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CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES

Disciplina: Direito Penal Especial I


Prof°. Me. Werdeson Mário Cavalcante Olimpio
EMAIL: werdeson.olimpio@undb.edu.br
QUANTO AO SUJEITO ATIVO

COMUM PRÓPRIO MÃO PRÓPRIA

QUALQUER PESSOA PESSOA ESPECÍFICA, PESSOA ESPECÍFICA,


ADMITE COAUTORIA (Art. NÃO ADMITE AUTORIA,
30 do CP) APENAS PARTICIPAÇÃO
FURTO, HOMICÍDIO, FALSO ATESTADO MÉDICO, FALSO TESTEMUNHO,
ETC. PECULATO, ETC. FALSA PERÍCIA, ETC
Art. 30 do CP- Não se comunicam
as circunstâncias e as condições
de caráter pessoal, salvo quando
elementares do crime.
QUANTO A NECESSIDADE DE LESÃO AO BEM
JURÍDICO PARA QUE OCORRA A CONSUMAÇÃO
(RESULTADO JURÍDICO)
Crime de dano Crime de perigo

Depende de um dano Basta a colocação do bem a


ao bem jurídico um perigo de dano

FURTO, HOMICÍDIO, INCÊNDIO, EMBRIAGUEZ


ETC. AO VOLANTE, TRÁFICO DE
DROGAS
CRIME DE PERIGO CONCRETO: HÁ A NECESSIDADE DE
DEMONSTRAÇÃO DO PERIGO CONCRETO

CRIME DE PERIGO ABSTRATO: A EXPOSIÇÃO AO RISCO É


JURIDICAMENTE PRESUMIDA, RAZÃO PELA QUAL NÃO HÁ NECESSIDADE
DE DEMONSTRAÇÃO DO RISCO CONCRETO
Incêndio
Art. 250 - Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física
ou o patrimônio de outrem:
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa.

PERIGO CONCRETO

Art. 306 do CTB Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em
razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine
dependência:

Penas - detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor

PERIGO ABSTRATO
Quanto a necessidade do resultado naturalístico para a
consumação (alterações no mundo real)

FORMAL MATERIAL MERA CONDUTA

é necessário que o agente


busque uma finalidade
prevê o resultado BASTA A OCORRÊNCIA
(elemento subjetivo), mas não naturalístico, sendo DA AÇÃO OU OMISSÃO,
é necessário que ele alcance
necessário INDEPENDENTE DO
essa finalidade para que haja RESULTADO
a consumação
EXTORSÃO MEDIANTE HOMICÍDIO (VIDA OMISSÃO DE SOCORRO,
SEQUESTRO CEIFADA), FURTO ATO OBSCENO
(SUBTRAÇÃO DE COISA
ALHEIA)
Extorsão mediante seqüestro (crime formal)
Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para
outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate.
Pena – reclusão de oito a quinze anos

Seqüestro e cárcere privado (crime material)


Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro ou
cárcere privado:
Pena - reclusão, de um a três anos

Ato obsceno (crime de mera conduta)

Art. 233 - Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público:
Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa
QUANTO A FORMA DA CONDUTA

COMISSIVO (REGRA) OMISSIVO

AÇÃO OMISSÃO (A LEI INDICA


QUANDO A OMISSÃO É
RELEVANTE)
FURTO, HOMICÍDIO, PREVARICAÇÃO
ETC. IMPRÓPRIA, OMISSÃO DE
SOCORRO
PREVARICAÇÃO IMPRÓPRIA (CRIME OMISSIVO PRÓPRIO – DESCUMPRIMENTO
DIRETO DA NORMA)

Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente


público, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a
aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a
comunicação com outros presos ou com o ambiente externo:
Omissão de socorro
Art. 135 - Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco
pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao
desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da
autoridade pública:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão
corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
CRIME OMISSIVO IMPRÓPRIO OU COMISSIVO POR OMISSÃO (UM PAI
DEIXOU DOLOSAMENTE DE ALIMENTAR O SEU FILHO DE 3 ANOS, DURANTE
TRÊS DIAS, RESULTANDO NA MORTE DA CRIANÇA)

Homicídio simples
Art. 121. Matar alguem:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
IX - contra menor de 14 (quatorze) anos:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.

§ 2º-B. A pena do homicídio contra menor de 14 (quatorze) anos é aumentada de:


II - 2/3 (dois terços) se o autor é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro,
tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade sobre ela.
CRIME OMISSIVO IMPRÓPRIO OU COMISSIVO POR OMISSÃO (UM PAI
DEIXOU DOLOSAMENTE DE ALIMENTAR O SEU FILHO DE 3 ANOS, DURANTE
TRÊS DIAS, RESULTANDO NA MORTE DA CRIANÇA)

Art. 13 DO CP - O resultado, de que depende a existência do crime, somente


é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão
sem a qual o resultado não teria ocorrido.

§ 2º - A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia


agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem:
a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado;
c) com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do
resultado.
QUANTO AO TEMPO DA CONSUMAÇÃO

INSTANTÂNEO PERMANENTE INSTANTÂNEO DE A PRAZO


EFEITOS
PERMANENTES
CONSUMA-SE NO
MOMENTO DA AÇÃO
O CONSUMAÇÃO consuma-se em Há um prazo
SE ALONGA NO determinado determinado em
TEMPO, momento, mas lei fixando o
continua gerando momento exato
ENQUANTO efeitos da consumação
OCORRE A AÇÃO
Homicídio, Sequestro ou Falsificação de Crime de
dano, roubo, cárcere privado documento apropriação de
furto público coisa achada
Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da natureza
Art. 169 do CP - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou
força da natureza:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
Parágrafo único - Na mesma pena incorre:
Apropriação de coisa achada
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-
la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro no prazo de
quinze dias.

