Você está na página 1de 24

Professor Cristiano Lázaro Fiuza

ROUBO

1. Considerações Iniciais

Roubo

 Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem,


mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la,
por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência: Pena -
reclusão, de quatro a dez anos, e multa.(roubo próprio)

§ 1º - Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa,


emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a
impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.(roubo
improprio)- Furto frustrado

§ 2º  A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) até metade:     

I – (revogado); 

II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;

III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente


conhece tal circunstância.

IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado


para outro Estado ou para o exterior;          

V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua


liberdade.        

 VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que,


conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou
emprego. 

VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma


branca; 

§ 2º-A  A pena aumenta-se de 2/3 (dois terços): 

I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo;           


Professor Cristiano Lázaro Fiuza

II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de


explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum.                 

§ 2º-B.  Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de


fogo de uso restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista
no caput deste artigo.

§ 3º  Se da violência resulta:

I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos,


e multa; 

II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e


multa.             

2. Objeto jurídico

3. Objeto material
Obs: Insignificância
Obs: Privilegiada
Obs:Vitima sem bens a serem subtraídos ( Teoria objetiva temperada ou
intermediária: a ineficácia do meio e a impropriedade do objeto devem ser
absolutas para que não haja punição. Sendo relativas, pune-se a tentativa. É a
teoria adotada pelo Código Penal)

4. Sujeitos do crime

4.1 Sujeito ativo

Obs: art. 345 do CP

Exercício arbitrário das próprias razões

Art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima,
salvo quando a lei o permite: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além
da pena correspondente à violência. Parágrafo único - Se não há emprego de violência,
somente se procede mediante queixa.
Professor Cristiano Lázaro Fiuza

4. 2Sujeito passivo

imediato:
mediata:

Obs: Varias pessoas no mesmo contexto fático(art. 70, cp)


(ex: roubo contra vários passageiros dentro de um ônibus).

5. Tipo objetivo

Obs: Subtrair + violência/ subtração + a grave ameaça/ subtração+


qualquer meio que dificulte a capacidade de resistência

6. Roubo próprio e roubo impróprio

6.1 Roubo próprio-

6.2 Roubo impróprio(furto frustrado )

Obs: Modo de execução-

7. Tipo subjetivo

Obs: roubo de uso

8. Consumação e tentativa

Obs: Sumula 582 “Consuma-se o crime de roubo com a inversão da


posse do bem mediante emprego de violência ou grave ameaça, ainda
Professor Cristiano Lázaro Fiuza

que por breve tempo e em seguida à perseguição imediata ao agente e


recuperação da coisa roubada, sendo prescindível a posse mansa e
pacífica ou desvigiada." STJ

9. Roubo majorado O § 2º do art. 157(A pena aumenta-se de 1/3 (um ter ço)
até metade)

9.1 Concurso de duas ou mais pessoas

II - se há o concurso de duas ou mais pessoas;

Obs; presença de todos; praticado com o adolescente; prisão de apenas um

9.2 Vítima em serviço de transporte de valores

III - se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece


tal circunstância.

Obs: O autor precisa conhecer a situação

9.3 Subtração de veículo automotor que venha a ser transportado para


outro estado ou para o exterior

IV - se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado


para outro Estado ou para o exterior;          

9.4 Agente que mantém a vítima em seu poder, restringindo sua


liberdade

V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua


liberdade.        

Obs: Lapso temporal


Professor Cristiano Lázaro Fiuza

No Superior Tribunal de Justiça (STJ), Corte superior sobre interpretação e validade das
leis no Brasil, verificam-se diversos julgados sob essa orientação de que a privação da
liberdade da vítima precise ser por período “juridicamente relevante”, ou seja, fique a
vítima em poder do criminoso em tempo superior ao necessário para a consumação do
delito, sob pena de a majorante ser aplicada constantemente em todos os roubos (in STJ,
AgRg no REsp 1.588.169/MG, Rel. Ministro Felix Fischer, Quinta Turma, DJe 26/08/2016

Ex: Saidinha Bancária

9.5 Roubo de objeto especifico

 VI – se a subtração for de substâncias explosivas ou de acessórios que,


conjunta ou isoladamente, possibilitem sua fabricação, montagem ou
emprego. 

