque a alternativa INCORRETA.
A.Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime, sendo também punível
a calúnia contra os mortos.
B.É crime difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação. Em relação
ao crime de difamação não cabe exceção da verdade.
C.O autor da calúnia pode interpor a exceção da verdade, mas esta não será aceita, caso em
algumas situações, entre elas se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendi-
do não foi condenado por sentença irrecorrível.
D.É crime injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro, mas o legislador pátrio en-
tendeu que o juiz pode deixar de aplicar a pena, quando o ofendido, de forma reprovável, pro-
vocou diretamente a injúria ou no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
E.Caso o crime contra a honra tenha como vítima um funcionário público, em razão de suas
funções, a pena será aumentada.

*Cabe exceção da verdade na CALÚNIA - Art. 138/DIFAMAÇÃO - Art. 139 ;

7. Roberta, enquanto conversava com Robson, afirmou categoricamente que presen-


ciou quando Caio explorava jogo do bicho, no dia 03/03/2017. No dia seguinte, Ro-
berta contou para João que Caio era um “furtador”.
Caio toma conhecimento dos fatos, procura você na condição de advogado(a) e nega
tudo o que foi dito por Roberta, ressaltando que ela só queria atingir sua honra.
Nesse caso, deverá ser proposta queixa-crime, imputando a Roberta a prática de
a) 1 crime de difamação e 1 crime de calúnia.
b) 1 crime de difamação e 1 crime de injúria.
c) 2 crimes de calúnia.
d) 1 crime de calúnia e 1 crime de injúria.

*Na 1ª situação tem-se a citação de uma contravenção penal, tal qual NÃO se equipa-
ra ao crime, o fato citado se caracteriza na CALÚNIA : Art. 138 - Caluniar alguém, im-
putando-lhe falsamente fato definido como crime ;
Já na 2º situação tem-se a INJÚRIA : Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a
dignidade ou o decoro ;
8. O feminicídio é forma qualificada de homicídio. A pena deve ser objeto de acrésci-
mo de 2/3 quando a vítima é menor de 14 (catorze) anos :
A) Em menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
B) Se cometido mediante tortura.
C) Por não aceitar o rompimento de relação amorosa.
D) Se cometido por empregador.

* Art. 121, § 2º-B, inciso II : II - 2/3 (dois terços) se o autor é ascendente, padrasto
ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empre-
gador da vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade sobre ela.

9. José, com dolo de matar, resolve torturar Carlos até sua morte. Para tanto, se ins-
pirando em filmes de guerra hollywoodianos, faz com que Carlos sofra, física e men-
talmente, de forma inimagináveis, vindo a acarretar sua morte. Nessa hipótese, José
deverá responder por:
A) Homicídio qualificado pela tortura.
B) Lesão corporal seguida de morte.
C) Tortura qualificada pela morte.
D) Homicídio.
E) Tortura.

*Lembrar-se da frase da Prof, Isabelle quanto ao fato : O dolo explica quase tudo...
Art. 121, § 2º , inciso III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura
ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;

10. Em relação aos crimes dolosos contra a vida, analise as seguintes afirmações:
I. O crime de homicídio é privilegiado se praticado sob a influência de violenta emoção, provo-
cada por ato injusto da vítima.
II. As qualificadoras do motivo torpe e do feminicídio são incompatíveis entre si, de modo que
é vedado sua imputação simultânea, sob pena de bis in idem.
III. O homicídio é qualificado se praticado com o emprego de arma de fogo.
Considerando a legislação aplicável e o entendimento dos Tribunais Superiores, está INCORRE-
TO o que se afirma em :
A II.
B I e II.
C II e III.
D I, II e III.
E I e III.

* Ítem I : DOMÍNIO é diferente de INFLUÊNCIA...


Sob DOMÍNIO de violenta emoção Art. 121, § 1º ;
Ítem II : Não caracteriza BIS IN IDEM o reconhecimento das qualificadoras de moti-
vo TORPE e de FEMINICÍDIO no crime de homicídio praticado contra mulher em situ-
ação de violência doméstica e familiar.
Ítem III : Arma de fogo de uso RESTRITO ou PROIBIDO...
Art. 121, §2º, VIII ;

+ Lembrar :
O que é BIS IN IDEM ?
Tal princípio proíbe que uma pessoa seja processada, julgada e condenada mais de
uma vez pela mesma conduta.

Na prática temos a SÚMULA 241/STJ : A reincidência penal não pode ser considerada
como circunstância agravante e, simultaneamente, como circunstância judicial.

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