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Consumação e tentativa: a consumação do crime que a ajudou responderá pelo crime do art. 126 do CP.
ocorre com o induzimento, instigação ou auxílio ao
suicídio ou automutilação, sendo possível a tentativa. ABORTO PROVOCADO POR TERCEIRO SEM O
CONSENTIMENTO DA GESTANTE
Causas de aumento de pena: a pena será duplicada:
I - se o crime é praticado por motivo egoístico e II - se a Conceito (art. 125 do CP): provocar aborto, sem o
consentimento da gestante (pena - reclusão, de 3 a 10
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Pacto de morte ou ambicídio: quando duas ou mais Sujeitos: a) sujeito ativo: pode ser praticado por
pessoas firmam um pacto para morrerem ao mesmo qualquer pessoa (crime comum) e b) sujeito passivo:
tempo, mediante suicídio. Neste caso, a responsabilidade possui duas vítimas: a gestante e o feto.
de cada envolvido ficará caracterizada pelos atos
praticados por cada um. Consumação e tentativa: consuma-se com a morte
do feto. Admite-se tentativa.
INFANTICÍDIO
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA
Conceito (art. 123 do CP): matar, sob a influência do
estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo Se em consequência do aborto ou dos meios
após (pena: detenção, de 2 a 6 anos). Trata-se de crime empregados para provocá-lo, a gestante 1/3
doloso contra a vida que será julgado pelo Tribunal do Júri. sofre lesão corporal de natureza grave
Estado puerperal: conjunto de alterações físicas e Se, por qualquer dessas causas, a A pena é
psicológicas sofridas pela mulher em razão do parto. Por gestante morre duplicada
tratar-se de elementar do crime, se comunica aos demais
participantes, que também responderão por infanticídio. ABORTO PROVOCADO POR TERCEIRO COM
CONSENTIMENTO DA VÍTIMA
Tipo Subjetivo: não se admite a modalidade culposa.
Se a mãe, culposamente e sob a influência do estado Conceito (art. 126 do CP): provocar aborto com o
puerperal, matar seu filho recém-nascido, deverá consentimento - válido - da gestante (pena - reclusão, de
responder por homicídio culposo (alguns doutrinadores 1 a 4 anos). Trata-se de crime doloso contra a vida que
entendem que o fato é atípico). será julgado pelo Tribunal do Júri.
Sujeitos: a) sujeito ativo: apenas a mãe pode praticar Invalidade da concordância: a concordância dada
infanticídio (crime próprio) e b) sujeito passivo: apenas o por gestante menor de 14 anos, alienada ou débil mental,
filho que está nascendo ou acabou de nascer (se a mãe, sob ou obtida mediante fraude, grave ameaça ou violência,
influência do estado puerperal, mata filho de outra pessoa não é válida. O agente responde como se não houvesse
achando ser seu, responderá por infanticídio putativo). concordância (art. 125 do CP).
Consumação e tentativa: considera-se o crime Tipo Subjetivo: não se admite a modalidade culposa.
consumado com a morte do nascente ou do neonato.
Admite-se a tentativa. Consumação e tentativa: Consuma-se com a morte
do feto. Admite-se tentativa.
ABORTO PROVOCADO PELA GESTANTE OU COM
SEU CONSENTIMENTO Causas de aumento de pena: são as mesmas
aplicáveis ao aborto sem o consentimento da gestante.
Conceito (art. 124 do CP): provocar aborto em si
mesma ou consentir que outrem lhe provoque (Pena: ABORTO LEGAL
detenção, de 1 a 3 anos). Trata-se de crime doloso contra
a vida que será julgado pelo Tribunal do Júri. Conceito (art. 128 do CP): não se pune o aborto
praticado por médico: I - se não há outro meio de salvar
Tipo Subjetivo: não se admite a modalidade culposa a vida da gestante (aborto terapêutico) e II - aborto no
caso de gravidez resultante de estupro, desde que haja o
Sujeitos: a) sujeito ativo: pode ser praticado apenas pela consentimento da vítima (aborto humanitário).
gestante e b) sujeito passivo: produto da concepção, feto.
Feto Anencéfalo: o STF considerou que a interrupção
Consumação e tentativa: consuma-se com a morte da gravidez de feto anencéfalo não é considerado crime
do feto. Admite-se tentativa. (ADPF 54).
Concurso de Agentes: no caso de concurso de agentes
a gestante responderá pelo crime do art. 124 e o terceiro
1.2. LESÕES CORPORAIS
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Sujeitos: a) sujeito ativo: pode ser praticado por Se o crime é praticado contra pessoa
1/3
qualquer pessoa e b) sujeito passivo: em regra, qualquer menor de 14 ou maior de 60 anos
pessoa (salvo nas hipóteses do art. 129, §1º, IV e §2º V, e Se se o crime for praticado por milícia privada,
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Lesão corporal grave (art. 129, §1º, do CP): a lesão Aumento de pena: a pena é aumentada de 1/3 se
corporal é de natureza grave, com pena de reclusão de 1 o crime resulta de inobservância de regra técnica de
a 5 anos, se resulta: I - incapacidade para as ocupações profissão, arte ou ofício, se o agente deixa de prestar
habituais, por mais de trinta dias (o inciso não se refere imediato socorro à vítima, não procura diminuir as
a trabalho, mas a ocupações habituais), II - perigo de consequências do seu ato ou se foge para evitar prisão
vida (probabilidade imediata de morte, comprovada por em flagrante.
laudo pericial), III - debilidade permanente de membro,
sentido ou função (redução da capacidade funcional, que Ação Penal: pública condicionada à representação da
deve ser permanente, comprovada por laudo pericial) e vítima, salvo quando se tratar de lesão praticada contra mulher
IV - aceleração de parto (sem acarretar a morte do feto). no âmbito doméstico, em que a ação será pública incondicionada.
