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DIREITO PENAL III

DOS CRIMES CONTRA A PESSOA – AULA 1

ESTRUTURA DO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO

O atual Código Penal Brasileiro é composto de duas partes: geral (arts.


1º a 120) e especial (arts. 121 a 361).
A parte geral é destinada à edição de normas que vão orientar o
intérprete quando da verificação da ocorrência, em tese, de determinada
infração penal.
Ex.: Concurso de Crimes: Concurso material (art. 69, CP); Concurso
formal (art. 70, CP); Crime continuado (art. 71, CP) – Extinção da punibilidade
(art. 107, CP).

Na estrutura do Direito Penal, a parte especial compreende a análise


dos tipos Penais, que se compõe da objetividade jurídica, sujeito ativo,
sujeito passivo, elementos objetivos e subjetivos, classificação, Pena e
ação Penal. São vários aspectos a serem valorizados segundo a Teoria Geral
do Delito.

Na Parte Especial estão localizados os crimes em espécie, ou seja, as


normas incriminadoras e suas respectivas penas. A parte especial do Código
Penal, embora contenha normas de conteúdo explicativo, ou mesmo causas
que excluam o crime ou isentem o agente de pena, é destinada precipuamente,
a definir os delitos e a cominar as penas. (Preceito primário e preceito
secundário da norma jurídica)

O preceito primário, contém a descrição, objetiva e precisa, de uma


conduta. Ou seja, trata-se da descrição da infração penal em si. Já o preceito
secundário traz a cominação abstrata e individualizada da sanção penal
aplicável à conduta descrita no preceito primário.

Exemplo: Artigo 138 do Código Penal: “Caluniar alguém, imputando-lhe


falsamente fato definido como crime.

Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido


como crime:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa. § 1º - Na mesma
pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.
Na disciplina Direito Penal iremos estudar a parte especial do Código
Penal – Artigos 121 a 212:

"Dos crimes contra a vida", "Das lesões corporais", "Da periclitação da


vida e da saúde", "Da rixa", "Dos crimes contra a honra" e "Dos crimes contra a
liberdade individual". “Dos crimes contra o patrimônio”, “Dos crimes contra a
propriedade imaterial”, “Dos crimes contra a organização do trabalho”, “Dos
crimes contra o sentimento religioso e contra o respeito aos mortos”.

I - DOS CRIMES CONTRA A VIDA


Análise dos artigos 121, 122, 123, 124, 125, 126, 127 e 128, do
Código Penal
São os delitos previstos na parte especial do Código Penal, no Título
Dos Crimes Contra a Pessoa, Capítulo I, Dos Crimes contra a Vida, quais
sejam: homicídio (artigo 121), induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio
(artigo 122), infanticídio (artigo 123) e aborto (artigos 124, 125, 126, 127 e 128).

I - HOMICÍDIO
Conceito: É a eliminação da vida de uma pessoa provocada por outra.
Tem por ação nuclear o verbo “matar”, que significa destruir ou eliminar, no
caso a vida humana, utilizando-se de qualquer meio capaz de execução.

É um crime comum, pois o sujeito ativo e passivo pode ser qualquer


pessoa, não exigindo a Lei, nenhum requisito especial, sendo excluídos
aqueles que atentam contra a própria vida, já que o suicídio, por si mesmo, é
fato atípico. Admite a coautoria ou participação, por ação ou omissão.

Desse modo, o agente pode fazer uso de todos os meios, não só


materiais, para realizar o núcleo da figura típica. Portanto, pode-se matar por
meios físicos (mecânicos, químicos ou patogênicos), morais ou psíquicos, com
emprego de palavras, direta ou indiretamente, por ação ou omissão.

O Código Penal distingue várias modalidades de homicídio: simples


(artigo 121, caput), privilegiado (§ 1°), qualificado (§ 2°) e culposo (§ 3°).
Importante observar o seguinte: Os crimes dolosos contra a vida, na sua forma
consumada ou tentada, são julgados pelo Tribunal do Júri. Os crimes culposos
contra a vida são de competência do juiz singular.

 CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DO CRIME DE HOMICÍDIO


O homicídio é um crime comum, tanto no que diz respeito ao sujeito
ativo, quanto ao sujeito passivo; simples o ato de matar outra pessoa de
forma dolosa ou culposamente, comissiva ou omissivamente. Além disso,
porque não apresenta qualificadoras, que aumentam a pena, ou privilégio, que
a reduz; de forma livre, admite qualquer meio de execução. pode ser cometido
por golpes de faca, disparo de arma de fogo, envenenamento, esganadura etc.;
de dano causa efetivo prejuízo ao bem jurídico protegido pela legislação, no
caso, a vida; material, significa que a consumação depende da existência de
resultado material (ou naturalístico) que é a morte do ofendido; instantâneo de
efeitos permanentes, o momento consumativo ocorre em um determinado e
único instante (crime de consumação imediata) e produz efeitos perpétuos e
irreversíveis

II - HOMICÍDIO SIMPLES Art. 121, Caput, CP.


Art. 121. Matar Alguém
Pena – reclusão de 6 (seis) a 20 (vinte) anos

1. CONSIDERAÇÕES PRELIMINIARES

Possui a redação mais compacta de todos os tipos penais incriminadores. É


composto pelo núcleo matar e pelo elemento objetivo alguém. Somente o ser
humano vivo pode ser vítima do crime de homicídio. O ato de matar alguém
tem o sentido de eliminação da vida de uma pessoa por outra pessoa.
Por homicídio simples, entende-se que é aquele que constitui o tipo básico
fundamental, ou seja, contém os componentes essenciais do crime.
Por exclusão, o homicídio será “simples” quando o fato não se adequar a
qualquer das hipóteses de homicídio “privilegiado” ou “qualificado”.

A definição de crime doloso está prevista no artigo 18, inciso I do Código


Penal, que considera como dolosa a conduta criminosa na qual o agente quis
ou assumiu o resultado.

Art. 18 - Diz-se o crime:


Crime doloso
I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de
produzi-lo.

2. SUJEITOS DO CRIME

2.1. Sujeito ativo: pode ser qualquer pessoa – é um crime comum.

O artigo 121, CP, homicídio, é crime comum, uma vez que qualquer
pessoa pode cometer esse crime e qualquer pessoa pode ser vítima dele.
Assim, a lei não exige qualquer requisito especial, sendo excluídos aqueles que
atentam contra a própria vida, já que o suicídio, por si mesmo, é fato atípico.
Admite a coautoria ou participação, por ação ou omissão.
Pode ser praticado com dolo (vontade e consciência na produção do
resultado) ou com culpa (por imprudência, negligência ou imperícia). Dá-se o
nome de homicídio doloso no primeiro caso e de homicídio culposo no
segundo.

2.2. Sujeito passivo:


O Sujeito passivo do crime de homicídio é “alguém”, ou seja, qualquer
pessoa, independentemente de idade, sexo, condição social etc. É o titular do
bem jurídico lesado ou ameaçado.

3. Objeto material e bem jurídico protegido

3.1. Objeto material do delito é a pessoa contra a qual recai a conduta


praticada pelo agente.
3.2. Bem jurídico protegido é a vida.

4. Elemento Subjetivo: É o dolo, ou seja, a vontade livre e consciente de


matar alguém. O agente atua com o chamado animus necandi ou animus
occidendi, ou seja, a conduta do agente é dirigida finalisticamente a causar a
morte de uma pessoa.

5. Modalidades comissiva e omissiva: O delito é praticado


comissivamente quando o agente dirige sua conduta com o fim de causar a
morte da vítima, ou omissivamente, quando deixa de fazer aquilo a que estava
obrigado em virtude da sua qualidade de garantidor (crime omissivo impróprio).

Crime omissivo impróprio: É aquele em que uma omissão inicial do agente dá


causa a um resultado posterior, o qual o agente tinha o dever jurídico de evitá-
lo. É o que acontece quando a mãe de uma criança deixa de alimentá-la,
provocando a sua morte.
- O art. 13, § 2º, CP — Código Penal, estabelece o seguinte:

Relação de causalidade
Art. 13 — O resultado, de que depende a existência do crime, somente é
imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem
a qual o resultado não teria ocorrido.

Relevância da omissão

§ 2º — A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir


para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado.

6. Meios de execução
Como delito de forma livre, o homicídio pode ser praticado mediante
diversos meios, que podem ser subdivididos em:
Diretos – Disparo de arma de fogo, esganadura, etc.;
Indiretos – Ataque de animais instigados pelo dono, loucos estimulados;
Meios materiais – Podem ser mecânicos, químicos, patológicos.
Meios morais – O susto, o medo, a emoção violenta.

