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https://www.correiobraziliense.com.br/cidades-df/2023/03/5077078-motivo-futil-
homem- atira-em-menina-de-9-anos-e-no-tio-apos-esbarrao-no-df.html
2– Crime próprio – É um crime que a Lei exige que seja um sujeito atípico,
exemplo: Tem que ser funcionário (a) público (a). Trás uma exigência para ser
sujeito ativo. Apesar disso, a conduta prevista pelo tipo penal. Admite a
possibilidade de co-autoria, ele pode fazer pode fazer junto com alguém; ele pode
dividir aquela conduta, com outra pessoa, tenha ou não as características exigidas
pela Lei; basta que tenha, ele poderá dividir esta conduta com alguém que não tem.
Também em um crime próprio realizarautoria imediata, pode serque aquela pessoa
nomeou como sujeito ativo se utilize de um inimputável, alguém induzido ao erro,
então é possível que ocorra: Autoria(participação até mediata)
https://www.aosfatos.org/noticias/tjrj-mantem-queixa-crime-contra-aos-fatos/
https://www.band.uol.com.br/noticias/brasil-urgente/ultimas/homem-mata-
esposa-na-frente-dos-tres-filhos-apos-discussao-por-jogos-de-azar-16608255
Quanto ao Resultado:
Entende-se que o resultado é a consequência da conduta juridicamente relevante
de um ser humano, ocasionando em uma modificação no mundo exterior. Quanto
ao resultado podemos nos basear em duas teorias.
Resultado Naturalístico ou Natural
O resultado naturalístico ou natural é compreendido como uma consequência de
uma conduta em que um dano foi causado a um bem jurídico protegido. Para ser
um resultado natural é necessário que haja um dano a esse bem, onde podemos
compreender facilmente com alguns exemplos.
Exemplos:
− Crime de lesão corporal, previsto no art. 129 do CP;
− Crime de Furto, previsto no art. 155 do CP;
− Crime de estupro, previsto no art. 213 do CP.
Resultado Jurídico ou Normativo
Tendo em vista que resultado é a consequência de uma conduta de um ser
humano, entende-se que o Resultado Jurídico é a lesão ou ameaça de lesão a um
bem jurídico tutelado pelo direito penal. Observando tal conceito compreende-se
que todo crime possui um resultado jurídico, pois todo crime deve agredir um bem
jurídico de alguma forma. Para compreender este tema temos alguns exemplos.
Exemplos:
− Crime de ameaça, previsto no art. 147 do CP;
− Crime de calúnia previsto no art.138 do CP.
Crime Habitual
O crime habitual é uma classificação atribuída a certos tipos de crimes que
requerem a prática repetida de uma conduta criminosa para que o delito seja
efetivado. Nesse tipo de crime, ocorre uma repetição de ações que, quando
analisadas de forma isolada, não são consideradas ilegais, mas quando observadas
em conjunto, configuram um crime de acordo com a lei penal.
Exemplos:
− Classificados como crimes habituais temos:
− Exercício ilegal da medicina (art. 282 do CP);
− Casa de prostituição (art. 229 do CP);
− Rufianismo (art. 230 do CP).
Jurisprudência/STJ - Acórdãos
Processo AgRg no HC 787875 / SP AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS
CORPUS 2022/0380307-0
Relator Ministro ANTONIO SALDANHA PALHEIRO (1182)
Órgão Julgador T6 - SEXTA TURMA
Data do Julgamento 22/05/2023
Data da Publicação/Fonte DJe 25/05/2023
Ementa
PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO HABEAS CORPUS.
HOMICÍDIO QUALIFICADO. EXERCÍCIO ILEGAL DA MEDICINA. NULIDADE.
COLISÃO DE VONTADES ENTRE DEFESA PESSOAL E DEFESA TÉCNICA. NÃO
OCORRÊNCIA. ORDEM DENEGADA. AGRAVO DESPROVIDO. 1. A jurisprudência
do Superior Tribunal de Justiça é firme no sentido de que, havendo colisão de
vontades entre a defesa pessoal e a defesa técnica, deve prevalecer aquela que
garante o duplo grau de jurisdição. 2. Isso não obstante, "não é vedado [...] que o
advogado desista do recurso interposto pelo réu, desde que possua procuração com
poderes especiais para desistir ou conte com a anuência expressa da parte" (HC n.
