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CAPÍTULO VI

DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL

SEÇÃO I
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL

CONSTRANGIMENTO ILEGAL

Constrangimento ilegal

Art. 146 – Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça,


ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de
resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não
manda: Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Obs: Crime de menor potencial ofensivo ;

Aumento de pena § 1º – As penas aplicam-se cumulativamente e em


dobro, quando, para a execução do crime, se reúnem mais de três
pessoas, ou há emprego de armas. § 2º – Além das penas cominadas,
aplicam-se as correspondentes à violência. § 3º – Não se compreendem
na disposição deste artigo: I – a intervenção médica ou cirúrgica, sem o
consentimento do paciente ou de seu representante legal, se justificada por
iminente perigo de vida; II – a coação exercida para impedir suicídio.

1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

“Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa


senão em virtude de lei” (CF, art. 5º, II)

DIFERENÇA ENTRE CONSTAGIMENTO ILEGAL E AMEAÇA

No constrangimento eu tenho duas ações já na ameaça eu tenho


apenas uma ação; o crime de ameaça é subsidiário em relação a o
constrangimento ilegal;

2. TIPO PENAL SUBSIDIÁRIO

Obs: Subsidiário ao crime de roubo e extorsão


3. ANÁLISE DO TIPO PENAL

3.1 SUJEITOS DO CRIME

3.1.2 ATIVO
Obs: Funcionário Público- abuso de autoridade.

Obs: O artigo 350 do cp foi revogado!

3.1.3 PASSIVO
Obs: Sujeito passivo qualificado

Presidentes da República, do Senado Federal, da Câmara dos Deputados ou


do Supremo Tribunal Federal (Lei n. 7.170, de 14-12-1983, art. 28) - Crime
contra a Segurança Nacional. LEI Nº 14.197, DE 1º DE SETEMBRO DE 2021

b)    Estatuto do Idoso (Lei n. 10.741, de 1º-10-2003). O art. 107 do


Estatuto do Idoso

c)    Constrangimento ilegal na cobrança de dívida. Ver art. 71 da Lei n.


8.078(consumidor)

3.2 ELEMENTOS DO CRIME

3.2.1 ELEMENTO OBJETIVO

3.2.3 ELEMENTO SUBJETIVO

3.2.4 ELEMENTO NORMATIVO

Obs: finalidade econômica indevida (158, cp) ; devida 345,


cp(coação relativa)

3.3 CONSUMAÇÃO

3.3.1 CRIME MATERIAL(pois só se configura quando a vitima deixa


de fazer ou faz algo decorrente do constrangimento)

3.3.2 TENTATIVA

3.4 AÇÃO PENAL

4. DISPOSIÇÕES IMPORTANTES

4.1 CONCURSO MATERIAL DE CRIMES(§2)


§ 2º – Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à
violência

4.2 EXCLUDENTE DE TIPICIDADE(§3)

§ 3º – Não se compreendem na disposição deste artigo: I – a


intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu
representante legal, se justificada por iminente perigo de vida; II – a coação
exercida para impedir suicídio.

4.3 CAUSAS DE AUMENTO(§1)

Aumento de pena § 1º – As penas aplicam-se cumulativamente e em


dobro, quando, para a execução do crime, se reúnem mais de três
pessoas, ou há emprego de armas.

5. MODO DE EXECUÇÃO

 CONDUTAS: COMISSIVA REGRA. VIOLÊNCIA / GRAVE AMEAÇA /


OUTROS MEIOS CAPAZES DE REDUZIR A RESISTÊNCIA DA VÍTIMA.
OMISSIVA. Somente quando tiver status de garantidor.

VIOLÊNCIA: AMEAÇA: QUALQUER


Efetivo exercício de Violência moral é o OUTRO MEIO QUE
forca física ou mecânica ultimato, a manifestação REDUZA A
sobre a vítima ou do propósito de causar a CAPACIDADE DE
terceira pessoa que alguém, direta ou RESISTÊNCIA DA
desde que, nesse caso, indiretamente, atual ou VÍTIMA
atinja indiretamente o iminente, um mal injusto
individuo coagido. e grave, ainda que o seu VIOLÊNCIA
autor de fato não tenha IMPRÓPRIA
intenção de realizá-lo.

