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CRIMES CONTRA A PESSOA

Crimes Crimes Contra Pessoa

HOMICÍDIO – De forma geral, o homicídio é o ato de destruição da vida de um homem por outro ho-
mem. De forma objetiva, é o ato cometido ou omitido que resulta na eliminação da vida do ser hu-
mano.

Homicídio simples – Artigo 121 do CPB – É a conduta típica limitada a “matar alguém”. Esta espécie
de homicídio não possui características de qualificação, privilégio ou atenuação. É o simples ato da
prática descrita na interpretação da lei, ou seja, o ato de trazer a morte a uma pessoa.

Homicídio privilegiado - Artigo 121 - parágrafo primeiro – É a conduta típica do homicídio que recebe
o benefício do privilégio, sempre que o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor
social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo após a injusta provocação da vítima, po-
dendo o juiz reduzir a pena de um sexto a um terço.

Homicídio qualificado - Artigo 121 - parágrafo segundo – É a conduta típica do homicídio onde se au-
menta a pena pela prática do crime, pela sua ocorrência nas seguintes condições: mediante paga ou
promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; por motivo fútil, com emprego de veneno, fogo,
explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou do qual possa resultar perigo comum;
por traição, emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível
a defesa do ofendido; e para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou a vantagem de ou-
tro crime.

Homicídio Culposo - Artigo 121- parágrafo terceiro – É a conduta típica do homicídio que se dá pela
imprudência, negligência ou imperícia do agente, o qual produz um resultado não pretendido, mas
previsível, estando claro que o resultado poderia ter sido evitado.

No homicídio culposo a pena é aumentada de um terço, se o crime resulta de inobservância de regra


técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima.

O mesmo ocorre se não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em
flagrante.

Sendo o homicídio doloso, a pena é aumentada de um terço se o crime é praticado contra pessoa
menor de quatorze ou maior de sessenta anos.

Perdão Judicial - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as con-
seqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que torne desnecessária a san-
ção penal.

Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio - Artigo 122 do CPB – Ato pelo qual o agente induz ou
instiga alguém a se suicidar ou presta-lhe auxílio para que o faça. Reclusão de dois a seis anos, se o
suicídio se consumar, ou reclusão de um a três anos, se da tentativa de suicídio resultar lesão corpo-
ral de natureza grave.

A pena é duplicada se o crime é praticado por motivo egoístico, se a vítima é menor ou se tem dimi-
nuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência. Neste crime não se pune a tentativa.

Infanticídio - Artigo 123 – Homicídio praticado pela mãe contra o filho, sob condições especiais (em
estado puerperal, isto é, logo pós o parto).

Aborto - Artigo 124 – Ato pelo qual a mulher interrompe a gravidez de forma a trazer destruição do
produto da concepção. No auto-aborto ou no aborto com consentimento da gestante, esta sempre
será o sujeito ativo do ato, e o feto, o sujeito passivo. No aborto sem o consentimento da gestante, os
sujeitos passivos serão o feto e a gestante.

Aborto provocado por terceiro – É o aborto provocado sem o consentimento da gestante. Pena: reclu-
são, de três a dez anos.

Aborto provocado com o consentimento da gestante – Reclusão, de um a quatro anos. A pena pode
ser aumentada para reclusão de três a dez anos, se a gestante for menor de quatorze anos, se for
alienada ou débil mental, ou ainda se o consentimento for obtido mediante fraude, grave ameaça ou

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violência.

Forma qualificada - As penas são aumentadas de um terço se, em conseqüência do aborto ou dos
meios empregados para provocá-lo, a gestante sofrer lesão corporal de natureza grave. São duplica-
das se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.

Aborto necessário - Não se pune o aborto praticado por médico: se não há outro meio de salvar a
vida da gestante; e se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da ges-
tante ou, quando incapaz, de seu representante legal.

DECRETO-LEI N.º 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940

( Do Art. 155 ao Art. 183 )

(Confira se houve alteração nestes artigos) PARTE ESPECIAL

TÍTULO II

DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO (arts. 155 a 183)

CAPITULO I DO FURTO

Furto

Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro)
anos, e multa.

§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno.

§ 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de
reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.

§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico.
Furto qualificado

§ 4º - A pena é de reclusão de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa, se o crime é cometido: I - com destrui-
ção ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;

II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza; III - com emprego de chave
falsa;

IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.

§ 5º - A pena é de reclusão de 3 (três) a 8 (oito) anos, se a subtração for de veículo automotor que
venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior. (acrescido pela Lei nº 9.426, de
24.12.96)

Furto de coisa comum

Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente a
detém, a coisa comum:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa.

§ 1º - Somente se procede mediante representação.

§ 2º - Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede a quota a que tem
direito o agente.

CAPÍTULO II

DO ROUBO E DA EXTORSÃO

Roubo

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Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a
pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:

Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos, e multa.

§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pes-
soa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou
para terceiro.

§ 2º - A pena aumenta-se de um terço até metade:

I - se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma; II - se há o concurso de duas ou mais


pessoas;

- se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância.

- se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o
exterior; (acrescido pela Lei nº 9.426, de 24.12.96)

- se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade. (acrescido pela Lei nº 9.426,
de 24.12.96)

§ 3º - Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de 7 (sete) a 15 (quinze)


anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, sem prejuízo da
multa. (redação da Lei nº 9.426, de 24.12.96)

Extorsão

Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si
ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer alguma
coisa:

Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos, e multa.

§ 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a
pena de um terço até metade.

§ 2º - Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no § 3º do artigo anterior.

§ 3o Se o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da vítima, e essa condição é necessária


para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além
da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2o e
3o, respectivamente.” (NR) Redação da LEI Nº 11.923, DE 17 DE ABRIL DE 2009.

Extorsão mediante seqüestro

Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como
condição ou preço do resgate: (redação da Lei nº 8.072, de 25.07.90)

Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.

§ 1o Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqüestrado é menor de 18 (dezoito)


ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha. (Redação da LEI
No 10.741/1º.10.2003)

(Redação anterior) - § 1º - Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqüestrado é


menor de 18 (dezoito) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha:

Pena - reclusão, de 12 (doze) a 20 (vinte) anos. (redação da Lei nº 8.072, de 25.07.90)

§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:

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Pena - reclusão, de 16 (dezesseis) a 24 (vinte e quatro) anos. (redação da Lei nº 8.072, de 25.07.90)

§ 3º - Se resulta a morte:

Pena - reclusão, de 24 (vinte e quatro) a 30 (trinta) anos. (redação da Lei nº 8.072, de 25.07.90)

§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a


libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços. (redação da Lei nº 9.269, de
02.04.96)

Extorsão indireta

Art. 160 - Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém, documento
que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiro:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. Início

CAPÍTULO III

DA USURPAÇÃO

Alteração de limites

Art. 161 - Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer outro sinal indicativo de linha divisória,
para apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa imóvel alheia:

Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, e multa.

§ 1º - Na mesma pena incorre quem: Usurpação de águas

- desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem, águas alheias; Esbulho possessório

- invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou mediante concurso de mais de duas pessoas,
terreno ou edifício alheio, para o fim de esbulho possessório.

