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EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ___.

MARCOS, brasileiro, solteiro, pintor, portador da cédula de identidade nº


65486487, inscrito no CPF/MF sob o nº 65478421, residente e domiciliado
na rua Getúlio Vargas, nº 645, na comarca de ____, por seu advogado,
vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, apresentar pedido
de RELAXAMENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE c/c a CONCESSÃO
DOS BENEFÍCIOS DA LIBERDADE PROVISÓRIA, com fundamento no
art. 5o, LXVI e LXVII da Carta Magna, e parágrafo único do art. 310 do
Código de Processo Penal, pelos seguintes motivos de direito e de fato, a
saber.

I- DOS FATOS

Diego e Júlio caminham pela rua, por volta das 21h, retornando para suas
casas após mais um dia de aula na faculdade, quando são abordados pelo
réu, que, mediante grave ameaça de morte e utilizando simulacro de arma
de fogo, exige que ambos entreguem as mochilas e os celulares que
carregavam.
Após os fatos, Diego e Júlio comparecem em sede policial, narram o
ocorrido e descrevem as características físicas do autor do crime. Por volta
das 5h da manhã do dia seguinte, policiais militares em patrulhamento se
depararam com o réu nas proximidades do local do fato e verificam que ele
possuía as mesmas características físicas do roubador.
Todavia, não foram encontrados com o réu quaisquer dos bens subtraídos,
nem o simulacro de arma de fogo. Ele foi encaminhado para a Delegacia e,
tendo-se verificado que era triplamente reincidente na prática de crimes
patrimoniais, a autoridade policial liga para as residências de Diego e Júlio,
que comparecem em sede policial e, em observância de todas as
formalidades legais, realizam o reconhecimento do réu como responsável
pelo assalto.
O Delegado, então, lavrou auto de prisão em flagrante em desfavor do réu,
permanecendo este preso, e o indiciou pela prática do crime previsto no Art.
157, caput, do Código Penal, por duas vezes, na forma do Art. 69 do
Código Penal. Após a lavratura do respectivo auto de prisão em flagrante, o
expediente é remetido ao Juízo da Vara Criminal, tendo sido aprazada
audiência de custódia para o dia de amanhã.

II- DO RELAXAMENTO DA PRISÃO EM FLAGRANTE

O réu, mediante grave ameaça, inclusive com emprego de simulacro de


arma de fogo, subtraiu coisas alheias móveis de Diego e Julio, logo praticou
dois crimes de roubo. As vítimas reconheceram o acusado, de modo que há
justa causa para o oferecimento de denúncia.
Todavia, não existe situação de flagrante a justificar a prisão do acusado.
Isso porque o reconhecimento e prisão de Marcos ocorreram horas após o
fato, sendo certo que não houve perseguição e nem com o agente foram
encontrados instrumentos ou produtos do crime. Dessa forma, nenhuma
das situações previstas no Art. 302 do Código de Processo Penal restou
configurada. Em sendo a prisão ilegal, sendo assim deve-se considerar o
relaxamento da prisão previsto no art.310, inciso II, CPC.
III- DA CONCESSÃO DA LIBERDADE PROVISÓRIA

Não há indícios de que o acusado em liberdade ponha em risco a instrução


criminal, a ordem pública e, tampouco, traga risco à ordem econômica.
Portanto, não há risco à aplicação da lei penal e, destarte, não há
fundamento que sustente a manutenção do cárcere.
Assim, conforme leciona a melhor doutrina, uma vez verificado que estão
ausentes os requisitos autorizadores da prisão preventiva previstos no
artigo 312 do Código de Processo Penal, a liberdade provisória é medida
que se impõe, conforme determina o artigo 321, do Código de Processo
Penal:
Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão
preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o
caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e
observados os critérios constantes do art. 282 deste Código.
Ainda, deve-se observar que não foram encontrados com o réu quaisquer
dos bens subtraídos, nem o simulacro de arma de fogo.

IV- DOS REQUERIMENTOS

Ante o exposto, requer que seja deferido o pedido de relaxamento da prisão


em flagrante, concedida também juntamente a liberdade provisória ao réu.

Farroupilha, 29 de maio de 2023.

CAMILA DENKVITTS
OAB/RS nº 784.457

TAÍS EMANUELI KRÜGE


OAB/RS nº 645.321

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