7. Consumação e Tentativa:

Consuma-se o homicídio quando da ação humana resulta a morte da


vítima.
A tentativa é possível, tendo em vista tratar-se de crime material e
plurissubsistente (Cuja ação é composta por diferentes atos que fazem parte
de uma única conduta, como assalto, violência verbal, coação e subtração dos
bens da vítima)

Para que o agente ativo seja enquadrado como praticante do crime


tentado, ele precisará realizar a tentativa com dolo. Não é possível existir a
tentativa no crime culposo, visto que, é preciso ter a vontade de praticar o
crime. O crime admite a tentativa quando puder fracionar o Iter Criminis.

III. HOMICÍDIO PRIVILEGIADO (art. 121, § 1º, CP)

O homicídio privilegiado é aquele que, em virtude de certas


circunstâncias subjetivas, conduzem a uma menor reprovação social da
conduta do homicida e, por este motivo, a pena é atenuada. Trata-se de uma
causa especial de diminuição de pena aplicada às hipóteses nele previstas.

Art. 121. Matar alguém:

§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social


ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta
provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
(causa especial de diminuição da pena ou privilegiadora)

 São situações distintas que importam em redução da pena.

 Valores morais são os princípios e normas que determinam o


comportamento de uma pessoa e a sua interação com a sociedade.
Esses comportamentos são classificados como “certos” ou “errados”
por determinada pessoa ou sociedade.
 Esses valores podem ser influenciados por uma variedade de
fatores, incluindo a religião, a cultura, a família e até mesmo
personalidades individuais.
 Exemplos comuns de valores morais incluem a honestidade, a
lealdade, a justiça, o respeito e a compaixão.

A) “Impelido por motivo de relevante valor social”

É aquele motivo que atende aos interesses de todos os cidadãos, ou seja,


não interessa somente ao agente, mas a toda coletividade.

O raciocínio diz respeito à comprovação da relevância. Caso não seja


relevante, isto é, não goze de certa importância coletiva, mesmo que tenha
valor social ou moral, não poderá servir como causa de diminuição da pena.

Exemplo clássico da doutrina : “Morte de um traidor da pátria”.

B) “Impelido por motivo de relevante valor moral”

É aquele, que embora importante é considerado levando-se em conta


os interesses do agente, ou seja, que em si mesmo, é aprovado pela ordem
moral.

Exemplos:

- Pai que mata o estuprador da filha.


- Eutanásia: O agente causa a morte do paciente, já em estado
terminal, mediante o seu consentimento expresso ou presumido, com a
finalidade de abreviar-lhe o sofrimento, impelido pelo sentimento de
compaixão, considerado um motivo de relevante valor moral, impondo-se a
redução obrigatória da pena.

Obs.: quando reconhecida uma privilegiadora, é inadmissível, pelo mesmo


motivo, admiti-la como atenuante (Art. 65, III, “a”, do CP).

Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: (Redação dada pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
III - ter o agente: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;

C) “Sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta


provocação da vítima”

A segunda parte do § 1º do art. 121 do CP também determina a redução


da pena quando o agente atua sob o domínio da violenta emoção, logo em
seguida a injusta provocação da vítima. Esses elementos devem estar
presentes para que o agente possa ter o direito subjetivo de ver diminuída
a sua pena.

a) Sob o domínio: A emoção deve ser intensa, violenta, etc. O agente


deve estar completamente dominado pela situação, caso contrário, se agiu
somente influenciado, a hipótese não será de redução da pena em virtude da
aplicação da minorante (da privilegiadora), mas tão somente da atenuação
genérica prevista na alínea C do inciso III do art. 65, do CPB.

Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: (Redação dada


pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

III - ter o agente: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de


ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção,
provocada por ato injusto da vítima.

b) Violenta emoção: Remete à regra do inciso I do art. 28, CP , que diz não
excluir a imputabilidade penal a emoção ou paixão. A legislação penal não
adota a emoção ou paixão, mesmo que violentas, como causas que
conduzem à exclusão da culpabilidade do agente.

Art. 28 - Não excluem a imputabilidade penal: (Redação dada pela Lei nº


7.209, de 11.7.1984)

I - a emoção ou a paixão; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).

c) Logo em seguida: O aspecto temporal logo em seguida tem o


significado de imediatidade, de proximidade com a provocação injusta a que foi
submetido o agente. A lei busca evitar que o agente que, provocado
injustamente, possa ficar planejando a sua vingança e ainda assim, seja
beneficiado com a diminuição da pena. Por isso, a expressão logo em seguida
tem o critério de razoabilidade, constituindo algo imediato, instantâneo, embora
admita o decurso de alguns minutos, mas não horas ou dias.
d) Injusta provocação: A injusta provocação permite a redução da pena,
da chamada injusta agressão, que conduz ao completo afastamento da
infração penal, em virtude da existência de uma causa de justificação, ou seja,
a legítima defesa.

