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Classificação Doutrinária de Crimes

Em Tabelas
Por Kennedy Barbosa
Crime Material Crime Formal Crime de Mera Conduta
(ou Causal) (de Consumação Antecipada (ou de Simples Atividade)
ou de Resultado Cortado)
Aquele em que há Aquele em que não há Aquele em que a lei não exige
necessidade de um resultado necessidade de realização de qualquer resultado
externo à ação (resultado resultado naturalístico e este, naturalístico, contentando-se
naturalístico), descrito na lei, e embora possa ocorrer, não é com a ação ou omissão do
que se destaca lógica e necessário para a consumação agente.
cronologicamente da conduta. do crime e caso aconteça, será
mero exaurimento.

Resultado naturalístico Resultado naturalístico previsto Resultado naturalístico não


previsto e ocorre + Resultado e pode ocorrer + Resultado previsto e não ocorre +
naturalístico indispensável naturalístico dispensável para a Resultado naturalístico
para a consumação. consumação. dispensável para a
consumação.

Ex.: Homicídio – art. 121, do Ex.: Ameaça – art. 147, do CP. Ex.: Violação de Domicílio –
CP. art. 150.

Crime Comum Crime Próprio Crime de Mão Própria


(ou Geral) (ou Especial) (de Atuação Pessoal ou de
Conduta Infungível)
Aquele que pode ser praticado Aquele que exige ser o agente Aquele que além de exigir
por qualquer pessoa. portador de uma qualidade qualidade especifica do sujeito
especial. ativo, só pode ser por este
praticado, pois não admite
coautoria, porém admite
participação.

Ex.: Furto – art. 155, do CP.


Ex.: Peculato – art. 312, do CP Ex.: Falso Testemunho – art.
(o autor só pode ser funcionário 342, do CP.
público do art. 327).
Crime Próprio
Puro Impuro
Aquele em que a ausência da condição Aquele em que a ausência da condição especial
especial imposta pelo tipo penal leva à imposta pelo tipo penal leva à desclassificação
atípicidade do fato. para outro crime.

Ex.: Prevaricação – art. 319, do CP (pois, Ex.: Peculato doloso – art. 312, do CP (pois,
excluída a elementar "funcionário público", não afastando-se a elementar "funcionário público",
subsiste crime algum). o fato passa a constituir crime de furto ou
apropriação indébita, conforme o caso).
Crime Próprio com Estrutura Inversa
Aquele praticado por funcionário público contra a Administração Pública em geral (crimes
funcionais).

Ex.: Concussão – art. 316, do CP.

Crime Bicomum Crime Bipróprio


Aquele em que tanto o sujeito ativo quanto o Aquele que tanto o sujeito ativo quanto o passivo
passivo são comuns. são próprios.

Ex.: Homicídio – art. 121, do CP. Ex.: Assédio Sexual – art. 216-A, do CP;
Infanticídio – art. 123, do CP.

Crime de Única Crime de Dupla Subjetividade Crime com Sujeito Passivo


Subjetividade Passiva Passiva em Massa
Aquele em que consta no tipo Aquele que tem, Aquele realizado contra
penal uma única vítima. necessariamente, dois ou mais sujeitos indeterminados, o que
sujeitos passivos. evidencia que a polaridade
passiva é formada por uma
Ex.: Lesão Corporal – art. 129, Ex.1: Violação de massa de pessoas, que não
do CP. Correspondência - art. 151, do podem ser identificadas.
CP (remetente e destinatário);
Ex.2: Aborto sem o
Consentimento da Gestante –
art. 125, do CP (gestante e
feto).

Crime Instantâneo Crime Permanente


É aquele que, uma vez consumado, está Aquele em que a execução e consumação se
encerrado. A consumação não se prolonga no prolongam no tempo, dependente da ação do
tempo. sujeito ativo para o encerramento.