§ 2º - Se o agente usa de violência, incorre também na pena a esta cominada.

§ 3º - Se a propriedade é particular, e não há emprego de violência, somente se procede mediante


queixa. Supressão ou alteração de marca em animais

Art. 162 - Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou rebanho alheio, marca ou sinal indicativo de
propriedade:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa.

CAPÍTULO IV
DO DANO

Dano

Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia: Pena - detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses,
ou multa. Dano qualificado

Parágrafo único - Se o crime é cometido:

- com violência à pessoa ou grave ameaça;

- com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais grave;

- contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou


sociedade de economia mista; (redação da Lei nº 5.346, de 03.11.67)

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- por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa, além da pena correspondente à violên-
cia. Introdução ou abandono de animais em propriedade alheia

Art. 164 - Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia, sem consentimento de quem de direito,
desde que o fato resulte prejuízo:

Pena - detenção, de 15 (quinze) dias a 6 (seis) meses, ou multa. Dano em coisa de valor artístico, ar-
queológico ou histórico

Art. 165 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada pela autoridade competente em virtude de
valor artístico, arqueológico ou histórico:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Alteração de local especialmente prote-
gido

Art. 166 - Alterar, sem licença da autoridade competente, o aspecto de local especialmente protegido
por lei:

Pena - detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou multa. Ação penal

Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV do seu parágrafo e do art. 164, somente se procede me-
diante queixa.

CAPÍTULO V

DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA

Apropriação indébita

Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção: Pena - reclusão, de
1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Aumento de pena

§ 1º - A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa: I - em depósito necessá-


rio;

II - na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou depositário ju-


dicial; III - em razão de ofício, emprego ou profissão.

Apropriação indébita previdenciária

Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no
prazo e forma legal ou convencional:" (Art. e §§ inseridos pela Lei nº 9.983, DE 14 DE JULHO DE
2000) - Vide Art. 9° da Lei n° 10.684/30.05.2003

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa

§ 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar de

- recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência social que tenha
sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do público;"

- recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado despesas contábeis ou
custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços;"

- pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tiverem sido reembol-
sados à empresa pela previdência social."

§ 2o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento

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das contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na


forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal." (AC)

§ 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primá-
rio e de bons antecedentes, desde que:"

- tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o pagamento da con-
tribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou"

- o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido
pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas exe-
cuções fiscais."

Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da natureza

Art. 169 - Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou força da
natureza:

Pena - detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou multa. Parágrafo único - Na mesma pena incorre:

Apropriação de tesouro

- quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em parte, da quota a que tem direito
o proprietário do prédio;

Apropriação de coisa achada

- quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao
dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro no prazo de 15 (quinze)
dias.

Art. 170 - Nos crimes previstos neste Capítulo, aplica-se o disposto no art. 155, § 2º. Início

CAPÍTULO VI

DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES

Estelionato

Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo
alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.

§ 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena conforme
o disposto no art. 155, § 2º.

§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem: Disposição de coisa alheia como própria

- vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como própria; Aliena-
ção ou oneração fraudulenta de coisa própria

- vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável, gravada de ônus ou liti-
giosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em prestações, silenciando
sobre qualquer dessas circunstâncias;

Defraudação de penhor

- defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a garantia pignoratícia,
quando tem a posse do objeto empenhado;

Fraude na entrega de coisa

- defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a alguém; Fraude para

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recebimento de indenização ou valor de seguro

- destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava
as conseqüências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor de seguro;

Fraude no pagamento por meio de cheque

- emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento.

§ 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimento de entidade de direito


público ou de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência.

Duplicata simulada

Art. 172 - Emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda à mercadoria vendida, em
quantidade ou qualidade, ou ao serviço prestado. (redação da Lei nº 8.137, de 27.12.90)

Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único - Nas mesmas penas incorrerá aquele que falsificar ou adulterar a escrituração do
Livro de Registro de Duplicatas.

Abuso de incapazes

Art. 173 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, de necessidade, paixão ou inexperiência de menor,
ou da alienação ou debilidade mental de outrem, induzindo qualquer deles à prática de ato suscetível
de produzir efeito jurídico, em prejuízo próprio ou de terceiro:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. Induzimento à especulação

Art. 174 - Abusar, em proveito próprio ou alheio, da inexperiência ou da simplicidade ou inferioridade


mental de outrem, induzindo-o à prática de jogo ou aposta, ou à especulação com títulos ou mercado-
rias, sabendo ou devendo saber que a ooperação é ruinosa:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. Fraude no comércio

Art. 175 - Enganar, no exercício de atividade comercial, o adquirente ou consumidor: I - vendendo,


como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou deteriorada;

II - entregando uma mercadoria por outra:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa.

§ 1º - Alterar em obra que lhe é encomendada a qualidade ou o peso de metal ou substituir, no


mesmo caso, pedra verdadeira por falsa ou por outra de menor valor; vender pedra falsa por verda-
deira; vender, como precioso, metal de ou outra qualidade:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.

§ 2º - É aplicável o disposto no art. 155, § 2º. Outras fraudes

Art. 176 - Tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel ou utilizar-se de meio de transporte sem
dispor de recursos para efetuar o pagamento:

Pena - detenção, de 15 (quinze) dias a 2 (dois) meses, ou multa.

Parágrafo único - Somente se procede mediante representação, e o juiz pode, conforme as circuns-
tâncias, deixar de aplicar a pena.

Fraudes e abusos na fundação ou administração de sociedade por ações

Art. 177 - Promover a fundação de sociedade por ações, fazendo, em prospecto ou em comunicação
ao público ou à assembléia, afirmação falsa sobre a constituição da sociedade, ou ocultando fraudu-
lentamente fato a ela relativo:

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Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui crime contra a economia
popular.

§ 1º - Incorrem na mesma pena, se o fato não constitui crime contra a economia popular:

- o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por ações, que, em prospecto, relatório, parecer, ba-
lanço ou comunicação ao público ou à assembléia, faz afirmação falsa sobre as condições econômi-
cas da sociedade, ou oculta fraudulentamente, no todo ou em parte, fato a elas relativo;

- o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por qualquer artifício, falsa cotação das ações ou de
outros títulos da sociedade;

- o diretor ou o gerente que toma empréstimo à sociedade ou usa, em proveito próprio ou de terceiro,
dos bens ou haveres sociais, sem prévia autorização da assembléia geral;

- o diretor ou o gerente que compra ou vende, por conta da sociedade, ações por ela emitidas, salvo
quando a lei o permite;

- o diretor ou o gerente que, como garantia de crédito social, aceita em penhor ou em caução ações
da própria sociedade;

- o diretor ou o gerente que, na falta de balanço, em desacordo com este, ou mediante balanço falso,
distribui lucros ou dividendos fictícios;

- o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta pessoa, ou conluiado com acionista, consegue a
aprovação de conta ou parecer;

- o liquidante, nos casos dos ns. I, II, III, IV, V e VII;

- o representante da sociedade anônima estrangeira, autorizada a funcionar no País, que pratica os


atos mencionados nos ns. I e II, ou dá falsa informação ao Governo.