- Distinção entre agressão injusta e provocação: Na injusta agressão


caberá a arguição da legítima defesa, não sendo possível cogitar a prática de
qualquer infração penal por alguém que se defende nessa condição. No caso
de simples provocação, não será possível alegar em favor do agente, a mesma
excludente, sendo que ele deverá responder penalmente pela sua conduta.

Para Assis de Toledo, é necessário a utilização dos critérios da


necessidade de utilização dos meios e da proporcionalidade da repulsa, que
são pertinentes quando se está diante de uma agressão injusta, pois deve-se
levar em conta a necessidade dos meios utilizados, a proporção entre a repulsa
e a ofensa ao bem protegido.

O entendimento de Rogério Greco é o de que a distinção entre


agressão e provocação é extremamente subjetiva em algumas situações e a
sensibilidade de determinada pessoa a determinado tipo de brincadeira.

Exemplo: O agente vai caminhando para a sua casa e de repente, um seu


vizinho sabendo dos seus limites começa a jogar beijos irônicos. O agente não
suportando a situação e entendendo que estava sendo atingido moralmente, o
agride, querendo, com isso, fazer cessar a suposta agressão contra a sua honra.
Desse exemplo, surgem duas consequências:

- O ato de enviar beijo pode ser considerado mera provocação, não permitindo
ao agente atuar em legítima defesa, servindo tão somente como circunstância
atenuante (art. 65, III, C, CP), no caso de ser condenado por ter praticado a conduta
tipificada no art. 129 do CPB. Nesse caso, o fato é típico, antijurídico e culpável.

- Se for considerado que os beijos enviados ao agente se constituíram


numa agressão à sua honra subjetiva, terá ele atuado em legítima defesa e,
assim, a sua conduta, embora típica, não poderá ser considerada ilícita,
devendo o agente ser absolvido por não ter cometido infração penal alguma.

Resumo: Como consequência desse raciocínio, deve-se concluir que aquele


que provoca alguém sem o intuito de agredi-lo pode agir na defesa de sua
pessoa, caso o provocado parta para o ataque, não sendo permitida essa
possibilidade àquele que comete injusta agressão.

Concluindo: Somente a agressão injusta abre possibilidade ao agredido de se


defender legitimamente nos limites legais, o mesmo não acontecendo com
quem reage a uma provocação, pois responderá pelo seu dolo, não havendo
exclusão da ilicitude da sua conduta.

Assim, uma vez comprovado que o agente atuou sob o domínio de violenta
emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, deverá o julgador reduzir a
sua pena de um sexto a um terço, percentual que variará de acordo com a maior ou
menor intensidade da situação em que estava envolvido, sendo, portanto, direito
subjetivo do autor da infração penal ver a plicada a minorante, e não mera
faculdade do juiz.

III. HOMICÍDIO QUALIFICADO (art. 121, § 2º, do CP)

O § 2º do art. 121, CP, dispõe sobre homicídio qualificado. As


qualificadoras estão divididas em quatro grupos, em razão dos quais a pena
relativa ao crime de homicídio passa a ser a de reclusão de 12 (doze) a 30
(trinta) anos, a saber:
a) motivos;
b) meios;
c) modos;
d) fins.

Todos as modalidades presentes neste dispositivo são consideradas


circunstâncias previstas na lei de crimes hediondos (art. 1º, I, lei 8072/90).

As qualificadoras que correspondem aos motivos estão elencadas


nos seguintes incisos: Incisos I, II, VI, VII e XV

I) Mediante paga ou promessa de recompensa , ou por outro motivo


torpe (art. 121, § 2º, I, do CP);

OBS: Tanto a paga quanto a recompensa, são consideradas motivos


torpes. Torpe é o motivo abjeto que causa repugnância, nojo, sensação de
repulsa pelo fato praticado pelo agente.

Na “paga” o agente recebe antecipadamente o valor, que não é


necessariamente dinheiro, para que leve a efeito a empreitada criminosa. Já na
promessa de recompensa, existe uma promessa de pagamento futuro. Nesse
caso, o agente responderá pelo delito, mesmo que não receba a recompensa
após o cometimento do crime e ainda que o mandante não tivesse a intenção,
desde o início de cumpri-la. O que qualifica o homicídio é o motivo.

 Se existe paga ou promessa de recompensa, existem sempre dois


personagens: mandante e executor que deverão responder pelo crime.