Ex.: Roubo – art. 157, do CP. Ex.: Cárcere Privado – art. 148, do CP.
Crime Instantâneo de Efeitos Permanentes Crime à Prazo
Aquele em que consumada a infração em dado É aquele que se consuma após passado um
momento, os efeitos permanecem, período de tempo.
independentemente da vontade do sujeito ativo.
Ex.1: Bigamia – art. 235, do CP; Ex.1: Lesão Corporal Grave pela Incapacidade
Ex.2: Estelionato Previdenciário – art. 171, §3º, para as Ocupações Habituais por Mais de 30
do CP, quando praticado por terceiro não dias – art. 129, §1º, I, do CP;
beneficiário (STF: HC 112.095/MA; STJ: AgRg no Ex.2: Sequestro em que a privação da
Resp 1.347.082/RS). liberdade dura mais de 15 dias – art. 148, §1º,
III, do CP).

Crime Consumado (ou Completo) Crime Tentado (Incompleto ou Manco)


Aquele que já reuniu todos os elementos da Aquele que tendo sua execução iniciada, por
definição legal de um crime (art. 14, I, do CP). circunstâncias alheias à vontade do agente não
chega a reunir todos os elementos da definição
legal de um crime, ou seja, não se consuma (art.
14, II, do CP).
Crime Exaurido
É aquele em que o agente, mesmo após atingir o resultado consumativo, continua a agredir o bem
jurídico. Não caracteriza novo delito, e sim mero desdobramento de uma conduta já consumada.
Embora não influenciam na consumação, devem ser considerados na aplicação da pena.

Ex.: Extorsão – art. 158, do CP (a consumação se dá no momento em que o agente emprega os


meios para constranger a vítima com o intuito de obter indevida vantagem econômica,
dispensando-se o efetivo proveito).

Crime Doloso Crime Culposo Crime Preterdoloso


Aquele em que o agente quer Aquele em que o agente não É espécie dos crimes
o resultado – dolo direto – ou quer nem assume o risco de qualificados pelo resultado e se
assume o risco de produzi-lo produzir o resultado, mas a ele caracteriza por ser praticado
– dolo eventual – (art. 18, I, dá causa por imprudência, com dolo na conduta (ou no
do CP). negligência ou imperícia (art. antecedente) e culpa no
18, II, do CP). resultado (ou no consequente).

Ex.1: Lesão Corporal Seguida


de Morte – art. 129, §3°, do CP;
Ex.2: Tortura Qualificada Pela
Morte – art. 1°, §3°, in fine, da
Lei 9.455/97.

Crime de Dano Crime de Perigo


Só se consuma com a efetiva lesão do bem Dispensa a efetiva lesão, configurando-se com a
jurídico penalmente tutelado. simples exposição do bem jurídico a perigo.

Ex.: Homicídio – art. 121, do CP.


Crime de Perigo
Concreto Abstrato
(Presumido ou de Simples Desobediência)
Exige efetiva comprovação de risco para o bem A própria lei presume perigosa a ação,
jurídico. dispensando-se a comprovação de que houve
efetivo perigo ao bem jurídico tutelado.
Ex.: Perigo para a vida ou saúde de outrem –
art. 132, do CP. Ex. Tráfico de Drodas – art. 33, caput, da Lei
11.343/06.
Pode ser:

Individual: quando expõe ao risco uma ou um


número determinado de pessoas.
Ex.: Perigo de contágio venéreo – art. 130, do
CP;

Coletivo: quando ficam expostos ao risco um


número indeterminado de pessoas.
Ex.: Explosão – art. 251, do CP.

Crime Simples Crime Complexo


(ou em sentido Estrito)
Aquele que se amolda em um único tipo penal. Aquele que resulta da união de dois ou mais
tipos em uma única descrição legal.

Ex.: Furto – art. 155, do CP. Ex.: Roubo – art. 157, do CP (furto +
constrangimento ilegal).
Crime Complexo em Sentido Amplo Crime Ultra Complexo
Aquele que é derivado da fusão de um crime Ocorre quando o crime complexo é acrescido de
com uma circunstância ou elemento que, por si outro crime, este servindo como qualificadora ou
só, não constitue crime. majorante daquele.

Ex.: Denunciação Caluniosa – art. 339, do CP Ex.: Roubo Majorado Pelo Emprego de Arma de
(delito formado pela calúnia e pela Fogo – art. 157, §2°, I, do CP.
comunicação à autoridade a ocorrência de
infração, ato este isoladamente não é
criminoso).
Crime Famulativo
São os crimes que contêm a estrutura unitária do crime complexo.