Lesão corporal
Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
Lesão corporal de natureza grave
§ 1º Se resulta:
I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias;
Pena - reclusão, de um a cinco anos.
QUANTO A DEPENDÊNCIA DE OUTRO CRIME PARA
EXISTIR

PRINCIPAL ACESSÓRIO

NÃO DEPENDE DE DEPENDE DE OUTRO


OUTRO

FURTO, HOMICÍDIO, RECEPTAÇÃO


ETC.
Receptação
Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar,
em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de
crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou
oculte:
Pena – RECLUSÃO de um a quatro anos, e multa.
Não confundir crime acessório com crime subsidiário (soldado de
reserva)

IMPORTUNAÇÃO SEXUAL
Art. 215-A. Praticar contra alguém e sem a sua anuência ato
libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de
terceiro:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o ato não constitui
crime mais grave. (crime subsidiário)
BEM JURÍDICO PENAL
Bem jurídico penal Objeto material do crime
Objeto jurídico tutelado Bem ou pessoa
pela norma. diretamente relacionado
com o ato do agente
Exemplo: homicídio - vida criminoso.
Ex: homicídio –
vítima/pessoa
Furto – res furtiva/coisa
QUANTO A UNICIDADE DO TIPO PENAL

SIMPLES COMPLEXO

UM ÚNICO CRIME UM CRIME QUE É


RESULTANTE DE DOIS
DELITOS
FURTO, HOMICÍDIO, LATROCÍNIO (roubo +
ETC. homicídio)
Roubo
Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem,
mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-
la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

§ 3º Se da violência resulta: (Redação dada pela Lei nº 13.654, de


2018)
I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18
(dezoito) anos, e multa; (Incluído pela Lei nº 13.654, de 2018)
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e
multa. (LATROCÍNIO)
QUANTO A APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA
CONSUNÇÃO

CRIME PROGRESSIVO PROGRESSÃO CRIMINOSA

o agente se vale de O AGENTE, NA EXECUÇÃO


crimes meios para atingir DE UM CRIME, DECIDE
o seu crime fim PRATICAR UM CRIME MAIS
GRAVE
Aplica o princípio da Aplica o princ. da
consunção consunção
QUANTO AO NÚMERO DE ATOS NECESSÁRIOS
PARA A SUA CONFIGURAÇÃO

UNISSUBISISTENTE PLURISSUBISISTENTE

NÃO PODE SER PODE SER FRACIONADO,


FRACIONADO, RAZÃO RAZÃO PELA QUAL ADMITE
PELA QUAL NÃO ADMITE A TENTATIVA
TENTATIVA
INJÚRIA HOMICÍDIO (ADMITE
VARIOS TIPOS DE ATOS)
Art. 140 DO CP – Injuriar alguém, ofendendo-lhe a
dignidade ou o decoro:
Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.
QUANTO A PLURALIDADE DE SUJEITOS ATIVOS

MONOSUBJETIVO OU PLURISUBJETIVO OU DE
DE CONCURSO CONCURSO NECESSÁRIO
EVENTUAL
agente pode fazer só para a necessária a pluridade de
consumação, mas
eventualmente pode haver agentes para a
um concurso de pessoas consumação do crime
Estupro, homicídio, Associação criminosa,
roubo, etc. organização criminosa, rixa,
etc.
ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA
CRIMES CONTRA A VIDA

Disciplina: Direito Penal Especial I


Prof°. Me. Werdeson Mário Cavalcante Olimpio
EMAIL: werdeson.olimpio@undb.edu.br
Maria está grávida de 4 meses, não desejando continuar com a
gestação, procura uma clínica clandestina para encerrar a
gravidez.
.

Maria acabou de sair do parto do seu filho. Desgostosa


com aquele parto e com o filho, acaba asfixiando o
recém-nascido até a sua morte.

Maria encerrou o seu casamento de 10 anos.


Objetivando se vingar do seu ex-marido, tira a vida do
filho dos dois de cinco anos de idade e depois comete
suicídio.
HOMICÍDIO (art. 121 do CP)

INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU
CRIMES AUXÍLIO A SUICÍDIO OU A
AUTOMUTILAÇÃO (ART. 122 DO CP)
CONTRA A
VIDA
INFANTICÍDIO (ART. 123 do CP)

ABORTO (ARTS. 124 AO 128 do CP)


HOMICÍDIO

Art. 121. Matar alguém:


Pena - reclusão, de seis a vinte anos.

ALGUÉM: pessoa (VIDA EXTRAUTERINA).

