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Sumário
Lei de tortura ..................................................................................................................................................... 3
Divisão da lei .................................................................................................................................................. 4
Artigo 1º..................................................................................................................................................... 4
Conceito de agente público ....................................................................................................................... 6
Artigo 2º..................................................................................................................................................... 7
Consequências ............................................................................................................................................... 8
Resumo final .................................................................................................................................................... 10
Questões .......................................................................................................................................................... 12
Bateria extra de questões................................................................................................................................ 18

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LEIS ESPECIAIS
LEI 9.455/97 – LEI DE TORTURA
Vamos tratar de coisa ruim? Bora conversar sobre tortura.

Na história recente da humanidade tivemos acontecimentos que a colocaram em xeque


com o quesito “humanidade” que eventos foram esses Bruno?
- 1º e 2º Guerra mundial e suas terríveis consequências para toda população mundial,
massacres direcionados a minorias e por aí vai...
Após essas atrocidades a sociedade começou a exigir medidas mais severas contra esses
malfeitores e os estados assim fizeram.
➢ Em âmbito nacional, a nossa Constituição Federal foi a primeira a prever
expressamente a prática de tortura em seu texto, conforme ensina a doutrina.
(Mandado expresso de criminalização)

A dignidade da pessoa humana, é o bem jurídico tutelado por essa lei.

Mais especificamente em sua integridade


- Física
- Psíquica.
Leiam-se algumas normas internas de vedação à tortura:
- Constituição Federal de 1988 – art. 5º, III e XLIII.
- Art. 233, Lei nº 8.069/90 – já revogado.
- Lei nº 9.455/97

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

III – ninguém será submetido a tortura nem a tratamento


desumano ou degradante;

XLIII – a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de


graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes
hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os
que, podendo evitá-los, se omitirem;

Art. 233. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade,


guarda ou vigilância a tortura:
Pena – reclusão de um a cinco anos.

§ 1º Se resultar lesão corporal grave:


Pena – reclusão de dois a oito anos.

§ 2º Se resultar lesão corporal gravíssima:


Pena – reclusão de quatro a doze anos.

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§ 3º Se resultar morte:
Pena – reclusão de quinze a trinta anos.

A proteção aqui era insuficiente, pois tratava apenas de tortura contra criança
ou adolescente. E o adulto? Não pode ser vítima? Então essa proteção ineficaz fez
surgir a necessidade de uma lei mais completa.

A constituição apenas disse que o tratamento para crimes de tortura seria de x maneira,
mas aí surge a dúvida... o que é tortura?

A resposta veio quase 10 anos após a promulgação da constituição (do jeitinho que o
poder legislativo gosta) com a lei nº9.455/97.
Mas antes de iniciarmos propriamente dito, anota aí uma dica que pode te salvar.
não há crime de tortura culposo.

DIVISÃO DA LEI
Iremos destacar todos os pontos da lei, mas antes disso peço que tenha essa visão mais
ampla.
ARTIGOS DA LEI
• Artigo 1º
- Inciso I - Crime: Tortura prova; Tortura crime; Tortura discriminatória
- Inciso II – Crime: Tortura castigo
- § 1º - Crime: Tortura por equiparação
- § 2º - Crime: Tortura omissão
- § 3º - Crime: Qualificadoras
- § 4º - Causas de aumento de pena
- § 5º,6º e 7º - Consequências criminais

• Artigo 2º
- Extraterritorialidade da Lei de tortura

Sim, são apenas dois artigos. Mas muitos conteúdos vão ser trabalhados neles.

Vamos trabalhar todo o conteúdo diretamente na lei, pois é ele que cai na prova.
ARTIGO 1º
Art. 1º Constitui crime de tortura:
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave
ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental:

Sujeito ativo: Salvo as exceções legais, pode ser praticado por qualquer pessoa (crime
comum), não se exigindo condição especial de funcionário público, circunstância esta que, acaso
demonstrada, determinará a incidência de causa de aumento de pena.
Convenção contra a Tortura: É crime próprio

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Perceba que há a modalidade de violência psíquica. Algumas questões dizem
que não há, logo estão erradas.

a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima


ou de terceira pessoa;

Tortura-prova ou tortura persecutória.


Finalidade: obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de
terceira pessoa

b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;

Tortura para a prática de crime ou tortura-crime


Finalidade: Para provocar ação ou omissão de natureza criminosa.

c) em razão de discriminação racial ou religiosa;

Tortura discriminatória ou tortura-racismo


Finalidade: Discriminação racial ou religiosa.

Viu só quantas informações e quantos crimes distintos podemos ter em apenas um inciso?
Seguimos adiante.
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com
emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico
ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de
caráter preventivo.

Tortura castigo
Finalidade: Submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com
emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental,
como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.

Pena - reclusão, de dois a oito anos.

Pensamento doutrinário
A doutrina majoritária considera esse crime como MATERIAL.
Admitindo-se a tentativa e a desistência voluntária. Agora preste bastante
atenção nessa parte final pois a sua questão pode estar aqui.
Não se admite arrependimento eficaz e o arrependimento posterior por motivos
óbvios... vai ser eficaz contra o que? O crime já foi cometido. Vai se arrepender
posteriormente de que? A dor não vai ser retirada.