Crime Qualificado Crime Privilegiado


É aquele em que ao tipo básico a lei acrescenta É aquele em que ao tipo básico a lei acrescenta
circunstância que agrava sua natureza, circunstância que o torna menos grave,
elevando os limites da pena. diminuindo, em consequência, suas sanções.
Ex.: Homicídio Qualificado pelo Motivo Torpe – Ex.: Homicídio Privilegiado pelo Relevante Valor
art. 121, §2º, I, do CP. Moral – art. 121, §1°, do CP.

Crime Condicionado Crime Incondicionado


A instauração da persecução penal depende de A instauração da persecução penal não
uma condição objetiva de procedibilidade. depende de uma condição objetiva de
procedibilidade.

Ex.: Estupro – art. 213, do CP. Ex.: Roubo – art. 157, do CP.

Crime de Tipo Fechado Crime de Tipo Aberto


Aquele que apresenta a definição completa. Aquele que não apresenta a descrição típica
Não há necessidade de complemento valorativo completa. É necessário complemento volorativo
pelo Juiz. pelo Juiz, analisando o caso concreto.

Ex.: Homicídio – art. 121, do CP. Ex.: Crime Culposo – art. 18, II, do CP.

Crime Progressivo Progressão Criminosa


Aquele em que, para alcançar seu intento, deve Ocorre quando há mutação do dolo do agente,
o agente obrigatoriamente violar norma de que inicialmente quer praticar um delito menos
caráter menos grave, ou seja, passar por um grave e após consumá-lo, decide praticar um
crime menos grave, chamado CRIME DE crime de maior gravidade.
PASSAGEM.

Ex.: Para matar (Homicídio – art. 121, do CP) Ex.: Agente adentra em uma residência com a
tem que ferir (Lesão Corporal – art. 129, do intenção de furtar (Furto – art. 155, do CP) e se
CP). depara com a dona da residência e decide
estupra-la (Estupro – art. 213, do CP).

Crime Comissivo Crime Omissivo Crime de Conduta Mista


(ou de Ação) (ou de Omissão)
Aquele que exige, segundo o Aquele em que o agente deixa Aquele que decorre de uma
tipo penal objetivo, em de fazer alguma coisa em que ação (conduta comissiva),
princípio, uma atividade estava obrigado. seguida de omissão (conduta
positiva do agente, um fazer. omissiva).

Ex.: Roubo – art. 157, do CP. Ex.: Omissão de Socorro – art.


135, do CP. Ex.: Apropriação de Coisa
Achada – art. 169, p.ú., II, do
CP.
Crime Omissivo (ou de Omissão)
Crime Omissivo Próprio Crime Omissivo Impróprio Crime Omissivo por
(Simples ou Puro) (Qualificado, Impuro, Espúrio, Comissão
Promíscuo, Comissivo-
omissivo ou Comissivo por
Omissão)
Aquele que objetivamente é A omissão consiste na Aquele em que o agente por
descrito com uma conduta transgressão do dever jurídico meio de um comportamento
negativa, de não fazer o que a de impedir o resultado, positivo, impede que terceira
lei determina, consistindo a praticando-se o crime que, pessoa possa realizar conduta
omissão na transgressão da abstratamente, é comissivo. O a que estava obrigada, com a
norma jurídica e não sendo resultado naturalístico é finalidade de produzir
necessário qualquer resultado exigível. O dever decorre da determinado resultado. Não é
naturalístico. O dever é posição de garante do art. 13, reconhecido pela maioria da
genérico, atribuível a qualquer §2°, do CP. doutrina brasileira.
pessoa.

Características: Características:
Omissão descrita no tipo; Omissão não descrita no tipo;
Praticados por qualquer Praticados apenas pelos
pessoa; garantes;
Formais; Materiais;
Unissubsistentes; Plurissubsistentes;
Não admitem tentativa. Admitem tentativa.

Ex.: Omissão de Socorro – art. Ex: Mãe que deixa de Ex.: Filho que, interessado no
135, do CP. amamentar ou cuidar do filho recebimento da herança,
causando-lhe a morte por impede que o médico salve a
inanição, pratica homicídio. vida de seu pai. O médico se
omitiu por ação do filho.
Crime de Olvido ou de Esquecimento
é o Crime Omissivo Impróprio CULPOSO.