§ 2º - Incorre na pena de detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, o acionista que, a fim
de obter vantagem para si ou para outrem, negocia o voto nas deliberações de assembléia geral.

Emissão irregular de conhecimento de depósito ou "warrant"

Art. 178 - Emitir conhecimento de depósito ou warrant, em desacordo com disposição legal: Pena -
reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Fraude à execução

Art. 179 - Fraudar execução, alienando, desviando, destruindo ou danificando bens, ou simulando dí-
vidas: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa.

Parágrafo único - Somente se procede mediante queixa. Início

CAPÍTULO VII

DA RECEPTAÇÃO

Receptação

Art. 180- Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que
sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte: (nova
redação da Lei nº 9.426, de 24.12.96)

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

(redação original) -Art. 180 - Adquirir, receber ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que
sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. Receptação qualificada

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§ 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar,
vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de
atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto de crime: (nova redação da Lei nº
9.426, de 24.12.96)

Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.

(redação original) § 1º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o
valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso:

Pena - detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou multa, ou ambas as penas.

§ 2º - Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo anterior, qualquer forma de comér-
cio irregular ou clandestino, inclusive o exercício em residência. (nova redação da Lei nº 9.426, de
24.12.96)

(redação original) § 2º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do
crime de que proveio a coisa.

§ 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o valor e o preço,
ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso: (nova redação da
Lei nº 9.426, de 24.12.96)

(redação original) § 3º - No caso do § 1º, se o criminoso é primário pode o juiz, tendo em considera-
ção as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. No caso de receptação dolosa, cabe o disposto no §
2º do art.

155.

Pena - detenção, de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou multa, ou ambas as penas.

§ 4º - A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do crime de que
proveio a coisa. (nova redação da Lei nº 9.426, de 24.12.96)

(redação original) § 4º - No caso dos bens e instalações do patrimônio da União, Estado, Município,
empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista adquiridos dolosa-
mente: Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.

§ 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é primário, pode o juiz, tendo em consideração as circuns-


tâncias, deixar de aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-se o disposto no § 2º do art. 155.
(acrescido pela Lei nº 9.426, de 24.12.96)

§ 6º - Tratando-se de bens e instalações do patrimônio da União, Estado, Município, empresa conces-


sionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista, a pena prevista no caput deste artigo
aplica-se em dobro. (acrescido pela Lei nº 9.426, de 24.12.96)

CAPÍTULO VIII

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo: I -
do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;

II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.

Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é cometido
em prejuízo:

I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado; II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;

III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.

Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:

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- se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou vio-
lência à pessoa;

- ao estranho que participa do crime.

– se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos."
(NR)(Acrescido pela LEI No 10.741/ 1º.10. 2003)

Fé Pública: confiança geral na legitimidade de algo, necessária à vida social. Falsum é o meio pela
qual se faz lesar a fé pública. Vejamos os requisitos para configuração destes crimes:

Existência de dolo. Não existe crime de falsificação culposa.

Alteração ou imitação da verdade.

Material: se refere a elementos exteriores que compõem o documento. Pode ser feita por contrafa-
ção[1], alteração[2], supressão[3];

Ideológica: o que se muda é a ideia que deveria ter o documento. Não expressa a realidade que de-
veria. Simulação.

Pessoal: atribuição de dados falsos – situação relativa à identificação da pessoa.

Dano potencial (idoneidade do falsum): A quebra da fé pública tem repercussão em todo o meio so-
cial (receio de repetição).

Da Moeda Falsa

Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no
país ou no estrangeiro:

Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa.

§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia, importa ou exporta, adquire,
vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa.

§ 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à circula-
ção, depois de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

§ 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa, o funcionário público ou diretor, gerente,
ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou emissão:

I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei; II - de papel-moeda em quantidade


superior à autorizada.

§ 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular moeda, cuja circulação não estava ainda
autorizada.

Tutela à fé pública: confiança na autenticidade e regularidade da emissão/circulação da moeda (inte-


resse coletivo). O crime de moeda falsa é caracterizado pelo aumento de valor, quando se trata de
alteração, não configurando o crime quando a alteração é para valor menor, pois nesse caso não há
risco para a coletividade. Falsificar (imitar com fraude) moeda metálica ou papel moeda de curso legal
no País ou no estrangeiro (excluídas; retirada de circulação, convencionalmente utilizada), através de
fabricação (contrafação) ou alteração (modificação/adulteração). A falsificação deve ser idônea (apta
a iludir pessoas de diligencia comum) para colocar a fé pública em risco.

Se for absolutamente grosseira – art. 17, CP.

Se enganar apenas pessoa (s) determinada (s) – Art. 17, CP, Súmulas 13 e 73 do STJ

O elemento subjetivo é o dolo. Não há que se falar em crime de moeda falsa de forma culposa. A
consumação ocorre com a prática da conduta, independentemente de prejuízo a alguém ou de que
entre em circulação (desde que apta a iludir). É crime formal. A tentativa é admissível pois é um crime

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plurissubsistente.

O art. 291 (petrechos) incrimina os atos preparatórios do art. 289, CP.

Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho,
instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de moeda.

Crime formal consuma-se com a prática de um dos núcleos, sendo permanente em possuir e guardar.

Tentativa admissível. Figura Equiparada:

§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem, por conta própria ou alheia, importa ou exporta, adquire,
vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa.

O sujeito que falsifica a moeda não será condenado pelo § 1º, pois é esperado que ele tome uma das
condutas descritas. É um pós fato não punível. O crime descrito nesse parágrafo é formal, com exce-
ção apenas da conduta “vender”, pois esse é material. Ainda, a conduta “guardar” é crime perma-
nente.

Figura Privilegiada:

§ 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à circula-
ção, depois de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Não se trata de um crime culposo, mas sim de um crime com menor reprovabilidade. No momento em
que o sujeito está ciente da falsidade e repassa a moeda afrente, pratica o crime do § 2º. Consuma-
se com a restituição. A tentativa é admissível, mas pouco provável.

Qualificadoras:

§ 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa, o funcionário público ou diretor, gerente,
ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou emissão:

I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei; II - de papel-moeda em quantidade


superior à autorizada.

§ 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular moeda, cuja circulação não estava ainda
autorizada.

É crime próprio pois o § 3º descreve os sujeitos ativos do crime. Os sujeitos ativos agem em razão o
ofício. O inciso I se refere apenas à moeda metálica, enquanto o inciso II se refere apenas ao papel
moeda. No § 4º, a moeda é verdadeira, mas o que é punível é a circulação, que ainda não tinha a cir-
culação autorizada.

Falsidade Documental

Tutela à fé pública: crença coletiva que deve recair sobre a veracidade e a autenticidade dos docu-
mentos.

