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Ana Luiza Aguilar * Fernanda Castro* Fernanda* Gabriel Paraízo Braz *Isabel Cristina Prazeres * Isabela Santana* Ilzyane

Lima Silva * Licia Reis * Lucas Gabriel* Marcus Vinicius Soares * Mariana Malta *Pedro Klein* Tatiane Barreto *Thiago
Pinheiro

RESUMOS – PROVA ORAL MPSE

GRUPO:

TEMA: CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO – Patrimônio material como objeto jurídico


PALAVRAS-CHAVES CONCEITOS, CLASSIFICAÇÃO, NATUREZA JURÍDICA, EXEMPLOS,
EXCEÇÕES, TRATAMENTO LEGAL E JURISPRUDENCIAL
FURTO (art. 155, CP) -FURTO: Subtrair, coisa ALHEIA, MÓVEL. Doloso, comum, admite
Uso (impunível) tentativa.
Famélico: pode ser - STF e STJ- adotam a teoria da amotio ou aprehensio.
excludente ilicitude - Furto noturno(majorado) O STJ firmou recentemente que não se
§1º Noturno-Majorado
aplica ao crime de furto nas formas qualificadas do §4º.
§2º Privilegiado
*Furto Híbrido
- Privilegiado - Atendidos os requisitos, direito subjetivo do
§3º Equiparação a coisa réu(primariedade e pequeno valor) STJ- pequeno valor, até 1
móvel salário, privilegiado. Até 10% do salário, insignificância.
§4º Qualificado (I a IV) -Furto híbrido: STJ admite qualif. de natureza objetiva. Súm. 511
§4º-A Qualificado com - Sinal de TV a cabo não pode ser objeto material do delito para o
pena maior (4-10)=com STF, mas há julgado do STJ que diz que é possível.
emprego de explosivo ou - Há uma divergência quanto à incidência da qualificadora quando
análogo.§4º-B - Fraude há a quebra do vidro para furtar objetos dentro do veículo(incide),
por meio eletrônico comprovado por perícia, quando há a quebra para furtar o próprio
§ 5º Subtração de veículo
veículo, não incide.
automotor,
transportado para outro
- Excepcionalmente STJ reconhece a qualificadora da escalada sem
estado ou exterior. realização de perícia.
(efetivo transporte, não - Concurso(2 ou +) pode ser coautor, partícipe, inimputável ou até
menciona DF, doutrina não identificado. No furto dobra a pena, no roubo é causa de
diz não se aplicar. aumento. Súmula 442 - STJ
§6º Furto Abigeato - Qualificado com pena maior, uso de explosivo, tentaram
(abatido ou dividido) recrudescer, mas houve Lex Mitior. Ñ há concurso com explosão.
§ 7º HEDIONDO= - Na fraude eletrônica basta que seja eletrônica, não é necessário
subtração de explosivos violação de senha e nem conexão a internet. Majorantes: relevância
ou de acessórios
do resultado gravoso, servidor fora do território nacional (1/3 a 2/3)
(fabricação, montagem
ou emprego)
e desvalor pela vítima( idoso ou vulnerável, lei não define vulnerável
(1/3 ao dobro).
Furto de Coisa Comum - No STJ vem prevalecendo que não admite o princípio da
(art. 156, CP) insignificância em furto qualificado. No STF há divergência.

ROUBO: art. 157 -Art. 156- Crime próprio, só o condômino, coerdeiro ou pelo sócio.
Próprio(caput) Impróprio A coisa deve está na posse legítima de outra pessoa. Doloso,
- § 1º subtrair a coisa comum, para si ou para outrem. Plurissubsistente,
§ 2º Roubo admite tentativa, APPC a representação. Não é punível se fungível e
circunstanciado ou
o valor não excede a sua quota.
majorado(1/3 até a 1/2):
concurso; vítima em
transporte de valores e o - ROUBO (art. 157): crime complexo: furto+constrangimento ilegal;
agente conhece a furto+ameaça; furto+violência. Núcleo do tipo, subtrair, crime
circunstância; veículo comum, elem. subjetivo: dolo. Não admite modalidade culposa.
automotor trasportado -Próprio(caput): subtração mediante violência, grave ameaça, outro
para outro estado ou meio de reduzir a capacidade de resistência. Consuma-se com o
exterior (não se aplica ao apoderamento do bem, não exige posse mansa e pacífica.
DF); mantém a vítima em Plurissubsistente e admite tentativa.
seu poder, restringindo a
liberdade, (tempo
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juridicamente relevante) -Impróprio ou por aproximação: forma equiparada, violência usada