712.847/PE, relator Ministro Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, julgado em
19/4/2022, DJe de 25/4/2022, grifei). 3. Na hipótese, não há colisão entre as
defesas, mas manifestação posterior da defesa técnica, atuando em nome do réu e
com poderes especiais para desistir do recurso. É dizer, o ora paciente se retratou
da primeira manifestação de vontade, desistindo de recorrer, após cerca de um
mês, por meio do peticionamento da defesa técnica nos autos. 4. Agravo regimental
desprovido.
Acórdão
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, acordam os
Ministros da SEXTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, em sessão virtual de
16/05/2023 a 22/05/2023, por unanimidade, negar provimento ao recurso, nos
termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Laurita Vaz, Sebastião
Reis Júnior, Rogerio Schietti Cruz e Jesuíno Rissato (Desembargador Convocado
do TJDFT) votaram com o Sr. Ministro Relator. Presidiu o julgamento a Sra. Ministra
Laurita Vaz.
Sujeito ativo
Sujeito ativo é a pessoa que realiza direta ou indiretamente a conduta criminosa,
seja isoladamente, seja em concurso.
Autor e coautor realizam crime de forma direta, ao passo que o partícipe e o autor
mediato o fazem indiretamente.
O sujeito ativo pode receber variadas denominações, dependendo do momento
processual e do critério posto em exame, tais como agente (geral), indiciado (no
inquérito policial), acusado (com o oferecimento da denúncia ou queixa), réu (após
o recebimento da inicial acusatória), sentenciado (com a prolação da sentença),
condenado (após o trânsito em julgado da condenação), reeducando (durante a
execução da pena), egresso (após o cumprimento da pena), criminoso e
delinquente (objeto de estudo das ciências penais, como na criminologia).
A regra é a de que apenas o ser humano pode ser sujeito ativo de infrações penais,
mas também se discute a possibilidade de responsabilidade penal da pessoa
jurídica.
Os crimes plurissubjetivos
Princípio da indivisibilidade
Crime unissubsistente:
Amite a prática do crime por meio de um único ato. Ex.: injúria verbal.
Crime Plurissubsistente:
Crime omissivo: praticado através de uma abstenção, um não agir. Ex.: omissão de
socorro.
É o praticado por qualquer meio de execução. Ex: O crime de homicídio (art. 121)
pode ser cometido de diferentes maneiras, não prevendo a lei um modo específico
de realizá- lo.
Crime de Atentado
Crime multitudinário
Nestes delitos, um grupo comete uma série incontável de crimes em uma mesma
situação. Nestas circunstâncias, um criminoso influencia o outro, numa espécie de
“efeito manada”.
Publicação
PROCESSO ELETRÔNICO DJe-269 DIVULG 10/11/2020 PUBLIC 11/11/2020
Partes
PACTE.(S) : GABRIEL FAVRETTO FACCIO PACTE.(S) : CLAUDENIR JOEL
PERTUZZATTI IMPTE.(S) : VALTER AUGUSTO KAMINSKI E OUTRO(A/S)
COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA IMPTE.(S) : MARCOS
MASSIERO KAMINSKI
Decisão
Decisão: Trata-se de habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado por Valter
Augusto Kaminski e outro, em favor de Claudenir Joel Pertuzzatti e Gabriel Favretto
Faccio, contra decisão proferida pelo Superior Tribunal de Justiça, nos autos do
RHC 127.708/RS. Colho da decisão impugnada: “Trata-se de recurso ordinário em
habeas corpus, sem pedido liminar, interposto por GABRIEL FAVRETTO FACCIO
e CLAUDENIR JOEL PERTUZZATTI, contra v. acórdão proferido pelo eg. Tribunal
de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul. Depreende-se dos autos que os
recorrentes foram denunciados pela suposta prática dos ilícitos previstos nos arts.
16, parágrafo único, III e IV, da Lei n. 10.826/2003, e 180, caput, do Código Penal.