Documento para fins penais é aquele escrito, inteligível, que vai exprimir uma ideia de alguém. É pre-
ciso que haja uma pessoa determinada/responsável pelo documento. Ainda, é preciso que esse do-
cumento tenha relevância jurídica, relevância no meio social. Necessita ter eficácia probatória no sen-
tido de que ele é suficiente para provar a sua veracidade. Figura/pintura/foto: podem compor um do-
cumento, mas não podem ser considerados documentos em si. Funcionário Público[4]: é um conceito
amplo, abrangente, válido para toda a legislação penal. O § 1º traz uma equiparação que abarca
quem exerce cargo, emprego ou função pública em entidades paralelas ao Estado.

Falsificação de Documento Público

Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verda-
deiro: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.

Documento Público: deve ser (i) elaborado por funcionário público; (ii) criado no exercício das funções

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públicas e (iii) com a observância das formalidades legais.

Um compromisso de compra e venda registrado em cartório não é um documento público, pois não
foi elaborado por funcionário público. O registro em si é um documento público, mas o documento pri-
vado sob o qual foi feito o registro não.

Documento público por equiparação:

§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal,


o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercan-
tis e o testamento particular.

São documentos particulares que exigem maior proteção e, portanto, são equiparados à documento
público:

Emitido por paraestatais (autarquias, empresa públicas, de economia mista, etc.)

Título ao portador (transferível por tradição) ou transmissível por endosso (declaração no próprio tí-
tulo) – notas promissórias, cheques.

Ações de sociedade comercial (qualquer tipo)

Livros mercantis (obrigatórios ou facultativos)

Testamento particular

O cheque é sempre documento público para fins penais? Não, se ele não for mais transferível por en-
dosso, ele será particular. Falsificar (reproduzir imitando), total (criação completa) ou parcialmente
(acréscimos), ou alterar (modificar algo existente), de forma idônea (apta a ludibriar indeterminadas
pessoas),

possuindo potencialidade lesiva. O elemento subjetivo é o dolo direto ou eventual. A consumação se


dá com a falsificação, não precisando o documento ser utilizado. A tentativa é admissível, mas pouco
provável.

Causa de aumento de pena:

§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a


pena de sexta parte.

Se o funcionário público expedir corretamente o documento, com o conteúdo falso, ele responde por
crime de falsidade ideológica.

Falsificação de documento público previdenciário:

§ 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

– na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova perante
a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório;(Incluído pela Lei nº
9.983, de 2000)

– na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva produzir


efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; (Inclu-
ído pela Lei nº 9.983, de 2000)

– em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da em-


presa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado. (Incluído
pela Lei nº 9.983, de 2000)

É crime de falsidade ideológica. O documento é expedido atendendo a todos os seus requisitos, mas
o conteúdo é falso. A conduta “inserir” ocorre quando própria pessoa inclui dados, enquanto a con-
duta “fazer inserir” ocorre quando uma pessoa age para que outra inclua dados. É crime comissivo e
consuma-se com a conduta dolosa. Admite tentativa.

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§ 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 3o, nome do segu-
rado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de
serviços.(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

É crime omissivo próprio e consuma-se com a conduta dolosa. Não admite tentativa. Observa-se que
os crimes previstos nos parágrafos 3º e 4º são de competência da Justiça Federal.

Falso Documental e Estelionato:

Súmula 17/STJ: “quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este
absorvido”.

Súmula 73/STJ: “a utilização de papel-moeda grosseiramente falsificado configura, em tese, o crime


de estelionato, da competência da Justiça Estadual.

Assim, se a fraude se esgota no estelionato ou não tinha capacidade de iludir determinadas pessoas,
mas iludiu alguém, agente responderá apenas pelo crime contra o patrimônio.

Falsificação de documento particular

Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verda-
deiro: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.

Será documento particular todo aquele que não seja público ou equiparado a ele. O crime de falsifica-
ção de documento particular possui todas as características do crime de falsificação de documento
público.

Parágrafo único: falsificação de cartão de crédito ou débito (12.737/12). Falsidade Ideológica

Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele in-
serir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar di-
reito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três


anos, e multa, se o documento é particular.

Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou


se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte.

Não há a criação, alteração ou supressão material. A idéia é falsa, embora o emissor seja legítimo.
Não há que se falar em prova pericial, pois o documento preencheu todos os requisitos de emissão. A
falsidade imediata ocorre quando o próprio agente (i) omite declaração que deveria constar ou (ii) in-
sere declaração falsa ou diversa.

A falsidade mediata ocorre quando o agente se vale de terceiro para fazer inserir declaração falsa ou
diversa. O Elemento Subjetivo é o dolo com o especial fim de prejudicar direito, criar obrigação ou al-
terar a verdade sobre o fato juridicamente relevante. A causa de aumento de pena vem descrita no
§único, e ocorre quando o agente é funcionário público. É um § criticado, pois o funcionário público já
está incluso no caput, quando se trata de documento público, fato que caracterizaria bis in idem. No
entanto, a doutrina e jurisprudência tem o entendimento de que não fica caracterizado o bis in idem,
pois o funcionário público tem maior responsabilidade.

Consumação:

Omissão: com a omissão (é crime omissivo próprio e não admite tentativa).

Inserir/Fazer inserir: com a inserção (é crime comissivo e admite tentativa).

Objeto especial: assentamento de registro civil. É mais grave porque todas as certidões posteriores
terão como base a certidão adulterada e, portanto conterão a falsidade.

*Obs. ATENÇÃO aos arts. 241 e 242 = crimes autônomos – crimes de falsidade ideológica específica.
Falsidade de atestado médico

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Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso: Pena - detenção, de um mês a
um ano.

Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.

Dar (ceder, produzir) atestado médico falso (sobre fato relevante). O sujeito ativo é o médico, por-
tanto, é crime próprio. O sujeito passivo é o Estado (a coletividade). O elemento subjetivo é o dolo di-
reto ou eventual. A consumação se dá com a entrega do atestado falso (maioria). Há também o en-
tendimento de que estaria consumado no momento da elaboração do atestado. A tentativa é admissí-
vel. Caso o médico seja servidor público e aceite dinheiro para elaborar o atestado, ele praticará
crime de corrupção passiva.

Uso de documento falso

Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a
302: Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.

É um crime remetido, que não mais tem em si toda a conduta típica, mas faz menção a outros crimes.
Assim, a pena tem pena variável, dependendo do tipo de documento falsificado. É crime comum, com
exceção do envolvido na falsificação. Pressupõe-se que aquele que falsificou o documento ira fazer
uso dele, portanto, o crime descrito no art. 304, é um pós-fato impunível. O sujeito passivo é a coleti-
vidade. O elemento subjetivo é o dolo direto ou eventual. A consumação se dá com a efetiva utiliza-
ção do documento falso, assim o simples porte do documento não configura crime. A tentativa é inad-
missível, para a maioria.

*Obs. Quando irmão gêmeo pega a cnh do outro, prática qual crime? Art. 308, pois o documento não
é falso.

Supressão de documento

Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio, do-
cumento público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor:

Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento é público, e reclusão, de um a cinco
anos, e multa, se o documento é particular.

Destruir (perda da forma), suprimir (fazer desparecer – riscar, tornar ilegível) ou ocultar (esconder)
documento público ou particular verdadeiro (objeto material), de que não podia dispor (elemento nor-
mativo relacionado à ilicitude da conduta). É crime comum e o sujeito passivo é o Estado (coletivi-
dade). O elemento subjetivo é o dolo direto, de forma que há um fim especial, qual seja, em benefício
próprio ou de outrem o em prejuízo alheio.

