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Sujeitos e classificação dos crimes

Prof. MsC. João de Deus


 sujeito que pratica a conduta descrita no tipo
penal.
 Titular do bem jurídico violado.

 Sujeito passivo formal: titular direito de


punir. Será sempre o Estado.

 Sujeito passivo material: titular do bem


jurídico diretamente atingido pela conduta do
agente.
 Bem jurídico lesado

 Objeto material: bem sobre o qual recaia a


conduta delitiva. Ex. roupa no furto.

 Objeto jurídico: interesse protegido pelo tipo


penal. Ex. patrimônio no furto.
 Classificação dos crimes
 Comuns: podem ser praticados por qualquer
indivíduo (ex. homicídio).

 Próprios: pode ser praticado somente por


determinadas pessoas (sujeito ativo especial
ou qualificado - ex. mãe no infanticídio-art.
123 CP ).
 Qualidades do sujeito ativo nos crimes
próprios:

 qualidades de fato do sujeito ativo ( natureza


humana ou inserção social do agente - ex.
mãe no infanticídio).

 Qualidades de direito do sujeito ativo


(referente à lei - ex. funcionário público)
 Subdivisão dos crimes próprios:

 Puros: caso não sejam cometidos pelo sujeito


indicado no tipo penal, deixam de ser crime –
ex. advocacia administrativa (art. 321 CP).

 Impuros: caso não cometidos pelo sujeito


indicado no tipo penal, transformam-se em
outros crimes – Ex. recém nascido morto por
um estranho, sem a participação da mãe.
 Instantâneos: consumação através de única
conduta e resultado instantâneo (ex.
homicídio).

 Permanentes: consumação através de única


conduta, porém resultado arrastado no
tempo. Ex. sequestro – ART. 148 CP.
 Comissivos: cometidos através de ação – ex.
roubo – 157, CP.

 Omissivos: cometidos através de uma


abstenção – ex. omissão de socorro – 135 CP.
 Peculiaridades dos crimes comissivos e
omissivos:

 Comissivos por omissão – delitos de ação


praticados excepcionalmente por omissão
por aqueles que possuem o dever de impedir
o resultado (art. 13, §2º).
 Peculiaridades dos crimes comissivos e
omissivos:

 Omissivos por comissão: cometidos,


geralmente, através de uma abstenção, que
porém podem ser, em casos excepcionais,
praticados por ação – ex. sujeito que impede
outrem, através do emprego de força física,
de socorrer pessoa ferida).
 Crimes de atividade: basta a ação,
independente do resultado naturalístico. Ex.
prevaricação – art. 319 CP.

 Parte da doutrina subdivide os crimes de


atividade em formais e de mera conduta.

 Formais: pode ou não haver resultado. Ex.


prevaricação.
 Mera conduta: não há resultado naturalístico.
Ex. violação de domicílio.
 Crimes de resultado (materiais ou causais): é
obrigatório o resultado naturalístico, que sem
sua ocorrência transforma o delito em
tentativa. Ex. homicídio.
 Crimes de dano: sua consumação se dá
através de uma efetiva lesão a um bem
jurídico.

 Crimes de perigo: sua consumação se dá com


a simples probabilidade de haver um dano.
 Os crimes de perigo dividem-se em:

 Perigo individual: a probabilidade de dano


envolve uma pessoa ou um número
determinado delas – arts. 130 a 137 do CP.

 Perigo coletivo: a probabilidade envolve um


número indeterminado de pessoas – art. 250
a 259 do CP.
 Perigo abstrato: a probabilidade de dano
independe de prova, ela é presumida no tipo
penal – art. 28 e 33 da Lei 11.343/2006.

 Perigo concreto: a probabilidade de dano


necessita ser investigada e provada – ex. art.
132, CP.
 Unissubjetivos: podem ser praticados por
uma única pessoa – ex. aborto.

 Plurissubjetivos: necessitam de mais de uma


pessoa para serem cometidos – ex. rixa.
 Se realizam através da continência (um tipo
que abrange outro). A continência pode ser
explícita ou implícita:

 Explícita: Crime complexo: ex. Roubo


(envolve o furto, a ameaça e/ou a ofensa á
integridade física).

 Implícita: Crime progressivo: ex. homicídio


(para cometê-lo o agente comete a lesão
corporal que está contida no tipo).
 Evolução da vontade do agente, que passa de
um crime a outro.

 Ex. o agente pretende lesionar a vítima,


posteriormente decide matá-la.
 Fato antecedente não punível na progressão:
critério da absorção, um delito serve de meio
para se cometer outro. Ex. contrabando (art.
334 CP) para venda (334, §1º, CP).

 Fato posterior não punível: sucessão de fato


menos grave, em objeto jurídico já atingido
pelo delito mais grave. Ex. agente que
envenena água potável (art. 270, CP)
entregando-a, em seguida, para consumo
(art. 270, §1º, CP).
 Para sua consumação é necessária a prática
reiterada e contínua das ações.

 “estilo de vida indesejado pela lei penal”.

 Não admitem tentativa.

 Requisitos: reiteração de vários fatos;


identidade ou homogeneidade destes; e nexo
de habitualidade entre os fatos.
 Crime habitual próprio: habitualidade
constitutiva. É necessária para sua tipificação
a reiteração das condutas do agente, de
forma a configurar um estilo próprio de vida.

 Crime habitual impróprio: habitualidade


delitiva. Reiteração na prática de crimes
instantâneos ou permanentes – ex. pessoa
que se sustenta através de furtos
repetidamente cometidos.
Unissubsistentes: são praticados através de um
único ato. Ex. injúria verbal – art. 140 CP.

Plurissubsistentes: vários atos podem compor


a ação. Ex. homicídio.
 Forma livre: podem ser praticados de
qualquer modo. O tipo penal não descreve o
método. Ex. homicídio.

 Forma vinculada: o tipo penal descreve


expressamente a fórmula de como devem ser
cometidos. Ex. curandeirismo (284, I, II e III
do CP).
 O sujeito passivo não é determinado, seria a
coletividade, sem personalidade jurídica.

 Ex. perturbação de cerimônia funerária (art.


209) e violação de sepultura (art. 210).
 Realizam expressa remissão à outros tipos
penais.

 Ex. art. 304 CP ( uso de documento falso)


remete aos delitos previstos nos arts. 297 a
302, do CP.
 Dependem do advento de uma condição para
se realizarem. Esta condição pode estar
prevista no tipo (interna) ou não (externa).

 Ex. crime de induzimento, instigação ou


auxílio suicídio, que depende do advento do
suicídio.
 Preveem no tipo penal a forma tentada
equiparada à modalidade consumada. Ex. art.
352 do CP (evadir-se ou tentar evadir-se o
preso...).

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