Crime Mono-ofensivo Crime Pluriofensivo


Aquele que atinge apenas um bem jurídico. Aquele que atinge mais de um bem jurídico.
Em regra, são crimes Simples. Em regra, são crimes Complexos.

Ex.: Furto – art. 155, do CP. Ex.: Roubo – art. 157, do CP.

Crime Unissubsistente Crime Plurissubsistente


É aquele que se perfaz com um único ato. É aquele que exige mais de um ato para sua
Não admite tentativa. realização.
Admite tentativa.
Ex.: Injúria Verbal.
Ex.: Estelionato - art. 171, do CP.
Crime Unissubjetivo Crime Plurissubjetivo
(Unilateral, Monossubjetivo ou de Concurso (Plurilateral ou de Concurso Necessário)
Eventual)
Aquele que pode ser praticado por apenas uma Aquele que exige pluralidade de sujeitos ativos.
pessoa e eventualmente por várias pessoas. O número de agentes é previsto no tipo.

Ex.: Homicídio – art. 121, do CP.


Ex.: Rixa – art. 137, do CP.
Crime Plurissubjetivo
(Plurilateral ou de Concurso Necessário)
de Condutas Paralelas de Condutas Convergentes ou de Condutas Contrapostas
Bilaterais ou Divergentes
Aquele em que os agentes Aquele em que as condutas dos Aquele em que os agentes
auxiliam-se mutuamente, agentes se fundem, gerando dirigem suas condutas uns
pretendendo alcançar um fim imediatamente o resultado ilícito. contra os outros.
único.

Ex.: Associação Criminosa – Ex.: Bigamia – art. 235, do CP Ex.: Rixa – art. 137, do CP.
art. 288, do CP. (desde que haja má-fé do
conjugue solteiro).

Crime Consuntivo Crime Consunto


Aquele que absorve. Aquele que é absorvido.

Crime Transeunte Crime Não Transeunte


(de Fato Transitório ou Delicta Facti (de Fato Permanente ou Delicta Facti
Transeuntis) Permanentis)
Aquele que não deixa vestígios. Aquele que deixe vestígios.

Ex.: Calúnia – art. 138, do CP. Ex.: Homicídio – art. 121, do CP.

Crime de Ação Única Crime de Ação Múltipla


(ou De Conteúdo Variado)
Aquele em que o tipo penal prevê apenas uma Aquele que contém várias modalidades de
conduta nuclear possível. conduta, em vários verbos, qualquer deles
caracterizando a prática de crime. A pratica de
vários verbos em um mesmo contexto fático
vislumbra apenas um crime. Também conhedico
como tipo misto alternativo.

Ex.: Homicídio – art. 121, do CP. Ex.: Trafico de Drogas – art. 33 da Lei
11.343/06.
Crime de Forma ou Execução Livre Crime de Forma ou Execução Vinculada
É aquele em que é praticado por qualquer meio É aquele em que o tipo já descreve a maneira
de execução. pela qual o crime é cometido.

Ex.: Homicídio – art. 121, do CP (pode ser Ex.: Curandeirismo – art. 284, do CP (é um
cometido por golpes de faca, disparo de arma crime que só pode ser realizado de uma das
de fogo, etc). maneiras previstas no tipo penal).

Crime Principal Crime Acessório


(Parasitário, Ameba ou de Fusão)
Independe da prática de crime anterior. É aquele que pressupõe a existência de uma
infração penal anterior. A extinção da
punibilidade do crime antescedente/princial não
se extende ao acessório (art. 108, do CP).

Ex.: Furto – art. 155, do CP. Ex.1: Receptação – art. 180, do CP;
Ex.2: Favorecimento Pessoal – art. 348, do CP;
Ex.3: Favorecimento Real – art. 349, do CP;
Ex.4: Lavagem de Dinheiro – art. 1° da Lei
9.613/98.

Crime de Colarinho Azul Crime de Colarinho Branco


(Blue Collar Crime ou Crime de Rua) (White Collar Crime)
Aqueles praticados por pessoas Aqueles cometidos por pessoas que gozam e
economicamente menos favorecidas. abusam de elevada condição econômica.

