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AULA DIREITO PENAL III

TÍTULO- DOS CRIMES CONTRA A PESSOA


CAPÍTULO I- DOS CRIMES CONTRA PESSOA

HOMICIDIO- ARTIGO 121


TÍTULO I- DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
 DELIMITAÇÃO DA TEMÁTICA

➢ A Parte Especial do CP inicia com a regulação dos crimes


contra a pessoa – Título I, que está subdividido nos
seguintes capítulos:

• I – dos crimes contra a vida;


• II – das lesões corporais;
• III – da periclitação da vida e da saúde;
• IV – da rixa;
• V – dos crimes contra a honra;
• VI – dos crimes contra a liberdade individual.
TÍTULO I- DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
➢ O último capítulo (dos crimes contra a liberdade individual)
se subdivide nas seguintes seções:

• I – dos crimes contra a liberdade pessoal;


• II – dos crimes contra a inviolabilidade do domicílio;
• III – dos crimes contra a inviolabilidade de
correspondência;
• IV – dos crimes contra a inviolabilidade dos segredos.

➢ Consoante já frisado, o CP agrupa, em sua Parte Especial,


os tipos penais de acordo com o bem jurídico protegido.
Isso se percebe nitidamente nos títulos e capítulos.
TÍTULO I- DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
➢ Os tipos não estão organizados, portanto, de forma aleatória,
mas sim em uma ordem sistêmica. E, ainda, a opção do
legislador de iniciar a Parte Especial do CP com a defesa da
pessoa revela a importância e prioridade que deve ter a
proteção do ser humano, em seu aspecto físico e moral.

➢ A proteção da vida pela norma penal inaugura a Parte


Especial. Os crimes desse gênero são os seguintes: a)
homicídio; b) induzimento, instigação ou auxílio a suicídio; c)
infanticídio; e d) aborto.

➢ A vida protegida no Capítulo I do Título I da Parte Especial é


tanto na sua forma intra-uterina (considerando que o nascituro
é protegido pela norma penal, visto a previsão legal do crime
de aborto) quanto extra-uterina (existente a partir do
parto).
CAPÍTULO I- DOS CRIMES CONTRA A VIDA-
HOMICÍDIO- ART 121- INTRODUÇÃO
 1 – HOMICÍDIO- art 121

➢ Bem jurídico tutelado/objeto jurídico – vida humana;

➢ Sujeitos ativo e passivo – tratando-se de crime comum,


pode ser cometido por qualquer pessoa; sujeito passivo
também pode ser qualquer pessoa viva.

➢ Consumação e tentativa – consuma-se com a morte da


vítima; a tentativa ocorre quando, iniciada a execução, o crime
não se consuma por circunstâncias alheia à vontade do agente.
A tentativa pode ser perfeita (crime falho) ou imperfeita.
CAPÍTULO I- DOS CRIMES CONTRA A VIDA-
HOMICÍDIO- ART 121-INTRODUÇÃO
➢ Elementos objetivo e subjetivo do tipo – admite-se
qualquer meio de execução; pode ser cometido por intermédio
de ação ou omissão (art. 13, §2º do CP) ; por meios materiais
ou morais; diretos ou indiretos. O elemento subjetivo é o dolo,
que pode ser direto (de 1º ou de 2º grau) ou eventual.

➢ Desistência voluntária e arrependimento eficaz na


hipótese de homicídio –
• A desistência voluntária e o arrependimento eficaz são
previstos no art. 15 do CP. Aquela consiste na abstenção de
uma atividade; este tem lugar quando o agente, já tendo
ultimado o processo de execução, desenvolve nova atividade
impedindo a produção do resultado morte.
CAPÍTULO I- DOS CRIMES CONTRA A VIDA-
HOMICÍDIO- ART 121- INTRODUÇÃO
• Se o agente dispõe de várias munições no tambor da arma,
mas, dispara apenas uma e cessa sua atividade, há
desistência voluntária ou não-repetição de atos de
execução? Desistência voluntária.