Ação Penal: processada mediante ação penal pública Perdão judicial: o juiz pode deixar de aplicar a pena se
incondicionada. Possível aplicar a suspensão condicional as consequências da infração atingirem o próprio agente de
do processo, prevista no art. 89 da Lei n. 9.099/95. forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária.
Lesão corporal gravíssima (art. 129, §2º, do CP): a Lesão corporal doméstica (§ 9º do art. 129 do CP):
denominação é doutrinária e não legal. Pena de reclusão é a lesão corporal decorrente de violência praticada
de 2 a 8 anos, se resulta: I - incapacidade permanente contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou
para o trabalho (trabalho em geral e não especificamente companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido,
o trabalho realizado pela vítima), II - enfermidade ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações
incurável, III - perda ou inutilização do membro, sentido domésticas, de coabitação ou de hospitalidade. Pena:
ou função, IV - deformidade permanente (quebra da detenção de 3 meses a 3 anos, aumentada de 1/3 se a
harmonia corporal da vítima de forma permanente) e V lesão for praticada contra pessoa com deficiência.
– aborto (crime preterdoloso, ou seja, o agente atua com
Ação penal: pública condicionada à representação se
intenção de praticar lesão corporal, mas com culpa em
a vítima for homem, e pública incondicionada no caso de
relação ao aborto).
a vítima ser mulher, já que a Lei Maria da Penha veda a
Lesão corporal seguida de morte (art. 129, §3º, do aplicação da Lei n. 9.099/95.
CP): crime preterdoloso, apenado com 4 a 12 anos de
reclusão. Ocorre quando o agente possui intenção de
lesionar a vítima, mas, em razão de conduta culposa, 1.3. LIBERDADE PESSOAL
acaba matando-a.
PERSEGUIÇÃO (STALKING)
Lesão corporal privilegiada (art. 129, §4º, do CP):
trata-se de causa de diminuição da pena de 1/6 a 1/3 Conceito (art. 147-A do CP): Perseguir alguém,
e pode ser aplicada quando o agente comete o crime reiteradamente e por qualquer meio, ameaçando-lhe
impelido por motivo de relevante valor social ou moral a integridade física ou psicológica, restringindo-lhe
ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a a capacidade de locomoção ou, de qualquer forma,
injusta provocação da vítima. invadindo ou perturbando sua esfera de liberdade ou
privacidade. Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
anos, e multa.
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Imputação de FATO ofensivo à REPUTAÇÃO, que não Quando o crime for cometido
Ação penal pública
seja definido como crime. em face do Presidente da
condicionada à requisição
República ou contra chefe
do Ministro da Justiça.
Imputação falsa ou verdadeira de governo estrangeiro.
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582 do STJ). A tentativa é possível quando, mesmo com Tipo subjetivo: apenas a modalidade dolosa. Não
a violência ou grave ameaça, o agente não consegue existe, portanto, crime de dano culposo.
subtrair o bem.
Consumação e tentativa: consuma-se no momento
em que o bem é danificado. Se o agente objetiva destruir,
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA mas apenas danifica o bem, o crime será consumado.
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Tentativa é possível.
1) se há o concurso de duas ou mais
pessoas, 2) se a vítima está em serviço de
transporte de valores e o agente conhece AÇÃO PENAL PÚBLICA
AÇÃO PENAL PRIVADA
tal circunstância, 3) se a subtração for INCONDICIONADA
de veículo automotor que venha a ser
transportado para outro Estado ou para o • Dano simples • Demais hipóteses de
exterior e 4) se o agente mantém a vítima dano qualificado
1/3 até a • Dano qualificado por
em seu poder, restringindo sua liberdade;
metade motivo egoístico ou
5) se a subtração for de substâncias
explosivas ou de acessórios que, conjunta prejuízo considerável
ou isoladamente, possibilitem sua
fabricação, montagem ou emprego; 6) se APROPRIAÇÃO INDÉBITA
a violência ou grave ameaça é exercida
Conceito (art. 168 do CP): apropriar-se de coisa alheia
com emprego de arma branca; (Incluído
móvel, de que tem a posse ou a detenção (a entrega do
pela Lei nº 13.964, de 2019)
bem é livre e consciente pela vítima). Pena: reclusão, de
1) se a violência ou ameaça é exercida 1 a 4 anos, e multa.
com emprego de arma de fogo, 2) se há
Sujeitos: a) sujeito ativo: pode ser praticado por
destruição ou rompimento de obstáculo 2/3
qualquer pessoa (crime comum), mas é muito comum
mediante o emprego de explosivo ou de
a prática por agiota e b) sujeito passivo: proprietário,
artefato análogo que cause perigo comum
usufrutuário ou possuidor do bem.