§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita


a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por
intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante
de medida legal.
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o
dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a
quatro anos.

https://www.youtube.com/watch?v=Bsjq2nEZ1ew

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• Segundo parte da doutrina, o crime de tortura-omissão NÃO É EQUIPARADO A
CRIME HEDIONDO!
Observações • Quanto a conduta “dever de apurá-las”, não aplica-se a causa de aumento de pena
do art. 4º, I (se o crime é cometido por agente público), sob pena de bis in idem

§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a


pena é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão
é de oito a dezesseis anos.

A lesão que qualificará a tortura é apenas a grave ou a gravíssima.

§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:


I - se o crime é cometido por agente público;

Lembrando que tem que ser no exercício da função ou em razão dela.


Mas você sabe o que é agente público? Anota aí o conceito.

CONCEITO DE AGENTE PÚBLICO


Art. 327. Considera-se funcionário público, para os efeitos penais,
quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo,
emprego ou função pública.

§ 1º Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego


ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa
prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de
atividade típica da Administração Pública.

Acha que acabou por aqui? Claro que não!! A doutrina ainda aponta outros conceitos de
agente público. Dessa vez vamos lá na lei de abuso de autoridade para extrairmos essa
denominação.

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ARTIGO 2º
Art. 2º É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qualquer
agente público, servidor ou não, da administração direta, indireta
ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal, dos Municípios e de Território, compreendendo, mas
não se limitando a:
I – servidores públicos e militares ou pessoas a eles equiparadas;
II – membros do Poder Legislativo;
III – membros do Poder Executivo;
IV – membros do Poder Judiciário;
V – membros do Ministério Público;
VI – membros dos tribunais ou conselhos de contas.

Parágrafo único. Reputa-se agente público, para os efeitos desta Lei,


todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,
emprego ou função em órgão ou entidade abrangidos pelo caput
deste artigo.

Agora sim vamos voltar a lei 9.455/97

II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de


deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos;

Preste muita atenção nesse inciso, pois as bancas costumam cobrar a


literalidade ou trocar conceitos. Por exemplo: O inciso fala em maior de 60 anos,
e não igual a 60 anos.

INFORMATIVO DO STJ
Ausência de bis in idem na aplicação do art. 1º, § 4º, II, da Lei de
Tortura em conjunto com a agravante do art. 61, II, "f", do Código Penal.
No caso de crime de tortura perpetrado contra criança em que há prevalência
de relações domésticas e de coabitação, não configura bis in idem a aplicação
conjunta da causa de aumento de pena prevista no art. 1º, § 4º, II, da Lei nº
9.455/1997 (Lei de Tortura) e da agravante genérica estatuída no art. 61, II, "f", do
Código Penal. STJ. 6ª Turma. HC 362.634-RJ, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado
em 16/8/2016 (Info 589)

III - se o crime é cometido mediante sequestro.

Aqui também será incluído o crime de cárcere privado. Embora esse tipo penal
apenas mencione o sequestro.
E o ponto chave para definir esse crime e não um sequestro é o dolo específico
do agente.
o sujeito ativo do crime sequestrará a vítima com o intuito de ter maior
disponibilidade para torturá-la.

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CONSEQUÊNCIAS
§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego
público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena
aplicada.

Doutrina
Efeito extrapenal administrativo da condenação.

Se da condenação pelo crime de tortura foi de 6 anos, a interdição para o exercício de


cargo, emprego ou função pública será por 12 anos.
Esse feito da condenação é automático: Mesmo se o juiz não mencioná-lo
na decisão, será automaticamente aplicado.

§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou


anistia.

A liberdade provisória vai ser possível sim nos crimes de tortura!! Porém ela
sempre será sem fiança, já que se trata de crime inafiançável.

Jurisprudência
STF: Condenado não poderá ser beneficiado, ainda com o indulto

§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do §


2º, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado.
Aqui nesse parágrafo nós temos uma discussão interessante. Pois na visão do STF, não
cabe ao legislador, de antemão, ou seja, sem olhar o caso concreto, definir o regime inicial de
cumprimento da pena adequado, sob pena de ferir o princípio da individualização da pena. Essa
é uma tarefa que cabe ao juiz na análise do caso concreto.

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INFORMATIVO
Regime inicial da pena no caso de crimes hediondos e equiparados.

Não é obrigatório que o condenado por crime de tortura inicie o cumprimento


da pena no regime prisional fechado. STJ. 5ª Turma. HC 286.925-RR, Rel. Min. Laurita Vaz,
julgado em 13/5/2014 (Info 540).

ARTIGO 2º
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não
tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima
brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição
brasileira.

INFORMATIVO
Tortura cometida contra brasileiro no exterior.

Crime de tortura praticado contra brasileiro no exterior: trata-se de hipótese


de extraterritorialidade incondicionada (art. 2º da Lei 9.455⁄97). No Brasil, a
competência para julgar será da Justiça Estadual. O fato de o crime de tortura,
praticado contra brasileiros, ter ocorrido no exterior, não torna, por si só, a Justiça
Federal competente para processar e julgar os agentes estrangeiros. Isso porque a
situação não se enquadra, a princípio, em nenhuma das hipóteses do art. 109 da
CF/88. STJ. 3ª Seção. CC 107.397-DF, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 24/9/2014 (Info
548).

