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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• Apostila da Estácio
• Código Penal atualizado
• Código Penal Comentado - Rogério Greco ou Celso Delmanto
• Curso de direito penal: parte especial– volume 1 – Rogério Greco
• Direito Penal – Vol. 2 – Parte Especial – André Estefam
• Cuidado!!! – Procurar material atualizado conforme a Lei 13.964/19.
CRIMES CONTRA A PESSOA
TÍTULO I
Observação:
Observação Pode pessoa jurídica figurar no campo ativo de um crime? E no campo passivo?
 Campo passivo: Difamação, violação de domicílio, violação de correspondência.
 Campo ativo: crimes ambientais.
• Capítulo I – Dos Crimes contra vida
• Capítulo II – Das lesões corporais
• Capítulo III – Da periclitação da vida e da saúde
• Capítulo IV – Da rixa
• Capítulo V – Dos crimes contra a honra
• Capítulo VI – Dos crimes contra a liberdade individual
CAPÍTULO I – CRIMES CONTRA VIDA
• Mais grave atentado contra uma pessoa
• Bem jurídico tutelado: a vida.
• Quando começa a vida humana?
Para o Direito Civil:
Artigo 2º, CC: “A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida, mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”.
Teoria concepcionista: Desde a concepção existe a vida, a qual deve ser protegida (STJ e STF).
Teoria natalista: Só a partir do nascimento com vida (STF)
Teoria da personalidade condicional: Nascituro é pessoa condicional, a personalidade depende do nascimento com vida.
Para o Direito Penal:
A vida começa a partir da nidação, quando o embrião se fixa na parede do útero materno. Acredita-se se que o óvulo fecundado leva de 1 a 4 dias na
trompa, devendo entre o sexto e o oitavo dia já estar implantado na mucosa uterina. A ingestão da pílula do dia seguinte é um método
anticoncepcional legal, pois sua função é dificultar o encontro do espermatozoide com o óvulo ou, havendo fecundação, provocar descamações
do endométrio o que impede a fixação do zigoto e, consequentemente a gravidez.
Crimes contra vida: Homicídio (Artigo 121), Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação(Artigo 122), Infanticídio (Artigo 123),
Aborto (Artigo 124 ao 128).
Crimes contra vida fora do Código Penal: Crime de Homicídio no CPM e Crime de genocídio (Lei nº 2.889/56).
Crimes dolosos contra vida : competência JÚRI.
Crimes culposos contra vida: competência VARA CRIMINAL COMUM.
CRIME DE HOMICÍDIO – ARTIGO 121 DO CÓDIGO PENAL
Homicídio é a injusta morte de uma pessoa (vida extrauterina) praticada por outrem
(destruição da vida humana por outro homem)

Tipo simples Tipo derivado


Artigo 121, caput – • Homicídio privilegiado - § 1º - pena especialmente atenuada – motivo
quando não houver de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção,
nenhuma circunstância logo em seguida a injusta provocação da vítima;
especial que agrave ou • Homicídio qualificado - § 2º - pena agravada (escala de 12 a 30 anos);
atenue a pena (6 a 20 Quanto ao elemento subjetivo:
anos). • Homicídio doloso – artigo 121, § § 1º e 2º: há intenção de matar
(animus necandi) ou assume-se o risco de matar (dolo eventual),
• Homicídio culposo – artigo 121, § 3º - pena detenção de 1 a 3 anos
(imprudência, negligência, imperícia).