Violência ou grave ameaça é exercida
Apropriação indébita contra idoso: haverá o crime
com emprego de arma de fogo de uso Dobro
específico previsto no art. 102 do Estatuto do Idoso.
restrito ou proibido
Tipo subjetivo: apenas na modalidade dolosa. O tipo
Pacote Anticrime: passou a prever as seguintes penal contém o dolo específico do agente de se apropriar
modalidades de roubo como crimes hediondos: a) da coisa para si de forma definitiva, ou seja, a intenção do
circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima (art. agente em não devolver o bem (a “apropriação de uso” é
157, § 2º, inciso V); b) circunstanciado pelo emprego de fato atípico).
arma de fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) (Atenção: roubo
com arma branca não é hediondo) e c) qualificado pelo Consumação e tentativa: consuma-se o crime quando o
resultado lesão corporal grave ou morte (art. 157, § 3º); agente começa a se comportar como dono do bem que lhe foi
entregue ou quando se recusa a devolver o bem. A tentativa
DANO é possível, salvo na hipótese de recusa de devolução.
Conceito (art. 163 do CP): destruir, inutilizar ou Causas de aumento de pena: a pena é aumentada
deteriorar coisa alheia. Pena: detenção, de 1 a 6 meses, de 1/3 quando o agente recebeu a coisa: I - em depósito
ou multa. necessário; II - na qualidade de tutor, curador, síndico,
liquidatário, inventariante, testamenteiro ou depositário
Situações especiais: a) res nullius (coisa que nunca
judicial e III - em razão de ofício, emprego ou profissão.
teve dono): não pode ser objeto de crime de dano, já que
não é considerada coisa alheia; b) res derelicta (coisa Apropriação indébita privilegiada (causa de
abandonada): idem e c) coisa perdida: como tem dono, diminuição de pena): se o criminoso for primário e de
quem a danificar pode responder pelo crime de dano. pequeno valor o bem apropriado, o juiz pode substituir
a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de 1/3 a
Formas Qualificadas: o crime de dano será qualificado
2/3, ou aplicar somente a pena de multa.
se: I - com violência à pessoa ou grave ameaça; II - com
emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA
não constitui crime mais grave; III - contra o patrimônio
da União, de Estado, do Distrito Federal, de Município Conceito (art. 168-A do CP): deixar de repassar
ou de autarquia, fundação pública, empresa pública, à previdência social as contribuições recolhidas dos
sociedade de economia mista ou empresa concessionária contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional.
de serviços públicos; IV - por motivo egoístico ou com Pena: reclusão, de 2 a 5 anos, e multa.
prejuízo considerável para a vítima. Pena: detenção, de
6 meses a 3 anos, e multa, além da pena correspondente Formas equiparadas: nas mesmas penas incorre
à violência. quem deixar de: I – recolher, no prazo legal, contribuição
ou outra importância destinada à previdência social
Sujeitos: a) sujeito ativo: pode ser praticado por que tenha sido descontada de pagamento efetuado a
qualquer pessoa (crime comum) e b) sujeito passivo: segurados, a terceiros ou arrecadada do público; II –
proprietário do bem. recolher contribuições devidas à previdência social que
tenham integrado despesas contábeis ou custos relativos
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à venda de produtos ou à prestação de serviços; III - pagar representação, salvo quando a vítima for: I - a
benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas Administração Pública, direta ou indireta; II - criança ou
ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela adolescente; III - pessoa com deficiência mental; ou IV -
previdência social. maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz (Alterado
pelo Pacote Anticrime).
Sujeitos: a) sujeito ativo: responsável por recolher
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IMUNIDADES
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA
Imunidades absolutas ou escusas absolutórias (art.
Se o crime é cometido em detrimento de 181 do CP): é isento de pena quem comete qualquer dos
entidade de direito público ou de instituto crimes contra o patrimônio, em prejuízo: I - do cônjuge, na
1/3
de economia popular, assistência social constância da sociedade conjugal; II - de ascendente ou
ou beneficência descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja
Dobro da civil ou natural.
Se o crime for cometido contra idoso
pena
Imunidades relativas (art. 182 do CP): somente
se procede mediante representação, se o crime contra
A Lei n. 14.155/21 inseriu o § 2º-A ao art. 171 do CP, o patrimônio é cometido em prejuízo: I - do cônjuge
tratando da qualificadora do estelionato mediante fraude desquitado ou judicialmente separado; II - de irmão,
eletrônica (pena 4 a 8 anos) legítimo ou ilegítimo; III - de tio ou sobrinho, com quem
o agente coabita.
Ação: crime de ação penal condicionada à
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Exclusão das imunidades (art. 183): não se aplicam Conceito (art. 215 do CP): ter conjunção carnal ou
as imunidades ora estudadas (absoluta e relativa): I - se praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante
o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre
haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa; II manifestação de vontade da vítima. Pena: reclusão, de
- ao estranho que participa do crime e III – se o crime é 2 a 6 anos e, se o crime é cometido com o fim de obter
praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 vantagem econômica, aplica-se também multa.
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anos.
Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime
comum) e b) sujeito passivo: qualquer pessoa.
3. CRIMES CONTRA A DIGNIDADE
SEXUAL Causas de aumento: as mesmas do crime de estupro
(ver tabela acima).
Consumação e tentativa: a consumação ocorre caso o crime se caracteriza quando o agente corrompe
no momento da conduta do registro da cena ou da sua pessoa menor de 18 anos para praticar infração penal.
montagem, na forma equiparada. A tentativa é possível.