VIDA INTRAUTERINA – CRIME DE ABORTO


HOMICÍDIO
Cláudio está em estado de terminalidade da vida,
diante da metástase de um câncer. Os médicos
afirmam que ele deve falecer em poucas horas.
Luana, então, desfere uma facada em Cláudio,
ceifando-lhe a vida. Luana responderá pelo crime
de homicídio?
O fato da vítima ter uma vida já sem viabilidade de continuar
(idoso, estado de terminalidade, bebê anencéfalo já nascido, etc),
não exime a responsabilidade penal de um possível homicídio.
HOMICÍDIO
Sujeito ativo– pode ser praticado por qualquer
pessoa (CRIME COMUM)

Sujeito PASSIVO– pode ser QUALQUER PESSOA

ELEMENTO SUBJETICO – DOLO (direto ou com


“animus necandi”), DOLO EVENTUAL, CULPA
HOMICÍDIO
Paulo pertence a uma organização criminosa,
observando Túlio (policial militar) em um bar,
sentado de costas, aproveita a oportunidade e dá
três tiros na cabeça do policial.
Paulo está mostrando a sua arma de fogo a Roberto, no meio
da praça da cidade. Paulo diz que vai atirar para mostrar o
funcionamento. Roberto insiste para que ele não o faça.
Mesmo assim, Paulo atira no meio da praça para assustar
Roberto, atingindo uma criança que brincava na pracinha.
HOMICÍDIO
CLARA é uma cirurgiã especializada em
procedimentos no coração. Em uma das suas
cirurgia, Clara esquece uma gaze dentro do corpo
de Suelen, razão pela qual essa última falece.
HOMICÍDIO
Paulo pertence a uma organização criminosa,
observando Túlio (policial militar) em um bar,
sentado de costas, aproveita a oportunidade e dá
três tiros na cabeça do policial. (DOLO DIRETO)
Paulo está mostrando a sua arma de fogo a Roberto, no meio
da praça da cidade. Paulo diz que vai atirar para mostrar o
funcionamento. Roberto insiste para que ele não o faça.
Mesmo assim, Paulo atira no meio da praça para assustar
Roberto, atingindo uma criança que brincava na pracinha.
(DOLO EVENTUAL)
HOMICÍDIO
CLARA é uma cirurgiã especializada em
procedimentos no coração. Em uma das suas
cirurgia, Clara esquece uma gaze dentro do corpo
de Suelen, razão pela qual essa última falece.
(CULPA)
Homicídio culposo
§ 3º Se o homicídio é culposo:
(Vide Lei nº 4.611, de 1965)
Pena - detenção, de um a três anos.
HOMICÍDIO
Sujeito ativo– pode ser praticado por qualquer pessoa (CRIME COMUM)

Sujeito PASSIVO– pode ser QUALQUER PESSOA


ELEMENTO SUBJETIVO – DOLO (direto ou com “animus necandi”), DOLO
EVENTUAL, CULPA
CONSUMAÇÃO (CRIME MATERIAL) – deixa um resultado naturalístico,
CAUSANDO MUDANÇA NO MUNDO (morte de alguém)

ADMITE TENTATIVA

CRIME INSTANTÂNEO – se consuma no momento da morte (doutrina


minoritária afirma que é instantâneo de efeitos permanentes)
COMPETÊNCIA DO CRIME DE
HOMICÍDIO

HOMICÍDIO DOLOSO E DEMAIS CRIMES DOLOSOS


CONTRA A VIDA – TRIBUNAL DO JÚRI

Homicídio culposo e homicídio culposo no trânsito


(crime do CTB) – juízo comum
TENTATIVA DE HOMICÍDIO

José atira cinco vezes contra Luís, não o atingindo-


o, desejando sua morte.

José atira cinco vezes contra Luís, atingindo-o. Contudo,


mesmo José orando pela morte do seu desafeto, Luís
sobrevive.
TENTATIVA DE HOMICÍDIO

José atira cinco vezes contra Luís, não o atingindo-


o, desejando sua morte. (TENTATIVA BRANCA OU
INCRUENTA- não atinge o objeto do crime)
José atira cinco vezes contra Luís, atingindo-o. Contudo,
mesmo José orando pela morte do seu desafeto, Luís
sobrevive. (TENTATIVA VERMELHA OU CRUENTA –
atinge o objeto do crime, lesionando o bem)
HOMICÍDIO
Clara decide matar Lucas, aproveitando que esse
está internado no hospital que trabalha. Clara
injeta um veneno em Lucas às 15h daquele dia.
Contudo, o atestado de óbito demonstra que
Lucas faleceu ao meio-dia, devido a uma parada
cardíaca. Clara pode responder por homicídio?
CRIME IMPOSSÍVEL
Art. 17 do CP- Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do
meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se
o crime
HOMICÍDIO SIMPLES É CRIME
HEDIONDO?

LEI 8.072/90 – LEI DE CRIMES HEDIONDOS


Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos
tipificados no Decreto-Lei no
2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados
ou tentados:

I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica


de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente,
e homicídio qualificado (art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI,
VII, VIII e IX);
Antônio está indignado com os estupros que estão
acontecendo em seu bairro. Um dia, descobre que Pedro é
autor dos estupros, razão pela qual o mata a facadas.

Clara descobriu que o seu namorado, estuprou a sua filha de 6


anos. Indignada, Clara atrai João para o seu quarto e o venda.
Com uma faca, Clara corta o pênis de João o qual sangra até a
morte.
João é policial militar que está sofrendo porque foi traído pela esposa.
Bebendo em um bar, Túlio amante da esposa de João, o chama de corno
e otário. Já nutrindo ódio por Túlio e alterado pelo álcool, João pega
uma garrafa quebrada e desfere um golpe no pescoço de Túlio,
matando-o.
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
Art. 121 [...]
Caso de diminuição de pena
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de
relevante valor social (interesse da sociedade) ou moral
(interesse particular), ou sob o domínio de violenta emoção,
logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode
reduzir a pena de um sexto a um terço.

