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DIREITO PENAL –

PARTE ESPECIAL
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DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL


HOMICÍDIO SIMPLES
Homicídio simples
Art. 121. Matar alguém:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
A primeira figura delitiva disposta na parte especial do Código Penal, diz respeito ao homicídio.
Para tanto, considera-se como a morte injusta de uma pessoa (humana) praticada por outrem.
Atente-se que o crime do caput não é hediondo, sendo assim considerado apenas quando
praticado em atividade típica de grupo de extermínio (ainda que por um só agente) e também o
homicídio qualificado.
O crime é comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa.
A pena aqui prevista será aumentada de um terço se o crime é praticado contra menor de 14
ou maior de 60 anos de idade (art. 121, §4º, CP).
A conduta consiste em tirar a vida1 de alguém e pode ser praticada de maneira comissiva ou
omissiva
Recaindo a conduta sobre pessoa já sem vida, só podemos falar em crime impossível, dada a
absoluta impropriedade do objeto (art. 17, CP).
Portador de HIV que, intencionalmente, transmite a doença a parceira que não tinha ciência da condição do parceiro
Para o STJ, restou decidido que a transmissão consciente do HIV caracteriza lesão corporal gravíssima, enqua-
drando-se a enfermidade no conceito de doença incurável (art. 129, §2º, II, CP). Ainda, entendeu que a ausência de
manifestação dos sintomas não exclui o crime.
O homicídio é crime material, pois somente se consuma com a morte da vítima. Inclusive,
considera-se como delito plurissubsistente pois a execução pode ser fracionada, admitindo-se a
tentativa.
Atenção, pois o termo HOMICÍDIO deriva do latim. HOMO (pessoa humana) CÍDIO (morte,
extermínio da vida). O termo homicídio não se refere a matar um homem. Esta afirmação já foi
objeto de cobrança em prova.

HOMICÍDIO PRIVILEGIADO (ART. 121, §1º, CP)


Causa de diminuição de pena
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou
sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz
pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
Aqui, podemos extrair três hipóteses para a aplicação da redução da pena, são as chamadas
causas privilegiadoras:

1 Considera-se que a vida extrauterina de um indivíduo inicia-se com o parto (início das contrações
expulsivas ou, quando ocorrer por intervenção cirúrgica, a partir do momento em que se inicia a cirurgia
para retirada).
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a) relevante valor social (interesses coletivos) - Exemplo: indivíduo que espanca até a
morte pessoa que vinha cometendo vários latrocínios na comunidade.
b) relevante valor moral (interesses particulares do agente, fazendo valer sentimento
de piedade) - Exemplo: Pai que mata o estuprador da filha.
c) domínio de violenta emoção após injusta provocação da vítima: ocorre a perda do
autocontrole, o agente está em choque emocional.
CUIDADO! Não basta estar influenciado pela violenta emoção, e, sim, estar dominado.
Obs.: O domínio da violenta emoção consiste num estado anímico diferenciado, onde o
agente atua de maneira impulsiva.
Para caracterizá-la, é preciso que haja reação imediata após a injusta provocação, sem nenhum tipo de intervalo.
O privilégio ora discutido tem natureza jurídica de direito subjetivo do indivíduo e, uma vez
reconhecido, a redução da pena é obrigatória.
Outro ponto de destaque que deve ser enfatizado, diz respeito à possibilidade de cumulação
do privilégio com as qualificadoras.
Prevalece a orientação de que o privilégio (causa subjetiva) somente é compatível com as
qualificadoras de ordem objetivas.

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