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RESUMO FINAL

Macete para os casos de AUMENTO DE PENA nos crimes de TORTURA:

"Quando o AGENTE SEQUESTRA o VELHO de 60 DEFICIENTE e a GRÁVIDA no ACRI, a pena AUMENTA!

AGENTE --> se o crime é cometido por AGENTE PÚBLICO

SEQUESTRA --> se o crime é cometido mediante SEQUESTRO

VELHO de 60 --> se o crime é cometido contra MAIOR DE 60 ANOS

DEFICIENTE ---> se o crime é cometido contra PORTADOR DE DEFICIÊNCIA

GRÁVIDA --> se o crime é cometido contra GESTANTE

ACRI --> contra Adolescente e CRIança

AUMENTA--> Aumenta-se a pena de UM SEXTO ATÉ UM TERÇO

• AGENTE SEQUESTRA VELHO DE 60, DEFICIENTE E GRÁVIDA ACRI AUMENTA

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Fonte: Lei bizurada + Qconcursos

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E) Aquele que se omite em face das
QUESTÕES condutas descritas na lei, quando
tinha o dever de evitá-las ou apurá-
las, não incorre em pena
LEI DE TORTURA Nº 9.455/97
1. (PM-MT) A Lei nº 9.455/1997 define 3. (PC-RJ) A Lei nº 9.455/1997 tipifica o
como crime de tortura constranger crime de tortura e aponta as
alguém com emprego de violência ou suas diversas espécies. Sobre o delito
grave ameaça, causando-lhe em questão, analise as afirmativas a
sofrimento físico ou mental, com o seguir.
fim de obter informação da vítima ou
de terceira pessoa. Segundo as I. admite tentativa;
disposições legais acerca do tema, II. é insuscetível de graça ou anistia,
aquele que se omite, em face da mas permite o indulto;
prática de tal conduta, quando tinha o III. pode ser praticado por conduta
dever de evitá-la ou apurá-la, comissiva ou omissiva.

A) se for agente público, somente A) I;


responderá na esfera cível por ato de B) III;
C) I e II;
improbidade administrativa. D) I e III;
B) responde pelo crime de omissão E) II e III;
de socorro, nos termos da legislação
penal. 4. (CBM-BA) A tortura é proibida pela
C) incorre na mesma pena de quem Constituição de 1988, sendo essa
praticou o ato. proibição, inclusive, um direito
D) se condenado, iniciará o fundamental. Sua prática é
cumprimento da pena em regime considerada como crime, sendo
fechado. disciplinada pela Lei nº 9455/1977.
E) incorre na pena de detenção de um Sobre os crimes de tortura, assinale a
a quatro anos. alternativa incorreta.

2. (IAPEN-AC) Conforme a Lei nº 9455, A) Constitui crime de tortura


de 07/04/1997, que define os crimes constranger alguém com emprego de
de tortura e dá outras providências, violência ou grave ameaça, causando-
marque a alternativa CORRETA. lhe sofrimento físico ou mental em
razão de discriminação racial ou
A) Não há previsão de pena para religiosa
quem submete pessoa presa ou B) Aquele que se omite em face da
sujeita a medida de segurança a prática do crime de tortura, quando
sofrimento físico ou mental, por tinha o dever de evita- las ou apura-
intermédio da prática de ato não las, também pratica crime
previsto em lei ou não resultante de C) O crime de tortura é afiançável e
medida legal suscetível de graça e anistia
B) O crime de tortura é afiançável D) Constitui crime de tortura
C) A condenação acarretará a perda submeter alguém, sob sua guarda,
do cargo, função ou emprego público poder ou autoridade, com emprego
e a interdição para seu exercício pelo de violência ou grave ameaça, a
dobro do prazo da pena aplicada intenso sofrimento físico ou mental,
D) Diminui-se a pena se o crime é como forma de aplicar castigo pessoal
cometido por agente público ou medida de caráter preventivo