NA PRÁTICA O JUIZ NÃO POSSUI ESSA DISCRICIONARIEDADE DE DIMINUIR A PENA,


POIS QUEM DECIDE É O JÚRI
Antônio está indignado com os estupros que estão
acontecendo em seu bairro. Um dia, descobre que Pedro é
autor dos estupros, razão pela qual o mata a facadas.

Clara descobriu que o seu namorado, estuprou a sua filha de 6


anos. Indignada, Clara atrai João para o seu quarto e o venda.
Com uma faca, Clara corta o pênis de João o qual sangra até a
morte.
João é policial militar que está sofrendo porque foi traído pela esposa.
Bebendo em um bar, Túlio amante da esposa de João, o chama de corno
e otário. Já nutrindo ódio por Túlio e alterado pelo álcool, João pega
uma garrafa quebrada e desfere um golpe no pescoço de Túlio,
matando-o.
Antônio está indignado com os estupros que estão
acontecendo em seu bairro. Um dia, descobre que Pedro é
autor dos estupros, razão pela qual o mata a facadas.
(relevante valor social)

Clara descobriu que o seu namorado, estuprou a sua filha de 6 anos. Indignada,
Clara atrai João para o seu quarto e o venda. Com uma faca, Clara corta o pênis de
João o qual sangra até a morte. (relevante valor moral)

João é policial militar que está sofrendo porque foi traído pela esposa. Bebendo em
um bar, Túlio amante da esposa de João, o chama de corno e otário. Já nutrindo
ódio por Túlio e alterado pelo álcool, João pega uma garrafa quebrada e desfere um
golpe no pescoço de Túlio, matando-o. domínio de violenta emoção, logo em
seguida a injusta provocação da vítima
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
Art. 121 [...]
Caso de diminuição de pena
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de
relevante valor social (interesse da sociedade) ou moral
(interesse particular), ou sob o domínio de violenta emoção,
logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode
reduzir a pena de um sexto a um terço.

NA PRÁTICA O JUIZ NÃO POSSUI ESSA DISCRICIONARIEDADE DE DIMINUIR A PENA,


POIS QUEM DECIDE É O JÚRI
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO

domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta


provocação da vítima

Violenta emoção – SURTO

LOGO EM SEGUIDA – momento instantaneamente anterior

Injusta provocação – pode ou não ser um crime


Clara descobriu que o seu namorado, estuprou a sua filha de 6
anos. Indignada, Clara atrai João para o seu quarto e o venda.
Com uma faca e com a ajuda de Suzana (assassina de aluguel),
Clara corta o pênis de João e pede para Suzana atirar na cabeça
do mesmo, matando-o. A premeditação poderia afastar o
homicídio privilegiado?

DEPENDE, não em relação ao relevante valor moral ou social,


pois a causa de diminuição influencia diretamente na
motivação do crime. Contudo, no caso de domínio de violenta
emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, a
premeditação afasta
Clara descobriu que o seu namorado, estuprou a sua filha de 6
anos. Indignada, Clara atrai João para o seu quarto e o venda.
Com uma faca e com a ajuda de Suzana (assassina de aluguel),
Clara corta o pênis de João e pede para Suzana atirar na cabeça
do mesmo, matando-o. Caso Clara tenha reconhecido o
relevante valor moral, automaticamente, Suzana também o
terá?

Não, pois há uma incomunicabilidade aos demais sujeitos do


crime, POIS É UMA QUESTÃO DE ORDEM SUBJETIVA, devendo
o júri decidir caso a caso.
João é policial militar que está sofrendo porque foi traído pela esposa.
Bebendo em um bar, Túlio amante da esposa de João, o chama de corno
e otário. Já nutrindo ódio por Túlio e alterado pelo álcool, João pega
uma faca e atira contra Túlio. Contudo, Túlio se desvia, razão pela qual a
faca atinge Laura que acaba falecendo. A morte de Laura afasta um
possível homicídio privilegiado?

Não, em virtude do erro na execução (aberratio ictus)


Erro na execução
Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente,
ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde
como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do
art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente
pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código.
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO É CRIME
HEDIONDO?

NÃO, LEI 8.072/90 – LEI DE CRIMES HEDIONDOS


Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos
tipificados no Decreto-Lei no
2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados
ou tentados:

I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica


de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente,
e homicídio qualificado (art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI,
VII, VIII e IX);
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO-QUALIFICADO

“(...) 3. O reconhecimento da figura privilegiada constante no §


1º do art. 121 do CP, de que o réu agiu sob violenta emoção,
após injusta provocação da vítima, por ser de natureza
subjetiva, é compatível com as qualificadoras de ordem
objetiva, como na hipótese, do emprego de recurso que
impossibilitou a defesa do ofendido. Precedentes (...)” (STJ, AgRg
no REsp 950404/RS, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, Sexta
Turma, Dje 21/03/2019).
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO-QUALIFICADO
1ª CORRENTE (NÃO PROSPERA): NÃO HÁ HOMICÍDIO HÍBRIDO,
TESE DA POSIÇÃO TOPOGRÁFICA, POIS O HOMICÍDIO
QUALIFICADO ESTÁ ABAIXO DO HOMICÍDIO PRIVILEGIADO, NÃO
PODENDO COM ELE SE IMISCUIR. (SÓ PODE SE APLICAR COM O
QUE ESTÁ ACIMA DELE)