• É diferente daquele que só efetua um disparo por só ter


uma munição no tambor. O agente responde pelos atos já
praticados (é a tentativa qualificada – retira-se a tipicidade
dos atos somente com referência ao crime em que o sujeito
iniciou a execução) – se o sujeito desiste de consumar o
homicídio, responde por lesão corporal, mas, tanto na
desistência voluntária, quanto no arrependimento eficaz, é
preciso que não haja consumação.
CAPÍTULO I- DOS CRIMES CONTRA A VIDA-
HOMICÍDIO- ART 121- INTRODUÇÃO
➢ Figuras típicas do homicídio – homicídio simples.
Atividade típica de grupo de extermínio x homicídio
simples –
• Homicídio simples é a realização estrita da conduta de matar
alguém. Quando o homicídio simples é praticado em atividade
típica de grupo de extermínio, será hediondo.

• Extermínio é a matança generalizada que elimina a vítima pelo


simples fato de pertencer a determinado grupo ou determinada
classe social ou racial. Pode ocorrer a morte de uma única
vítima, desde que com as características acima
(impessoalidade da ação).

• Há entendimento de que o homicídio simples praticado em


atividade de grupo de extermínio, passa a ser qualificado pelo
motivo torpe.
CAPÍTULO I- DOS CRIMES CONTRA A VIDA-
HOMICÍDIO- ART 121-INTRODUÇÃO
➢ Homicídio privilegiado - § 1º, do art. 121 do CP.

• Impelido por relevante valor social – a motivação e o


interesse são coletivos, atingem a toda a sociedade (ex.:
homicídio do traidor da pátria);

• Impelido por relevante valor moral – encerra um interesse


individual, mas, um interesse superior, enobrecedor (ex.:
eutanásia). É preciso tomar como paradigma a média existente
na sociedade e não analisar o sentimento pessoal do agente;

• Sob domínio de violenta emoção, logo em seguida a


injusta provocação da vítima – emoção é a viva excitação
do sentimento, é uma descarga emocional passageira.
CAPÍTULO I- DOS CRIMES CONTRA A VIDA-
HOMICÍDIO- ART 121- INTRODUÇÃO
• É preciso que se trate de violenta emoção e que o sujeito
esteja sob o domínio da mesma, ou seja, sob o choque
emocional próprio de quem é absorvido por um estado de
ânimo caracterizado por extrema excitação sensorial e afetiva.

• Além disso, é fundamental que a provocação tenha partido da


própria vítima e que seja injusta, não permitida, não
permitida, não autorizada por lei. A injustiça da provocação
deve justificar, de acordo com o consentimento geral, a
repulsa do agente.

• Por fim, é preciso que a reação seja imediata, isto é, entre a


causa (injusta provocação) e a emoção, praticamente deve
inexistir intervalo (ex improviso).
CAPÍTULO I- DOS CRIMES CONTRA A VIDA-
HOMICÍDIO- ART 121- INTRODUÇÃO
➢ Redução da pena – no caso de homicídio privilegiado, a
pena será reduzida de 1/6 a 1/3. Embora o § 1º do art. 121
mencione que o juiz pode reduzir a pena, não se trata de
faculdade, pois, ocorrendo qualquer causa de diminuição
dentre as previstas no dispositivo, o réu tem direito
subjetivo à redução. A facultatividade está no quantum da
redução.

➢ Concurso entre homicídio privilegiado e qualificado –


as privilegiadoras não podem concorrer com as
qualificadoras subjetivas, mas, nada impede que concorram
com a qualificadoras objetivas. Ver art. 492, § 1º, do CPP e
Súmula 162 do STF. Aplica-se a pena do § 2º, com a
diminuição do § 1º, do art. 121 do CP.
CAPÍTULO I- DOS CRIMES CONTRA A VIDA-
HOMICÍDIO- ART 121- QUALIFICADO
 1 – HOMICÍDIO QUALIFICADO

➢ 1.1- Motivos Qualificadores – segundo a doutrina


majoritária, os motivos qualificadores do homicídio não se
comunicam, pois, são individuais e não constituem
elementares típicas (sem os motivos qualificadores
continua a existir homicídio).

• Fútil: é o motivo insignificante, banal (não se confunde


com a ausência de motivo);

• Torpe: é o motivo repugnante, abjeto, vil, indigno, que


repugna a consciência média;
CAPÍTULO I- DOS CRIMES CONTRA A VIDA-
HOMICÍDIO- ART 121-QUALIFICADO
• Paga e promessa de recompensa: é uma das
modalidades de torpeza. Na paga o agente recebe
perviamente e, na promessa de recompensa há somente
uma expectativa de paga.