9.6 Emprego de arma branca

VII - se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma


branca; 

Obs: Próprias e impróprias

 9.7 Roubo Majorado § 2º-A   A pena aumenta-se de 2/3 (dois


terços):                   

I – se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma de fogo;    

Obs: Pericia na arma e a majorante


Obs: 156, cpp(Prova do réu)

9.8 Roubo com explosivos

II – se há destruição ou rompimento de obstáculo mediante o emprego de


explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum.               

9.9 Roubo com arma de fogo de uso restrito

§ 2º-B.  Se a violência ou grave ameaça é exercida com emprego de arma de


fogo de uso restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena prevista
no caput deste artigo.   
Professor Cristiano Lázaro Fiuza

Obs: Arma de uso restrito

9.10. Roubo qualificado pelo resultado § 3º  Se da violência


resulta:           

I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos,


e multa;         

Obs: Lesão corporal grave

II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa .      

Obs: resultado Morte (hediondo ?)


Obs da obs: Morte consumada e subtração tentada STF (610)
úmula 610
Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o agente a
subtração de bens da vítima.

(Súmula 603 do STF).


Súmula 603
A competência para o processo e julgamento de latrocínio é do juiz singular e não do
tribunal do júri.

9. 11. Classificação doutrinária


Professor Cristiano Lázaro Fiuza

Crime comum; doloso; material; comissivo; de forma livre; instantâneo; de


dano; monossubjetivo; plurissubsistente

12. Ação penal

Observação lei 8072/90 Crimes hediondos

II - roubo:  

a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima (art. 157, § 2º,


inciso V); 

b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º-A,


inciso I) ou pelo emprego de arma de fogo de uso proibido ou restrito
(art. 157, § 2º-B);  

c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte (art. 157, §


3º); 

EXTORSÃO

1. Considerações Iniciais

“Art. 158. Constranger alguém,mediante violência ou grave ameaça, e com o


intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a
fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa: Pena – reclusão, de
4 (quatro) a 10 (dez) anos, e multa”.
Obs: Constrangimento Ilegal qualificado?

Constrangimento ilegal

 Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe
haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a
lei permite, ou a fazer o que ela não manda:
Professor Cristiano Lázaro Fiuza

        Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.

4.1. Objeto jurídico


Obs: pluriofensivo (Patrimônio + a liberdade da pessoa)

4.2. Objeto material


.
4.3. Sujeito ativo

4.4. Sujeito passivo

4.5. Tipo objetivo


Obs: Vantagem indevida
Obs:Vantagem devida( artigo 345 do CP).
A obtenção da vantagem almejada deve, ainda, depender da colaboração da
vítima.
Obs: Há distinção entre roubo e extorsão ?

4.6. Tipo subjetivo


4.7. Consumação e tentativa
Professor Cristiano Lázaro Fiuza

A Súmula 96 do STJ apregoa que: “O crime de extorsão consuma-se


independentemente da obtenção da vantagem indevida”.
Obs: Crime formal
Obs: Tentativa

4.8. Extorsão majorada

Obs:  § 1º - Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma,
aumenta-se a pena de um terço até metade.
Obs: Arma

4.9. Extorsão qualificada

Obs: § 2º. Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no §


3º do artigo anterior(157).

Obs: 158§2 é hediondo?