Ex.: Furto – art. 155, do CP. Ex.: Lavagem de Dinheiro – art. 1° da Lei
9.613/98.

Crime Funcional (ou Delicta In Officio)


É aquele cometido por funcionário público.
Próprio Impróprio
Aquele que afastada a qualidade de funcionário Aquele que afastada a qualidade de funcionário
publico, o fato será atípico. público, o fato poderá configurar outro crime.

Ex.: Prevaricação – art. 319, do CP. Ex.: Peculato – art. 312, do CP.

Crime de Responsabilidade
Aquele violador do dever do cargo ou da função, apenado com uma sanção criminal ou de
natureza política.
Próprio Impróprio
Infração penal comum. Infração político-administrativa.

Crime Militar
Toda violação acentuada ao dever militar e aos valores das instituições militares, ou seja, é o
disposto no Código Penal Militar.
Próprio Impróprio
Definido apenas no Código Penal Militar, ou Definido também no restante da legislação
seja, só pode ser praticado por militar. penal.

Ex.: Pederastia – art. 235, do CPM. Ex.: Estupro – art. 232, do CPM e art. 213, do
CP.

CRIMES NATURAIS
Aqueles comportamentos que sempre foram, são e, provavelmente, serão no futuro infrações
penais, violando bens jurídicos indispensáveis à convivência harmônica em sociedade.

Ex.: Homicídio – art. 121, do CP.


CRIMES DE PLÁSTICO
1ª Corrente – Rogério Sanches 2ª Corrente – Cleber Masson
Tipos penais que tipificam como crime Tipos penais que protegem bens jurídicos
comportamentos de acordo com determinada artificiais, ou seja, bens que não pertencem a
epóca ou estágio da sociedade organizada, se todos. O Estado, que deveria defender as
amoldando como as medidas políticas pessoas, passa a criar tipos penais para se
necessárias do momento. proteger.

Ex: Crimes Cibernéticos e Crimes Contra o Ex.: Crimes de Lesa Majestade – Crimes Contra
Consumidor. a Administração Pública.

Crim à Distância Crime Plurilocal Crime em Trânsito


(ou de Espaço Máximo) (ou de Espaço Mínimo)
Aquele que percorre território Aquele em que a conduta se dá Aquele que percorre territórios
de dois países, em que a em um local e o resultado em de mais de dois países
execução do crime dá-se em outro, mas dentro do mesmo soberanos, sem, contudo,
um país e o resultado em país. atingir bens jurídicos em um ou
outro. alguns desses países.

Gera conflito internacional de Gera conflito interno de Gera conflito internacional de


jurisdição. competência. jurisdição.
Aplica-se a Teoria da Aplica-se a Teoria do Aplica-se a Teoria da
Ubiquidade. Resultado, em regra. Ubiquidade.

Crime de Menor Potencial Crime de Médio Potencial Crime de Máximo Potencial


Ofensivo Ofensivo Ofensivo
Aquele com pena máxima não Aquele em que a pena máxima Aquele incompatível com a
superior a dois anos, conforme suplanta 2 ano, mas a pena medidas despenalizadoras.
dispõe o art. 61 da lei mínima é igual ou inferior a 1 ano,
9.099/95, investigado por meio admitindo a medida
de Termo Circunstanciado, despenalizadora da suspensão
admitindo as medidas condicional do processo (art. 89).
despenalizadoras: composição
civil dos danos (art. 74),
transação penal (art. 76),
representação (art. 88) e
suspensão condicional do
processo (art.89), todos da lei
9.099/95.

Crime Conexo
Aqueles que estão ligados entre si.
De Conexão Teleológica de Conexão Consequencial de Conexão Ocasional
(ou Ideológica) (ou Causal)
É praticado para assegurar a É praticado para assegurar a É praticado como consequência da
execução de outro crime, ocultação, a impunidade ou a ocasião, da oportunidade
futuro. vantagem de outro crime, proporcionada por outro delito. O
passado. agente responde pelos dois delitos
em concurso material.

Ex.: Agente que mata (Homicídio –


art. 121, do CP) e, em seguida,
aproveita a oportunidade para
subtrair bens da vitima (Furto – art.
155, do CP).