A consumação se dá com a própria conduta, pois é crime formal. A diferença entre esse crime e o es-
telionato está na especialidade. O estelionato tem o fim de proporcionar beneficio próprio e em preju-
ízo alheio, ao passo que o crime de supressão de documento tem o fim de proporcionar beneficio pró-
prio ouem prejuízo alheio. O estelionato é mais especifico que a supressão de documentos.

De Outras Falsidades

Falsa identidade

Art. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio
ou alheio, ou para causar dano a outrem:

Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa, se o fato não constitui elemento de crime mais
grave.

Art. 308 - Usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, caderneta de reservista ou qualquer docu-
mento de identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele se utilize, documento dessa natureza,
próprio ou de terceiro:

Pena - detenção, de quatro meses a dois anos, e multa, se o fato não constitui elemento de crime
mais grave.

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A falsidade pessoal recai sobre a identidade civil, não sobre a pessoa física. A esses dois crimes se
atribuem subsidiariedade. Somente serão considerados se não foram meios para crimes mais graves.
Possuem subsidiariedade expressa.

Art. 307: Atribuir (imputar, considerar) a si próprio ou a terceiro falsa identidade (conjunto de caracte-
rísticas peculiares de uma pessoa que permite individualiza-la.

Art. 308; Usar (empregar) documento de identidade (interpretação analógica) alheia (pertencente a
terceiro) ou ceder (dispor) a outrem documento dessa natureza, próprio ou de terceiro.

O elemento subjetivo é o dolo:

Art. 307: com o especial fim de obter vantagem em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a
outrem.

Art. 308: ceder exige especial fim (para que dele se utilize).

É crime comum e o sujeito passivo é a coletividade. A consumação ocorre com a conduta, vez que
trata-se de crime formal. A tentativa é admissível, quando plurissubsistente.

Adulteração de sinal identificador de veiculo automotor

Art. 311 - Adulterar ou remarcar número de chassi ou qualquer sinal identificador de veículo automo-
tor, de seu componente ou equipamento:(Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996))

Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de 1996)

§ 1º - Se o agente comete o crime no exercício da função pública ou em razão dela, a pena é aumen-
tada de um terço. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)

§ 2º - Incorre nas mesmas penas o funcionário público que contribui para o licenciamento ou registro
do veículo remarcado ou adulterado, fornecendo indevidamente material ou informação oficial. (Inclu-
ído pela Lei nº 9.426, de 1996)

Adulterar (falsificar) ou remarcar (colocar nova marca) número de chassi(estrutura sobre a qual se
monta a carroceria) ou qualquer sinal identificador de veiculo automotor (Anexo I do CTB), de seus
componentes ou equipamento (placas, numeração de vidros, motor etc.). A maioria entende que essa
alteração descrita no caput deve ser permanente.

*Obs.

Pessoa que coloca fita adesiva na placa para evitar o rodizio? Entende a maioria que não há uma sig-
nificante lesividade. A alteração não é de caráter permanente e a consideração de tal conduta como
crime previsto no art. 311 seria desproporcional. No entanto, o STJ tem afirmado que essa situação
configura crime do art. 311, pois pode trazer prejuízo, principalmente quando o veiculo se envolve em
acidentes. A supressão de número do chassi não configura esse crime, na medida em que não houve
adulteração ou remarcação.

O crime é comum e sujeito passivo é o Estado (coletividade). O elemento subjetivo é o dolo (não há
finalidade especial). Os §§ 1º e 2º são causas de aumento de pena, as quais se configuram com a
atuação do funcionário público no exercício de sua função. A consumação e dá com a alteração e a
tentativa é admissível, pois o crime é plurissubsistente.

Fraudes em certames de interesse público

Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de com-
prometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de: (Incluído pela Lei 12.550. De 2011)

- concurso público; (Incluído pela Lei 12.550. De 2011)

- avaliação ou exame públicos; (Incluído pela Lei 12.550. De 2011)

- processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou (Incluído pela Lei 12.550. De 2011) IV -

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exame ou processo seletivo previstos em lei: (Incluído pela Lei 12.550. De 2011)

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. (Incluído pela Lei 12.550. De 2011)

§ 1o Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por qualquer meio, o acesso de pessoas
não autorizadas às informações mencionadas nocaput. (Incluído pela Lei 12.550. De 2011)

§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à administração pública: (Incluído pela Lei 12.550. De
2011) Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. (Incluído pela Lei 12.550. De 2011)

§ 3o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é cometido por funcionário público. (Incluído pela
Lei 12.550. De 2011)

Bem jurídico: lisura dos certames públicos. Utilizar (dar uso) ou divulgar (tornar público), indevida-
mente (elemento normativo), conteúdo sigiloso de concursos, vestibulares etc. O elemento subjetivo é
o dolo direto, com a especial finalidade de beneficiar a si ou a outrem ou de comprometer a credibili-
dade do certame.

O crime é comum e sujeito passivo é o Estado (coletividade). A causa de aumento de pena (§ 3º) se
configura quando o fato é cometido por funcionário público. O § 1º descreve uma conduta equiparada,
que possui permitir ou facilitar como verbo do tipo. O § 2º descreve a qualificadora que ocorre quando
resulta dano à administração.

Criação de um documento, semelhante ao verdadeiro. Papel semelhante, impressão semelhante.

Inserção de algo em um documento verdadeiro. O documento é verdadeiro e se insere algo no docu-


mento.

Retirada de informação do documento, alterando-se a verdade.

Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou
sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.

§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraes-
tatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execu-
ção de atividade típica da Administração Pública.

O concurso de pessoas é o cometimento da infração penal por mais de uma pessoa. Tal cooperação
da prática da conduta delitiva pode se dar por meio da coautoria, participação, concurso de delin-
quentes ou de agentes, entre outras formas. Existem ainda três teorias sobre o concurso de pessoas,
vejamos:

Teoria unitária: quando mais de um agente concorre para a prática da infração penal, mas cada um
praticando conduta diversa do outro, obtendo, porém, um só resultado. Neste caso, haverá somente
um delito. Assim, todos os agentes incorrem no mesmo tipo penal. Tal teoria é adotada pelo Código
Penal.

Teoria pluralista: quando houver mais de um agente, praticando uma conduta diversa dos demais,
ainda que obtendo apenas um resultado, cada qual responderá por um delito. Esta teoria foi adotada
pelo Código Penal ao tratar do aborto, pois quando praticado pela gestante, esta incorrerá na pena do
art. 124, se praticado por outrem, aplicar-se-á a pena do art. 126. O mesmo procedimento ocorre na
corrupção ativa e passiva.

Teoria dualista: segunda tal teoria, quando houver mais de um agente, com diversidades de conduta,
provocando-se um resultado, deve-se separar os coautores e partícipes, sendo que cada "grupo" res-
ponderá por um delito.