5.1 VIOLÊNCIA

5.2 GRAVE AMEÇA

a) Ameaça direta(pessoa ou patrimônio)

b) Ameaça indireta(não diretamente à vitima)


c) Ameaça explícita( feita diretamente, de maneira clara, sem sutilezas)

d) Ameaça implícita( – aquela feita sutilmente, indiretamente, de forma


velada)

e) Ameaça condicional( quando a ameaça do mal está condicionada)

f) Ameaça incondicionada

6. CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA

Crime comum: Doloso: De forma livre; Instantâneo:


Subsidiário;Monossubjetivo:Plurissubsistente;Dano

Ameaça

Art. 147 – Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer


outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave: Pena – detenção,
de um a seis meses, ou multa. Parágrafo único – Somente se procede
mediante representação.

Obs: Crime de menor potencial ofensivo; juizado especial criminal; cabe


transação penal e suspensão condicional do processo; Obs: quando
praticado em decorrência de violência domestica não se submete ao
procedimento do juizado;

1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Obs: Diferença entre ameaça e constrangimento ilegal (art. 146 do CP)

Obs: Crime subsidiário

2 ANÁLISE DO TIPO PENAL

2.1 SUJEITOS DO CRIMES

ATIVO
PASSIVO

Obs: Presidentes da República, do Senado Federal, da Câmara dos


Deputados ou do Supremo Tribunal Federal (Lei n. 7.170, de 14-12-1983,
art. 28) - Crime contra a Segurança Nacional. LEI Nº 14.197, DE 1º DE
SETEMBRO DE 2021

3. ELEMENTOS DO TIPO

3.1 OBJETIVO

3.2 SUBJETIVO

3.3 NORMATIVO

Obs: Mal injusto legitimo, atipicidade.

Obs: Mal crível

4. CONSUMAÇÃO

Obs: Crime formal

4.1 TENTATIVA

Obs: Estado de ira? Embriaguez? Pessoa que usa arma de brinquedo pode
praticar o crime de ameaça?

Seqüestro e cárcere privado

Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro ou cárcere


privado: Pena - reclusão, de um a três anos(não é um crime de menor
potencial ofensivo, mas cabe suspensão condicional do processo).

§ 1º - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos: I – se a vítima é


ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior de
60 (sessenta) anos;  Obs:Sequestro ou cárcere qualificado ou
circunstanciado, pois é previsto o aumento da pena base; Aumento da pena
base em relação ao sujeito passivo;

II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde


ou hospital;   

Obs: Em relação ao local do cárcere ou sequestro

III - se a privação da liberdade dura mais de quinze dias.

Obs: qualificadora a tempo

IV – se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos; 

Obs: Em relação ao sujeito passivo

V – se o crime é praticado com fins libidinosos. 

Obs: Elemento subjetivo da intenção do cárcere ou sequestro

§ 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-tratos ou da natureza da


detenção, grave sofrimento físico ou moral: Pena - reclusão, de dois a oito
anos.

Obs: Qualificadora em relação ao resultado, podendo ser classificada em


preterdolosa

1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Obs: Sequestro(ambiente maior)

Obs: Carcere privado(carcere menor)

SEQUESTRO CÁRCERE PRIVADO


Privação sem confinamento da Privação com confinamento da
vítima. vítima
Vítima fica privada em um sítio, Vítima privada da liberdade em
chácara. um quarto, cômodo.
Gênero Espécie
- O cárcere privado justifica uma
pena base mais severa do que o
sequestro, pois traz
consequências maiores para a
vítima.

Ponto chave dos delitos:

2. ANÁLISE DO TIPO PENAL

2.1 ELEMENTO OBJETIVO

2.2 ELEMENTO SUBJETIVO

Obs: Dolo especifico art. 148, V

2.3 ELEMENTO NORMATIVO

3. SUJEITOS DO CRIME

ATIVO

PASSIVO

Obs: Sujeito Passivo qualificado(presidentes)

Obs: Formas qualificadas por causa do sujeito passivo

I- se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro


do agente ou maior de 60 (sessenta) anos;

II- quando se tratam de menores de 18 anos


3. CIRCUNSTANCIAS ESPECIAIS QUE AUMENTAM A PENA

Em relação ao modo de execução II - se o crime é praticado mediante


internação da vítima em casa de saúde ou hospital;

Crime a tempo III - se a privação da liberdade dura mais de 15 (quinze)


dias

Em relação a intenção do agente: V - se o crime é praticado com fins


libidinosos

Em relação ao resultado : § 2º - Se resulta à vítima, em razão de maus-


tratos ou da natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral.