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E) A condenação acarretará a perda B) A pena prevista para aquele que
do cargo, função ou emprego público se omite em face de condutas que
e a interdição para seu exercício pelo caracterizam crimes de tortura,
dobro do prazo da pena aplicada quando tinha o dever de evitá-las ou
apurá-las, é de um a três anos.
5. (SEAP-GO) C) O agente público que pratica uma
A respeito da Lei no 9.455/1997 das condutas que caracterizam
(Lei da Tortura), assinale a crimes de tortura terá a pena
alternativa correta. aumentada em dois terços.
A) A consumação se dá com o D)O agente público condenado por
emprego de meios violentos, crime de tortura perderá o cargo,
ocasionando sofrimento físico ou função ou emprego público e sofrerá
mental, englobando, inclusive, o mero interdição para seu exercício pelo
aborrecimento, o qual é apto a dobro do prazo da pena aplicada.
configurar o crime de tortura. E) O crime de tortura é insuscetível
B) A tortura-castigo exige uma de fiança ou graça, mas é suscetível de
relação de guarda, poder ou anistia.
autoridade entre o sujeito ativo e o
passivo. 7. Assinale a alternativa que apresenta,
C) A diferenciação entre a tortura e os corretamente, a denominação do
maus-tratos é o elemento subjetivo. crime decorrente de
No crime de maus-tratos, não há constrangimento a alguém, com
o animus corrigendi, disciplinandi, já emprego de violência ou grave
no crime de tortura, o agente tem esse ameaça, causando-lhe sofrimento
ânimo, além de agir com ódio, com físico ou mental, em razão de
vontade de ver um sofrimento discriminação racial e apenado com
desnecessário, com sadismo. reclusão de 2 a 8 anos.
D) O objeto jurídico tutelado pela A) Crime de constrangimento ilegal.
norma penal no crime de tortura é B) Crime de lesão física e mental.
apenas a integridade corporal e a C) Crime de violência ou grave
saúde física. ameaça.
E) O dolo específico não constitui D) Crime de racismo.
elementar fundamental para a E) Crime de tortura.
configuração das modalidades do
crime de tortura previstas no art. 8. (SEAP-MG)No que diz respeito ao
1o da Lei no 9.455/1997. crime de tortura, assinale a
alternativa correta.
6. (PC-ES) A respeito dos Crimes de
Tortura, regulados pela Lei nº A) o crime de tortura é afiançável
9.455/1997, assinale a alternativa B) o crime de tortura é suscetível de
correta. anistia
C) a condenação deve acarretar a
A) A pena prevista para o crime de perda do cargo público e a interdição
tortura consistente em submeter para seu exercício pelo triplo do
alguém, sob sua guarda, poder ou prazo da pena aplicada
autoridade, com emprego de D) constitui crime de tortura
violência ou grave ameaça, a intenso submeter alguém, sob sua guarda,
sofrimento físico ou mental, como com emprego de grave ameaça, a
forma de aplicar castigo pessoal ou
medida de caráter preventivo, é de intenso sofrimento mental, como
reclusão de dois a cinco anos. forma de aplicar castigo pessoal

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E) o crime de tortura é suscetível de E) Em qualquer situação o condenado
graça por crime de tortura iniciará o
cumprimento da pena em regime
9. (SEAP-MG) Assinale a alternativa fechado.
correta. No crime de tortura, a pena
aumenta de um sexto até um terço se 12. (PC-PI) Após a Segunda Guerra
o crime é cometido: Mundial, adotada e proclamada a
Declaração Universal dos Direitos
A) contra pessoa maior de 50 Humanos, os direitos inerentes à
(cinquenta) anos pessoa humana passam a ser
B) mediante rapto protegidos mundialmente. No Brasil,
C) por agente público os atos de tortura e as tentativas de
D) mediante extorsão praticar atos dessa natureza são
E) mediante violência ou grave coibidos. Marque abaixo a
ameaça alternativa CORRETA quanto ao
crime de tortura.
10. (PC-GO) Na hipótese de um servidor A) O crime de tortura é inafiançável,
público ser condenado pelo crime de embora suscetível de graça ou anistia.
tortura qualificada pelo resultado B) Se o crime de tortura é cometido
morte a uma pena de doze anos de contra maior de 60 (sessenta) anos
reclusão, referida condenação aumenta-se a pena em de 1/3 (um
acarretará a perda do cargo, função terço) até à metade.
ou emprego público e a interdição C) Se o crime de tortura é cometido
para seu exercício por por agente público, a pena é
aumentada de 1/3 (um terço) até à
A) cinco anos metade.
B) dez anos D) Não se constitui crime de tortura o
C) doze anos constrangimento de alguém com o
D) vinte e quatro anos emprego de violência ou grave
E) trinta e seis anos ameaça, causando-lhe sofrimento
físico, em razão de discriminação
11. (PC-PI) Acerca do crime de tortura, racial ou religiosa.
marque a alternativa CORRETA. E) Constitui crime de tortura:
constranger alguém com emprego de
A) Constitui-se crime de tortura, violência ou grave ameaça, causando-
somente quando causar dano lhe sofrimento físico ou mental com o
psíquico a outrem. objetivo de obter alguma informação,
B) Caso o crime de tortura seja declaração ou confissão.
cometido por agente público,
aumenta-se a pena de um terço à 13. Se, com o objetivo de obter confissão,
metade. determinado agente de polícia, por
C) Nas situações previstas em lei, no meio de grave ameaça, constranger
crime de tortura, o juiz poderá pessoa presa, causando-lhe
arbitrar fiança. sofrimento psicológico,
D) Constitui-se crime de tortura
submeter alguém, sob sua guarda, A) e a vítima for adolescente, o crime
poder ou autoridade, com emprego será qualificado.
de violência ou grave ameaça, a B) estará configurada uma causa de
intenso sofrimento físico ou mental, aumento de pena.
como forma de aplicar castigo pessoal C) a critério do juiz, a condenação
ou medida de caráter preventivo. poderá acarretar a perda do cargo.