SATISFAÇÃO DE LASCÍVIA MEDIANTE PRESENÇA
DE CRIANÇA OU ADOLESCENTE
3.2. CRIMES SEXUAIS CONTRA
Conceito (art. 218-A do CP): praticar, na presença
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Forma equiparada: incorre nas mesmas penas quem Causas de aumento: as mesmas do crime de estupro
pratica as ações descritas no caput com alguém que, por (ver tabela acima).
enfermidade ou doença mental, não tem o necessário
discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer Consumação e tentativa: A consumação ocorre no
outra causa, não pode oferecer resistência. momento em que o ato é realizado na presença do menor
de 14 anos. A tentativa é possível quando, por exemplo,
Conceito de vulnerável: abrange os menores de 14 o agente induz a vítima a presenciar determinado ato
anos, os que, por enfermidade ou doença mental, não sexual, mas o ato não é praticado por circunstâncias
tem o necessário discernimento para a prática do ato, alheias a sua vontade.
assim como os que, por qualquer outra causa, não podem
oferecer resistência (idade avançada, pessoa desmaiada, FAVORECIMENTO DA PROSTITUIÇÃO OU DE OUTRA
pessoa embriagada completamente, em coma, etc.). FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇA OU
ADOLESCENTE OU DE VULNERÁVEL
Consentimento da vítima: o crime de estupro de
vulnerável se configura com a conjunção carnal ou prática Conceito (art. 218-B do CP): submeter, induzir ou
de ato libidinoso com menor de 14 anos, sendo irrelevante atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual
eventual consentimento da vítima para a prática do ato, sua alguém menor de 18 anos ou que, por enfermidade ou
experiência sexual anterior ou existência de relacionamento deficiência mental, não tem o necessário discernimento
amoroso com o agente (Súmula n. 593 do STJ). para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que
a abandone. Pena: reclusão, de 4 a 10 anos.
Forma majorada: I - se da conduta resulta lesão
corporal de natureza grave. Pena: reclusão, de 10 a 20 Formas equiparadas: incorre nas mesmas penas: I
anos, II - se da conduta resulta morte. Pena: reclusão, de - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso
12 a 30 anos. com alguém menor de 18 e maior de 14 anos na situação
descrita no caput do artigo (se a vítima for menor de 14
Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime anos, haverá o crime de estupro de vulnerável); II - o
comum); b) sujeito passivo: qualquer pessoa vulnerável. proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em
que se verifiquem as práticas referidas no caput do artigo
Causas de aumento: as mesmas do crime de estupro (pune-se, portanto, os envolvidos na casa de prostituição
(ver tabela acima). Além disso, aumenta-se a pena em até ou show).
1/3 se a vítima é menor de 18 anos.
Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime
Consumação e tentativa: a consumação ocorre com comum) e b) sujeito passivo: menor de 18 anos de idade.
a conjunção carnal ou com a prática do ato libidinoso.
A tentativa é possível se, apesar da violência ou grave Causas de aumento: as mesmas do crime de estupro
ameaça, não há a conjunção carnal ou o ato libidinoso. (ver tabela acima).
fato não constitui crime mais grave. Conceito (art. 246 do CP): deixar, sem justa causa,
de prover à instrução primária de filho em idade escolar.
Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime Pena: detenção, de 15 dias a 1 mês, ou multa.
comum) e b) sujeito passivo: qualquer pessoa, mas, se
a vítima for criança ou adolescente haverá a prática do Sujeitos: a) sujeito ativo: pais do menor (crime próprio),
crime do art. 241 ou o do art. 241-A do ECA. e b) sujeito passivo: filho em idade escolar obrigatória.
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Causas de aumento: pena é aumentada de 1/3 a 2/3 Tipo subjetivo: Apenas na modalidade dolosa.
se o crime é praticado por agente que mantém ou tenha
mantido relação íntima de afeto com a vítima ou com o fim Consumação e tentativa: a consumação ocorre quando
de vingança ou humilhação (“revenge porn”). o sujeito ativo, por tempo relevante, deixa de providenciar
a instrução primária do filho. Não cabe tentativa.
Consumação e tentativa: a consumação ocorre no
momento em que um dos atos previsto no tipo é praticado.
5. CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA
Excludente de ilicitude: não há crime quando o
agente pratica as condutas descritas no caput do artigo ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA (art. 288 do CP):
em publicação de natureza jornalística, científica, cultural associarem-se 3 ou mais pessoas, para o fim específico
ou acadêmica com a adoção de recurso que impossibilite a de cometer crimes. Pena: reclusão, de 1 a 3 anos. Se não
identificação da vítima, ressalvada sua prévia autorização, houver combinação ou liame subjetivo entre os sujeitos
caso seja maior de 18 anos. que cometeram os crimes, não há que se falar em
associação criminosa.
CARACTERÍSTICAS COMUNS
Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime
comum) e b) sujeito passivo: coletividade.
CARACTERÍSTICAS COMUNS A TODOS OS CRIMES
CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL Tipo subjetivo: apenas na modalidade dolosa. Exige-
se, ainda, o dolo específico consubstanciado na expressão
• todos os crimes contra a dignidade sexual passaram “para o fim específico de cometer crimes”
a ser de ação pública incondicionada
Causa de aumento: a pena aumenta-se até a metade
• os processos correm em segredo de justiça se a associação é armada ou se houver a participação de
• tipo subjetivo de todas as condutas: apenas na criança ou adolescente.
modalidade dolosa Consumação e tentativa: a consumação ocorre no
momento em que três ou mais pessoas se associam para
o fim específico de cometer crimes, não se exigindo que
4. CRIMES CONTRA A FAMÍLIA o crime de fato ocorra, tratando-se, portanto, de crime
formal. A tentativa não é possível porque a associação
ABANDONO MATERIAL deve ser permanente.