Irresignada, a d. Defesa impetrou habeas corpus na origem, que teve a sua ordem
denegada, nos termos na seguinte ementa (fls. 368-375): […] Daí o presente
recurso ordinário, no qual a d. Defesa alega ausência de justa causa para
persecução penal. Sustenta que a denúncia está fundamentada em provas ilícitas,
embora obtidas por meio de mandado de busca e apreensão, deferido com base,
exclusivamente, em denúncias anônimas. Alega inépcia da denúncia com relação
ao delito de posse ilegal de arma de fogo com numeração suprimida, por se tratar
de crime unissubjetivo: “o crime de posse de arma de fogo de uso restrito é um
crime unissubjetivo ou de mão própria, sendo impossível a prática por dois
indivíduos ao mesmo tempo, conforme narrado na denúncia. Não admite-se co-
autoria, só pode ser autor quem está em situação de realizar pessoalmente e de
forma direta o fato punível, não dependendo de outros agentes” (fl. 402). Aduz ser
“perceptível a ausência de ‘fundadas razões’, nos termos do artigo art. 240, CPP,
em relação ao réu Gabriel para ser deferida busca e apreensão em seu domicílio,
que é ‘asilo inviolável do indivíduo’, nos termos do artigo 5º, XI, da CF”(fl. 398).
Afirma dificuldades no "exercício da ampla defesa e contraditório” (fl. 399). Requer
o provimento do presente recurso, para “I –Reconhecer a ilegalidade na busca e
apreensão domiciliar pela ausência de ‘fundadas razões’ (denúncia anônima é
elemento desprovido de valor probatório), declarando os objetos apreendidos no
auto de apreensão (fls. 70-71) provas ilícitas (art. 5º, LVI, CF e art. 157, CPP),
trancando a ação penal pela ausência de justa causa (prova de materialidade); II –
Trancar a ação penal em relação ao 1° fato acusatório, em razão da inépcia da
denúncia (imputação de crime unissubjetivo a dois agentes)” (fl. 403, grifei). No
STJ, o recurso ordinário foi improvido. Nesta Corte, o recorrente insiste na alegação
de que o processo deve ser trancado, porquanto o mandado de busca e apreensão
teria sido expedido com base em denúncia anônima. É o relatório. Decido. Segundo
o entendimento desta Corte, a extinção de processo penal de forma prematura
somente é possível em situação de manifesta atipicidade, ausência de justa causa
ou de flagrante ilegalidade demonstradas por meio de prova pré-constituída. No
ponto, destaco os seguintes precedentes: “Processual penal. Habeas corpus.
Fraude à licitação, Crime de responsabilidade e Associação criminosa.
Trancamento de ação penal. Ausência de teratologia, ilegalidade flagrante ou abuso
de poder. Inadequação da via eleita.
1. O trancamento da ação penal só é possível quando estiverem comprovadas, de
plano, a atipicidade da conduta, a extinção da punibilidade ou a evidente ausência
de justa causa. 2. As peças que instruem este processo não evidenciam nenhuma
teratologia, ilegalidade flagrante ou abuso de poder que autorize o encerramento
prematuro do processo-crime. 3. A denúncia descreveu, de forma suficientemente
clara, as condutas imputadas aos agentes, apontando a presença dos elementos
indiciários mínimos necessários para a instauração da persecução penal. Inicial
acusatória que bem permitiu aos pacientes o pleno exercício do direito de defesa.
4. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, em matéria de crimes societários,
tem orientação consolidada, no sentido de que não se faz necessária ‘descrição
minuciosa e pormenorizada da conduta de cada acusado, sendo suficiente que,
demonstrado o vínculo dos indiciados com a sociedade comercial, narre as
condutas delituosas de forma a possibilitar o exercício da ampla defesa’ (RHC
117.173, Rel. Min. Luiz Fux). 5. Agravo regimental desprovido.” (HC 138.147-AgR,
Primeira Turma, Rel. Min. Roberto Barroso, DJe 17.5.2017) “RECURSO
ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. ANÁLISE DOS FUNDAMENTOS DA
IMPETRAÇÃO PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA: POSSIBILIDADE DO
REEXAME DO WRIT PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. DENÚNCIA QUE
CONTÉM A ADEQUADA INDICAÇÃO DAS CONDUTAS DELITUOSAS
IMPUTADAS AO RECORRENTE. O RECEBIMENTO DA PEÇA ACUSATÓRIA É
DE MERA DELIBAÇÃO E NÃO DE COGNIÇÃO EXAURIENTE. TRANCAMENTO
DA AÇÃO PENAL EM HABEAS CORPUS: MEDIDA EXCEPCIONAL A SER
APLICADA SOMENTE EM CASOS DE MANIFESTA ATIPICIDADE DA CONDUTA,
CAUSA DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE OU AUSÊNCIA DE INDÍCIOS
MÍNIMOS DE AUTORIA E MATERIALIDADE DELITIVAS. RECURSO AO QUAL
SE NEGA PROVIMENTO. I – Embora os ministros integrantes da Sexta Turma do
Superior Tribunal de Justiça não tenham conhecido do writ, Suas Excelências, ao
afastarem a possibilidade da concessão da ordem, de ofício, analisaram os
fundamentos de mérito da impetração, o que autoriza o reexame do habeas corpus
por esta Suprema Corte. II – A denúncia contém a adequada indicação das
condutas delituosas imputadas ao ora recorrente, a partir de elementos aptos a
tornar plausível a acusação, o que lhe permite o pleno exercício do direito de defesa.