Crime de Impressão
Aquele que causa determinado estado anímico na vítima.
Crime de Sentimento Crime de Inteligência Crime de Vontade
Recai sobre as faculdades Recai sobre as faculdades Recai sobre a vontade, sobre
emocionais. cognitivas, enganando-a. a autodeterminação.

Ex.: Injúria – art. 140, do CP. Ex.: Estelionato – art. 171, do Ex.: Constrangimento Ilegal –
CP. art. 146, do CP.

Crime de Intenção
(ou Tendência Interna Transcendente)
Ocorre quando o autor do delito quer e busca um resultado fático, porém este não precisa ser
realizado materialmente (resultado dispensável – finalidade transcedente) para que ocorra a
respectiva consumação, que será antecipada. São tipos incongruentes ou congruentes
assimétricos, pois a parte subjetiva da ação (intenção) não precisa se amoldar perfeitamente ao
tipo para que ocorra a consumação nos termos do tipo objetivo, de acordo com Reinhart Maurach:
“a lei estende o tipo subjetivo mais além do tipo objetivo”.
Crime de Resultado Cortado Crime Mutilado de Dois Atos
(Crime de Consumação Antecipada ou (Crime Imcompleto de Dois Atos ou Tipos
Crime Formal) Imperfeitos de Dois Atos)
É o crime em que o agente visa resultado que É o crime em que o agente visa um resultado
está dentro do tipo penal e que depende de que está fora do tipo penal e que depende de
um ato de terceiro. O crime já está um ato do próprio agente. O crime já está
consumando, pois há verdadeira consumação consumado, pois há verdadeira consumação
antecipada. Se o ato ocorrer será mero antecipada. Se o ato ocorrer será mero
exaurimento. exaurimento.

Ex: Extorsão Mediante Sequestro – art. 159, do Ex: Moeda Falsa – art. 289, do CP (O agente
CP (O delito estará consumado com a simples realiza a falsificação ocorrendo assim a
privação da liberdade para fins de obter consumação, mas quem falsifica dinheiro quer
vantagem econômica, caso esta seja recebida colocá-lo em circulação. A intenção do autor
ocorrerá mero exaurimento). desde o inicio encontrava-se fora deste núcleo
específico do tipo, por óbvio não seria
interessante que houvesse uma falsificação de
notas para que o agente colecionasse-as e
ficasse apenas no interior da residência.
Independentemente de ocorrer a “circulação da
moeda” o crime já estava consumado e
dependeu do ato próprio do autor.

Crime Putativo
(Imaginário ou Erroneamente Suposto)
Dá-se quando o agente imagina que a conduta por ele praticada constitui crime, mas em verdade
constitui uma conduta atípica, ou seja, não há punição para o ato praticado. Pode ser:
a) por erro de tipo;
b) por erro de proibição ou delito de alucinação;
c) por obra do agente provocador.
Delito Putativo por Erro de Tipo Delito Putativo por Erro de Proibição ou
(ou Erro de Tipo Invertido, ao Revés, ao Delito de Alucinação
Contrário) (ou Erro de Proibição Invertido, ao Revés, ao
Contrário)
Ocorre quando o agente quer praticar um Ocorre quando o agente pratica uma conduta
crime, mas pratica um fato atípico sem querer, imaginando estar infringindo uma norma de
por estar ausente uma elementar do tipo penal. proibição penal, quando na realidade sua
conduta não é proibida pelo direito penal.

Ex.: Mulher ingere substância abortiva Ex.: agente que pratica adultério, ou que pratica
imaginando estar grávida, mas, na verdade, incesto, imaginando ser crime.
não está.
Delito Putativo por Obra do Agente Provocador
Também conhecido por Flagrante Provocado, Flagrante Preparado, Delito de Experiência, Delito
de Laboratório, Delito de Ensaio ou Teoria da Armadilha/Entrapment Doctrine, caracteriza-se pela
indução de alguém à prática de determinado ilícito, sem que esta pessoa tivesse previamente tal
propósito, hipótese na qual se viola o direito fundamental de não se autoacusar e o da amplitude
de defesa, comprometidos pelo engano provocado pelo agente infiltrado.