Quando a vítima for Presidente da República, do Senado Federal, da Câmara dos Deputados ou do Supremo Tribunal
Federal, e o agente tiver motivação e objetivos políticos, o crime, em face do princípio da especialidade, será o do
art. 29 da Lei de Segurança Nacional (Lei 7.170/83). Com o advento da Lei 9.503/97, o homicídio culposo decorrente
da direção de veículo automotor passou a subsumir-se ao disposto no art. 302 do Código de Trânsito Brasileiro.
CRIME DE HOMICÍDIO – ARTIGO 121 DO CÓDIGO PENAL

A partir da concepção Homicídio praticado pela mãe sob


o começo do parto a influência do estado puerperal
Homicídio

Aborto Infanticídio
A partir do começo do parto
até o último suspiro

• O critério prevalente é o do início do parto. Nesse sentido, é considerado o parto iniciado com o rompimento da bolsa
d’água, do saco amniótico.
• Tanto no homicídio quanto no infanticídio é irrelevante a potencialidade de sobreviver. Portanto, basta que a criança tenha
nascido com vida, mesmo que se apure que ela não teria condições de sobreviver.
• Recaindo a conduta sobre pessoa já sem vida (cadáver), o crime é impossível por absoluta impropriedade do objeto (art.
17 do CP). Impossível também será no caso de utilizar o agente meio absolutamente ineficaz (ex.:acionar arma de fogo
inapta ou descarregada).
CRIME DE HOMICÍDIO – ARTIGO 121 DO CÓDIGO PENAL

• Eutanásia.
• Aumento de pena nos casos de homicídio praticado contra idoso ou menor de 14 anos.
É necessário que o agente saiba a idade da vítima ao tempo da ação ou omissão
(exigência subjetiva) (Art. 121, § 4º, 2ªparte).
• Aumento de pena para casos de homicídio culposo (Art. 121, § 4º) - se o crime resulta
de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de
prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato,
ou foge para evitar prisão em flagrante.
CRIME DE HOMICÍDIO – ARTIGO 121 DO CÓDIGO PENAL

• Sujeito ativo: Crime comum.


• Sujeito passivo: Ser vivo.
• Tipo Objetivo: a ação incriminada é matar, que faz com que o homicídio seja um crime de forma
livre, podendo ser utilizados meios diretos ou indiretos, ou mesmo meios psíquicos. Pode ser por
ação (disparo de tiro, punhalada, envenenamento, estrangulamento), ou omissão (deixar de
fornecer alimentos a um recém nascido, tendo a obrigação de fazê-lo).
• Pode ser praticado também por meios morais ou psíquicos ou mesmo por meio de palavras (por
ex.: violenta emoção provocada dolosamente por outrem e que ocasione a morte), desde que
idôneos, a causar a morte, assim como por meios indiretos: entende-se a utilização de animais ou
pessoas que não responderão por suas condutas.
• Crime material: precisa de vestígios (corpo de delito) / delito indireto. Confissão é suficiente para
condenação? Crimes em que o corpo desaparece?
• Tipo Subjetivo: dolo, consistente na vontade consciente de matar. Pode ser direto (o agente quer
o resultado) ou indireto (assume o risco de produzi-lo). Precisa ter a relação de vontade entre o
resultado e o agente
CRIME DE HOMICÍDIO – ARTIGO 121 DO CÓDIGO PENAL

Consumação
Cessão da atividade encefálica.
Morte cerebral – nenhuma atividade cerebral, nem circulação espontânea, sendo
necessários aparelhos para que a pessoa continue viva.
Tentativa
Iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.
Observação: Diferença entre uma lesão corporal consumada e uma tentativa de homicídio
tentada?
Observação: Diferenças entre uma tentativa, um arrependimento eficaz e uma desistência
voluntária?
CRIME DE HOMICÍDIO – ARTIGO 121 DO CÓDIGO PENAL

Classificação:
Crime comum quanto ao sujeito, doloso ou culposo, de forma livre, instantânea, material
de resultado.
Ação Penal:
Pública incondicionada, competência Tribunal do Júri.
Crime hediondo
O homicídio simples quando praticado em atividade típica de grupos de extermínio, ainda
que cometido por um só agente (artigo 1º, I, 1ª parte, da Lei 8.072/90, com as
alterações da Lei 8.930/94) é considerado crime hediondo. O homicídio qualificado
também é parte constitutiva do rol dos crimes hediondos.
CRIME DE HOMICÍDIO – ARTIGO 121 DO CÓDIGO PENAL

Figuras do homicídio
 Homicídio privilegiado: Causa de diminuição especial de pena (Artigo 121, parágrafo
primeiro, do Código Penal).
Não há a comunicação das elementares em concurso de pessoas.
Redução da pena de 1/6 para 1/3.