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D) provado o fato, a pena será de C) O condenado por crime previsto na
detenção. Lei de Tortura, via de regra, iniciará o
E) quem presenciar o crime e se cumprimento da pena em regime
omitir, incorrerá na mesma pena do semiaberto.
agente. D) O crime de tortura é inafiançável e
suscetível de graça ou anistia.
14. O agente policial A, empregou E) A condenação pela prática do crime
métodos truculentos contra a vítima de tortura acarretará a perda do
Z (causando-lhe intenso sofrimento cargo, função ou emprego público e a
físico) a fim de obter confissão acerca interdição para seu exercício pelo
de um suposto crime de estelionato triplo do prazo da pena aplicada.
que ela teria praticado. Como
decorrência, embora o agente policial 16. O crime de tortura, definido pela Lei
A não tenha agido diretamente n° 9.455/1997, possui como causa
com unimus necandi, a vítima Z veio a especial de aumento de pena
óbito. O agente B, superior imediato (majoração de um sexto a um terço)
do agente A, podia e devia ter agido ser o delito cometido contra grupos
para evitar o ocorrido, já que a tudo específicos de pessoas. Não constitui,
assistiu; entretanto, preferiu se entretanto, hipótese de agravamento
omitir para “não se incomodar". da pena, quando o crime for praticado
Nesse caso, que delitos foram contra:
cometidos pelos agentes A e B? A) mulher.
B) criança.
A) Homicídio qualificado pela tortura C) portador de deficiência física.
em concurso de pessoas. D) maior de sessenta anos.
B) Homicídio qualificado pela tortura E) portador de deficiência mental.
e omissão de socorro,
respectivamente. 17. (PC-RJ) Com relação ao crime de
C) Tortura seguida de morte em tortura, previsto na Lei 9.455/97,
concurso de pessoas. analise as afirmativas a seguir:
D) Tortura dolosa e homicídio doloso
como garantidor, respectivamente. I. A condenação pelo crime de tortura
E) Tortura seguida de morte e tortura acarretará a perda do cargo, função
por omissão, respectivamente. ou emprego público e a interdição
para seu exercício pelo dobro do
15. (PC-AC) Consoante a Lei de Tortura prazo da pena aplicada.
(Lei n° 9.455/1997), assinale a
alternativa correta. II. Constitui crime de tortura
submeter alguém sob sua guarda,
A) A Lei de Tortura aplica-se ainda com emprego de grave ameaça, a
quando o crime não tenha sido intenso sofrimento mental como
cometido em território nacional, forma de aplicar medida de caráter
sendo a vítima brasileira ou preventivo.
encontrando-se o agente em local
sobjurisdição brasileira. III. O disposto na Lei de Tortura (Lei
B) Se o crime a cometido contra 9.455/97) aplica-se ainda quando o
criança, gestante, portador de crime não tenha sido cometido em
deficiência, adolescente ou maior de território nacional, sendo a vítima
70 (setenta) anos, aumenta-se a pena brasileira.
um sexto até a metade.
Assinale:

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A) se nenhuma afirmativa estiver Antônio não responderá por crime
correta. algum, por ser seu subordinado.
B) se somente as afirmativas I e II B) Caio não praticou crime algum e
estiverem corretas. Antônio cometeu o crime de tortura.
C) se somente as afirmativas I e III C) Caio responderá pelo crime de
estiverem corretas. constrangimento ilegal em concurso
D) se somente as afirmativas II e III de agentes com Antônio.
estiverem corretas. D) Caio não praticou crime algum e
E) se todas as afirmativas estiverem Antônio responderá pelo crime de
corretas. abuso de autoridade.
E) Caio será punido por sua omissão
18. (PC-RJ) Em relação aos atos que na forma da Lei nº 9.455/1997 e
podem constituir crimes de tortura, Antônio responderá pelo crime de
assinale a afirmativa incorreta. tortura.

A) constranger alguém com emprego 20. (PC-RN) Em relação aos crimes de


de violência ou ameaça, causando-lhe tortura (Lei n.º 9.455/1997) e ao
sofrimento físico com o fim de obter Programa de Proteção a Vítimas e
informação Testemunhas (Lei n.º 9.807/1999),
B) constranger alguém com emprego assinale a opção correta.
de violência ou ameaça, causando-lhe
sofrimento físico para provocar ação A) Um delegado da polícia civil que
ou omissão de natureza criminosa perceba que um dos custodiados do
C) constranger alguém com emprego distrito onde é chefe está sendo
de violência ou ameaça, causando-lhe fisicamente torturado pelos colegas
sofrimento físico em razão de de cela, permanecendo indiferente ao
discriminação racial ou religiosa fato, não será responsabilizado
D) submeter alguém, sob sua guarda, criminalmente, pois os delitos
poder ou autoridade, com emprego previstos na Lei n.º 9.455/1997 não
de violência ou ameaça, a intenso podem ser praticados por omissão.
sofrimento mental, como forma de B) A Lei n.º 9.807/1999 não prevê a
aplicar castigo pessoal concessão de perdão judicial para o
E) constranger alguém sem emprego acusado que tenha colaborado efetiva
de violência nem ameaça, para que e voluntariamente com a investigação
faça algo que a lei não obriga e o processo criminal, mas apenas a
redução de um a dois terços na pena
19. (PC-RO) Caio, Delegado de Polícia, do réu que tenha contribuído para a
percebe que, na sala ao lado, Antônio, localização da vítima com vida e na
agente policial lotado em sua recuperação
Delegacia, submete Tício, preso em total ou parcial do produto da
flagrante, a sofrimento físico atividade criminosa.
mediante violência, como forma de C) O programa de proteção de que
aplicar-lhe castigo pessoal. Caio nada trata a Lei n.º 9.807/1999 é exclusivo
fez para impedir tal conduta. Pode-se para vítimas ou testemunhas
afirmar que Caio e Antônio ameaçadas, não podendo ser
cometeram as seguintes condutas, estendido aos parentes destas, sob
respectivamente: pena de grave comprometimento dos
recursos financeiros destinados a
A) Caio será punido por sua omissão custear as despesas específicas de
na forma da Lei nº 9.455/1997 e proteção.