Obs: Sequestro relâmpago § 3º. Se o crime é cometido mediante a


restrição(diferente de privação) da liberdade da vítima, e essa condição é
necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de
6(seis) a 12(doze) anos, além da multa;
Importante: privação da liberdade da vítima e sua concomitante
atitude de “colaboração” ao crime, para que o criminoso obtenha a
vantagem econômica
Ex: fornecimento de cartões e senhas, pois sem eles o delinquente não
conseguiria efetuar o saque

V - se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua


liberdade.       (pertence ao roubo esse inciso) 
Professor Cristiano Lázaro Fiuza

Obs:159§2§3 é hediondo?
Obs: Sequestro relâmpago x com a extorsão mediante seqüestro (art. 159 do
CP)

4.10. Classificação doutrinária


Crime comum; de dano; doloso; formal; comissivo (podendo ser
praticado via omissão imprópria, caso o agente goze do status de garantidor);
de forma livre; instantâneo; monossubjetivo; plurissubsistente; transeunte (ou
não transeunte)
4.11. Ação penal

5. EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO(Hediondo em todos os casos)

Extorsão mediante seqüestro

        Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como
condição ou preço do resgate:   Pena - reclusão, de oito a quinze anos.

Considerações Iniciais

5.1. Objeto jurídico


5.2. Objeto material
5.3. Sujeito ativo
5.4. Sujeito passivo
Professor Cristiano Lázaro Fiuza

5.5. Tipo objetivo

Obs: Vantagem devida (CP, art. 148); exercício arbitrário das próprias razões
(CP, art. 345
Obs: Animal (art. 158 do CP).
Obs: Preço ou Condição para o Resgate                            
Obs: Prazo do sequestro é irrelevante
5.6. Tipo subjetivo

5.7. Consumação e tentativa

5.8. Formas qualificadas

§§ do art. 159, in verbis:

§ 1º. Se o seqüestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o seqüestrado


é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é
cometido por bando ou quadrilha:
Pena – reclusão, de 12 (doze) a 20 (vinte) anos.

Obs: idade da vitima; duração do seqüestro;quadrilha ou bando(associação


criminosa)
QUALIFICADAS PELO RESULTADO
Obs: contra o seqüestrado;
§ 2º. Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena – reclusão, de 16 (dezesseis) a 24 (vinte e quatro) anos.

§ 3º. Se resulta a morte:


Pena – reclusão, de 24 (vinte e quatro) a 30 (trinta) anos.
Professor Cristiano Lázaro Fiuza

           
 5.9. Extorsão mediante seqüestro majorada
       Obs: crime hediondo Lei nº 8.072/1990
                           
5.10. Delação premiada
 
Requisitos
a)   crime cometido em concurso de agentes –

b)   denúncia feita por um dos criminosos a autoridade –

c)    a denúncia deve facilitar a libertação do seqüestrado –

Obs:  O art. 13 e 14 da Lei nº 9.807/1999(lei de proteção a testemunha)

Art. 13. Poderá o juiz, de ofício ou a requerimento das partes, conceder o


perdão judicial e a conseqüente extinção da punibilidade ao acusado que,
sendo primário, tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a
investigação e o processo criminal, desde que dessa colaboração tenha
resultado:I - a identificação dos demais co-autores ou partícipes da ação
criminosa;II - a localização da vítima com a sua integridade física
preservada;III - a recuperação total ou parcial do produto do crime. Parágrafo
único. A concessão do perdão judicial levará em conta a personalidade do
beneficiado e a natureza, circunstâncias, gravidade e repercussão social do
fato criminoso.

5.11. Classificação doutrinária


  
Crime comum; Formal; De forma livre; permanente; unissubjetivo;
plurissubsistente

5.12. Ação penal


Professor Cristiano Lázaro Fiuza

DISPOSIÇÃO FINAL PARA ENTENDIMENTO


(A) SEQUESTRO OU CÁRCERE PRIVADO: privação da liberdade de alguém sem
pedido de resgate ou sem intenção de vantagem econômica.

(B) ROUBO C/ RESTRIÇÃO DA LIBERDADE: restrição da liberdade incorporada ao


roubo, essencialmente praticada como meio para se garantir o sucesso do roubo.

(C) EXTORSÃO C/ RESTRIÇÃO DA LIBERDADE (SEQUESTRO


RELÂMPAGO): restrição da liberdade como condição para que a vítima coopere,
colabore, e o criminoso obtenha a vantagem econômica.

(D) EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO: submissão em cárcere de alguém com


pedido de resgate para a libertação.