 Rogério Greco entende que nem sempre o mandante responde pelo


homicídio qualificado, isso porque as qualificadoras devem ser consideras
como circunstâncias. Por exemplo, quem recebe paga ou aceita promessa de
recebimento da vantagem para que pratique o homicídio, o faz por motivo
torpe. Por outro lado, pode ser que o mandante possua motivo de relevante
valor moral, que não se confunde com o que motivou o executor a cometer o
homicídio.
Exemplo: pai de família trabalhador, honesto, cumpridor de seus deveres, não
tendo coragem, contrata um “justiceiro” para executar o estuprador de sua filha
de 5 anos. O mandante, isto é, o pai, deverá responder por homicídio simples,
com s diminuição de pena relativa ao motivo de relevante valor moral. Já o
executor, responderá pela modalidade qualificada.

II) Motivo Fútil (art. 121, § 2º, II, do CP) - Fútil é o motivo insignificante,
que faz com que a conduta do agente seja desproporcional.
Ex: matar por ter levado uma fechada no trânsito, rompimento de
relacionamento; pequenas discussões entre familiares; etc.

VI) Contra a mulher por razões da condição de sexo feminino (art. 121,
§ 2º, VI, do CP); Feminicídio (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015).

Para fins de reconhecimento de feminicídio basta que o agente tenha


cometido o crime, por exemplo, num contexto de violência doméstica e familiar.

Exemplo: O marido chega em casa após um dia de trabalho, não


encontra o jantar servido por sua esposa. Irritado com a situação, após intensa
discussão, assassina a mulher. Aqui, ocorre o motivo fútil (não ter encontrado o
jantar servido à mesa). Contudo, foi praticado numa situação de violência
doméstica e familiar, o que implicará no reconhecimento do feminicídio.

VII) Contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da


Constituição Federal: integrantes do sistema prisional e da Força
Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência
dela, contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até
terceiro grau, em razão dessa condição (art. 121, § 2º, VII, do CP).

Quando os homicídios são praticados nessas circunstâncias, ou seja,


durante o exercício da função ou em decorrência dela, é que se pode aplicar a
qualificadora em questão. Se a morte de uma dessas pessoas for ocasionada
por outros motivos, essas qualificadoras serão afastadas. EX.: Durante uma
discussão sobre futebol, o agente acaba causando a morte de um policial
militar que com ele se encontrava no interior de um bar, o fato poderá se
amoldar a outro tipo qualificado, diverso do previsto no inciso VII do § 2º do CP.

OBS: Será possível o reconhecimento da qualificadora na hipótese de


que a autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição
Federal já esteja aposentado, desde que o homicídio se dê em razão da função
que exercia anteriormente. Ex., alguém mata um policial que acabou de se
aposentar, pelo simples fato de haver exercido suas funções na polícia militar,
na polícia civil, etc.
IX) Contra menor de 14 (quatorze) anos (art. 121, § 2º, IX, do CP).

A Lei nº 14.344/2022 conhecida como “Lei Henry Borel” criou mais uma
qualificadora no § 2º do art. 121 do CP, inserindo o inciso IX, prevendo o delito
de homicídio contra menor de 14 anos.

Para que a qualificadora seja aplicada, é de fundamental importância


que o autor do homicídio tenha conhecimento da idade da vítima, pois caso
contrário, poderá alegar o chamado erro de tipo, previsto no art. 20, CP

Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo,
mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.

Descriminantes putativas

§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas


circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação
legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é
punível como crime culposo.

Conforme a disciplina do inciso IX do § 2º do art. 121, CP, a vítima


deverá ser menor de 14 anos, ou seja, deverá ter menos de 14 anos de idade.
A qualificadora poderá ser aplicada até que a vítima complete essa idade. No
exato dia do seu aniversário, já não mais poderá ser considerada menor de 14
anos. Essa situação é a mesma que ocorre com o estupro de vulnerável,
tipificado no caput do art. 217-A do CP. A idade da vítima deverá ser
demonstrada nos autos, por documento hábil, conforme previsão do parágrafo
único do art. 155 do CPP:

Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova
produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão
exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação,
ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.

Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão


observadas as restrições estabelecidas na lei civil.

Qualificadoras que correspondem aos meios utilizados na prática


da infração penal: Incisos III e VIII

III) A lei penal diz que, qualifica o homicídio o emprego de veneno,


fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou que
possa resultar em perigo comum (art. 121, § 2º, III, do CP).