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D) A pena para a prática do delito de GABARITO
tortura deve ser majorada caso o
delito seja cometido por agente 1- E
público, ou mediante sequestro, ou 2- C
ainda contra vítima maior de 60 anos 3- D
de idade, criança, adolescente, 4- C
gestante ou portadora de deficiência. 5- B
E) Se um membro da Defensoria 6- D
Pública Estado do Rio Grande do 7- E
Norte, integrante da Comissão 8- D
Nacional de Direitos Humanos, for 9- C
passar uma temporada de trabalho 10- D
no Haiti — país que não pune o crime 11- D
de tortura — e lá for vítima de 12- E
tortura, não haverá como aplicar a Lei 13- B
n.º 9.455/1997. 14- E
15- A
21. (PC-PB) Quanto à legislação a 16- A
respeito do crime de tortura, assinale 17- E
a opção correta. 18- E
19- E
A) A condenação por crime de tortura 20- D
acarreta a perda do cargo, função ou 21- E
emprego público, mas não a
interdição para seu exercício.
B) Não se aplica a lei de tortura se do
fato definido como crime de tortura
resultar a morte da vítima.
C) O condenado por crime previsto na
lei de tortura inicia o cumprimento da
pena em regime semiaberto ou
fechado, vedado o cumprimento da
pena no regime inicial aberto.
D) Aquele que se omite em face de
conduta tipificada como crime de
tortura, tendo o dever de evitá-la ou
apurá-la, é punido com as mesmas
penas do autor do crime de tortura.
E) Pratica crime de tortura a
autoridade policial que constrange
alguém, mediante emprego de grave
ameaça e causando-lhe sofrimento
mental, com o fim de obter
informação, declaração ou confissão
da vítima ou de terceira pessoa.

17
Com base na Lei Antitortura e na Lei
BATERIA EXTRA DE contra Abuso de Autoridade, julgue o
item subsequente.
QUESTÕES
4. SITUAÇÃO HIPOTÉTICA: Um
TORTURA – LEI 9.455/97 servidor público federal, no exercício
de atividade carcerária, colocou em
As questões abaixo são para perigo a saúde física de preso em
marcar como certo ou errado. virtude de excesso na imposição da
disciplina, com a mera intenção
1. Cinco guardas municipais em serviço de aplicar medida educativa,
foram desacatados por dois menores.
Após breve perseguição, um dos menores sem lhe causar sofrimento.
evadiu-se, mas o outro foi apreendido.
Dois dos guardas conduziram o menor ASSERTIVA: Nessa situação, o
apreendido para um local isolado, referido agente responderá pelo
imobilizaram-no, espancaram-no e crime de tortura.
ameaçaram-no, além de submetê-lo a
choques elétricos. Os outros três guardas 5. Caracteriza uma das espécies do
deram cobertura. Nessa situação, os crime de tortura a conduta
cinco guardas municipais responderão consistente em, com emprego de
pelo crime de tortura, incorrendo todos grave ameaça, constranger outrem
nas mesmas penas. em razão de discriminação racial,
causando-lhe sofrimento mental.
2. A condenação pela prática de crime
de tortura acarretará a perda do 6. O agente penitenciário que detém a
cargo, função ou emprego público e a guarda de um sentenciado e, como
interdição para o seu exercício por forma de aplicar-lhe um castigo, o
prazo igual ao da pena aplicada. ameaça de morte e o submete a
intenso sofrimento físico com o
Tendo em vista que o médico-legista emprego de choques elétricos e
deve descrever, em seu laudo, as submersão em água para asfixia
lesões que eventualmente encontrar, parcial, causando-lhe lesões
e cuja natureza jurídica pode ser leve, corporais simples, responde pelo
grave e gravíssima, ou, ainda, lesão crime de tortura, que absorve os de
corporal seguida de morte, em ameaça e de lesões corporais.
conformidade com o art. 129 do
Código Penal, julgue o item que se Um agente de polícia federal, irritado
segue. com a postura arrogante de um
traficante de substâncias
3. A legislação brasileira define tortura entorpecentes preso durante uma
como constrangimento com emprego operação na fronteira, por iniciativa
de violência ou grave ameaça, de própria, durante interrogatório
modo a causar sofrimento, para se levado a efeito no local da prisão,
obter informação, ou para provocar agrediu o preso fisicamente para
ação ou omissão, com o objetivo de obter informações que
discriminação racial, religiosa ou possibilitassem encontrar o
ainda como forma de castigo. laboratório onde a droga era
processada. O fato ocorreu na
presença do delegado que chefiava as
operações, o qual não autorizou ou
incentivou a atitude do subordinado e