III – O juízo de recebimento da peça acusatória é de mera delibação, jamais de
cognição exauriente. Não se pode, portanto, confundir os requisitos para o
recebimento da denúncia com o juízo de procedência da imputação criminal. IV –
O trancamento da ação penal, em habeas corpus, constitui medida excepcional que
só deve ser aplicada nos casos de manifesta atipicidade da conduta, de presença
de causa de extinção da punibilidade do paciente ou de ausência de indícios
mínimos de autoria e materialidade delitivas. V – Recurso ao qual se nega
provimento.” (RHC 140.008, Segunda Turma, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJe
de 26.4.2017) In casu, registro que a jurisprudência desta Suprema Corte tem o
entendimento de que a denúncia anônima não macula a ação penal quando seguida
de diligência que têm por fim a verificação do que nela veiculada. Confiram-se os
seguintes precedentes: “Penal e Processo Penal. Agravo Regimental em Habeas
Corpus. Tráfico e associação para o tráfico de entorpecentes arts. 33 e 35 da Lei n.
11.343/2006. Denúncia anônima. Aptidão para deflagrar a investigação. Escutas
telefônicas e prorrogações. Medidas autorizadas após o surgimento de indícios de
envolvimento do paciente nos fatos investigados. Legalidade. Decisões
fundamentadas. Inexistência de afronta ao art. 93, IX, da CF. Temas de fundo não
examinados pelo Tribunal a quo. Supressão de instância. Inviabilidade do habeas
corpus para analisar requisitos de admissibilidade de recursos. 1. A denúncia
anônima é apta à deflagração da persecução penal quando seguida de diligências
para averiguar os fatos nela noticiados antes da instauração de inquérito policial.
Precedentes: HC 108.147, Segunda Turma, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJe
de 1º.2.2013; HC 105.484, Segunda Turma, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJe
de 16.4.2013; HC 99.490, Segunda Turma, Relator o Ministro Joaquim Barbosa,
DJe de 1º.2.2011; HC 98.345, Primeira Turma, Redator para o acórdão o Ministro
Dias Toffoli, DJe de 17.09.10; HC 95.244, Primeira Turma, Relator o Ministro Dias
Toffoli, DJe de 30.4.2010. 2. In casu, a Polícia, a partir de denúncia anônima, deu
início às investigações para apurar a eventual prática dos crimes de tráfico e de
associação para o tráfico de entorpecentes, tipificados nos arts. 33 e 35 da Lei n.
11.343/2006. 3. Deveras, a denúncia anônima constituiu apenas o ponto de partida
para o início das investigações antes da instauração do inquérito policial e a
interceptação telefônica e prorrogações foram deferidas somente após o
surgimento de indícios apontando o envolvimento do paciente nos fatos
investigados, a justificar a determinação judicial devidamente fundamentada, como
exige o art. 93, IX, da Constituição Federal. 4. O prazo originalmente estabelecido
para a interceptação telefônica pode ser prorrogado, sendo certo que as decisões
posteriores que autorizarem a prorrogação, sem acrescentar novos motivos,
evidenciam que essa prorrogação foi autorizada com base na mesma
fundamentação exposta na primeira decisão que deferiu o monitoramento.
Precedente: HC 100.172, Plenário, Relator o Ministro Dias Toffoli, DJe de 25.09.13.