2ª CORRENTE (ADOTADA): SIM, DESDE QUE AS HIPÓTESES DE


HOMICÍDIO PRIVILEGIADO ESTEJAM LIGADAS AS HIPÓTESES DE
HOMICÍDIO QUALIFICADO DE ORDEM OBJETIVA
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO-QUALIFICADO
“(...) . A atual jurisprudência do Supremo Tribunal Federal admite a
possibilidade de ocorrência de homicídio privilegiado-qualificado, desde
que não haja incompatibilidade entre as circunstâncias aplicáveis.
Ocorrência da hipótese quando a paciente comete o crime sob o domínio
de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, mas
o pratica disparando os tiros de surpresa, nas costas da vítima (CP, art.
121, § 2º, IV) A circunstância subjetiva contida no homicídio privilegiado
(CP, art. 121, § 1º) convive com a circunstância qualificadora objetiva
"mediante recurso que dificulte ou torne impossível a defesa da vítima"
(CP, art. 121, § 2º, IV). Precedentes. (...)” (STF, HC 76196/GO, Rel. Min.
Maurício Corrêa, Segunda Turma, Julgamento: 29/09/1998).
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO-QUALIFICADO
QUALIFICADORAS DE ORDEM OBJETIVA

Art. 121. Matar alguem:


Pena - reclusão, de seis a vinte anos.

§ 2° Se o homicídio é cometido:
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou
outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV - à traição (única que não é de ordem objetiva), de emboscada,
ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne
impossivel a defesa do ofendido;
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
Feminicídio (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:
Clara descobriu que o seu namorado, estuprou a sua filha de 6
anos. Indignada, Clara com a ajuda de Suzana (sua irmã)
decidem matar João. Clara não teve coragem, mas pediu para
Suzana fazer isso. Sem o conhecimento de Clara, Suzana
consegue prender João no seu carro e atira gasolina,
incendiando-o. Clara também responderá pelo homicídio
privilegiado-qualificado ou apenas pelo qualificado?

Sim, pois As qualificadoras de ordem objetiva se estendem aos


demais coautores ou partícipes do crime. Diferentemente das
qualificadoras de ordem subjetiva.
HOMICÍDIO PRIVILEGIADO-
QUALIFICADO É CRIME HEDIONDO?

NÃO, LEI 8.072/90 – LEI DE CRIMES HEDIONDOS


Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos
tipificados no Decreto-Lei no
2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados
ou tentados:

I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica


de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente,
e homicídio qualificado (art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, VI,
VII, VIII e IX);
HOMICÍDIO QUALIFICADO
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo
torpe;
II - por motivo futil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou
outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro
recurso que dificulte ou torne impossivel a defesa do ofendido;
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou
vantagem de outro crime:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
HOMICÍDIO QUALIFICADO
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
Feminicídio (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:
(Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do
sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em
decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau,
em razão dessa condição: (Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
VIII - com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido:
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência)

Homicídio contra menor de 14 (quatorze) anos (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência
IX - contra menor de 14 (quatorze) anos: (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
HOMICÍDIO QUALIFICADO
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo
torpe (abjeta, vil, etc);

Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa (homicídio
mercenário – casuística – somente executor), ou por outro motivo torpe
(geral);
qualificadora de ordem subjetiva
Qualificadora de concurso necessário
Discriminação homofóbica pode caracterizar motivo torpe
Júlia, desejando a herança do seu marido Antônio, pede para
Lucas, assessor do seu marido, para matar Antônio em troca de
uma noite de sexo. Lucas, louco de desejo por Júlia, mata
Antônio.

Lucas- homicídio qualificado por promessa de recompensa

Júlia – homicídio qualificado por motivo torpe


Clara viu Teresa dando um beijo no rosto de Luana
(namorada de Clara). Com ciúmes, segue Teresa até o
banheiro e a mata com um golpe na cabeça. O ciúme
pode ser considerado um motivo torpe?

Não, ciúmes é considerado um motivo fútil.

Vingança pode ser considerado um motivo torpe?