Coautoria e Participação

Há dois posicionamentos sobre o assunto, embora ambos dentro da teoria objetiva:

Teoria formal: de acordo com a teoria formal, autor é o agente que pratica a figura típica descrita no

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tipo penal, e partícipe é aquele que comete ações não contidas no tipo, respondendo apenas pelo au-
xílio que prestou (entendimento majoritário). Exemplo: o agente que furta os bens de uma pessoa, in-
corre nas penas do art. 155 do CP, enquanto aquele que o aguarda com o carro para ajudá-lo a fugir,
responderá apenas pela colaboração.

Teoria normativa: aqui o autor é o agente que, além de praticar a figura típica, comanda a ação dos
demais ("autor executor" e "autor intelectual"). Já o partícipe é aquele colabora para a prática da con-
duta delitiva, mas sem realizar a figura típica descrita, e sem ter controle das ações dos demais. As-
sim, aquele que planeja o delito e aquele que o executa são coautores.

Sendo assim, de acordo com a opinião majoritária - teoria formal, o executor de reserva é apenas par-
tícipe, ou seja, se João atira em Pedro e o mata, e logo após Mario também desfere tiros em Pedro,
Mario (executor de reserva) responderá apenas pela participação, pois não praticou a conduta matar,
já que atirou em um cadáver. Ressalta-se, porém, que o juiz poderá aplicar penas iguais para autor e
partícipe, e até mesmo pena mais gravosa a este último, quando, por exemplo, for o mentor do crime.

Sobre o assunto, preceitua o art. 29 do CP que, "quem, de qualquer modo, concorre para o crime in-
cide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade", dessa forma deve-se analisar
cada caso concreto de modo a verificar a proporção da colaboração.

Além disso, se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um
terço, segundo disposição do § 1º do artigo supramencionado, e se algum dos concorrentes quis par-
ticipar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até me-
tade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave (art. 29, § 2º, do CP).

Ademais, quando o autor praticar fato atípico ou se não houver antijuridicidade, não há o que se falar
em punição ao partícipe - teoria da acessoriedade limitada.

Crime Plurissubjetivo

O crime plurissubjetivo é aquele que exige a presença de mais de uma pessoa, como acontece no
crime de associação criminosa, rixa, entre outros. Assim, nestes crimes não há o que se falar em par-
ticipação, já que a pluralidade de agentes garante o tipo penal, sendo todos autores. Em contrapar-
tida, nos crimes unissubjetivos, quando houver mais de um agente, aplicar-se-á a regra do art. 29 do
CP, já citado, devendo-se analisar a conduta de cada qual para aplicação da pena.

O crime plurissubjetivo não se confunde com o delito de participação necessária, pois neste último o
autor pratica vários crimes, porém o tipo penal exige a colaboração do sujeito passivo, que não será
punido.

Exemplo: corrupção de menores, favorecimento à prostituição etc.

Requisitos do concurso pessoas

Presença de dois ou mais agentes;

Nexo de causalidade material entre as condutas realizadas e o resultado obtido;

Não há necessidade de ajuste prévio entre os agentes, mas deve haver vontade de obtenção do re-
sultado (vínculo de natureza psicológica). Ou seja, mesmo que os agentes não se conheçam pode
haver o concurso de pessoas se existente a vontade de obtenção do mesmo resultado. Tal hipótese
admite ainda a autoria sucessiva. Exemplo: empregada deixa a porta da casa aberta, permitindo que
o ladrão subtraia os bens do imóvel. Enquanto isso, uma outra pessoa, ao ver os fatos, resolve dele
aderir retirando também as coisas da casa;

Reconhecimento da prática do mesmo delito para todos os agentes;

Existência de atipicidade e antijuridicidade, já que se o fato não é punível para um dos coautores,
também não será para os demais.

Autoria Mediata e Colateral

A autoria mediata ocorre quando o agente usa de pessoa não culpável, ou que atua sem dolo ou

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culpa para realizar o delito. São situações que ensejam a autoria mediata: valer-se de inimputável,
coação moral irresistível, obediência hierárquica, erro de tipo escusável ou de proibição, provocados
por terceiro. Porém, há inúmeros casos em que o inimputável (menor, por exemplo) não é usado
como instrumento da obtenção do resultado. Quando o inimputável também quiser atingir o resultado,
será co-autor e tal modalidade de concurso denominar-se-á concurso impropriamente dito, concurso
aparente ou pseudoconcurso, já que um agente é penalmente responsável e o outro não.

Já a autoria colateral ocorre quando dois agentes têm a intenção de obter o mesmo resultado, porém
um desconhece a vontade do outro, sendo que o objetivo poderá ser atingido pela ação de somente
um deles ou pela ação de ambos.

Exemplo: Jorge e Antônio pretendem matar Carlos, e para tanto se escondem próximo à sua residên-
cia, sem que um saiba da presença do outro, e atiram na vítima. Assim, Jorge e Antônio responderão
por homicídio em autoria colateral já que um não tinha conhecimento da ação do outro (não há vín-
culo psicológico).

Salienta-se que, se apenas o tiro desferido por Jorge atingir Carlos, ele responderá por homicídio
consumado, ao passo que Antônio responderá por homicídio tentado. Se não for possível verificar
qual tiro matou Carlos, Jorge e Antônio responderão por tentativa de homicídio. Porém, se Jorge des-
fere tiro em Carlos e o mata, e só depois é que Antônio atira na vítima, haverá crime impossível para
ele. Neste caso, se não for possível identificar qual tiro matou Carlos, ambos os agentes serão absol-
vidos por crime impossível (autoria incerta).

Participação por omissão e conveniência, e co-autoria em crime omissivo

A participação por omissão ocorre quando a pessoa tinha o dever de evitar o resultado e não o fez.
Exemplo: responde por crime de incêndio o bombeiro que não cumpriu seu dever se agir para comba-
ter o fogo.

Já a participação por conivência ocorre quando a pessoa não tinha o dever de evitar o resultado, nem
tinha vontade de obtenção do mesmo. Neste caso, não haverá punição - concurso absolutamente ne-
gativo. Exemplo: o vendedor de uma loja sabe que seu colega está furtando dinheiro do caixa, porém,
não tem obrigação de denunciá-lo já que não exerce a função de segurança, nem trabalha na mesma
seção.

A autoria em crime omissivo ocorre, por exemplo, quando duas pessoas se deparam com alguém fe-
rido e ambas não procuram ajuda. Nesta hipótese, responderão por co-autoria em omissão de so-
corro. Porém, há também entendimento que não há possibilidade de co-autoria nestes crimes, e sim
autoria colateral, pois existem condutas individuais, sendo o dever de agir infracionável.

Participação e cumplicidade há três visões sobre o assunto:

Cúmplice é aquele que auxilia no cometimento de crime sem ter tal conhecimento. Exemplo: dar ca-
rona a bandido sem saber que este está fugindo;

Cúmplice é aquele que colabora materialmente com a prática de infração penal;

Cúmplice é aquele que colabora dolosamente para prática de conduta delituosa, mesmo que o autor
não tenha consciência deste favorecimento.

Como não há entendimento majoritário, decidiu-se que quem auxilia na prática de um crime é cúm-
plice, seja co-autor ou partícipe.