4. RESULTADO

Consumação

Tentativa  

Obs finais: crime comum(pode ser praticado por qualquer pessoa),


permanente(303, cpp, sempre o agente vai está em flagrante delito),
plurisubsistente, de ação livre(cometido de qualquer maneira).

REDUÇÃO A CONDIÇÃO ANÁLOGA À DE ESCRAVO

Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer


submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer
sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer
restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida
contraída com o empregador ou preposto:  Pena - reclusão, de dois a
oito anos, e multa, além da pena correspondente à violência. 

§ 1o Nas mesmas penas incorre quem: 


I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do
trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho;   II – mantém
vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de
documentos ou objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-
lo no local de trabalho.
§ 2o A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido:         I
– contra criança ou adolescente; II – por motivo de preconceito de
raça, cor, etnia, religião ou origem. 

ANÁLISE DO TIPO PENAL

Elemento objetivo

Obs: Conduta Submeter a trabalhos forçados;condições degradantes


de trabalho; restringir a locomoção por divida; restringir a
locomoção cerceando o uso de transporte; apoderamento de
documentos pessoais, vigilância excessiva(ação vinculada)

Elemento Subjetivo

Obs: Especifico

Sujeitos do Crime

Consumação(crime material)/Tentativa

Majorante em relação ao sujeito passivo §2

Ação penal

STALKIN

Perseguição

Art. 147-A.  Perseguir alguém, reiteradamente e por qualquer meio,


ameaçando-lhe a integridade física ou psicológica, restringindo-lhe a
capacidade de locomoção ou, de qualquer forma, invadindo ou perturbando
sua esfera de liberdade ou privacidade.  Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a
2 (dois) anos, e multa.        § 1º A pena é aumentada de metade se o crime
é cometido:   I – contra criança, adolescente ou idoso;II – contra mulher por
razões da condição de sexo feminino, nos termos do § 2º-A do art. 121 deste
Código; III – mediante concurso de 2 (duas) ou mais pessoas ou com o
emprego de arma.§ 2º  As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo
das correspondentes à violência. § 3º  Somente se procede mediante
representação. 

Obs: O dano temporário ou permanente à integridade psicológica e


emocional.

Obs: Praticado de qualquer maneira (ligações telefônicas, envio de


mensagens por SMS, aplicativo ou email, publicação de fatos ou boatos,
remessa de presentes, espera da passagem da vítima pelos lugares que
frequenta)

Objeto jurídico
O crime está inserido no capítulo que protege a liberdade individual da
vítima (liberdade da pessoa humana), bem jurídico de estatura
constitucional (art. 5º) e convencional (art. 7º, I, da Convenção Americana
de Direitos Humanos).

Objeto material
A conduta criminosa recai sobre a pessoa que sofre a perseguição.

Sujeitos do crime
O crime é bicomum

Obs: Sujeito passivo ( criança, adolescente, idoso ou mulher perseguida por


razões da condição do sexo feminino § 1º).

Tipo Objetivo — perseguição ameaçadora


Obs: Reiteradamente (habitualidade)

Ameaçando-lhe a integridade física ou psicológica, restringindo-lhe a


capacidade de locomoção ou, de qualquer forma, invadindo ou perturbando
sua esfera de liberdade ou privacidade.

Obs: Haverá o crime apenas diante da perseguição reiterada que ameace a


integridade física ou psicológica da vitima, quando (a) restrinja sua
capacidade de locomoção ou (b) por qualquer outra forma, invada ou
perturbe sua liberdade ou privacidade (cláusula de interpretação analógica).

O verbo principal é perseguir, no sentido de atormentar, importunar, ir atrás


de maneira insistente.

