Você está na página 1de 16

DIREITO PENAL III– TURMA D1

CORREÇÃO DA PROVA – V1
https://drive.google.com/file/d/1nFppj65jjPRiPLNrlksn2axbIQA-hy4X/view?usp=sharing

Analise as afirmativas abaixo quanto à classificação


doutrinária dos crimes contra a vida:
I - Dentre as classificações do crime de Auxílio a Suicídio, pode-
se afirmar que é um crime de dano e uniofensivo. (V)
Todos os crimes contra a vida são crimes de dano (a
intenção do agente é lesar o bem jurídico); também é
uniofensivo (ofende apenas um bem jurídico: vida)
II - Se o agente pratica o crime de homicídio contra duas
pessoas, o crime será pluriofensivo, visto que ofende
dois bens jurídicos diferentes. (F) (o bem jurídico
continua sendo a vida; para ser pluriofensivo, teria que
atingir dois bens jurídicos diferentes)
III - O crime de homicídio pode ser considerado crime
unissubjetivo se for praticado por um só sujeito ativo e
plurissubjetivo, caso seja praticado por mais de um
sujeito ativo. (F)
Crimes plurisubjetivos, a lei exige, para sua
configuração, mais de um agente, por exemplo: rixa,
associação criminosa; o crime de homicídio é
unissbjetivo (porque a lei não exige mais de um agente
para configurar o homicídio; e admite coautoria e
participação.
Assinale a alternativa correspondente:
Está correta apenas a afirmativa I
“A” e “B” praticaram o crime de homicídio, juntos.
Ocorre que o agente “A” praticou o crime por motivo
fútil. Pelo fato:
Ambos respondem pelo crime de Homicídio (por ação,
doloso (com intenção), consumado = Teoria Monista
(teoria do concurso de agentes, art. 29)
“A” = motivo fútil = circunstância legal específica
qualificadora subjetiva (incomunicável)
“A” responde por Homicídio qualificado e “B” por
homicídio simples.
Os dois responderão por Homicídio doloso com
circunstância legal específica qualificadora. (motivo fútil
é uma circunstância específica qualificadora pessoal, por
isso não se comunica com coautor ou partícipe)
Ambos respondem por homicídio com agravante pelo
motivo fútil. (motivo fútil para o homicídio está previsto
como circunstância qualificadora e não como agravante;
pelo princípio da Especialidade, norma especial
prevalece sob norma geral; motivo fútil é uma
circunstância específica qualificadora subjetiva (pessoal,
incomunicável)
Apenas “A” responderá por homicídio doloso com uma
agravante; “B” responderá pelo crime com uma
circunstância que diminui a pena.
(“A” responde por homicídio doloso com circunstância
qualificadora e não agravante; B responde pelo mesmo
crime (homicídio), mas sem a qualificadora; responde
por Homicídio simples.
Os dois responderão por homicídio qualificado pelo
motivo torpe. (houve motivo fútil que é uma
circunstância pessoal, apenas do agente “A”, não se
comunica ao agente “B”.
RECORDANDO:
CIRCUNSTÂNCIAS (aumenta ou diminui a pena)
- Judiciais (art. 59) = dosimetria da pena
- Legais:
a) Específicas (Parte Especial – exclusiva de alguns crimes)
- Qualificadoras – aumentam os limites da pena
- Majorantes – aumentam de forma fracionada
- Privilegiadas – diminuem a pena

b) Genéricas (Parte Geral – todos os crimes estão sujeitos)


- Agravantes – art. 61/62
- Majorantes – restante da P. Geral e não é agravante
- Atenuantes – art. 65/66
- Minorantes – restante da P. Geral e não é atenuante

Todas as circunstâncias, podem ser:


Subjetivas (incomunicáveis) = circunstâncias pessoais = o
aumento ou diminuição da pena é em razão do Sujeito
ativo (qualidade, parentesco, idade, motivo...)
Objetivas (comunicáveis) = circunstâncias que dizem
respeito ao crime; aumento ou diminuição da pena em
razão do crime (modo, tempo, lugar, vítima, etc....)
Se o crime de homicídio for praticado mediante uma
situação de causa descriminante putativa:
Causas descriminantes (reais) = art. 23 = são
excludentes de ilicitude (estado de necessidade,
legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal e
exercício regular do direito);
Causas descriminantes putativas = descriminantes
imaginárias = estado de necessidade putativo, legítima
defesa putativa, etc... = excluem a culpabilidade por
ausência de potencial conhecimento da ilicitude.
Crime: Fato típico, ilicitude, culpabilidade, punibilidade.
Haverá uma causa de exclusão da culpabilidade, embora
tenha sido o fato típico e ilícito.
Haverá uma circunstância legal genérica atenuante da
pena. (há uma excludente e não causa de diminuição de
pena)
Haverá uma causa de extinção da punibilidade. (causas
que extinguem a punibilidade são as causas genéricas
do art. 107 (prescrição, indulto, perdão judicial, ...) ou
causas específicas (escusas absolutórias)
O fato será típico, ilícito e culpável, mas não punível.
(o fato será típico e ilícito mas não culpável; as causas
descriminantes putativas excluem a culpabilidade)
O fato será típico, mas haverá exclusão da antijuridicidade
(não haverá exclusão da antijuridicidade; haverá exclusão da
culpabilidade)
Assinale a única alternativa CORRETA quanto ao crime
de INFANTICÍDIO:
Art. 123 – Matar, sob influência do estado puerperal, o
próprio filho durante o parto ou logo após.
Pena – mínima – máxima
Não há situações (específicas) que aumentam ou
diminuem a pena)
Art. 124 - Aborto
Não prevê circunstâncias específicas de aumento ou
diminuição de pena
O fato de ser praticado contra filho é uma circunstância
qualificadora
Não admite coautoria ou participação, já que é um
crime próprio (qualquer crime próprio admite coautoria
ou participação)
Se for praticado por negligência haverá crime de
Infanticídio na forma culposa (o Infanticídio não admite
a modalidade culposa)
Para reconhecer crimes
dolosos/culposos/preterdolosos:
Doloso = CP não menciona nada
Culposo = CP menciona (expressamente)
Pretedoloso = CP menciona a conduta (dolo) e o
resultado (outro crime, mais grave, culpa)
O estado puerperal é uma circunstância que agrava a
pena (o estado puerperal é elementar do tipo)
O crime de infanticídio não admite circunstâncias
específicas mas admite circunstâncias genéricas;
O elemento subjetivo do tipo do crime de Aborto é:
Dolo e preterdolo (V)
(o aborto admite a modalidade dolosa e não admite a
modalidade culposa; o preterdolo (art. 127) = se do fato
resulta lesão corporal grave e resulta morte.
Conduta comissiva ou omissiva imprópria (F)
Elemento objetivo do tipo e não elemento subjetivo
Dolo e culpa (F) O aborto não admite a forma culposa;
aborto culposo é fato atípico; não é crime.
Conduta comissiva ou omissiva própria
Elemento objetivo do tipo e não elemento subjetivo
Dolo específico e genérico (F)
Dolo da conduta de aborto é o dolo genérico; a conduta
não exige um fim especial de agir.
Assinale a alternativa que não contém circunstâncias
específicas do Homicídio:
Premeditação do crime e reincidência
Premeditação do crime não aumenta a pena;
Reincidência = circunstância genérica agravante
Relevante valor moral e motivo fútil
Valor moral (homicídio privilegiado); fútil (qualificado)
A idade da vítima, maior de 60 anos e menor de 14 anos
(§ 4° - circunstância legal específica majorante objetiva)
O feminicídio e a prática do crime por milícia privada
(feminicídio: qualificadora; milícia: majorante)
Se o crime for praticado para assegurar a vantagem de
outro crime e o uso de veneno (qualificadoras)
Assinale a única alternativa INCORRETA quanto à
conduta de aborto:
A modalidade culposa por imperícia é considerada crime
Admite a forma preterdolosa (art. 127 = se resulta...)
O elemento objetivo do tipo pode ser na forma
comissiva e omissiva imprópria (Matar)
Admite a classificação de ser crime comum e crime
próprio, a depender da qualidade do sujeito ativo.
(comum: gestante; próprio: terceiro)
É crime plurissubsistente, visto que admite tentativa.
Matar (homicídio, infanticídio, aborto) = admite
tentativa; são crimes plurissubsistentes.