• A paga ou promessa de recompensa não precisam ser em


dinheiro, podendo se dar através de qualquer vantagem.

• Respondem pelo crime qualificado quem executa e quem


paga ou promete recompensa.

• Não é necessário o recebimento da recompensa, basta a


promessa. Se o pagamento ocorreu depois do crime sem
que tenha havido acordo prévio, ou se houve mandato
gratuito, o crime não será qualificado.
CAPÍTULO I- DOS CRIMES CONTRA A VIDA-
HOMICÍDIO- ART 121- QUALIFICADO
➢ 1.2- Meios qualificadores –

• Veneno: só qualifica o crime se utilizado sissimuladamente


(é um meio insidioso). Para fins penais, veneno é toda
substância que tenha idoneidade para provocar lesão no
organismo (ex.: açúcar em excesso, ministrado para um
diabético). Sua administração forçada ou com o
conhecimento da vítima não qualifica o crime;

• Fogo ou explosivo: podem constituir meio cruel ou meio


de que pode resultar perigo comum;

• Asfixia: é o impedimento da função respiratória e pode ser


mecânica ou tóxica;
CAPÍTULO I- DOS CRIMES CONTRA A VIDA-
HOMICÍDIO- ART 121- QUALIFICADO
• Tortura: é meio que causa prolongado, atroz e desnecessário
padecimento.

• Se o agente tortura a vítima com a intenção de matá-la,


responde por homicídio qualificado;

• Se tortura a vítima sem intenção de matá-la, mas, a morte


ocorre culposamente (crime preterdoloso), responde por crime
de tortura (art. 1º, § 3º da Lei 9.455/97);

• Se inicia a tortura desejando apenas torturar, mas, durante a


tortura resolve matar a vítima, haverá dois crimes em concurso
material (tortura e homicídio);
CAPÍTULO I- DOS CRIMES CONTRA A VIDA-
HOMICÍDIO- ART 121- QUALIFICADO
• Meio insidioso ou cruel:

• Insidioso é o recurso dissimulado, consistindo na ocultação


do verdadeiro propósito do agente, é o meio disfarçado que
objetiva surpreender a vítima;

• Meio cruel é a forma brutal de perpetrar o crime, é o meio


bárbaro, martirizante, que revela ausência de piedade;

• Traição: é o ataque sorrateiro, inesperado, é a ocultação


física ou moral da intenção, é a deslealdade;

• Emboscada: é a tocaia, a espreita, verificando-se quando o


agente se esconde para surpreender a vítima, é a ação
premeditada de aguardar oculto a presença da vítima;
CAPÍTULO I- DOS CRIMES CONTRA A VIDA-
HOMICÍDIO- ART 121- QUALIFICADO
• Dissimulação: é a ocultação da intenção hostil, do projeto
criminoso para surpreender a vítima (o agente se faz passar
por amigo da vítima, por exemplo);

• Recurso que dificulte a defesa da vítima: é hipótese


análoga à traição, emboscada ou dissimulação, do qual são
exemplificativas (ocorre interpretação analógica);

➢ 1.3- Fins qualificadores – assegurar a execução,


ocultação, impunidade ou vantagem de outro crime:

• Na primeira hipótese, o que qualifica o homicídio não é prática


de outro crime, mas o fim de assegurar a execução deste, que
pode até não ocorrer;
CAPÍTULO I- DOS CRIMES CONTRA A VIDA-
HOMICÍDIO- ART 121- QUALIFICADO
• No caso de ocultação ou impunidade, a finalidade do agente
é destruir prova de outro crime ou evitar-lhe as
conseqüências jurídico-penais;

• No caso de vantagem de outro crime a finalidade é garantir


o êxito do empreendimento delituoso e a vantagem pode
ser patrimonial ou não, direta ou indireta.

• Obs.: a premeditação, por si só, não qualifica o


homicídio.
CAPÍTULO I- DOS CRIMES CONTRA A VIDA-
HOMICÍDIO- ART 121- CULPOSO
 2- HOMICÍDIO CULPOSO

➢ Estrutura do crime culposo – no crime culposo não se pune a


finalidade ilícita da conduta, pois, geralmente a conduta é
destinada a um fim lícito, mas, por ser mal dirigida, gera um
resultado ilícito.