Depende, pois pode ensejar inclusive em uma


privilegiadora.
Em conclusão, a 1ª Turma, por maioria, denegou habeas corpus, ao reconhecer, na
espécie, a competência do tribunal do júri para analisar se o ciúme seria, ou não,
motivo fútil. Na presente situação, o paciente fora pronunciado pela suposta prática
de homicídio triplamente qualificado por impossibilidade de defesa da vítima, meio
cruel e motivo fútil, este último em razão de ciúme por parte do autor (CP, art. 121, §
2º, II, III e IV) — v. informativo 623. Reputou-se que caberia ao conselho de sentença
decidir se o paciente praticara o ilícito motivado por ciúme, bem como analisar se
esse sentimento, no caso concreto, constituiria motivo fútil apto a qualificar o crime
em comento. Asseverou-se que apenas a qualificadora que se revelasse improcedente
poderia ser excluída da pronúncia, o que não se verificara. Enfatizou-se que esse
entendimento não assentaria que o ciúme fosse instrumento autorizador ou imune a
justificar o crime. Vencidos os Ministros Luiz Fux e Marco Aurélio, que concediam a
ordem para afastar a incidência da qualificadora.
HC 107090/RJ, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 18.6.2013. (HC-107090)
“(...) Na pronúncia, que não encerra juízo de procedência acerca da
pretensão punitiva, somente se admite a exclusão de qualificadoras
quando manifestamente improcedentes ou descabidas, sob pena de
afrontar a soberania do Júri, o que não se verifica no caso concreto,
mormente quando relatado na própria denúncia que o crime foi cometido
por vingança, sendo considerada qualificadora do motivo torpe pela
jurisprudência firme desta Corte.(...)” (AgRg no HC 523.029/PE, Rel.
Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 26/11/2019,
DJe03/12/2019)
“(...) 2. Para se afastar qualificadoras da pronúncia, é
fundamental que sua impropriedade seja manifesta. A vingança,
per se, pode não ou representar motivo torpe - tudo a
depender do caso concreto. O debate acerca dos lineamentos
do recurso que impossibilitou a defesa também enseja profundo
mergulho no plano fático-probatória. Desta forma, o exame de
tais questões refoge aos limites de cognição do habeas corpus.
(...)” (STJ, HC 126.730/SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis
Moura, Sexta Turma, Julgado em 10/11/2009).
HOMICÍDIO QUALIFICADO
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
II - por motivo fútil;

Qualificadora subjetiva

Motivo bobo, insignificante, etc.

Futilidade deve ser imediata


Júlia mata seu ex-esposo. Não ficando
demonstrado no processo penal a sua motivação.
A ausência de motivação pode configurar motivo
torpe?

“(...) 2. A jurisprudência desta Corte Superior não admite que a ausência


de motivo seja considerada motivo fútil, sob pena de se realizar indevida
analogia em prejuízo do acusado. Precedente. (...)” (STJ, HC 369163/SP,
Rel. Min. Joel IlanPaciornik, 5ª Turma, DJe 06/03/2017).
Cláudio ficou irritado com Luísa por ela sempre esquecer de
lavar as louças do apartamento que dividem. Cláudio sabe que
Luísa está próxima de fazer uma cirurgia de aneurisma, mas
mesmo assim quebra uma garrafa de cerveja na cabeça da
mesma a qual morre instantaneamente. O dolo eventual afasta
o motivo fútil?

Não, O fato de o agente ter assumido o risco do homicídio não


exclui a motivação ter sido fútil, razão pela qual o dolo
eventual não afasta a qualificadora.?
HOMICÍDIO QUALIFICADO
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura
(casuísticas) ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar
perigo comum (genérica);

Qualificadora de ordem objetiva

Veneno – não é simplesmente aquela substância que pode prejudicar


todas as pessoas, mas pode ser algo que prejudique especialmente a
vítima (Ex: açúcar para uma vítima diabética)

A vítima não sabe que está sendo envenenada


HOMICÍDIO QUALIFICADO
Clara, policial civil, coloca um saco na cabeça de Pedro, enquanto grita
com esse, questionando onde ele guardou a droga. Contudo, Pedro fica
desacordado e acaba falecendo devido às lesões provocadas por Clara.

Clara, policial civil, observa que Pedro possui uma tatuagem de palhaço,
bem como descobriu que esse matou seu colega policial. Razão pela
qual ela coloca um saco na cabeça de Pedro e fica colocando e
retirando, até que Pedro faleça.
HOMICÍDIO QUALIFICADO
Clara, policial civil, coloca um saco na cabeça de Pedro, enquanto grita
com esse, questionando onde ele guardou a droga. Contudo, Pedro fica
desacordado e acaba falecendo devido às lesões provocadas por Clara.
(crime de tortura qualificada pelo resultado morte, art. 1º, I, alínea “a” ,
§3º da Lei 9455/97) – depende do dolo do agente – crime preterdoloso –
juiz de direito

Clara, policial civil, observa que Pedro possui uma tatuagem de palhaço,
bem como descobriu que esse matou seu colega policial. Razão pela
qual ela coloca um saco na cabeça de Pedro e fica colocando e
retirando, até que Pedro faleça. (homicídio qualificado pela tortura e
pelo motivo torpe) – dolo direto ou eventual – tribunal do júri
HOMICÍDIO QUALIFICADO
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
IV - à traição (ordem subjetiva), de emboscada, ou mediante
dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossivel a defesa
do ofendido (ordem objetiva);
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.

Traição (crime próprio – a vitima precisa ter confiança no autor): é o ataque súbito, inesperado e
desleal.
Emboscada: é a tocaia, a ocultação do agente para a prática do crime.
Dissimulação: é o fingimento, é a ocultação do desígnio do autor.
Outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa da vítima: cláusula de interpretação
analógica, que tem como parâmetros todas as outras circunstâncias acima enumeradas.
Premeditação não qualifica o crime
HOMICÍDIO QUALIFICADO
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
V - para assegurar a execução (conexão teleológica – crime
praticado antes), a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro
crime (conexão sequencial):
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.

Qualificadora de ordem subjetiva

Em qualquer dos casos, o outro crime pode ter sido praticado ou não pelo próprio
agente

O crime que ele ia praticar pode ter sido ou não praticado


HOMICÍDIO QUALIFICADO
João mata Cláudio, a fim de roubar a Ferrari desse
último. Pode-se falar em homicídio qualificado
para assegurar a execução de crime?