Tendo em vista a conduta de homicídio, analise as


afirmativas abaixo relacionadas:
I - Se for praticado em estado de necessidade haverá
uma causa de exclusão da ilicitude. (V)
II - Se a conduta for culposa e o agente fugir para evitar
a prisão em flagrante, haverá uma agravante de pena.
(F)
Haverá uma circunstância específica majorante de pena
III - A mãe que deixa de amamentar o filho com a
intenção de matar comete crime omissivo próprio,
considerando a condição pessoal do sujeito ativo. (F)
O Homicídio não pode ser omissivo próprio.
Apenas a afirmativa I está correta
No crime de Infanticídio se a mãe contar com a
coautoria ou participação de outra pessoa na prática de
sua conduta, como, por exemplo, o pai da criança:
Ambos responderão pelo crime de Infanticídio sem
aumento de pena em razão do concurso de pessoas.
Ambos responderão pelo crime de Infanticídio com uma
circunstância agravante pelo fato do crime ser praticado
em concurso de pessoas.
O concurso de pessoas não gera uma circunstância
agravante de pena (não consta do rol do art. 61/62)
A mãe responderá pelo crime de Infanticídio e o coautor
ou partícipe pelo crime de Homicídio, visto que só a mãe
estava no estado puerperal, sem aumento de pena em
razão do concurso de pessoas.
(Teoria Monista = todos respondem pelo mesmo crime;
art. 29)
A mãe responderá pelo crime de Infanticídio e o coautor
ou partícipe pelo crime de Homicídio, visto que só a mãe
estava no estado puerperal, com aumento de pena em
razão do concurso de pessoas.
Ambos responderão por homicídio doloso; as
elementares do crime de homicídio comunicam-se aos
autores e coautores do crime;
(as elementares do tipo penal do Infanticídio
comunicam-se entre autores, coautores e partícipes.
Assinale a alternativa correta quanto ao crime de Lesões
Corporais:
A violência doméstica é considerada circunstância legal
específica qualificadora subjetiva, considerando o
aumento da pena e a qualidade do sujeito ativo. § 9°
Na lesão corporal seguida de morte, o resultado está
previsto a título de dolo e, neste caso, o crime será
qualificado. (crime preterdoloso = dolo na conduta e
CULPA no resultado morte)
Poderá ocorrer a hipótese de perdão judicial na lesão
corporal preterdolosa.
Poderá ocorrer na lesão corporal culposa
Se a lesão for praticada contra autoridade integrante do
sistema prisional, no exercício da função, haverá uma
circunstância legal específica majorante subjetiva.
Circunstância legal específica majorante OBJETIVA (vítima)
Se a lesão for praticada por imprudência, não será
considerada crime de menor potencial ofensivo.
Lesão culposa = é crime de menor potencial ofensivo,
visto que a pena máxima cominada é até 1 ano;
Crime de menor potencial ofensivo = pena cominada é
até 2 anos
No crime de induzimento, instigação ou auxílio a suicídio
ou a automutilação:
O elemento subjetivo do tipo pode ser o dolo genérico
ou o específico, conforme descrição legal.
Art. 122 –
Elemento subjetivo = Dolo
Caput – Induzir, instigar ou prestar auxílio (elemento
objetivo) = não descreve o fim = dolo genérico
Se for praticado por motivo egoístico = a conduta exige
o fim de agir = Dolo específico
Se o crime é praticado por meio de redes sociais, o
crime terá uma agravante de pena.
Circunstância legal específica majorante objetiva
No caso de ser a automutilação consumada, o agente
responde pelo crime de lesões corporais.
Circunstância legal específica qualificadora
Havendo resultado morte, o agente responde por crime
de homicídio.
Circunstância legal específica qualificadora
Se o crime for praticado por coordenador de rede
virtual, será considerado crime próprio e, neste caso,
não admite coautoria ou participação. É considerado
crime próprio, neste caso, mas, admite a coautoria e
participação.
O agente, com dolo de matar, colocou veneno numa
alimentação, provocando lesões corporais em três
pessoas; no caso hipotético, houve:
Uma só conduta provocando 03 crimes iguais
Concurso formal homogêneo
Crime de Homicídio, por ação, doloso, tentado,
qualificado em razão do veneno e em concurso de
crimes formal homogêneo.
Crime de Homicídio, por ação, doloso, tentado,
qualificado em razão do veneno e em concurso de
crimes formal heterogêneo. (crimes iguais)
Crime de lesões corporais, por ação, dolosa, consumada,
com agravante pelo uso de veneno e concurso de crimes
formal homogêneo. (dolo de matar)
Crime de lesões corporais, por ação, dolosa, consumada,
com agravante pelo uso de veneno e concurso de crimes
material homogêneo.
Crime de lesões corporais, por ação, dolosa, consumada,
com agravante pelo uso de veneno e concurso de crimes
material heterogêneo.
Questões subjetivas:
Analise as duas circunstâncias previstas no caso
hipotético proposto (identifique e analise apenas as
circunstâncias, conforme o exemplo abaixo):
Exemplo: “A” tentou matar a vítima, por motivo de
dívida; não conseguiu por circunstâncias alheias à sua
vontade.
Motivo de dívida: circunstância legal específica
qualificadora subjetiva
Tentativa: circunstância legal genérica minorante
objetiva

Caso para a análise: “A” mata o irmão por asfixia.


Asfixia: circunstância legal específica qualificadora objetiva
(art. 121, § 2º, III)
Irmão: circunstância legal genérica agravante subjetiva
(art. 61, II, “e”)

Dê um exemplo (um caso, uma história) que contenha o


crime de homicídio com uma concausa superveniente.
Concausa = situação que pode ocorrer antes, durante ou
após a conduta e ela é que provoca o resultado;
Antes = preexistente
Durante = concomitante
Após = superveniente

Você também pode gostar