5. O édito condenatório não está baseado somente nas escutas telefônicas, mas,
também, em consistente acervo probatório produzido no curso da instrução
criminal. 6. As questões suscitadas nas razões da impetração não foram
examinadas pelo Tribunal a quo, que se limitou a negar seguimento ao recurso
especial, sob o fundamento de inobservância de requisitos formais (ausência de
prequestionamento, vedação ao exame de prova e inexistência de demonstração
de divergência jurisprudencial). 7. O objeto da tutela em habeas corpus é a
liberdade de locomoção quando ameaçada por ilegalidade ou abuso de poder (CF,
art. 5º, LXVIII), não cabendo sua utilização para reexaminar pressupostos de
admissibilidade de recursos (HC 112.756, Primeira Turma, Relatora a Ministra Rosa
Weber, DJe de 13.03.13; HC 113.660, Segunda Turma, Relator o Ministro Ricardo
Lewandowski, DJ de 13.02.13; HC 112.130, Segunda Turma, Relator o Ministro
Ayres Britto, DJe de 08/06/2012). 8. Agravo regimental em habeas corpus
desprovido”. (HC-AgR 120.234/PR, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe
26.3.2014) “HABEAS CORPUS - PERSECUÇÃO PENAL - DELAÇÃO ANÔNIMA –
POSSIBILIDADE - DOUTRINA - PRECEDENTES PRETENDIDA EXTINÇÃO DO
PROCEDIMENTO PENAL POR SUPOSTA INVIABILIDADE JURÍDICA DA
DELATIO CRIMINIS ANÔNIMA - INADMISSIBILIDADE, NA ESPÉCIE, DO
ENCERRAMENTO SUMÁRIO DA INVESTIGAÇÃO PENAL - CORRETA ADOÇÃO,
PELA AUTORIDADE POLICIAL, DE PRÉVIA E SUMÁRIA APURAÇÃO DA
CONDUTA DELITUOSA OBJETO DA NOTITIA CRIMINIS ANÔNIMA -
OBSERVÂNCIA, PELA POLÍCIA JUDICIÁRIA, DA DIRETRIZ JURISPRUDENCIAL
FIRMADA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL EM TEMA DE DELAÇÃO
ANÔNIMA - CONSEQUENTE INOCORRÊNCIA, NO CASO, DE SITUAÇÃO
CONFIGURADORA DE INJUSTO CONSTRANGIMENTO -
PEDIDO INDEFERIDO”. (HC 106664/SP, Rel. Min. Celso de Mello, Segunda
Turma, DJe 30.10.2014) Na espécie, observem-se trechos do ato impugnado:
“Consigne-se, ab initio, que o trancamento da ação penal constitui medida de
exceção, justificada apenas quando comprovadas, de plano, sem necessidade de
análise aprofundada de fatos e provas, inépcia da exordial acusatória, atipicidade
da conduta, presença de causa de extinção de punibilidade ou ausência de indícios
mínimos de autoria ou de prova de materialidade. A liquidez dos fatos, cumpre
ressaltar, constitui requisito inafastável na apreciação da justa causa, pois o exame
aprofundado de provas é inadmissível no espectro processual do habeas corpus e
de seu recurso, cujo manejo pressupõe ilegalidade ou abuso de poder flagrante a
ponto de ser demonstrada de plano, diga- se, sem dilação probatória. […] No
presente caso, é possível sim verificar a presença dos indícios necessários para a
persecução penal, uma vez que o d. Ministério Público estadual, na narrativa
constante.
