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DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL

Crimes Contra a Pessoa – Homicídio


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CRIMES CONTRA A PESSOA – HOMICÍDIO


Homicídio é um dos crimes contra a pessoa mais cobrados em provas, por isso é
necessário cobrir todos os pontos, ao longo das aulas, com muita atenção.
Além disso, vale destacar que a parte geral do Código Penal é uma parte muito teó-
rica, repleta de doutrina e teoria, um estudo por vezes um pouco mais maçante.
Já a parte especial é um pouco mais prática, um estudo com situações mais concre-
tas. A parte especial também tem outro detalhe: ela é menos teórica, embora também
tenha teoria e doutrina, mas não tanto quanto a parte geral do CP, conforme citado
acima, além de possuir mais letra de lei. Há também muita jurisprudência aqui.


Obs.: lembrando que jurisprudência é o entendimento do Poder Judiciário a respeito do
Direito. Sempre que houver uma decisão judicial a respeito de alguma questão do direito,
haverá uma jurisprudência. Nesse caso, o que nos interessa é a jurisprudência do STF
e do STJ. São os julgados e súmulas desses dois órgãos que costumam cair em prova.

Existem alguns delitos que terão causas de diminuição ou de aumento de pena e


qualificadoras, e é o que vai acontecer aqui, no crime de homicídio. Quando se trata de
um delito como o homicídio, é muito importante conhecer as penas, as causas de dimi-
nuição e de aumento e as qualificadoras, pois são cobradas por todas as bancas.
Vamos começar a trabalhar esse crime:

TÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
CAPÍTULO I
DOS CRIMES CONTRA A VIDA
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(ART. 121 A ART. 128)
CÓDIGO PENAL

Obs.: quando é usada a expressão “preceito primário”, trata-se da conduta. Por exemplo:
qual é a conduta do homicídio? Matar alguém. Já “preceito secundário” se refere
à sanção penal prevista no tipo. Por fim, quando se fala de “tipo penal”, trata-se
de de toda e qualquer infração penal prevista em lei.

O tipo penal do homicídio vai trazer a conduta de matar alguém e a sanção penal de
reclusão de 6 a 20 anos.

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Homicídio simples

Art. 121. Matar alguém:


Pena – reclusão, de seis a vinte anos.

Obs.: todo preceito primário terá um ou mais verbos e elementares, que são as
circunstâncias que vão demonstrar que se trata daquele delito. O crime de homicídio
é muito simples, porque só tem um verbo (matar) e um elementar (alguém).

Para fins de lei, uma pessoa é aquela que possui vida extrauterina. Uma pessoa que
tem vida intrauterina que seja morta será vítima do crime de aborto.
Veja duas situações bem específicas:

• Mesmo se a pessoa morta não possuir viabilidade de vida, será considerado crime de
homicídio. Por exemplo: um paciente em estado terminal que morrerá dentro de 10
minutos e tem seu sofrimento abreviado por alguém que o mata.
• No caso de um feto anencéfalo, o STF decidiu que se trata de fato atípico caso a mãe
decida pelo aborto, mas digamos que a mãe tenha optado por dar prosseguimento ao
parto. Mesmo sabendo que a viabilidade de vida do feto dura pouco tempo, uma vez
nascido ele se torna um bebê, possui vida extrauterina e matá-lo será considerado
crime de homicídio.

Homicídio – características

• Objeto jurídico: vida humana extrauterina

Obs.: objeto jurídico é o bem jurídico que o tipo penal busca proteger.
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• Objeto material: a pessoa contra a qual recai a conduta criminosa.


• Sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum).

Obs.: sujeito ativo é o autor do delito.

• Sujeito passivo: qualquer pessoa (crime comum).


• Elemento subjetivo: dolo ou culpa (art. 121, § 3º).

Obs.: o homicídio pode ser cometido mediante dolo (quando há intenção) ou culpa
(quando não há intenção).

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Além disso, o dolo pode ser direto (chamado de animus necandi, o agente age com
intenção de matar alguém) ou eventual (o agente não deseja matar ninguém, mas assume
o risco de que isso possa acontecer), no entanto não existe diferença prática entre eles.
O homicídio culposo é aquele no qual a pessoa age com negligência, imprudência ou
imperícia. Não havia intenção de matar ninguém, mas ao agir com negligência, impru-
dência ou imperícia, esse acabou sendo o resultado obtido.
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Vale acrescentar que são poucos os crimes que admitem a modalidade culposa, mas
todos são dolosos.

• Consumação: com a efetiva morte encefálica da vítima (crime material).

Obs.: crime material é aquele que só vai se consumar se houver uma mudança no mundo,
isto é, um resultado naturalístico; já nos crimes materiais basta o agente ter uma
conduta, independentemente de gerar ou não uma mudança no exterior.

• Competência: Tribunal do Júri (homicídio doloso). Juízo comum (homicídio culposo) .


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• Crime instantâneo, uma vez que se consuma quando a vítima morre. Não é como o
crime de sequestro, que se perpetua por certo tempo. Mesmo que a vítima sobre-
viva, fique um tempo no hospital e venha a óbito depois (por decorrência do feri-
mento causado na tentativa de homicídio, claro), ainda é crime instantâneo.

Obs.: alguns doutrinadores entendem que o homicídio é um crime instantâneo de efeitos


permanentes, o que faz sentido, visto que a pessoa assassinada não voltará à
vida. Dificilmente cairá em prova objetiva, mas é uma informação interessante
para uma prova discursiva.

Além disso, é um crime de elevado potencial ofensivo.

Obs.: também existem crimes de médio potencial ofensivo (cuja pena mínima não seja
superior a 1 ano) e de menor potencial ofensivo (contravenções penais e crimes
cuja pena máxima não seja superior a 2 anos).
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Homicídio Privilegiado

O privilégio é um novo patamar de pena, só que menor do que o crime normal, ou


então será uma simples diminuição da pena. Logo, o privilégio é um benefício para o réu.

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Existem três hipóteses de homicídio privilegiado:


Caso de diminuição de pena

§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou
sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode
reduzir a pena de um sexto a um terço.

 Obs.: a expressão “pode” em “o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço” cai muito
em provas, geralmente se trocando para a expressão “deve”. A lei usou “pode” porque
o juiz pode decidir diminuir a pena dentro desse espaço de um sexto a um terço.

• Elementos que ensejam a diminuição da pena:


1) Relevante valor social: quando algo atinge a sociedade como um todo – a morte
de um estuprador em uma cidade pequena, por exemplo. A motivação é o relevante
valor social de impedir que outras moças da cidade fossem estupradas;
2) Relevante valor moral: quando algo atinge a pessoa individualmente – como exem-
plo, podemos citar o caso em que uma moça é estuprada e seu pai mata o estuprador;
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3) Sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima.

Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Érico de Barros Palazzo.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do con-
teúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela lei-
tura exclusiva deste material.

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