Não, pois há que se respeitar o princípio da especialidade

O chamado latrocínio é uma forma qualificada do crime de roubo, com


aumento de pena, quando a violência empregada resulta em morte.
Esta enquadrado no artigo 157, §3, II do Código Penal,
HOMICÍDIO QUALIFICADO
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
Feminicídio (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:
(Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)

Qualificadora de ordem objetiva

Femicídio = homicídio em que a vítima é mulher (diferente de feminicídio)


HOMICÍDIO QUALIFICADO
Homicídio qualificado

§2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo


feminino quando o crime envolve:

I - violência doméstica e familiar;


II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
HOMICÍDIO QUALIFICADO
Art. 5º da lei 11.340/2006

Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer
ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual
ou psicológico e dano moral ou patrimonial:
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente
de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;

II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são
ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade
expressa;

III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com
a ofendida, independentemente de coabitação.
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação
sexual.
HOMICÍDIO QUALIFICADO
Menosprezo é o sentimento de repulsa ou de desprezo. Menosprezar alguém
por sua condição de mulher é buscar diminuir o seu valor enquanto ser humano
em virtude de tal qualidade, é depreciar tal condição.

Discriminação contra a mulher é “toda distinção, exclusão ou restrição baseada


no sexo e que tenha por objeto ou resultado prejudicar ou anular o
reconhecimento, gozo ou exercício pela mulher, independentemente de seu
estado civil, com base na igualdade do homem e da mulher, dos direitos
humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social,
cultural e civil ou em qualquer outro campo”. É o que prescreve o artigo 1º da
Convenção para Eliminação de todas as Formas de Discriminação Contra a
Mulher, CEDAW, 1979, ratificada pelo Brasil em 1984.
HOMICÍDIO QUALIFICADO
Pode-se falar em feminicídio contra transexuais,
transgêneros e travestis?

1ª corrente: apenas a mulher cisgênero, visto que o tipo


penal fala em “sexo feminino”

2ª corrente: deve-se aplicar, vez que pautada na


dignidade da pessoa humana
Não há uma corrente preponderante
HOMICÍDIO QUALIFICADO
Art. 121
§7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o
crime for praticado: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto;
(Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
II - contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou com
doenças degenerativas que acarretem condição limitante ou de
vulnerabilidade física ou mental;
(Redação dada pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência
III - na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima;
(Redação dada pela Lei nº 13.771, de 2018)
IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos
incisos I, II e III do caput do art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006.
HOMICÍDIO QUALIFICADO
MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA

“I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao


órgão competente, nos termos da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003;

II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;

III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:


a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o
limite mínimo de
distância entre estes e o agressor;
b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio
de comunicação;
c) frequentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade
física e psicológica da OFENDIDA
HOMICÍDIO QUALIFICADO
Art. 24-A da Lei 11340/2006 Descumprir decisão judicial que defere
medidas protetivas de urgência previstas nesta Lei:
(Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos

Haverá concurso de crimes de descumprimento de MPU com feminicídio com


causa de aumento de pena?
HOMICÍDIO QUALIFICADO
Art. 24-A da Lei 11340/2006 Descumprir decisão judicial que defere
medidas protetivas de urgência previstas nesta Lei:
(Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos

Haverá concurso de crimes de descumprimento de MPU com feminicídio com


causa de aumento de pena? Não, caso contrário, haveria bis in idem
HOMICÍDIO QUALIFICADO
Circunstâncias agravantes
Art. 61 do CP - São circunstâncias que sempre agravam a pena,
quando não constituem ou qualificam o crime:
(...)
II - ter o agente cometido o crime:
(...)
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações
domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência
contra a mulher na forma da lei específica; (...)

Na dosimetria, em caso de crime de feminicídio, deve-se aplicar a citada


agravante?
HOMICÍDIO QUALIFICADO
Circunstâncias agravantes
Art. 61 do CP - São circunstâncias que sempre agravam a pena,
quando não constituem ou qualificam o crime:
(...)
II - ter o agente cometido o crime:
(...)
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações
domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência
contra a mulher na forma da lei específica; (...)

Na dosimetria, em caso de crime de feminicídio, deve-se aplicar a citada


agravante? Não, para evitar bis in idem
HOMICÍDIO QUALIFICADO

Há possibilidade da qualificadora por motivo torpe


juntamente com a qualificadora por feminicídio?

Sim, nos moldes do informativo 625 do STJ, visto que o


motivo torpe (qualificadora subjetiva) e o feminicídio
(objetiva)
HOMICÍDIO QUALIFICADO
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e
144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e
da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função
ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro
ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa
condição (HOMICÍDIO FUNCIONAL):
(Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
HOMICÍDIO FUNCIONAL –SUJEITO
PASSIVO
HOMICÍDIO FUNCIONAL
QUEM NÃO PODE SER SUJEITO PASSIVO

POLÍCIAS LEGISLATIVAS DO SENADO, DA CÂMARA DOS DEPUTADOS E


DOS ESTADOS

MEMBROS DO JUDICIÁRIO E OS SEUS SERVIDORES

MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO E SEUS SERVIDORES

OBS: o aposentado, embora ainda haja uma grande divergência, pode


configurar a qualificadora do homicídio funcional
HOMICÍDIO FUNCIONAL
QUEM NÃO PODE SER SUJEITO PASSIVO