OBS.:
- Meio insidioso é aquele dissimulado, em sua capacidade danosa, sem
ser notado pela vítima. O exemplo legal é o veneno, definido como qualquer
substância, química ou não, que pode ferir ou matar quando introduzida no
organismo humano.
- Meio cruel é aquele que causa um sofrimento excessivo,
desnecessário à vítima enquanto viva. Exemplo: Esquartejar uma pessoa ainda
viva, configura meio cruel à execução do homicídio.
- O fogo também qualifica o homicídio, uma vez que se trata de meio
extremamente cruel à sua execução.
- Explosivo é o meio utilizado pelo agente que traz perigo, também, a
um número indeterminado de pessoas. Exemplo: Matar a vítima arremessando
contra ela, uma granada.
- Asfixia: É a supressão da respiração. A asfixia pode ocorrer nas
seguintes formas:
a) mecânica: por oclusão dos orifícios respiratórios (nariz e boca) ou
sufocação direta – São o enforcamento, o imprensamento, estrangulamento, o
afogamento, a submersão, a esganadura.
b) por oclusão das vias aéreas (glote, laringe, traqueia, brônquios);
c) por compressão da caixa toráxica (sufocação indireta);
d) por supressão funcional do campo respiratório.

- Tortura: A tortura qualificadora do homicídio é diferente da tortura


prevista na Lei nº 9.455/97. A tortura prevista no art. 121, é tão somente para o
cometimento do homicídio, ou seja, é um meio cruel de que se utiliza o agente,
com o fim de causar a morte da vítima. Já na Lei nº 9.455/97, a tortura é um fim
em si mesmo. Se vier ocorrer o resultado morte, este somente poderá qualificar
a tortura a título de culpa. Nesse caso, a tortura qualificada pelo resultado
morte é um delito preterdoloso. Se o agente pretender o resultado morte, não
poderá ser aplicada a lei de tortura. Ele responderá pelo crime de homicídio
tipificado pelo Código Penal.

VIII) Quando o agente se vale do emprego de arma de fogo de uso


restrito ou proibido (art. 121, § 2º, VIII, do CP).

Nos termos do inciso VIII do § 2º do art. 121, o emprego de arma de


fogo de uso restrito ou proibido importa no reconhecimento de homicídio
qualificado.

O Decreto 10.030/2019, com redação dada pelo Decreto nº 10.627, de


2021, nos incisos II e III do art. 3º do seu anexo I, define os conceitos de
arma de fogo restrito e de uso proibido.

Art. 3º As definições dos termos empregados neste Regulamento são


aquelas constantes deste artigo e do Anexo III.
Parágrafo único. Para fins do disposto neste Regulamento, considera-
se: (...)

II - arma de fogo de uso restrito - as armas de fogo automáticas, de


qualquer tipo ou calibre, semiautomáticas ou de repetição que sejam

a) não portáteis;

b) de porte, cujo calibre nominal, com a utilização de munição comum,


atinja, na saída do cano de prova, energia cinética superior a mil e duzentas
libras-pé ou mil seiscentos e vinte joules; ou

c) portáteis de alma raiada, cujo calibre nominal, com a utilização de


munição comum, atinja, na saída do cano de prova, energia cinética superior a
mil e duzentas libras-pé ou mil seiscentos e vinte joules;

III - arma de fogo de uso proibido:

a) as armas de fogo classificadas como de uso proibido em acordos ou


tratados internacionais dos quais a República Federativa do Brasil seja
signatária; e

b) as armas de fogo dissimuladas, com aparência de objetos inofensivos;

Qualificadora que corresponde aos modos utilizados como a


infração penal é cometida: Inciso IV

IV) à traição, de emboscada ou mediante dissimulação ou outro


recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido (art. 121, §
2º, IV, do CP).

Os modos pelos quais são praticados o homicídio, também tem o


condão de qualificá-lo.
- “Trair significa enganar, ser infiel, de modo que, no contexto do
homicídio, é a ação do agente que colhe a vítima por trás, desprevenida, sem
ter esta qualquer visualização do ataque. O ataque súbito, pela frente, pode
constituir surpresa, mas não traição”
Há diferença para fins de identificação da traição, entre o golpe
efetuado nas costas da vítima e aquele praticado pelas costas. Pelas costas
configura-se traição, sem que ela possa percebê-lo. Golpe nas costas identifica
a região do corpo onde o golpe foi produzido.
Ex.: A vítima está sendo dominada pelo agente mais forte do que ela, e
com um punhal, lhe aplica o golpe pelas costas. Não houve traição, pois no
exemplo, o golpe dado pelas costas, mas tão somente nas costas da vítima,
não qualificando, assim, o homicídio.
- A emboscada pode ser entendida como uma espécie de traição.
Nesse caso, o agente se coloca escondido, de tocaia, aguardando a vítima
passar, para que o ataque tenha resultado.
- Dissimular tem o significado de ocultar a intenção homicida, fazendo-
se passar por amigo, conselheiro, enfim, dando falsas mostras de amizade, a
fim de facilitar o cometimento do crime.