6. EXTORSÃO INDIRETA

Art. 160. exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de


alguém, documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a
vítima ou contra terceiro:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa

6.1 O objeto jurídico


6.2 Objeto material
6.3 Sujeitos do Crime

6.4 Elemento objetivo


Obs: exigir(consumação)
Obs: receber(consumação)
Professor Cristiano Lázaro Fiuza

ROTEIRO DE AULA ESTELIONATO

Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo


alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício,
ardil, ou qualquer outro meio fraudulento: Pena - reclusão, de 1 (um) a
5 (cinco) anos, e multa.

§ 1º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz


pode aplicar a pena conforme o disposto no Art. 155, § 2º

§ 2º - Nas mesmas penas incorre quem:

Disposição de Coisa Alheia Como Própria I - vende, permuta, dá em


pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como própria;

Alienação ou Oneração Fraudulenta de Coisa PrópriaII - vende,


permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável,
gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a
terceiro, mediante pagamento em prestações, silenciando sobre
qualquer dessas circunstâncias;

Defraudação de Penhor III - defrauda, mediante alienação não


consentida pelo credor ou por outro modo, a garantia pignoratícia,
quando tem a posse do objeto empenhado

Fraude na Entrega de Coisa IV - defrauda substância, qualidade ou


quantidade de coisa que deve entregar a alguém;

Fraude para Recebimento de Indenização ou Valor de Seguro V -


destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o
próprio corpo ou a saúde, ou agrava as conseqüências da lesão ou
doença, com o intuito de haver indenização ou valor de seguro;

Fraude no Pagamento por Meio de Cheque VI - emite cheque, sem


suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o
pagamento
Professor Cristiano Lázaro Fiuza

§ 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em


detrimento de entidade de direito público ou de instituto de economia
popular, assistência social ou beneficência;

Estelionato contra idoso § 4o  Aplica-se a pena em dobro se o crime for


cometido contra idoso;

§ 5º Somente se procede mediante representação, salvo se a vítima


for I - a Administração Pública, direta ou indireta; II - criança ou
adolescente; III - pessoa com deficiência mental; ou  IV - maior de 70
(setenta) anos de idade ou incapaz. 

1. Considerações iniciais

Principio da insignificância

Estelionato com causa de diminuição de pena(Primariedade/pequeno


valor do prejuízo )

Objetividade jurídica

2. Tipo Objetivo

Verbo Nuclear

Obs: Participação da vítima

3. Elementares

Fraude

Vantagem ilícita

Prejuízo Alheio(elemento normativo)

Obs: Erro

Induzindo

Mantendo a vitima em erro

Meios de execução
Professor Cristiano Lázaro Fiuza

Artifício

Ardil

Qualquer outro meio fraudulento

4. Tipo Subjetivo

Obs: Finalidade especifica

5. Sujeitos do Crime

Ativo

Obs: O dono da coisa/vantagem licita

Passivo

Obs: Capacidade de ser enganada (art. 173, cp)

Obs: Má Fe do ofendido

Obs: §4 Idoso

Obs: Vitima determinada

Obs: torpeza bilateral

6. Consumação/Tentativa

7.Ação Penal

8. CONDUTAS EQUIPARADAS

Disposição de Coisa Alheia Como Própria

I - vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia


coisa alheia como própria;

Obs:

Alienação ou Oneração Fraudulenta de Coisa Própria

II - vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria


inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu
Professor Cristiano Lázaro Fiuza

vender a terceiro, mediante pagamento em prestações, silenciando


sobre qualquer dessas circunstâncias;

Obs:

Defraudação de Penhor

III - defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por


outro modo, a garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto
empenhado

Obs:

Fraude na Entrega de Coisa

IV - defrauda substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve


entregar a alguém;

Obs:

Fraude para Recebimento de Indenização ou Valor de Seguro

V - destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o


próprio corpo ou a saúde, ou agrava as conseqüências da lesão ou
doença, com o intuito de haver indenização ou valor de seguro;

Obs:

Fraude no Pagamento por Meio de Cheque

VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do


sacado, ou lhe frustra o pagamento

Obs:

SÚMULAS RELATIVAS AO ESTELIONATO

STJ Súmula nº 17 - Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais


potencialidade lesiva, é por este absorvido.
Professor Cristiano Lázaro Fiuza

STJ Súmula nº 24 - Aplica-se ao crime de estelionato, em que figure


como vítima entidade autárquica da Previdência Social, a qualificadora
do § 3º do Art. 171 do Código Penal.