Obs: A ameaça é o resultado esperado da conduta do perseguidor

Obs: O crime se consuma se os meios utilizados pelo criminoso forem hábeis


a atingir tal desiderato. Trata-se, portanto, de crime formal (ou de resultado
cortado).
Tipo Objetivo — habitualidade, binômio quantidade-intensidade, e
ação livre
Obs: crime demanda habitualidade

Elemento subjetivo
O crime é punido a título de dolo.

Consumação e tentativa
O crime é habitual, aperfeiçoando-se com a reiteração dos atos de
perseguição. A tentativa não é admitida em virtude da natureza do delito
(habitual).

Sanção penal
A pena cominada ao delito é de reclusão, de seis meses a dois anos e multa.

Obs: trata-se de infração de menor potencial ofensivo (artigo 61), que


admite a transação penal (artigo 76) e permite a suspensão condicional do
processo (artigo 89), e que adota o procedimento sumaríssimo (artigo 77 e
seguintes).

Obs: Se praticado por violência doméstica contra a mulher: não se aplicam


tais institutos despenalizadores;

Obs:Incidindo uma das causas de aumento da pena (§ 1º), a pena máxima


faz com que o crime saia do patamar de infração de menor potencial
ofensivo.(teoria da pior das hipóteses )

Obs: Se o crime for praticado com o emprego de violência, o agente


responderá pelo crime de perseguição (art. 147-A) em concurso formal
impróprio com o crime violento (lesão corporal, homicídio, etc.)

Causas de aumento de pena


A pena aumenta-se da metade quando a infração for praticada (§ 1º):

a) contra criança, adolescente ou idoso: 

b) contra mulher por razões da condição de sexo feminino, nos


termos do § 2º-A do art. 121 deste Código: só há incidência do aumento
quando exista violência doméstica e familiar, ou menosprezo ou
discriminação à condição de mulher, na esteira da fórmula do feminicídio.

c) mediante concurso de 2 ou mais pessoas ou com o emprego de


arma:

Concurso de crimes e conflito de leis penais Falsa identidade


No caso de utilização de perfis falsos para a prática delituosa, o agente
responderá pelo crime do art. 147-A em concurso com o art. 307 do CP, pois
não é necessário que todo stalkeador encubra sua identidade, ou seja, a
falsa identidade não deve ser considerada ante factum impunível do referido
delito, já que não é meio de execução ordinário do crime de perseguição.

Obs: Não se aplica o principio da consunção

Invasão de dispositivo informático(cyberstalking)

art. 154-A em concurso formal ou material, a depender do caso concreto,


com o art. 147-A do CP

Revenge porn
art. 216-B ou art. 218-C do CP

Arma de fogo
Se o crime de perseguição for praticado com o emprego de arma de fogo,
algumas situações podem ser vislumbradas:

a) se o agente possuir porte de arma, responderá apenas pelo crime de


perseguição, incidindo a causa de aumento de pena (art. 147-A, § 1º, III do
CP);

b) se o agente não possuir porte de arma de fogo, mas a utilizar única e


exclusivamente para perseguir a vítima, responderá apenas pelo crime de
perseguição majorado (art. 147-A, § 1º, III do CP). O crime de porte ilegal
de arma de fogo fica absorvido (princípio da consunção), sendo considerado
meio para a prática do crime fim.

c) se o agente portar ilegalmente a arma de fogo em contexto fático distinto,


seja antes de iniciar as investidas em desfavor da vítima ou depois da
perseguição, responderá pelo crime do art. 147-A, caput, em concurso
material com o crime do Estatuto do Desarmamento (art. 14 ou 16,
conforme o caso). Não se cogita da majorante do crime de perseguição
nessa hipótese para evitar o bis in idem.

Descumprimento à medida protetiva de urgência


art. 24-A da Lei Maria da Penha).

decretação da prisão preventiva (art. 313, III do CPP).

Ação penal
O crime é de ação penal pública condicionada à representação (§ 3º), ainda
que seja praticado no contexto de violência doméstica contra a mulher, pois
o legislador não fez qualquer ressalva.