Em síntese, como observa a doutrina, caracteriza-se, o agente provocador, pela presença dos
seguintes elementos:

a) efetiva incitação por parte do agente provocador determinando a vontade delituosa do indivíduo
provocado (elemento objetivo);

b) vontade de determinar a prática de um crime para possibilitar a punição de seu autor (elemento
subjetivo); e

c) adoção de medidas de precaução para evitar que o crime provocado se consume.

Qual a consequência? Crime Impossível (por ineficácia absoluta do meio).

Súmula n 145, STF: “Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível
a sua consumação.”

Crime Impossível
(Quase-crime, Crime Oco, Tentativa Inidônea, Tentativa Inútil, Tentativa Impossível,
Tentativa Inadequada)
Aquele que jamais poderia ser consumado em razão da ineficácia absoluta do meio empregado ou
pela impropriedade absoluta do objeto.

Ineficácia absoluta do meio  se caracteriza quando o instrumento utilizado não permite que o
delito possa ser consumado.
Ex.: Usar um alfinete para matar uma pessoa adulta ou produzir lesões corporais mediante o mero
arremesso de um travesseiro de pluma.

Impropriedade absoluta do objeto  se caracteriza quando a conduta do agente não pode


provocar nenhum resultado lesivo à vítima.
Ex.: Matar um cadáver.
OUTRAS CLASSIFICAÇÕES
Compreende uma pluralidade de atos criminosos da mesma
Crime Continuado espécie, praticados sucessivamente e sem intercorrente punição, a
que a lei imprime unidade em razão de sua homogeneidade
objetiva.
Crime Parcelar É o crime que integra uma cadeia de crimes cometidos em
continuidade delitiva.
Crime Falho Aquele em que o resultado não se verifica por circunstâncias
(Tentativa Perfeita ou alheias à vontade do agente, mas este esgota todo o seu potencial
Tentativa Acabada) lesivo.
É aquele que somente se configura se a conduta do agente não
Crime Subsidiário constituir crime mais grave.
Ex.: Periclitação da Vida ou Saúde de Outrem – art. 132, do CP.
É aquele que tem por sujeito passivo ente indeterminado, sem
Crime Vago personalidade jurídica, como a Coletividade e o Estado.
Ex.: Ato Obsceno – art. 223, do CP.
Crime de Mera Suspeita Aquele em que o autor é punido pela mera suspeita despertada.
(Sem Ação ou de Mera Ex.: art. 25, da LCP (único em nosso ordenamento jurídico), que foi
Posição) declarado Inconstitucional pelo STF no RE 583.523.
Crime de Ação Violenta Aquele praticado com o emprego de violência ou grave ameaça.
Ex.: Roubo – art. 157, do CP.
Crime de Ação Astuciosa Aquele praticado por meio de fraude.
Ex.: Estelionato – art. 171, do CP.
Crime Remetido Aquele em que sua definição típica se reporta a outro crime.
Ex.: Uso de Documento Falso – art. 304, do CP.
Aquele que retrata ato executório, que, normalmente, não são
Crime Obstáculo punidos, salvo se crime autônomos.
(ou de Perigo de Perigo) Ex.1: Perigo de Desastre Ferroviário – art. 260, do CP;
Ex.2: Atentado Contra a Segurança de Transporte Marítimo – art.
261, do CP.
Expressão surgida em Portugal, que consiste ser o crime passível
Crime de Catálogo de apuração por meio de interceptação telefônica, observados os
requisitos da lei 9.296/96.
Crime Multitudinário Aquele cometido por influência de multidão em tumulto.
Crime de Opinião Aquele praticado por meio de abuso da liberdade de expressão do
(ou de Palavra) pensamento.
Ex.: Crimes Contra a Honra.
Aquele que se caracteriza por ser cometido por meio de atividade
Crime de Expressão intelectiva do autor, que processa a informação que recebe e se
expressa inveridicamente.
Delineado pelo uruguaio Salvagno Campos, é aquele em que a
conduta recai sobre bens jurídicos consagrados pelo direito (regra
Crime Inominado ética ou cultural), mas sem tipificação penal especifica. Não é
admitido em nosso ordenamento, em decorrência do princípio da
legalidade e da vedação a analogia in mallam partem.
Delineado por Rui Barbosa, é aquele que existe unicamente em