Conceito (art. 244 do CP): deixar, sem justa causa, Regras Importantes: a) a associação de pessoas para
de prover à subsistência do cônjuge, ou de filho menor o fim específico de cometer contravenções penais (jogo
de 18 anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente do bicho, por exemplo) não constitui crime de associação
inválido ou maior de 60 anos, não lhes proporcionando os criminosa (prática de crimes), b) para a caracterização
recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão das associação criminosa basta a associação estável e
alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada; permanente para a prática de crimes (crime formal) e c) a
deixar, sem justa causa, de socorrer descendente ou associação criminosa não se confunde com a organização
ascendente, gravemente enfermo. Pena: detenção, de 1 criminosa prevista na Lei n. 12.850/2013.
a 4 anos, e multa, de uma a dez vezes o maior salário
mínimo vigente no País.
6. CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA
Forma equiparada: nas mesmas penas incide quem,
sendo solvente, frustra ou ilide, de qualquer modo, MOEDA FALSA
inclusive por abandono injustificado de emprego ou
função, o pagamento de pensão alimentícia judicialmente Conceito (art. 289 do CP): falsificar, fabricando-a ou
acordada, fixada ou majorada. alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso
legal no país ou no estrangeiro. Pena: reclusão, de 3 a 12
Sujeitos: a) sujeito ativo: pode ser o cônjuge, genitor, anos, e multa.
ascendente ou descendente (crime próprio) e b) sujeito
passivo: pode ser o cônjuge, o filho enfermo, menor de Forma equiparada: nas mesmas penas incorre quem,
dezoito anos ou inapto para o trabalho, ascendente por conta própria ou alheia, importa ou exporta, adquire,
enfermo, maior de sessenta anos de idade ou inválido. vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na
circulação moeda falsa (§ 1º do art. 289).
Tipo subjetivo: apenas na modalidade dolosa.
Forma privilegiada: quem, tendo recebido de boa-fé,
Consumação e tentativa: a consumação ocorre com a como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à
recusa de prestar assistência. Não cabe tentativa. circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com
detenção, de 6 meses a 2 anos, e multa.
ABANDONO INTELECTUAL
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crime-meio.
PRINCÍPIO DA O princípio da insignificância é
INSIGNIFICÂNCIA inaplicável aos crimes contra a
Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime
comum), menos quem praticou a falsificação e b) sujeito Administração Pública (Súmula
passivo: Estado e as pessoas prejudicadas. n. 599 do STJ), salvo no caso de
crime de descaminho.
Tipo subjetivo: apenas na modalidade dolosa.
PECULATO
Consumação e tentativa: a consumação ocorre
com o uso, a apresentação, do documento, ainda que o Conceito (art. 312, caput, do CP): apropriar-se, o
agente não obtenha qualquer vantagem (crime formal). funcionário público, de dinheiro, valor ou qualquer outro
A tentativa não é possível, porque se o agente não bem móvel, público ou particular, de que tem a posse
apresenta o documento o fato é atípico. em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou
alheio. Pena: reclusão, de 2 a 12 anos, e multa.
CONCUSSÃO
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Conceito (art. 316 do CP): exigir, para si ou para caracterização da prevaricação e b) a prevaricação não se
outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função confunde com corrupção passiva privilegiada.
ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem
indevida. Pena: reclusão, de 2 a 12 anos, e multa. Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer funcionário
público (crime próprio) e b) sujeito passivo: Estado e a
Regras Importantes: a) deve haver “exigência” pessoa eventualmente prejudicada.
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Tipo subjetivo: admite apenas a modalidade dolosa. 8. CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO
DA JUSTIÇA
Causa de aumento de pena: a pena aplica-se em dobro
se o crime de descaminho é praticado em transporte DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA
aéreo, marítimo ou fluvial.
Conceito (art. 339 do CP): Dar causa à instauração
Consumação e tentativa: a consumação ocorre no de inquérito policial, de procedimento investigatório
momento da passagem alfandegária sem o pagamento criminal, de processo judicial, de processo administrativo
do tributo. A tentativa é possível. disciplinar, de inquérito civil ou de ação de improbidade
Princípio da insignificância: aplica-se o princípio da administrativa contra alguém, imputando-lhe crime,
insignificância, incidindo, segundo o STJ, para os valores infração ético-disciplinar ou ato ímprobo de que o sabe
sonegados até R$ 10.000,00 e, para o STF, para os valores inocente: (Redação dada pela Lei nº 14.110, de 2020).
até R$ 20.000,00. Imputação de crime, infração ético-disciplinar ou ato
CONTRABANDO ímprobo: Com a nova lei, além da imputação de crime,
poderá também configurar denunciação caluniosa a
Conceito (art. 334-A do CP): importar ou exportar imputação de infração ético-disciplinar ou ato ímprobo a
mercadoria proibida. Pena: reclusão, de 2 a 5 anos. alguém que se sabe que é inocente.
Formas equiparadas: incorre na mesma pena quem: Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa e b) sujeito
I - pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando; passivo: Estado e, em segundo plano, a pessoa inocente.
II - importa ou exporta clandestinamente mercadoria que
dependa de registro, análise ou autorização de órgão Tipo subjetivo: admite apenas a modalidade dolosa.
público competente; III - reinsere no território nacional O sujeito ativo deve saber que a pessoa a quem o crime é
mercadoria brasileira destinada à exportação; IV - vende, imputado é inocente.
expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer Causa de aumento de pena: a pena é aumentada de
forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de
atividade comercial ou industrial, mercadoria proibida pela nome suposto.
lei brasileira e V - adquire, recebe ou oculta, em proveito
próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou Causa de diminuição de pena: a pena é diminuída de
industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira. metade, se a imputação é de prática de contravenção.
Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa, b) sujeito Consumação e tentativa: a consumação ocorre com
passivo: Estado. a instauração dos procedimentos de investigação. A
tentativa é possível.
Tipo subjetivo: admite apenas a modalidade dolosa.
Ação Penal: pública incondicionada.
Causa de aumento de pena: a pena aplica-se em dobro
se o crime de descaminho é praticado em transporte Denunciação Caluniosa com finalidade Eleitoral: o
aéreo, marítimo ou fluvial. agente pratica o crime específico do art. 326-A do CE.
Consumação e tentativa: a consumação ocorre no COMUNICAÇÃO FALSA DE CRIME OU DE
momento da passagem alfandegária ou na entrada ou CONTRAVENÇÃO
saída irregular do país. A tentativa é possível.
Conceito: (art. 340 do CP): provocar a ação de
Princípio da insignificância: não se aplica ao crime autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou
de contrabando. de contravenção que sabe não se ter verificado. Pena:
detenção, de 1 a 6 meses, ou multa.
TABELA COMPARATIVA
Difere da denunciação caluniosa uma vez que não
DESCAMINHO CONTRABANDO se imputa a alguém a prática de crime, mas apenas
comunica-se falsamente a ocorrência de crime ou
Bem lícito Bem ilícito contravenção, provocando a ação de autoridade.
Tipo subjetivo: admite apenas a modalidade dolosa. Consumação e tentativa: o crime se consuma com o
efetivo prejuízo à vítima (crime material). A tentativa é
Ação Penal: se o crime for praticado sem violência, o possível apenas na forma comissiva.
delito se processa mediante ação penal privada. Se o crime for
praticado com violência, a ação será pública incondicionada. Ação penal: pública incondicionada.
Conceito (art. 348 do CP): auxiliar a subtrair-se à ação Conceito (art. 355, parágrafo único, do CP): advogado
de autoridade pública autor de crime a que é cominada ou procurador judicial que defende na mesma causa,
pena de reclusão. Pena - detenção, de 1 a 6 meses, e simultânea ou sucessivamente, partes contrárias. Pena:
multa. Se ao crime não é cominada pena de reclusão, a detenção, de 6 meses a 3 anos, e multa.
pena é de detenção, de 15 dias a 3 meses, e multa.
Mesmo processo: não há necessidade que o
Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa, mas se for patrocínio ocorra no mesmo processo, desde que seja
funcionário público pode configurar o crime de abuso de relativo à mesma causa.
autoridade e b) sujeito passivo: Estado.
Sujeitos: a) sujeito ativo: advogado devidamente
Tipo subjetivo: admite apenas a modalidade dolosa. inscrito na OAB (crime próprio); b) sujeito passivo: Estado.
Ação Penal: pública incondicionada. Tipo subjetivo: admite apenas a modalidade dolosa.
Favorecimento real impróprio (art. 349-A do CP): 9.1. LEI DE DROGAS (LEI N. 11.343/2006)
conduta praticada por quem ingressar, promover,
intermediar, auxiliar ou facilitar a entrada de aparelho
telefônico de comunicação móvel, de rádio ou similar, Os crimes previstos na Lei de Drogas são
sem autorização legal, em estabelecimento prisional. previstos em normas penais em branco, dependendo
de complementação em relação ao conceito de droga,
Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa, mas se for devendo-se utilizar o regramento dado pelas portarias da
funcionário público pode configurar o crime de abuso de Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
autoridade e b) sujeito passivo: Estado.
PORTE E CULTIVO PARA CONSUMO PRÓPRIO
Tipo subjetivo: admite apenas a modalidade dolosa.
Conceito (art. 28): quem adquirir, guardar, tiver em
Ação Penal: pública incondicionada. depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo
pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar será submetido
TABELA COMPARATIVA às seguintes penas: I - advertência sobre os efeitos das
drogas; II - prestação de serviços à comunidade; III -
FAVORECIMENTO FAVORECIMENTO REAL
PESSOAL medida educativa de comparecimento a programa ou
curso educativo.
Busca ajudar o autor de Busca tornar seguro o
crime anterior proveito do crime Nos casos II e III, serão aplicadas pelo prazo máximo
de 5 meses, salvo no caso de reincidência em que o prazo
Admite escusa absolutória Não admite escusa máximo poderá ser 10 meses. Não há imposição de pena
absolutória. privativa de liberdade para o crime previsto no art. 28 da
Lei de Drogas.
PATROCÍNIO INFIEL
Formas equiparadas: às mesmas medidas submete-
Conceito (art. 355, caput, do CP): trair, na qualidade se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva
de advogado ou procurador, o dever profissional, ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena
prejudicando interesse, cujo patrocínio, em juízo, lhe é quantidade de substância ou produto capaz de causar
confiado. Pena: detenção, de 6 meses a 3 anos, e multa. dependência física ou psíquica.
Sujeitos: a) sujeito ativo: advogado devidamente Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime
inscrito na OAB (crime próprio); b) sujeito passivo: Estado. comum) e b) sujeito passivo: coletividade.
Tipo subjetivo: admite apenas a modalidade dolosa. Tipo Subjetivo: admite apenas a modalidade dolosa.
o agente adquire ou, no caso de trazer consigo, guardar reinserção social, de unidades militares ou policiais ou
ou ter em depósito, quando o agente obtém a posse da em transportes públicos; IV - o crime tiver sido praticado
droga, prolongando-se no tempo enquanto ele a detiver com violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo,
(crime permanente). A tentativa é possível apenas na ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva;
modalidade adquirir. V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou
entre estes e o Distrito Federal; VI - sua prática envolver
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Regras importantes: a) não é possível a prisão em ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem
flagrante do usuário e b) trata-se de infração de menor tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a
potencial ofensivo, devendo ser submetida ao rito capacidade de entendimento e determinação e VII - o
sumaríssimo previsto na Lei n. 9.099/95, permitindo-se agente financiar ou custear a prática do crime.
a transação penal e a suspensão condicional do processo.