STJ Súmula nº 48 Compete ao juízo do local da obtenção da vantagem


ilícita
processar e julgar crime de estelionato cometido mediante falsificação
de cheque.

STJ Súmula nº 73 - A utilização de papel moeda grosseiramente


falsificado configura, em tese, o crime de estelionato, da competência
da Justiça Estadual.

STJ Súmula nº 107 - Compete à Justiça Comum Estadual processar e


julgar crime de estelionato praticado mediante falsificação das guias
de recolhimento das contribuições previdenciárias, quando não
ocorrente lesão à autarquia federal.

STJ Súmula nº 244 - Compete ao foro do local da recusa processar e


julgar o crime de estelionato mediante cheque sem provisão de
fundos.

STF SÚMULA Nº 246 - Comprovado não ter havido fraude, não se


configura o crime de emissão de cheque sem fundos.

STF SÚMULA Nº 521 - O foro competente para o processo e julgamento


dos crimes de estelionato, sob a modalidade da emissão dolosa de
cheque sem provisão de fundos, é o do local onde se deu a recusa do
pagamento pelo sacado.

STF SÚMULA Nº 554 - O pagamento de cheque emitido sem provisão


de fundos, após o recebimento da denúncia, não obsta ao
prosseguimento da ação penal.

Causa de aumento de pena

§ 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em


detrimento de entidade de direito público ou de instituto de economia
popular, assistência social ou beneficência.

CONFLITO APARENTE DE NORMAS


Professor Cristiano Lázaro Fiuza

Estelionato X Falsidade Documental Existem diversos


posicionamentos. A jurisprudência se divide em dois:

STJ Súmula 17 Quando o falso se exaure no estelionato, será por ele


absorvido.

STF o agente responde pelos dois delitos em concurso formal

Estelionato X Apropriação Indébita(168, cp)

Estelionato X Curandeirismo(284, cp )

Fraude eletrônica

§ 2º-A. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa, se


a fraude é cometida com a utilização de informações fornecidas pela
vítima ou por terceiro induzido a erro por meio de redes sociais,
contatos telefônicos ou envio de correio eletrônico fraudulento, ou por
qualquer outro meio fraudulento análogo.      

Obs:

§ 2º-B. A pena prevista no § 2º-A deste artigo, considerada a


relevância do resultado gravoso, aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3
(dois terços), se o crime é praticado mediante a utilização de servidor
mantido fora do território nacional.     

Obs:

§ 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em


detrimento de entidade de direito público ou de instituto de economia
popular, assistência social ou beneficência.

Obs:

Estelionato contra idoso ou vulnerável 

§ 4º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se o crime é cometido


contra idoso ou vulnerável, considerada a relevância do resultado
gravoso.        

Obs:

Ação Penal
Professor Cristiano Lázaro Fiuza

§ 5º Somente se procede mediante representação, salvo se a vítima


for:           

I - a Administração Pública, direta ou indireta;           

II - criança ou adolescente;           

III - pessoa com deficiência mental; ou          

IV - maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz.  

ROTEIRO DE AULA RECEPTAÇÃO

1. Considerações Iniciais
 Caput  Receptação dolosa simples;
 §1º  Receptação dolosa qualificada
 §2º  Cláusula de equiparação;
 §3º  Receptação culposa;
 §4º  Norma explicativa;
 §5º  Benefícios: perdão judicial e privilégio;
 §6º  Majorantes.