OBS: A parte final, genérica do inciso IV, § 2º do art. 121, CP se refere


à utilização de recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido.
ATENÇÃO: Dificultar é um minus (possui valor menor) em relação a tornar
impossível a defesa do ofendido. Dificultar significa que a vítima tem alguma
possibilidade de defesa, mesmo dificultada por causa da ação do agente.
Tornar impossível é eliminar completamente, qualquer possibilidade de defesa
por parte da vítima. Ex., A vítima é morta enquanto dormia.

Qualificadora que corresponde aos fins utilizados como a infração


penal é cometida: Inciso V

V) para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de


outro crime. (art. 121, § 2º, V, do CP)

Toda vez que for aplicada essa qualificadora, o homicídio deverá ter
relação com outro crime, ocorrendo, assim, a chamada conexão.

 As qualificadoras do inciso V, são assim consideradas:

- Teleológica: Quando o homicídio é cometido com o fim de assegurar


a execução de outro crime. Ex.: Matar o vigilante da agência bancária no dia
anterior à prática do crime de roubo. Nesse caso, o homicídio é cometido para
assegurar a execução de um crime futuro.
- Consequencial: É a conexão em que o homicídio é cometido com a
finalidade de assegurar a ocultação ou a vantagem de outro crime. Aqui o
homicídio é cometido para ocultar, assegurar a impunidade ou a vantagem
de um crime já praticado.

Exs. Ocultação – Pretende-se manter desconhecida a infração


penal: O marido mata a única testemunha que o viu enterrar o corpo da
mulher, também morta por ele.
Já quando o agente visa assegurar a impunidade, a infração penal é
conhecida, mas a sua autoria ainda se encontra ignorada. Ex.: O agente mata
a única testemunha que presenciou o homicídio cujo corpo foi deixado em um
local público. Quanto à vantagem de outro crime, o agente tem o propósito de
garantir a fruição de qualquer vantagem, patrimonial ou não, direta ou indireta,
resultante de outro crime. Ex.: O agente mata o seu companheiro de roubo
para ficar, sozinho, com o produto do crime.
 COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO DO HOMICÍDIO DOLOSO -

Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:

XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe


der a lei, assegurados:

a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das votações;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a
vida;
Conforme a alínea “d”, o Tribunal do Juri é competente para julgar os
crimes dolosos contra a vida, destacando-se o homicídio em todas as suas
modalidades: simples, privilegiada e qualificada.

 Atenção: O latrocínio é julgado pelo tribunal do júri? Não. Mesmo que a


morte seja dolosa, o latrocínio é crime contra o patrimônio (art. 157, § 3º, II do
Código Penal). O Tribunal do Juri de acordo com a competência que lhe é
atribuída pela Constituição Federal, julga os crimes dolosos contra a vida.

Ex.: A, percebendo que a vítima trazia consigo, um valioso relógio, objetivando


sua subtração, lhe desfere um tiro na cabeça, causando-lhe a morte. O agente
atirou para matar, a fim de subtrair o valioso relógio. A morte foi dolosa, sendo,
contudo, realizado o fato, para fins de subtração. Outra hipótese: A percebe
que o seu inimigo está caminhando descontraidamente, sem perceber a sua
presença. Com a intenção de causar-lhe a morte, A foi ao encontro dele e, sem
que a vítima perceba, aponta-lhe uma arma e puxa o gatilho, acertando-lhe
mortalmente na cabeça. Quando a vítima, já morta, estava caída, o agente
percebe que ela trazia consigo um valioso relógio e o subtrai.

RESPOSTA: Na primeira hipótese, ocorreu a prática de um crime de latrocínio,


pois o agente, dolosamente matou a vítima para roubar-lhe. A finalidade era
subtração. No segundo caso, ocorreu um homicídio doloso seguido de furto.

Súmula nº 603 do STF: A competência para o processo e julgamento


de latrocínio é do juiz singular e não do Tribunal do Júri.
IV – HOMICÍDIO CULPOSO

O homicídio culposo é tipificado no artigo 121 do Código Penal,


parágrafo 3º, é aquele em que uma pessoa mata a outra sem ter a intenção.