Regra Importante: é desnecessária a efetiva
TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS transposição de fronteiras entre Estados da Federação,
sendo suficiente a demonstração inequívoca da intenção
Conceito (art. 33): importar, exportar, remeter, de realizar o tráfico interestadual (Súmula n. 587 do STJ).
preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à
venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer Tráfico privilegiado: as penas poderão ser reduzidas
consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a de um sexto a dois terços, desde que o agente seja
consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, primário, de bons antecedentes, não se dedique às
sem autorização ou em desacordo com determinação atividades criminosas nem integre organização criminosa.
legal ou regulamentar. Pena: reclusão de 5 a 15 anos e
pagamento de 500 a 1.500 dias-multa. Consumação e tentativa: o crime se consuma
quando o agente realiza um as condutas descritas no
Formas equiparadas: nas mesmas penas incorre tipo penal, havendo algumas condutas instantâneas
quem: I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, (vender, adquirir, oferecer, etc.) e outras permanentes
adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em (transportar, guardar, etc.). A tentativa é possível apenas
depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que nas condutas instantâneas.
gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com
determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, Crime Hediondo: o crime de tráfico de drogas é considerado
insumo ou produto químico destinado à preparação hediondo, salvo quando se tratar de tráfico privilegiado.
de drogas; II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem
autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar, de plantas que se constituam em matéria- 9.2. LEI DE LAVAGEM DE CAPITAIS
prima para a preparação de drogas e III - utiliza local ou (LEI N. 9.613/98)
bem de qualquer natureza de que tem a propriedade,
posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente
que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem Lavagem de capitais: conjunto de atos destinados
autorização ou em desacordo com determinação legal ou a mascarar a natureza ilícita de determinados bens
regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas. ou valores, advindos de condutas criminosas, para
reintroduzi-los na economia formal, com aparência lícita.
Pacote Anticrime: acrescentou o inciso IV ao § 1º do
art. 33 da Lei de Drogas, para dispor que se considerada CRIME DE LAVAGEM DE CAPITAIS
forma equiparada ao crime de tráfico ilícito de drogas
quem “vende ou entrega drogas ou matéria-prima, Conceito (art. 1º da lei n. 9.613/98): ocultar ou
insumo ou produto químico destinado à preparação dissimular a natureza, origem, localização, disposição,
de drogas, sem autorização ou em desacordo com a movimentação ou propriedade de bens, direitos ou
determinação legal ou regulamentar, a agente policial valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração
disfarçado, quando presentes elementos probatórios penal. Pena: reclusão, de 3 a 10 anos, e multa.
razoáveis de conduta criminal preexistente”. Formas equiparadas: nas mesmas penas incorre
Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime quem: I – para ocultar ou dissimular a utilização de bens,
comum); b) sujeito passivo: coletividade. direitos ou valores provenientes de infração penal: a) os
converte em ativos lícitos; b) os adquire, recebe, troca,
Tipo subjetivo: admite apenas a modalidade dolosa. negocia, dá ou recebe em garantia, guarda, tem em
depósito, movimenta ou transfere; c) importa ou exporta
Causas de aumento da pena: a pena pode bens com valores não correspondentes aos verdadeiros; II-
ser aumentadas de 1/6 a 2/3, se: I - a natureza, a utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos
procedência da substância ou do produto apreendido e as ou valores provenientes de infração penal e III - participa
circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento
do delito; II - o agente praticar o crime prevalecendo- de que sua atividade principal ou secundária é dirigida à
se de função pública ou no desempenho de missão prática de crimes de lavagem de capital.
de educação, poder familiar, guarda ou vigilância; III
- a infração tiver sido cometida nas dependências ou Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime
imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino ou comum); b) sujeito passivo: Estado.
hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais,
culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de Tipo subjetivo: admite apenas a modalidade dolosa.
locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem Causas de aumento de pena: a pena será aumentada
espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de de 1/3 a 2/3, se os crimes definidos nesta Lei forem
serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de cometidos de forma reiterada ou por intermédio de
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restritiva de direitos, se o autor, coautor ou partícipe vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º, do CP)
colaborar espontaneamente com as autoridades,
prestando esclarecimentos que conduzam à apuração das Furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de
infrações penais, à identificação dos autores, coautores e artefato análogo que cause perigo comum (art. 155, § 4º-
partícipes, ou à localização dos bens, direitos ou valores A). (Pacote Anticrime)
objeto do crime.
Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido
Pacote Anticrime: acrescentou o § 6º ao art. 1º da Lei (art. 16 da Lei nº 10.826/ 2003) (Pacote Anticrime)
nº 9.613/98, que passou a permitir a utilização da ação
controlada e da infiltração de agentes para os crimes de Comércio ilegal de armas de fogo (art. 17 da Lei nº
“Lavagem” ou ocultação de Bens, Direitos e Valores 10.826/03); (Pacote Anticrime)
discriminação racial ou religiosa (inciso I do art. 1º); II - Regras Importantes: em regra, aplica-se a Lei n.
submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, 9.099/95. Excetuam-se as hipóteses em que o agente
com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso estiver: I - sob a influência de álcool ou qualquer outra
sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar substância psicoativa que determine dependência;
castigo pessoal ou medida de caráter preventivo (inciso II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou
II do art. 1º) e III - submeter pessoa presa ou sujeita a competição automobilística, de exibição ou demonstração
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medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por de perícia em manobra de veículo automotor, não
intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não autorizada pela autoridade competente e III - transitando
resultante de medida legal (§ 1º do art. 1º). em velocidade superior à máxima permitida para a via
em 50 km/h.