Motivo de relevante valor Motivo de relevante valor moral Violenta emoção em seguida à injusta provocação
social da vítima
Valores ligados a sociedade, Sentimentos de piedade, O art. 28, I, do CP, segundo o qual a emoção (assim
devendo ser relevante, notável e misericórdia ou compaixão. como a paixão) não exclui a responsabilidade penal do
importante. Exemplo: matar estuprador do agente a quem acomete. Ofensa à honra, ameaças,
Exemplo: matar um tirano, um filho, matar uma pessoa que tem exercício abusivo de poder, revelação de segredos,
traidor da pátria. uma doença terminal. apelidos (...) Homicídio passional não se enquadra
aqui.
 Homicídio qualificado
Tipo penal derivado com pena própria – outro tipo penal.
Diferença entre a qualificadora, a majorante e a agravante?

Qualificadora Majorante Agravante

Altera as penas mínimas e máximas. Tem Causa de aumento de pena. Aplicando-se São circunstâncias que devem ser levadas
novas elementares para o tipo. uma fração sanção estabelecida pelo tipo em consideração na segunda fase da
Exemplo: Artigo 121, parágrafo segundo, penal. Não trazem um tipo penal novo. dosimetria da pena, após a fixação da pena
I, do Código Penal. Exemplo: Artigo 157, parágrafo segundo, base.
I, do Código Penal. Exemplo: Artigo 61 e 62 do Código
Penal.
• Homicídio qualificado (artigo 121, parágrafo segundo)
Mediante paga Motivo fútil Com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, À traição, emboscada, ou
ou promessa de (inciso II) tortura ou outromeio insidioso ou cruel, ou de que mediante dissimulação ou
recompensa, ou possa resultar perigo comum (inciso III) outro recurso
por outro que dificultou ou tornou
motivo torpe impossível a defesa do
(inciso I) ofendido (inciso IV)
Torpe: Ex: É o motivo Qualificadora meio. Traição: deslealdade,
Matar para insignificante (não Veneno: qualquer substância mineral, vegetal forma inesperada; Ex:
ganhar significa injusto), que ou animal que, introduzida no organismo, seja atacar vítima pelas costas.
herança. normalmente não leva capaz de causar perigo de vida, dano à saúde Emboscada: tocaia,
Homicídio a este tipo de reação por meio de espreita.
mercenário. por parte do agente; é o ação química, bioquímica ou mecânica Dissimulação: Ex:
Natureza motivo notavelmente (precisa de perícia). demonstrar amizade para
econômica. desproporcionado Explosivo: transformas rapidamente fás à matar a pessoa.
ou inadequado com temperatura elevada. Impossível a defesa: Ex:
relação ao crime. Ex: Asfixia: enforcamento, estrangulamento. matar alguém dormindo.
ciúmes. Tortura: sofrimento por atos de crueldade.
Diferença entre crime de tortura e de
homicídio qualificado pela tortura?
CRIME DE HOMICÍDIO – ARTIGO 121 DO CÓDIGO PENAL
• Homicídio qualificado (artigo 121, parágrafo segundo)
Para assegurar a execução, a Feminicídio (inciso VI) Contra autoridades e agentes das
ocultação, a impunidade ou vantagem Forças Armadas e de segurança
de outro crime (inciso V) pública, sistema prisional, Força
Nacional e seus familiares (inciso VII)