da inicial acusatória, asseverou estarem presentes suficientes provas da
materialidade e da autoria atribuída aos ora pacientes. Segundo o Parquet, as
provas angariadas nos autos são suficientes para demonstrar a autoria e
materialidade dos crimes, tendo sido descrito adequadamente os fatos criminosos
em tese, e individualizado, o quanto possível, a conduta de cada um dos
denunciados, no concernente à prática dos crimes. […] II - Licitude das provas e
denúncia anônima Como bem salientado no v. acórdão, as provas que decorreram
do mandado de busca e apreensão não foram obtidas apenas com esteio em
denúncias anônimas, mas sim nas condutas materialmente provadas e com fortes
indícios de autoria. Nesse sentido, explicou o v. acórdão (fl. 372): “não há falar em
nulidade da prova obtida após o recebimento de denúncias anônimas e posterior
expedição de mandado de busca e apreensão, vez que o oferecimento da peça
acusatória não se baseou apenas nestas, mas também nas investigações feitas
pela polícia, que atestaram a veracidade das referidas informações.” (grifei) […]
Diante de todo o exposto, tem-se que a devida expedição de mandado (ordem
judicial), com amparo em denúncias anônimas e demais provas nos autos, não
configura qualquer nulidade, pois a busca e apreensão se deu de forma autorizada
e amparada em lastro probatório suficiente, não logrando êxito a d. Defesa em suas
alegações. (eDOC 10, p. 76) A defesa diz que “ao contrário do entendimento dos
acórdãos do TJ/RS e do STJ, a autoridade policial não confirmou as denúncias
anônimas, bem pelo contrário, pleiteou a expedição de mandado de busca e
apreensão com base tão somente nas denúncias anônimas que foi deferido pelo
juiz de Primeira Instância. Logo, se ocorreu eventual confirmação, foi apenas
mediante a ilegal busca e apreensão fundada, tão somente, em denúncia anônima,
o que não pode ser aceito à luz do princípio constitucional da inviolabilidade
domiciliar.” Não tem razão. Conforme se pode observar, no curso das
investigações, a autoridade colheu depoimentos de testemunhas que,
anonimamente, prestaram informações que subsidiaram o pedido de expedição de
mandado de busca e apreensão. As investigações, portanto, já estavam em
andamento, de modo que está afastada a alegação de que elas se iniciaram
exclusivamente a partir de denúncia anônima. O Juízo, então, com base em
fundadas razões, determinou a busca e apreensão, por meio de decisão que não
padece de qualquer vício. O ingresso no domicílio dos pacientes, assim, foi
realizado com autorização judicial, concedida depois de verificadas fundadas
razões de que eles eram os prováveis autores dos crimes, o que somente será
esclarecido no curso da instrução. Não há, assim, qualquer margem para o
trancamento do processo penal. Ante o exposto, denego a ordem. (art. 192, caput,
RISTF) Publique-se. Comunique-se ao Juízo de primeiro grau. Brasília, 9 de
novembro de 2020. Ministro Gilmar Mendes Relator Documento assinado
digitalmente
Observação
23/03/2021 Legislação feita por:(GFG).
Legislação
LEG-FED CF ANO-1988 ART-00005 INC-00056 CF-1988 CONSTITUIÇÃO
FEDERAL LEG-FED DEL- 002848 ANO-1940 ART-00180 "CAPUT" CP-1940
CÓDIGO PENAL LEG-FED DEL-003689 ANO-1941 ART-00157 ART-00240 CPP-
1941 CÓDIGO DE PROCESSO PENAL LEG-FED LEI-010826 ANO-2003 ART-
00016 PAR-ÚNICO INC-00003 INC-00004 ED-2003 ESTATUTO DO
DESARMAMENTO LEG-FED RGI ANO-1980 ART-00192 "CAPUT" RISTF-1980
REGIMENTO INTERNO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
LINK MIDIA
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quase-20- vezes-no-rio-crime-tem-afetado-o-fornecimento-de-energia.ghtml
https://www.jusbrasil.com.br/artigos/das-lesoes-
corporais/174004062#:~:text=Conceito%20de%20les%C3%A3o.&text=a)%20Por%2
0ofensa%20%C3%A0%20integridade,Equimose%20constitui%20les%C3%A3o.
https://www.direitonet.com.br/dicionario/exibir/850/Delito-putativo
https://www.jusbrasil.com.br/artigos/o-que-e-delito-
putativo/315461805#:~:text=Delito%20putativo%20(ou%20delito%20imagin%C3%A
1rio,sequer%20fato%20t%C3%ADpico%20ou%20pun%C3%ADvel).
Bibliografia 1.3
JUSBRASI
L STF.JUS
G1
Bibliografia 1.4
JusBrasil - HC N° 124.908-MS. Publicado no dia 14/04/2012
Código Penal – Direito Penal atualizado
PETIÇÃO ONLINE – dicionário jurídico
DIREITO PENAL: PARTE GERAL: VOLUME ÚNICO – SÃO PAULO:
EDITORA JUSPODIVM 2015 P. 168