• O fim perseguido é irrelevante, mas, os meios escolhidos são


causadores de um resultado ilícito.

• Há uma divergência entre a conduta praticada e a conduta que


deveria ser praticada.

• Na culpabilidade dos crimes culposos também é indispensável a


imputabilidade, potencial conhecimento da ilicitude e
exigibilidade de conduta conforme o Direito.
CAPÍTULO I- DOS CRIMES CONTRA A VIDA-
HOMICÍDIO- ART 121- CULPOSO
➢ Dolo eventual e culpa consciente – ambos apresentam
um traço comum: a previsão do resultado proibido.

• No dolo eventual o agente anui ao advento desse


resultado;

• Na culpa consciente, repele a superveniência do resultado,


na esperança convicta de que este não ocorrerá.

• Havendo dúvida entre um e outra, deve prevalecer o


entendimento de que houve culpa consciente (menos
gravosa para o agente), em razão da aplicação do princípio
in dubio pro reo.
CAPÍTULO I- DOS CRIMES CONTRA A VIDA-
HOMICÍDIO- ART 121- CULPOSO
➢ Tentativa de homicício culposo – segundo o
entendimento majoritário, é impossível, pois, trata-se, na
verdade, de crime preterdoloso (o resultado foi maior do
que o inicialmente pretendido).

• Logo, como a tentativa fica aquém do resultado desejado,


conclui-se ser inadmissível nos crimes preterintencionais.

• Na tentativa há o dolo de matar, mas, o resultado não se


consuma; no homicídio culposo, não há o dolo de matar,
mas, o resultado se consuma.
CAPÍTULO I- DOS CRIMES CONTRA A VIDA-
HOMICÍDIO- ART 121- CULPOSO
➢ Majorante para homicídio culposo – O CP, no § 4º do
art. 121, enumera taxativamente quatro modalidades de
circunstâncias que determinam o aumento da pena no
homicídio culposo:

• a) Inobservância de regra técnica de profissão, arte


ou ofício: não se confunde com a imperícia, pois, nesse
caso, o agente conhece a regra técnica, mas não a observa.

• A imperícia, por fazer elemento da culpa, situa-se no tipo e


a inobservância de regra técnica se localiza na
culpabilidade.

• Qualquer modalidade de culpa (imprudência, negligência ou


imperícia) permite a aplicação dessa majorante;
CAPÍTULO I- DOS CRIMES CONTRA A VIDA-
HOMICÍDIO- ART 121- CULPOSO
• b) omissão de socorro à vítima: não constitui crime
autônomo como ocorre no art. 135 do CP, mas, simples
majorante.

• Só incidirá quando for possível prestar o socorro. O risco


pessoal afasta a majorante;

• c) não procurar diminuir as conseqüências do


comportamento: não deixa de ser uma omissão de
socorro;

• d) fuga para evitar prisão em flagrante: a majorante


incide em razão do sujeito ativo procurar impedir a ação da
justiça. A fuga por justo motivo afasta a majorante, assim
como ocorre na omissão de socorro à vítima.
CAPÍTULO I- DOS CRIMES CONTRA A VIDA-
HOMICÍDIO- ART 121- CULPOSO
➢ Homicídio doloso contra menor e contra maior de 60
(sessenta) anos – a Lei 8.069/90 acrescentou essa causa
de aumento no § 4º, 2ª parte, do art. 121 do CP.

• Trata-se de causa de aumento de natureza objetiva e


aplicação obrigatória sempre que o homicídio, em qualquer
de suas modalidades dolosas (simples, privilegiado, ou
qualificado), for praticado contra menor de 14 anos.

• Se o homicídio é praticado no dia em que a vítima completa


14 anos não incide a causa de aumento (não é mais, menor
de 14 anos).
CAPÍTULO I- DOS CRIMES CONTRA A VIDA-
HOMICÍDIO- ART 121- CULPOSO
• Também sofre aumento de 1/3 a pena do homicídio doloso
praticado contra maior de 60 (sessenta) anos. Porém, como
esta regra foi acrescentada ao CP pelo Estatuto do Idoso (Lei
10.741/2003), que entrou em vigor em 30/12/2003, somente
a partir desta data passou a valer. É preciso que a idade da
vítima entre na esfera de conhecimento do agente.