2. Receptação dolosa simples


Art. 180 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou
ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser
produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a
adquira, receba ou oculte:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

2.1 Bem jurídico tutelado

2.2 Sujeitos do crime


2.2.1 Ativo
Obs: O sujeito ativo do crime anterior?
2.2.2 Sujeito passivo
Professor Cristiano Lázaro Fiuza

3. Crime acessório
Receptação (art. 180);
Obs: Favorecimento pessoal (art. 348, CP);
Obs: Favorecimento real (art. 349, CP).

Favorecimento pessoal

Art. 348 - Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é
cominada pena de reclusão: Pena - detenção, de um a seis meses, e multa.

§ 1º - Se ao crime não é cominada pena de reclusão: Pena - detenção, de quinze dias a


três meses, e multa.

§ 2º - Se quem presta o auxílio é ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do


criminoso, fica isento de pena.

Favorecimento real

Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de receptação, auxílio
destinado a tornar seguro o proveito do crime: Pena - detenção, de um a seis meses, e
multa.

4 Tipos de Receptação
4.1 Própria
4.1.1 Imprópria (intermediário da transação ilícita)

5. Análise do tipo objetivo


Obs: Produto de crime?
Obs: O crime antecedente/pressuposto é necessariamente contra o
patrimônio?
Obs: É possível que o crime anterior seja o de receptação?
Obs: É possível a receptação quando a coisa é produto de ato infracional?
Obs: É possível receptação de coisa imóvel?
Obs: A coisa tem que ser genuína, ou é possível receptação de coisa
transformada/alterada?
Professor Cristiano Lázaro Fiuza

6. Tipicidade subjetiva
Obs: Finalidade especifica
Obs: Art. 349 - Prestar a criminoso, fora dos casos de co-autoria ou de
receptação, auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime: Pena -
detenção, de um a seis meses, e multa.

7. Consumação/Tentativa
Receptação própria
Obs: Verbos nucleares

Obs: Receptação imprópria


Crime formal(influir)

Nas condutas “adquirir” e “receber”, a receptação é crime instantâneo.


Nas condutas “ocultar”, “transportar” e “conduzir” é crime permanente.
A tentativa é possível, pois o crime é plurissubsistente.

8. Receptação qualificada (§1º)


A. Sujeitos
Art. 180. § 1º - Adquirir, receber, transportar, conduzir,
ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar,
vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em
proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade
comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto
de crime:
Pena - reclusão, de três a oito anos, e multa.

Obs: Sujeito ativo próprio

Obs: Está abrangido o comerciante de fato (camelô)?


Professor Cristiano Lázaro Fiuza

9. Receptação culposa (§3º)


Art. 180. § 3º - Adquirir ou receber coisa que, por sua
natureza ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou
pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida
por meio criminoso:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa, ou ambas
as penas.

10. Norma explicativa


Dispõe o §4º do art. 180 que “a receptação é punível, ainda que
desconhecido ou isento de pena o autor do crime de que proveio a coisa.

11. Receptação Privilegiada (§5º)


Art. 180. § 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é
primário, pode o juiz, tendo em consideração as
circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na receptação
dolosa aplica-se o disposto no § 2º do art. 155.
Primário/Pequeno Valor
Perdão judicial(valor da coisa irrelevante)

12. Causas de aumento de pena (§6º)


Art. 180. § 6º - Tratando-se de bens e instalações do
patrimônio da União, Estado, Município, empresa
concessionária de serviços públicos ou sociedade de
economia mista, a pena prevista no caput deste artigo
aplica-se em dobro.
Obs.1: Essa majorante somente se aplica à receptação simples?
a pena prevista no caput deste artigo aplica-se em dobro

CAPÍTULO VIII
DISPOSIÇÕES GERAIS

        Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em
prejuízo:            (Vide Lei nº 10.741, de 2003)
Professor Cristiano Lázaro Fiuza

        I - do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;

        II - de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.

        Art. 182 - Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é cometido em
prejuízo:          (Vide Lei nº 10.741, de 2003)

        I - do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;

        II - de irmão, legítimo ou ilegítimo;

        III - de tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.

        Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:

        I - se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou
violência à pessoa;

        II - ao estranho que participa do crime.

        III – se o crime é praticado contra pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta)
anos.           (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003)

Você também pode gostar