Incomunicabilidade de Circunstâncias

Não se comunicam entre co-autores e partícipes as circunstâncias consideradas individualmente no


concurso de agentes.

Prevê o art. 30 do CP que, "não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal,


salvo quando elementares do crime".

Considera-se circunstância de caráter pessoal aquela situação particular que envolve o agente, mas

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não é inerente à sua pessoa.

Exemplo: confissão espontânea, que atenua a pena e não se transfere aos demais co-autores. A con-
dição de caráter pessoal consiste em qualidade da pessoa, tais como menoridade e reincidência, con-
dições estas que também não se transferem aos demais agentes do delito.

As circunstâncias elementares do crime são componentes do tipo penal, que se transmite aos demais
agentes da infração penal. Assim, se uma funcionária pública furta bens da repartição com sua colega
que não exerce cargo público, ambas responderão por peculato-furto (art. 312, § 1º do CP). Em rela-
ção ao crime de infanticídio há discussão sobre a transferência da circunstância elementar, já que a
pena para tal crime não é tão gravosa tendo em vista o estado em que se encontra a mãe. Sendo as-
sim, muitos não concordam com a transmissão da circunstância elementar, pois não seria justo que
co-autor fosse favorecido.

Em contrapartida, há entendimento que, mesmo no infanticídio há transferência da circunstância ele-


mentar pois a Lei não fez nenhuma ressalva sobre o assunto, e esta é a opinião majoritário. Assim,
embora o estado puerperal seja circunstância personalíssima, também é elementar do tipo, dessa
maneira, quem auxilia a genitora a matar recém-nascido ou o faz sozinho a pedido da mesma, res-
ponderá por infanticídio.

Casos de Impunibilidade

Determina o art. 31 do CP que, "o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição
expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado". Entre-
tanto, tais condutas - ajuste (acordo), instigação (estímulo), auxílio (assistência) e determinação (deci-
são) - serão puníveis quando houver disposição expressa neste sentido, como é o caso do art. 288
do CP -

"associarem-se 03 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes (...)". Assim, se-
rão puníveis tais atos quando houver início da execução do delito, pois do contrário serão considera-
das condutas atípicas, já que não houve perigo a nenhum bem protegido pelo ordenamento jurídico
(o mesmo ocorre no crime impossível concurso de pessoas (também chamado de concurso de agen-
tes) pode ser definido como a concorrência de duas ou mais pessoas para o cometimento de um ilí-
cito penal.

Código Penal Brasileiro, em seu artigo 29, não define especificamente o concurso de pessoas, po-
rém, afirma que “quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas,
na medida de sua culpabilidade”.

Art. 29. Concurso de pessoas

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na me-
dida de sua culpabilidade.

§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.

§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena
deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais
grave.

Na doutrina, tem-se definido o concurso de agentes como a reunião de duas ou mais pessoas, de
forma consciente e voluntária, concorrendo ou colaborando para o cometimento de certa infração pe-
nal.

Para a caracterização de um ilícito penal, é necessário, primeiramente, uma conduta humana, posi-
tiva ou negativa, cometida por uma ou várias pessoas, não sendo todo comportamento do homem um
delito, em face do princípio de reserva legal somente os que estão tipificados pela lei penal podem
assim ser considerados.

Já os requisitos para a caracterização do concurso de pessoas serão demonstrados a seguir. TEO-


RIAS

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Quando um crime é cometido por mais uma de uma pessoa, ocorre o concurso de pessoas. Nas pala-
vras do doutrinador Fábio Miranda Mirabete, o concurso pode ser definido como a ciente e voluntária
participação de duas ou mais pessoas na mesma infração penal, havendo uma convergência de von-
tades visando um fim comum, sendo dispensável um acordo prévio entre as pessoas.

Seguindo essa mesma linha, Guaracy Moreira adiciona mais uma característica ao concurso de pes-
soas, ao salientar que nem todos praticam a mesma ação num evento criminoso. Há os que praticam
o verbo previsto no tipo penal, os coautores, e há os que colaboram para o resultado, os participes.

Discordando de certa parte da doutrina, o mestre Nelson Hungria, adota outra postura quando se
trata da questão de haver ou não um acordo prévio entre os agentes. Em sua doutrina ensina que,
deve haver um acordo de vontades que o acordo de vontades verse sobre o objetivo crime e sobre os
meios de alcança-lo. Enquanto não se fundem em uma só as opiniões dos co-partícipes, ou enquanto
não se estabelece entre eles a perfeita unidade de intenção (desígnios) e de planos, não é atingido o
summatum opus, ou seja, não é atingida a consumação do concurso de agentes. Contudo, para que
se tenha o concurso de pessoas é preciso preencher os seguintes requisitos:

Pluralidade de condutas: é necessária a participação de duas ou mais pessoas, cada uma com a sua
conduta delituosa;

Relevância causal de cada uma: a participação deve ser relevante para a concretização do delito;

Liame subjetivo: deve existir um vinculo entre os agentes, um liame subjetivo, ou seja, as condutas
devem ser homogêneas: todos devem ter a consciência de que estão colaborando para a realização
de um crime; e

Identidade de infração para todos participantes: todos devem responder pelo mesmo crime.

Quando ao requisito b. relevância causal, é pelo código penal no art. 29, §1º do Código Penal, que
deve ser apurado no caso concreto, em que a pena será reduzida de um sexto a um terço. Tratando
deste assunto, o mestre Marcelo Fortes Barbosa utiliza como exemplo de participação de menor im-
portância a do motorista que se limitou a levar os latrocidas ao local do crime sem espera-los para
dar-lhes fuga.

Emprestar um veículo para a prática de furto se nos afigura como uma participação de menor impor-
tância.

No Direito Penal Brasileiro, existem duas principais teorias adotadas no concurso de pessoas: a teoria
monista e a pluralista.

Na teoria monista crime é único e indivisível, ainda que tenha sido praticado em concurso de várias
pessoas. Não se distingue entre as várias categorias de pessoas (autor, partícipe, instigador, cúm-
plice e etc.), sendo todos autores (ou coautores) do crime.

A crítica para essa teoria, que se baseia no fato de que essa posição dificulta o estabelecimento da
“equivalência das condições”, que torna assunto de grande discussão, pois a própria lei estabelece
que seja unitário o crime, mas admite causas de agravação e atenuação da pena.

Na teoria pluralista, a pluralidade de agentes corresponde a um real concurso de ações distintas,


tendo como consequência uma multiplicidade de delitos, praticando cada agente um crime próprio,
autônomo, independente dos demais.

A crítica existente para essa teoria baseia-se na ideia de que a participação de cada agente não é au-
tônomas, nem independentes, pois conversem para uma mesma ação de um único resultado deri-
vado de todas as causas diversas.

A lei penal vigente adota a teoria monista ou unitária. Assim, todos aqueles que concorrem para a
produção do crime, devem responder por ele.

A teoria comporta algumas exceções, como por exemplo, no caso de aborto consentido, a gestante

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responde por infração ao art. 124 (consentir que outrem lhe provoque) e quem realizou o aborto pelo
crime do art. 126 (provocar aborto com consentimento da gestante), nesses casos é aplicada a teoria
pluralista, que admite que cada um dos concorrentes responda pela sua própria conduta, pois cada
um pratica um crime próprio, autônomo.