Tortura imprópria: apenada com detenção de 1 a
4 anos, ocorre quando o agente se omite em face das Forma qualificada: a pena privativa de liberdade
condutas da tortura própria, quando tinha o dever de é de reclusão de dois a cinco anos, sem prejuízo das
evitá-las ou apurá-las. Trata-se, portanto, de crime outras penas previstas neste artigo, se o agente conduz
omissivo e próprio. o veículo com capacidade psicomotora alterada em razão
da influência de álcool ou de outra substância psicoativa
que determine dependência, e se do crime resultar lesão
9.5. CÓDIGO DE TRÂNSITO corporal de natureza grave ou gravíssima.
BRASILEIRO (LEI 9.503/97) Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime
comum); b) sujeito passivo: qualquer pessoa.
HOMICÍDIO CULPOSO NA CONDUÇÃO DE VEÍCULO
AUTOMOTOR Tipo subjetivo: admite apenas a modalidade culposa,
já que na modalidade dolosa o crime será o previsto no
Conceito (art. 302 do CTB): praticar homicídio culposo art. 129 do CP.
na direção de veículo automotor. Penas: detenção, de 2 a
4 anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão Causas de aumento de pena (as mesmas previstas
ou a habilitação para dirigir veículo automotor. para o crime de homicídio culposo na condução de veículo
automotor - art. 302 do CTB).
Forma qualificada: se o agente conduz veículo
automotor sob a influência de álcool ou de qualquer Consumação e tentativa: a consumação ocorre no
outra substância psicoativa que determine dependência. momento em que a vítima sofre a lesão. A tentativa não é
Penas: reclusão, de 5 a 8 anos, e suspensão ou proibição possível, já que se trata de modalidade culposa.
do direito de se obter a permissão ou a habilitação para
dirigir veículo automotor. Prisão em flagrante: ao condutor de veículo, nos
casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima, não
Sujeitos: a) sujeito ativo: qualquer pessoa (crime se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se
comum); b) sujeito passivo: qualquer pessoa. prestar pronto e integral socorro àquela.
Tipo subjetivo: admite apenas a modalidade culposa, Ação penal: pública condicionada à representação,
já que na modalidade dolosa o crime será o previsto no salvo nos casos previstos no § 1º do art. 291 do CTB.
art. 121 do CP.
OMISSÃO DE SOCORRO
Causas de aumento de pena: a pena é aumentada de
1/3 à metade, se o agente: I - não possuir Permissão para Conceito (art. 304 do CTB): deixar o condutor do
Dirigir ou Carteira de Habilitação; II - praticá-lo em faixa veículo, na ocasião do acidente, de prestar imediato
de pedestres ou na calçada; III - deixar de prestar socorro, socorro à vítima, ou, não podendo fazê-lo diretamente,
quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade
acidente; IV - no exercício de sua profissão ou atividade, pública. Penas: detenção, de 6 meses a 1 ano, ou multa, se
estiver conduzindo veículo de transporte de passageiros. o fato não constituir elemento de crime mais grave.
Prisão em flagrante: ao condutor de veículo, nos Sujeitos: a) sujeito ativo: condutor do veículo que
casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima, não se envolveu em acidente com vítima; b) sujeito passivo:
se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, vítima do acidente.
se prestar pronto e integral socorro àquela (art. 301 do
CTB). Tipo subjetivo: admite apenas a modalidade dolosa.
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Na associação criminosa Reunião de ao menos Renúncia à representação: nas ações penais públicas
exige-se a reunião de ao 4 pessoas, estruturada condicionadas à representação da ofendida de que trata
menos três pessoas com com divisão de tarefas, a Lei Maria da Penha, só será admitida a renúncia à
intenção de praticar crime. ainda que a divisão seja representação perante o juiz, em audiência especialmente
informal designada com tal finalidade, antes do recebimento da
denúncia e ouvido o Ministério Público.
Obtenção da vantagem de
qualquer natureza Cesta básica: é vedada a aplicação de penas de cesta
básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a
Prática de duas ou mais substituição de pena que implique o pagamento isolado
infrações penais com de multa.
penas superiores a 4 anos,
ou que sejam de caráter Medidas Protetivas: com a vigência da Lei nº
transnacional (ultrapassam 13.827/2019, as medidas protetivas devem ser aplicadas
o território de um país). imediatamente se houver risco atual ou iminente à vida
ou à integridade física da mulher ou seus dependentes.
Meios de obtenção de prova: em qualquer fase da Nesses casos, a medida protetiva poderá ser aplicada
persecução penal é possível obter provas pelos seguintes pelo Delegado de Polícia (quando o Município não for
meios: a) colaboração premiada; b) captação ambiental sede de Comarca) ou pelo policial (quando não houver
de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos; c) ação delegado disponível).
controlada; d) acesso a registros de ligações telefônicas e
telemáticas, a dados cadastrais constantes de bancos de
dados públicos ou privados e a informações eleitorais ou
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