18
se afastou do local logo após o início O agente carcerário X dirigiu-se ao
das agressões. Ao final, a informação escrivão de polícia Y para informar
buscada foi obtida e a operação que, naquele instante, o agente
atingiu sucesso total, com a carcerário Z estava cometendo crime
apreensão de grande quantidade de de tortura contra um dos presos e que
cocaína e a destruição do laboratório Z disse que só pararia com a tortura
de refino da droga. depois de obter a informação
desejada.

Com base na situação hipotética Nessa situação hipotética, se nada


descrita acima, julgue o item fizer, o escrivão Y responderá
subsequente. culposamente pelo crime de tortura.

7. Como a conduta do agente é tipificada 11. Para que um cidadão seja processado
como tortura na lei federal que e julgado por crime de tortura, é
disciplina a matéria, trata-se de crime prescindível que esse crime deixe
inafiançável e insuscetível de graça vestígios de ordem física.
ou anistia, por ele respondendo,
nesse caso, apenas o agente, uma vez 12. Um agente penitenciário federal
que a iniciativa da prática do crime foi determinou que José, preso sob sua
sua e não houve ordem ou incentivo custódia, permanecesse de pé por dez
para a sua conduta por parte do horas ininterruptas, sem que pudesse
delegado que chefiava as operações, o beber água ou alimentar-se, como
que impede a qualificação dessa forma de castigo, já que José havia
autoridade como mandante do crime. cometido, comprovadamente, grave
falta disciplinar. Nessa situação, esse
8. Agentes de polícia civil prenderam agente cometeu crime de tortura,
um ladrão de automóveis em ainda que não tenha utilizado de
flagrante delito e, para conseguir violência ou grave ameaça contra
informações sobre a quadrilha de que José.
ele participava, disseram-lhe que ele
sofreria graves consequências caso 13. Joaquim, agente penitenciário
não entregasse imediatamente seus federal, foi condenado,
cúmplices. Intimidado, o preso definitivamente, a uma pena de três
entregou o nome de seus comparsas. anos de reclusão, por crime disposto
Nessa situação, os policiais não na Lei n.º 9.455/1997. Nos termos da
cometeram crime de tortura, que referida lei, Joaquim ficará impedido
somente se consuma com a violência, de exercer a referida função pelo
não bastando para a sua prazo de seis anos.
caracterização a existência de uma
ameaça, ainda que grave. Determinado policial militar efetuou
a prisão em flagrante de Luciano e o
9. O agente público que submeter conduziu à delegacia de polícia. Lá,
pessoa presa a sofrimento físico ou com o objetivo de fazer Luciano
mental, ainda que por intermédio da confessar a prática dos atos que
prática de ato previsto em lei ou ensejaram sua prisão, o policial
resultante de medida legal, praticará responsável por seu interrogatório
o crime de tortura. cobriu sua cabeça com um saco
plástico e amarrou-o no seu pescoço,
10. Considere a seguinte situação asfixiando-o. Como Luciano não
hipotética. confessou, o policial deixou-o

19
trancado na sala de interrogatório televisão como suposto autor
durante várias horas, pendurado de confesso do crime.
cabeça para baixo, no escuro, período
em que lhe dizia que, se ele não 18. Um agente de polícia civil foi
confessasse, seria morto. O delegado condenado a 6 anos de reclusão pela
de polícia, ciente do que ocorria na prática de tortura contra preso que
sala de interrogatório, manteve-se estava sob sua autoridade. Nessa
inerte. Em depoimento posterior, situação, o policial condenado deve
Luciano afirmou que a conduta do perder seu cargo público e, durante
policial lhe provocara intenso 12 anos, se-lhe-á vedado exercer
sofrimento físico e mental. cargos, funções ou empregos
públicos.
Considerando a situação
hipotética acima e o disposto na
Lei Federal n.º 9.455/1997, julgue
os itens subsequentes. A respeito das leis especiais, julgue
os itens a seguir.
14. Para a comprovação da materialidade
da conduta do policial, é 19. O policial condenado por induzir, por
imprescindível a realização de exame meio de tortura praticada nas
de corpo de delito que confirme as dependências do distrito policial, um
agressões sofridas por Luciano. acusado de tráfico de drogas a
confessar a prática do crime perderá
15. O delegado não pode ser considerado automaticamente o seu cargo, sendo
coautor ou partícipe da conduta do desnecessário, nessa situação, que o
policial, pois o crime de tortura juiz sentenciante motive a perda do
somente pode ser praticado de forma cargo.
comissiva.
No que tange aos crimes de tortura,
16. Suponha que Bruno, penalmente julgue o item subsequente.
capaz, movido por sadismo, submeta
Elias, com emprego de violência, a 20. O artigo que tipifica o crime de maus-
contínuo e intenso sofrimento físico, tratos previsto no Código Penal foi
provocando-lhe lesão corporal de tacitamente revogado pela Lei da
natureza gravíssima. Nessa situação, Tortura, visto que o excesso nos
Bruno deverá responder pelo crime meios de correção ou disciplina
de tortura e, se condenado, deverá passou a caracterizar a prática de
cumprir a pena em regime inicial tortura, porquanto também é causa
fechado. de intenso sofrimento físico ou
mental.
Acerca dos crimes de abuso de
autoridade e de tortura, julgue os 21. O crime de tortura é crime comum,
itens subsequentes. podendo ser praticado por qualquer
pessoa, não sendo próprio de agente
17. Há concurso de crimes de abuso de público, circunstância esta que, acaso
autoridade e de tortura se, em um demonstrada, determinará a
mesmo contexto, mas com desígnios incidência de aumento da pena.
autônomos, dois agentes torturam
preso para que ele confesse a autoria 22. Se um policial civil, para obter a
de delito e, em seguida, o exibem, sem confissão de suposto autor de crime
autorização, para as redes de de roubo, impuser a este intenso