Homicídio Culposo

§ 3º Se o homicídio é culposo:
Pena – detenção, de um a três anos.

Diferença entre homicídio culposo e homicídio doloso:

No homicídio culposo, não há a intenção de matar, enquanto no


doloso, existe a intenção de matar ou a pessoa assume o risco de fazê-lo.

O homicídio culposo é aquele que ocorre sem a intenção de matar. Ou


seja, em nenhum momento, uma pessoa desejava que alguém morresse ou
possuía esse objetivo. No entanto, como agiu de maneira imprudente,
negligente ou sem perícia, ocorreu um resultado de suas ações.

Desse modo, mesmo se uma pessoa não teve a intenção de matar


alguém, esse indivíduo possui culpa pelo crime cometido, já que o erro poderia
ter sido evitado. Ou seja, o homicídio culposo se constata quando o agente
comete um erro evitável que leva à morte de outra pessoa.

Art. 18 – Diz-se o crime:


Crime culposo
II – culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência,
negligência ou imperícia.

Essa modalidade de homicídio acontece porque há imprudência,


negligência ou imperícia.

- Imprudência

A imprudência é a realização de um ato perigoso que decorre da falta de


cuidado com a ação que se está praticando, como por exemplo:

- O motorista que atropela uma pessoa enquanto dirigia em excesso de


velocidade, ou,

- O manuseio de uma arma de fogo carregada em um local com muitas


pessoas. Neste caso, sabe-se que a arma pode disparar, mesmo que
acidentalmente, e atingir outra pessoa, de modo que o agente precisará
assumir o risco, dadas as circunstâncias perigosas da situação.
- Negligência

A negligência é o ato de deixar de fazer algo que seja recomendo para


manter e assegurar locais e prevenir determinados acidentes, ou seja, é
quando o indivíduo pratica um ato com total desatenção, sem tomar as
medidas necessárias para que ele pudesse ser evitado.

Por exemplo, deixar uma substância tóxica perto de uma criança; deixar
a arma de fogo carregada em um local visível, no qual outras pessoas possam
ter acesso a ela, manuseá-la e disparar tiros sem querer.

Nesse caso, a situação pode ser caracterizada como homicídio culposo,


já que o agente não teve cautela perante os riscos que poderiam vir a
acontecer.

- Imperícia

A imperícia é o ato de realizar uma atividade para qual não se possui


conhecimento ou domínio técnico. Ocorre quando um indivíduo não age com a
habilidade técnica necessária para determinada função.

Por exemplo:

- O médico que erra um procedimento simples, gerando um resultado


lesivo ao paciente ou,

- Determinada pessoa não sabe dirigir, mas decide fazê-lo e acaba se


envolvendo em um acidente. Essa pessoa será acusada pelo crime, tendo em
vista a sua falta de responsabilidade ao executar algo sem uma licença para
tal.

Qual a pena para o homicídio doloso?

Art. 121 - Matar alguém: Pena – reclusão, de seis a vinte anos.

Qual a pena para o homicídio culposo?


Art. 121 - Matar alguém:
§ 3º Se o homicídio é culposo: Pena – detenção, de um a três anos.
Enquanto a pena para o homicídio doloso é de seis a vinte anos, a
pena para o homicídio culposo pode variar de um a três anos de detenção.

Homicídio culposo

§ 3º Se o homicídio é culposo: (Vide Lei nº 4.611, de 1965)

Pena - detenção, de um a três anos.


Aumento de pena

§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o


crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou
se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as
consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo
doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é
praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta)
anos. (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003 – Estatuto do idoso)

 Inobservância de regra técnica da profissão: acontece, por exemplo,


em casos nos quais operadores de máquinas treinados deixam de
adotar os mecanismos de segurança necessários, provocando
acidentes.
 Falta de socorro imediato à vítima: acontece nos casos em que a
pessoa não socorre a vítima, demorando de sair do carro, por exemplo.
Entretanto, a pena não aumentará se a vítima receber socorro de
terceiros, morrer imediatamente de maneira evidente ou haver ameaça
de linchamento ao causador da morte.
 Não procura diminuir as consequências dos seus atos;
 Fuga para evitar a prisão em flagrante.

§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a


pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão
grave que a sanção penal se torne desnecessária. (Incluído pela Lei nº 6.416,
de 24.5.1977 – Lei que alterou o Código Penal, “art. 121, § 5º” e a Lei de
Contravenções Penais).

Bom estudo a todos!

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