Competência e atribuição
Em regra, o crime será processado e julgado pela Justiça Estadual, e
investigado pela Polícia Civil. No entanto, poderá atrair a competência da
Justiça Federal e a atribuição da Polícia Federal, por exemplo quando
praticado pela internet e estando configurada a transnacionalidade (arts.
109, V e 144, §1º, I da CF)[10], ou quando a vítima for servidor público
federal no exercício de suas funções (art. 109, IV e 144, §1º, I da CF)[11].

O delito será investigado pela Polícia Federal (embora sem atrair


necessariamente a competência para a Justiça Federal) quando gerar
repercussão interestadual ou internacional e exigir repressão uniforme, e for
praticado contra mulher, especialmente se com misoginia pela internet (art.
1º, III e VII da Lei 10.446/02 e art. 144, §1º, I da CF).

VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA CONTRA A MULHER

Art. 147-B. Causar dano emocional à mulher que a prejudique e perturbe


seu pleno desenvolvimento ou que vise a degradar ou a controlar suas
ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça,
constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, chantagem,
ridicularização, limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que
cause prejuízo à sua saúde psicológica e autodeterminação:

Pena – reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta


não constitui crime mais grave. (obs: Crime subsidiário expressamente)

Obs: Lei 11.340/2006, a Lei Maria da Penha. O seu artigo 7º, inciso II, cuja
redação foi alterada pela Lei 13.772/2018, a define como “qualquer conduta
que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe
prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou
controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante
ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância
constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, violação de sua
intimidade, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou
qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à
autodeterminação”.

O sujeito ativo do crime

Qualquer pessoa

Obs: Mulher?

O sujeito passivo – mulher


O tipo tem como núcleo o verbo “causar” Incrimina-se a conduta de causar
dano emocional à mulher(prejudica ou perturba o seu pleno
desenvolvimento ou aquele que vise a degradar ou a controlar suas ações)

que prejudique e perturbe o seu pleno desenvolvimento;

Uma das finalidades é a degradação, que significa destruir, provocar


estrago, retirar a dignidade; . É o fim de rebaixar a vítima, tratá-la de forma
aviltante para lhe retirar a dignidade;

que vise a degradar ou a controlar suas ações, comportamentos,


crenças e decisões;

Outra finalidade possível é a de controlar as ações, comportamentos,


crenças e decisões da mulher.

Obs: Essa conduta pode se dar por vários meios. mediante ameaça,


constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, chantagem,
ridicularização, limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro
meio que cause prejuízo à sua saúde psicológica e
autodeterminação.

Ameaçar é fazer uma promessa a outra pessoa de lhe causar algo ruim, um
mal. Não se exige aqui que a ameaça seja de um mal injusto, nem a ameaça
é qualificada como grave. As contínuas ameaças, como a de deixar a pessoa
sem os bens que lhe são de direito pela meação, podem afetar a
autodeterminação e a saúde psíquica da vítima. 

Obs: 147-A(reiterado) x 147- B(subsidiário)

Constranger é praticar coação contra outrem, mas também pode ser deixar
alguém embaraçado ou envergonhado.

Humilhar é dar tratamento humilhante, que rebaixe a vítima, que afete a


sua autoestima.

Manipular é usar artifício para modificar a vontade da pessoa, é influenciar


a formação da vontade da vítima por meio de táticas enganosas ou
dissimuladas.

Isolar é afastar a pessoa do seu convívio social, de sua família e amigos.

Chantagear é uma espécie de ameaça condicional, exigindo determinado


comportamento sob pena de fazer algo.

A ridicularização é uma forma específica de humilhação, é escarnecer, é


zombar da pessoa. Quando esse comportamento se torna hábito contra a
vítima, especialmente em relação afetiva ou amorosa, há um grande
potencial de abalo psíquico, especialmente a longo prazo.

A limitação do direito de ir e vir significa não possibilitar que a vítima


saia quando quiser ou que não vá aonde quiser.

Obs: Por fim, o tipo penal traz a expressão “mediante qualquer outro
meio que cause prejuízo à sua saúde psicológica e
autodeterminação“. Cuida-se cláusula de interpretação analógica,

Elemento subjetivo O crime é doloso

A ação penal é pública incondicionada.

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