O que agrava a pena não é a prática A morte de mulheres em razão de gênero. Quando o crime é praticado contra
efetiva de outro crime, mas o fim de Classificação: O íntimo, não-íntimo, autoridade ou agente das Forças
cometer outro crime. Ex: matar alguém infantil, familiar, por conexão, sexual Armadas, da segurança pública,
que estava tentando evitar um sequestro. sistêmico, por prostituição ou ocupação integrantes do sistema prisional ou da
Ocultação ou impunidade: mata a estigmatizada, por tráfico de pessoas, por Força Nacional de Segurança Pública, no
testemunha de um crime, mata o marido contrabando de pessoas, transfóbico, exercício da função ou em decorrência
para estuprar a mulher. lesbofóbico, racista e, por fim, por dela, ou contra seu cônjuge, companheiro
Garantir vantagem: Ex: mata o parceiro mutilação genital feminina ou parente consanguíneo até terceiro
do roubo para ficar com o produto do -Mulheres trans grau, em razão dessa condição.
crime. Não precisa a consumação do -Não precisa de vinculo afetivo
crime fim. -Diferença da Maria da Penha?
As qualificadoras referentes aos motivos determinantes do crime (subjetivas) são
incomunicáveis entre os partícipes, por serem de caráter pessoal (art. 26), exemplo:
homem mata um outro homem por vingança, se houver concurso de pessoas somente
o homem que matou por vingança responde pela qualificadora.
As qualificadoras objetivas só se comunicam quando entram na esfera de conhecimento
do co-autor ou partícipe, já que todas as qualificadoras devem estar cobertas pelo
dolo dos agentes. Exemplo: homem mata uma mulher por meio de tortura com outro
agente.
Homicídio qualificado e privilegiado pode existir?
Qualificadoras subjetivas (motivo fútil, torpe, V) x qualificadoras objetivas (fogo,
veneno)
 Homicídio culposo
No crime culposo a conduta é violadora do dever objetivo de cautela, muito mais que o
resultado, uma vez que este não é visado pelo agente, apesar de só existir crime
culposo se há o resultado concreto. Não existe tentativa.
O resultado tem que ser ao menos previsível e não ter sido previsto para que seja
caracterizado o crime culposo (culpa inconsciente), ou então ter sido previsto mas não
ter sido evitado, acreditando o agente levianamente que o resultado não ocorreria
(culpa consciente).
Diferença entre culpa consciente e culpa inconsciente e dolo eventual:

Culpa consciente Culpa inconsciente Dolo eventual

Prevê o resultado. Não assume o Não prevê o resultado. Não quer e Prevê o resultado e assume o risco.
risco pois acredita que pode evitar. não aceita o resultado.
Elementos do tipo culposo:
a) comportamento humano voluntário, positivo ou negativo;
b) descumprimento do cuidado objetivo necessário, manifestado pela imprudência,
negligência ou imperícia;
c) previsibilidade objetiva do resultado;
d) morte involuntária.
Observação: Homicídio culposo no trânsito.
Observação: Homicídio majorado:
Se o crime resulta de Se o agente deixa de prestar Foge para evitar prisão em
inobservância de regra técnica de imediato socorro à vítima, ou não flagrante
profissão, arte ou ofício procura diminuir as
consequências de seu ato
Culpa profissional. Não confundir com o Artigo 135.
Perdão judicial:
O perdão judicial previsto no parágrafo 5º do artigo 121, aplicável ao homicídio culposo (quando as
consequências do crime já atingem o agente de forma tão grave que a sanção penal se torna
desnecessária), é um instituto que permite ao juiz deixar de aplicar a pena (é causa de extinção da
punibilidade (era. 107, IX, CP e Súmula 18, STJ). É também previsto no caso de lesão culposa,
(§ 8º do artigo 129).
Homicídio praticado por milícia privada ou por grupo de extermínio:
Aumenta de 1/3 à metade (causa de aumento de pena)
Milícia privada: “Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, milícia
particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos neste
Código. Pena: reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos.” (Lei 12.720/12)
Aumento de pena no feminicídio:
1º durante a gestação ou nos três meses posteriores ao parto; 2º contra mulher menor de quatorze
anos, maior de sessenta ou com deficiência; e 3º na presença de descendente ou de ascendente da
vítima.

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