Requisitos Caracterizadores

Para que se configure o concurso (eventual) de pessoas é indispensável a existência de requisitos de


natureza objetiva e subjetiva, somados a outros que possam complementar e aperfeiçoar a prática
criminosa.

É possível extrair, pelo menos quatro requisitos básicos para o concurso de pessoas na prática crimi-
nosa, os quais se algum desses inexistentes, não há de se falar em concurso de pessoas. São eles:

Pluralidade de agentes e de condutas

Concorrência de mais de uma pessoa na execução de uma infração penal. No concurso de pessoas
nem todos os participantes, embora assim o desejem, contribuem com sua ação na infração penal.
Alguns praticam o fato material típico, núcleo do tipo; outros praticam atos que, por si sós, configura-
riam atos atípicos.

Todos os participantes de um evento criminoso não o fazem necessariamente da mesma forma, nas
mesmas condições e nem com a mesma importância, mesmo que contribuindo livre e espontanea-
mente para o seu resultado. Para Esther Ferraz, “enquanto alguns praticam o fato material típico, re-
presentado pelo verbo núcleo do tipo, outros se limitam a instigar, a induzir, a auxiliar moral ou materi-
almente o executor ou executores praticando atos que, em si mesmos, seriam atípicos”. Contudo,
como disposto no caput do artigo 29 do Código Penal, a participação de cada um deve se conjugar,
para colaboração causal de obtenção resultado criminoso, razão pela qual, todos respondem pelo
mesmo crime.

Todavia, é necessária a diferenciação de autor do mero partícipe, até pelo primado maior da culpabili-
dade, ou seja, da responsabilização das pessoas "na medida de sua culpabilidade", como dispõe o
caput do art. 29 do Código Penal. Por autor entende-se aquele que executa com suas próprias mãos
todos os elementos do tipo penal, em que poderá ainda utilizar de outra pessoa como instrumento ou
aquele que realiza a parte necessária de decisão criminosa para prática criminosa.

Este é o principal requisito para que se caracterize o concurso de pessoas.

Relevância Causal das Condutas

A conduta de típica ou atípica de cada participante deve se integrar em uma corrente causal que de-
termina o resultado. Para configurar participação a conduta precisa ter eficácia causal, provocando,
facilitando, estimulando a conduta principal. Portanto, conduta irrelevante para a produção do crime
não possui qualquer eficácia causal.

Não satisfaz a multiplicidade de agentes e condutas para que se configure o concurso de agentes, é
necessário ainda que o crime se faça por meio de condutas nas quais se possa vislumbrar o nexo de
causalidade entre elas e o resultado obtido. Desse modo, cada conduta deve ser relevante para a
contribuição objetiva do crime, no encadeamento causal dos eventos. Caso a conduta típica ou atí-
pica de cada participante não seja da corrente causal para determinação do resultado, será ela por si
só irrelevante.

Obviamente, se conclui que nem todo comportamento vai caracterizar a participação, pois é necessá-
rio que haja, no mínimo, estimulação, induzimento ou facilitação para prática criminosa. Nesse sen-
tindo, condutas irrelevantes ou insignificantes para existência do crime serão desprezadas, não cons-
tituindo sequer participação criminosa.

Vínculo Subjetivo

Para aperfeiçoamento do concurso de pessoas, devem existir vários agentes que contribuam para
uma ação comum. Não satisfaz o agente atuar com dolo/culpa.

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É necessário que haja uma relação subjetiva entre os participantes do crime, pois, do contrário, várias
condutas poderão ser isoladas, autônomas e até mesmo desprezíveis. Deve haver, portanto, um vín-
culo psicológico e normativo entre os diversos autores do crime, de forma a se analisar essas condu-
tas como um todo, e a ser possível a aplicação do art. 29 do Código Penal.

Ensina Cezar Roberto Bittencourt que, todavia, o simples conhecimento da realização de uma infra-
ção penal ou mesmo a concordância psicológica caracterizam, no máximo, “conivência”, que não é
punível, a título de participação, se não constituir, pelo menos, alguma forma de contribuição causal,
ou, então, constituir, por si mesma, uma infração típica.

“Somente a adesão voluntária, objetiva (nexo causal) e subjetiva (nexo psicológico), à atividade crimi-
nosa de outrem, visando à realização do fim comum, cria o vínculo do concurso de pessoas e sujeita
os agentes à responsabilidade pelas consequências da ação.” (MIRABETE, Manual, v.1, p.226)

Portanto, deve haver uma participação consciente e voluntária no fato, mas não é indispensável o
acordo prévio de vontade para a existência do concurso de pessoas. A adesão tem que ser antes ou
durante a execução do crime, nunca posterior. No caso de acordo posterior a execução do crime,
esse caracteriza o favorecimento pessoal ou real previsto nos art. 348 e 349 do Código Penal, e não
o concurso de pessoas.

Nos crimes dolosos, basta apenas que o agente adira à vontade do outro, em que os participantes
deverão atuar com vontade homogênea, no sentido todos visarem a realização do mesmo tipo penal.
A existência de vínculo subjetivo não significa a necessidade de ajuste prévio (pactum sceleris) entre
os delinquentes. Rogério Greco afirma que se não se conseguir vislumbrar o liame subjetivo entre os
agentes do crime doloso, cada um responderá isoladamente por sua conduta.

Já nos delitos culposos há divergência doutrinária. Antigamente, se pesava a possibilidade de con-


curso de agentes, porém, atualmente tem se admitido, até com certa tranquilidade que alguém possa
conscientemente contribuir para a conduta culposa de terceiro. Aqui, deve-se verificar o elemento
vontade na realização da conduta, mas não na produção do resultado.

Diferentemente do concurso de pessoas no crime doloso, o binômio consciência e vontade não co-
nectam para um objetivo de prática criminosa, mas sim de realizar a conduta culposa pela imprudên-
cia, negligência ou imperícia. Sendo assim, é importantíssimo diferenciar o vínculo subjetivo que
existe no concurso de pessoas (crimes dolosos) com o normativo (crimes culposos).

Identidade de Fato

O quarto e último requisito para se configurar o concurso de pessoas, as infrações praticadas pelos
concorrentes sejam únicas – Unidade da Infração Penal. É imprescindível que todos atuem com es-
forços conjugados a fim do mesmo objetivo criminoso.

Damásio de Jesus considera que se trata de identidade de infração para todos os participantes, não
propriamente de um requisito, mas sim de verdadeira consequência jurídica diante das outras condi-
ções. Desse modo, não há de se falar em concurso de pessoas se a concorrência entre dois ou mais
agentes não se destinar a mesma prática de certa e determinada infração penal.

Deve-se existir, portanto, uma unidade da infração penal, requisito básico para concurso de pessoas
e produto lógico-necessário em face do concurso de agentes. Essa infração penal deverá ser ao me-
nos tentada, bem como dispõe o art. 31 do Código Penal, em casos de impunibilidade de ajuste, de-
terminação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário.

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