➢ Homicídio culposo no trânsito – O art. 302 da Lei 9.503/97


(CTB) tipificou o homicídio culposo praticado na direção de
veículo automotor como crime de trânsito.

• Alguns juristas entendem tratar-se de norma inconstitucional


por ferir o princípio da isonomia, pois, o homicídio culposo do
CP prevê pena de 1 a 3 anos de detenção e, o homicídio
culposo do CTB prevê pena de 2 a 4 anos de detenção.
CAPÍTULO I- DOS CRIMES CONTRA A VIDA-
HOMICÍDIO- ART 121- CULPOSO
• Porém, outros entendem não haver inconstitucionalidade,
pois, o desvalor da ação no homicídio culposo cometido na
direção de veículo automotor é maior do que aquele
existente no homicídio culposo genérico.

• É crime remetido (art. 121, § 3º do CP); culposo (se o


atropelamento for doloso, aplica-se o art. 121 do CP e não
o art. 302 do CTB); não admite tentativa; é crime de dano;
é crime material (exige resultado naturalístico); tutela a
vida; tem como sujeito passivo qualquer pessoa, desde que
determinada; tem como sujeito passivo qualquer pessoa,
desde que esteja na direção de veículo automotor (veículo
automotor vem definido no anexo I do CTB);
CAPÍTULO I- DOS CRIMES CONTRA A VIDA-
HOMICÍDIO- ART 121- CULPOSO
• O art. 302 não faz menção expressa quanto ao local onde o
delito pode ser cometido, mas, entende-se que, em razão
do disposto no art. 1º, §1º e art. 2º do CTB que
determinam que este código regerá o trânsito nas vias
terrestres do Território Nacional abertas à circulação, é
necessário que o sujeito ativo esteja na direção de veículo
automotor e, além disso, que esteja em via pública (aberta
à circulação), embora, Damásio de Jesus entenda que os
delitos do CTB podem ser cometidos em qualquer lugar,
público ou privado.

• Segundo a primeira corrente, se o delito acontecer em local


privado (interior de uma fazenda, por exemplo) aplica-se o
CP que prevê pena menor para o homicídio culposo com
possibilidade, inclusive, de aplicação do art. 89 da lei
9.099/95.
CAPÍTULO I- DOS CRIMES CONTRA A VIDA-
HOMICÍDIO- ART 121- CULPOSO
➢ Perdão judicial – o § 5º do art. 121 do CP refere-se à
hipótese em que o agente é punido diretamente pelo próprio
fato que praticou, em razão das gravosas conseqüências
produzidas, que o atingem profundamente.

• A gravidade das conseqüências deve ser aferida em função da


pessoa do agente, não se cogitando aqui de critérios objetivos.

• As conseqüências não se limitam aos danos morais, podendo


constituir-se de danos materiais (ex.: pai que causa,
culposamente, acidente de trânsito no qual morre seu filho).

• Embora haja opiniões em contrário, a doutrina majoritária


entende que, presentes os requisitos, a concessão do perdão
pelo juiz é obrigatória.
Bibliografia

 JESUS, Damásio Evangelista de. Código penal anotado. 8.ed. São Paulo:
Saraiva.

 MIRABETE, Júlio Fabrini. Manual de direito penal. São Paulo: Atlas.

 CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal: parte especial. São Paulo: Saraiva,
2010, v.2.

 CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal: parte especial. São Paulo: Saraiva,
2010, v.3.

 CAMPOS, Pedro Franco de, THEORDORO, Luis Marcelo Mileo e outros. Direito
Penal aplicado. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2011.

 JESUS, Damásio de. Direito penal: parte especial dos crimes contra pessoas
e dos crimes contra o patrimônio. 31 ed. São Paulo: Saraiva, 2011, v.2.

 ___________. 20 ed. Direito penal: parte especial – dos crimes contra a


propriedade imaterial a dos crimes contra a paz pública. São Paulo: Saraiva,
2011, v.3. PROFESSORA: Cláudia Luiz Lourenço

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