Parentes por afinidade (sogro, sogra, cunhado


e cunhada)

Incluindo o filho adotivo (caso contrário,


analogia in malam partam)
HOMICÍDIO QUALIFICADO
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:

VIII - com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido:


(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência em 30/05/2021) –
qualificadora objetiva
norma penal em branco, pois depende de norma que defina o que é a arma de fogo de uso restrito ou
proibido. As normas que atualmente complementam o dispositivo estão no Decreto 9.847/2019, que
regulamenta a Lei 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento).
ARMA DE USO PERMITIDO – são as residuais, ou seja, as que não são de uso restrito
ou proibido (revolver calibre 32.; revolver calibre 38.; pistola 380, etc.)
Restrito > 1620 joules (automáticas, fuzil...)
Proibido: ninguém pode utilizar, efeitos químicos e biológicos, arma de fogo
dissimulada, etc.
HOMICÍDIO QUALIFICADO
O crime de homicídio qualificado pelo uso de arma de uso
restrito ou proibido absorve (princípio da consunção) o crime
de porte de arma de fogo de uso restrito?

Depende. Se o agente já portava a arma (isso de forma demonstrada


nos autos) antes do crime de homicídio, não haverá a aplicação do
princípio da consunção, ou seja, o crime de porte de arma de fogo não
será absorvido pelo crime de homicídio. Não obstante, caso o agente
tenha adquirido a arma e a portado diretamente para praticar o
homicídio, então haverá a absorção (princípio da consunção).
HOMICÍDIO QUALIFICADO
Homicídio qualificado

Homicídio contra menor de 14 (quatorze) anos (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência
IX - contra menor de 14 (quatorze) anos:
(Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) LEI HENRY BOREL –
VIGÊNCIA 09/07/2022
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
HOMICÍDIO QUALIFICADO
Guilherme (13 anos) recebeu cinco tiros de Lucas, seu padrasto
no dia 15/10/2022. Não obstante, só veio a falecer após o seu
aniversário de 14 anos. Lucas responderá pelo crime de
homicídio qualificado em virtude da vitima ser menor de 14
anos?

Sim, em virtude da teoria da atividade

Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou


omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.
HOMICÍDIO QUALIFICADO
Aumento de pena
Art. 121 do CP
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta
de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de
prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato,
ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é
aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14
(quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.

Posso aplicar a qualificadora por ser menor de 14 anos acrescida da


causa de aumento de pena por ser menor de 14 anos?

Não, pois ensejaria bis in idem. Mas nada impede de ser reconhecida a qualificadora
por motivo torpe com a referida causa de aumento de pena.
HOMICÍDIO QUALIFICADO
Aumento de pena
Art. 121 do CP
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta
de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de
prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato,
ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é
aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14
(quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.

Posso aplicar a qualificadora por ser menor de 14 anos acrescida da


causa de aumento de pena por ser menor de 14 anos?

Não, pois ensejaria bis in idem. Mas nada impede de ser reconhecida a qualificadora
por motivo torpe com a referida causa de aumento de pena.
HOMICÍDIO QUALIFICADO
Homicídio qualificado

Homicídio contra menor de 14 (quatorze) anos (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência
§ 2º-B. A pena do homicídio contra menor de 14 (quatorze) anos é
aumentada de: (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência
I - 1/3 (um terço) até a metade se a vítima é pessoa com deficiência ou
com doença que implique o aumento de sua vulnerabilidade (o autor
precisa saber disso); (Incluído pela Lei nº 14.344, de 2022) Vigência
II - 2/3 (dois terços) se o autor é ascendente, padrasto ou madrasta, tio,
irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador
da vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade sobre ela.
III - 2/3 (dois terços) se o crime for praticado em instituição de
educação básica pública ou privada.
(Incluído pela Lei nº 14.811, de 2024)
HOMICÍDIO QUALIFICADO
HOMICÍDIO FAMILIAR – NÃO QUALIFICA POR SI SÓ O CRIME DE
HOMICÍDIO, MAS SIM AGRAVANTE GENÉRICA DO ART. 61, II,
“e” DO CP.

Homicídio premeditado também não configura uma


qualificadora (pode ser uma circunstância judicial na
dosimetria)
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta
de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de
prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato,
ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é
aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14
(quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.
(Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se
as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a
sanção penal se torne desnecessária. (Incluído pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)
§ 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for
praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança,
ou por grupo de extermínio.
HOMICÍDIO CULPOSO
ART. 121 § 3º Se o homicídio é culposo:
(Vide Lei nº 4.611, de 1965)
Pena - detenção, de um a três anos.

NÃO É HEDIONDO E NÃO ADMITE A TENTATIVA

É DIFERENTE DO CRIME PRETERDOLOSO

NÃO É JULGADO PELO TRIBUNAL DO JÚRI

OCORRE POR IMPERÍCIA, NEGLIGÊNCIA OU IMPRUDÊNCIA


CAUSAS DE AUMENTO DE PENA
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta
de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa
de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu
ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é
aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14
(quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.
(Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena,
se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que
a sanção penal se torne desnecessária. (Incluído pela Lei nº 6.416, de 24.5.1977)
§ 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for
praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou
por grupo de extermínio.

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