Crime de Hermenêutica virtude da interpretação do operador da lei, sem que haja indícios
ou provas da ocorrência de um fato tipificado.
É sinônimo de Contravenção Penal, que não se trata de crime.
Essa terminologia tem origem do livro VIAGENS DE GULLIVER, do
Crime Liliputiano inglês JONATHAN SWIFT, no qual o personagem principal viaja por
(Anão, Vagabundo ou um mundo imaginário, e em sua primeira jornada vai a LILIPUT,
Venial) terra em que os habitantes medem apenas 15 (quinze) centímetros
de altura. Daí a referência às contravenções penais, por serem de
menor gravidade que os crimes.
Aquele constituído de uma reiteração de atos que constituem um
Crime Habitual todo, um delito apenas, traduzindo geralmente um modo ou estilo
de vida.
Ex.: Curandeirismo – art. 284, do CP.
Crime Profissional Aquele praticado por quem exerce uma profissão, utilizando-se dela
para a atividade ilícita.
Crime Cibernético Aquele cometido por meio da rede mundial de computadores ou
mesmo por meio de uma rede pública ou privada de computadores.
Crime de Greve Aquele cometido durante a paralisação dos empregados.
Crime de Lockout Aquele cometido durante a paralisação do empregador.
Crime Independente Aquele que não assume ligação com outras infrações penais.
Delineado por Maurach ao fato de o sujeito não denunciar um crime
Crime de Referência conhecido quando iminente ou em grau de realização, mas ainda
não concluído, questão que será analisada no concurso de agentes.
Crime de Acumulação Aquele que busca proteger bens supraindividuais.
Ex.: Crimes Ambientais – Lei 9.605/98.
Crime Gratuito Aquele praticado sem motivo. Não se confunde com motivo fútil, em
que o motivo exige, porém é desproporcional.
Crime de Circulação Praticado por intermédio de automóvel. (Damásio E. de Jesus).
Crime de Atentado Aquele em que o legislador prevê à tentativa a mesma pena do
(ou de Empreendimento) crime consumado, sem atenuação.
Ex.: Evasão mediante violência contra a pessoa – art. 352, do CP.
Crime de Ímpeto É o crime praticado sem planejamento, de forma repentina,
(ou Curto-Circuito) impulsiva, impensada, sem premeditação.
Crime Internacional Crime que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir.
Crime Político Aquele que vulnera a segurança interna ou externa do Estado.
Ex.: Crimes contra a Segurança Nacional – Lei 7.170/83.
Crime de Plágio É a conduta típica de redução a condição análoga a de escravo –
art. 149, do CP.
Crime de Pastoreio É a conduta típica de introdução ou abandono de animais em
Ilegítimo propriedade alheia – art. 164, do CP.
(ou Pastoreio Abusivo)
É o crime de tortura, que no Brasil é considerado comum, podendo
Crime Jabuticaba ser praticado por qualquer pessoa, e em outros países é crime
próprio. Analogicamente a jabuticaba, que só existe no Brasil, assim
é o crime de tortura que só no Brasil é considerado comum.
Crime Bifronte É o crime de tortura, que pode ser praticado tanto por agente
público quanto por particular.
Aquele em que a tendência interna subjetiva do agente delimita a
ação típica, ou seja, a tipicidade pode ou não ocorrer em razão da
atitude pessoal e interna do agente. Ou seja, aquele em que o tipo
Crime de Tendência requer o animo ou tendência de realizar a própria conduta típica,
(Tedência Intensificada ou sem transcendê-la, como ocorre nos delitos de intenção. O extrato
de Atitude Pessoal) subjetivo específico não extrapola a objetividade típica.
Ex.: As palavras proferidas, a depender da atitute pessoal e interna
do agente, podem configurar o crime de injúria (art. 140, do CP) ou
apenas uma brincadeira (atipicidade).
Crime de Motivo Especial Aquele onde figuram motivos especiais de agir.
Ex.: Motivo torpe, motivo fútil, relevante valor moral etc.
Crime de Motivo Especial Aquele praticado sem escrupulo, sem consideração.
de Ânimo
Crime de Sedição É o crime dirigido contra a segurança nacional, contra o Estado,
contra o regime de governo.

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