20
sofrimento, mediante a promessa de 27. Daniel, delegado de polícia, estava em
mal injusto e grave dirigido à sua sua sala, quando percebeu a chegada
esposa e filhos e, mesmo diante das dos agentes de polícia Irineu e
graves ameaças, a vítima do Osvaldo, acompanhados por uma
constrangimento não confessar a pessoa que havia sido detida, sob a
prática do delito, negando a sua acusação de porte de arma e de
autoria, não se consumará o delito de entorpecentes. O delegado
tortura, mas crime comum do Código permaneceu em sua sala, elaborando
Penal, pois a confissão do fato um relatório, antes de lavrar o auto de
delituoso não foi obtida. prisão em flagrante. Durante esse
período, ouviu ruídos de tapas, bem
23. O crime de tortura é inafiançável e como de gritos, vindos da sala onde se
insuscetível de graça ou anistia. encontravam os agentes e a pessoa
detida, percebendo que os agentes
24. É considerado crime de tortura determinavam ao detido que ele
submeter alguém, com emprego de confessasse quem era o verdadeiro
violência ou grave ameaça, a intenso proprietário da droga. Quando foi
sofrimento físico ou mental, como lavrar a prisão em flagrante, o
forma de aplicar-lhe castigo pessoal delegado notou que o detido
ou medida de caráter preventivo. apresentava equimoses
avermelhadas no rosto, tendo
Com relação à legislação especial, declinado que havia guardado a
julgue o item que se segue. droga para um conhecido traficante
da região. O delegado, contudo,
25. No crime de tortura em que a pessoa mesmo constatando as lesões,
presa ou sujeita a medida de resolveu nada fazer em relação aos
segurança é submetida a sofrimento seus agentes, uma vez que os
físico ou mental, por intermédio da considerava excelentes policiais.
prática de ato não previsto em lei ou Nessa situação, o delegado praticou o
não resultante de medida legal, não é crime de tortura, de forma que, sendo
exigido, para seu aperfeiçoamento, proferida sentença condenatória,
especial fim de agir por parte do ocorrerá, automaticamente, a perda
agente, bastando, portanto, para a do cargo.
configuração do crime, o dolo de
praticar a conduta descrita no tipo 28. O condenado pela prática de crime de
objetivo. tortura, por expressa previsão legal,
não poderá ser beneficiado por
Com base no direito penal, julgue o livramento condicional, se for
item que se segue. reincidente específico em crimes
dessa natureza.
26. Pela lei que define os crimes de
tortura, o legislador incluiu, no 29. Um agente penitenciário submeteu a
ordenamento jurídico brasileiro, intenso sofrimento físico um preso
mais uma hipótese de que estava sob sua autoridade, com o
extraterritorialidade da lei penal objetivo de castigá-lo por ter incitado
brasileira, qual seja, a de o delito não os outros detentos a se mobilizarem
ter sido praticado no território e a para reclamar da qualidade da
vítima ser brasileira, ou encontrar-se comida servida na penitenciária.
o agente em local sob a jurisdição Nessa situação, o referido agente
nacional. cometeu crime inafiançável.

21
30. Como forma de punir um ex-membro GABARITO
de sua quadrilha que o havia delatado
à polícia, um traficante de drogas 1-C 22-E
espancou um irmão do delator, em 2-E 23-C
plena rua, quando ele voltava do 3-C 24-C
trabalho para casa. Nessa situação, o 4-E 25-C
referido traficante praticou crime de 5-C 26-C
tortura. 6-C 27-C
7-E 28-C
31. A prática do crime de tortura torna-se 8-E 29-C
atípica se ocorrer em razão de 9-E 30-E
discriminação religiosa, pois, sendo 10-E 31-E
laico o Estado, este não pode se 11-C
imiscuir em assuntos religiosos dos 12-C
cidadãos. 13-C
14-E
15-E
16-E
17-C
18-C
19-C
20-E
21-C

22

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