(hediondo); se for de logo após a subtração para garantir a impunidade ou a detenção da
substância explosiva ou coisa. Não se admite tentativa.
de acessórios; com - Circunstanciados: Concurso (coautor, partícipe, inimputável e
emprego de arma
desconhecido). STJ já admitiu compatível a condenação pelo roubo
branca.
§ 2-A Roubo
majorado pelo concurso de pessoas e pelo delito de associação
Circunstanciado ou criminosa No furto se a subtração for de substância explosiva ou de
majorado (2/3): acessórios é hediondo, no roubo é causa de aumento. (atenção)
emprego de arma de -Atentar para a sucessão de leis no tempo do pacote anticrime
fogo (hediondo); se há quando envolver arma branca e arma de fogo.
destruição ou STJ- compatível a condenação de roubo majorado por emprego de
rompimento de arma de fogo e pelo delito de associação criminosa armada. STJ-
obstáculo (efetivo) arma não apreendida e não é possível fazer a perícia, admite o
mediante o emprego de aumento se outros elementos comprovarem o uso da arma. Não
explosivo ou de artefato
configura a majorante o emprego de simulacro de arma ou arma de
análogo que cause perigo
comum.
brinquedo.
§2º-B. Pena em dobro e ➢ Concurso de causas de aumento de pena (súmula 443 do STJ)
hediondo: uso de arma *Formas qualificadas: Resultado deve decorrer da violência(culpa
de fogo de uso restrito ou ou dolo) Não se configura na grave ameaça.
proibido. Se resulta lesão corporal grave (grave e gravíssima) (7 a 18). Se
§ 3º (I e II) Formas resulta morte (latrocínio), comp. juiz singular. (20 a 30), admite
qualificadas, hediondos tentativa. Consuma-se mesmo que não haja a subtração: Súmula
610-STF.
EXTORSÃO: art. 158 CP Quando há existência de pluralidade de vítimas, o STF entende que
➢ Forma majorada, § 1º não impede a configuração de crime único, para o STJ- configura o
do art.158(1/3 até ½):▪
concurso de crimes. Roubo e latrocínio são espécies diversas,
Por 2 ou + pessoas
(coautor, inimputáveis e
tornando impossível o reconhecimento da continuidade delitiva
não identificados) a entre eles. Para o STJ: não cabe a incidência das majorantes do
doutrina aponta que roubo, (§ 2º do 157) para a modalidade qualificada por lesão grave
eventuais partícipes não ou morte.
são computados.
▪ Com emprego de - EXTORSÃO: Art. 158- Crime complexo, comum, doloso,
arma(própria e plurissubsistente, admite tentativa, formal - Constranger alguém
imprópria, arma de fogo (meio para a obtenção de vantagem econômica), mediante
e arma branca) violência (vis absoluta) ou grave ameaça (vis relativa), e com o
➢ Formas qualificadas intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem
pelo resultado: § 2º art.
econômica (elemento subjetivo), a fazer, tolerar que se faça ou
158 determina a
aplicação, à extorsão
deixar de fazer alguma coisa. -Súmula 96 do STJ: consumação
praticada mediante independe da vantagem indevida.
violência, o disposto no § - O STJ entende possível o concurso dos crimes de roubo e extorsão.
3º do art. 157 do CP. (os Arma de brinquedo ou simulacro de arma de fogo não ensejam o
comentários são os reconhecimento da majorante, servindo apenas para configuração
mesmos da página da grave ameaça, elementar do crime.
anterior)* -Sequestro relâmpago (§ 3º do 158)- (6 a 12) o constrangimento é
➢ Formas qualificadas cometido mediante a restrição da liberdade da vítima e essa
(art. 158, § 3º, do CP) condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica.
HEDIONDO Parte final do dispositivo, duas formas qualificadas pelo resultado:
art. 159 Extorsão
se há o resultado de lesão corporal grave (16 a 24) ou morte (24 a
mediante sequestro:
(todo o artigo é
30) penas previstas no art. 159, §§ 2o e 3o.
HEDIONDO) -STJ tem admitido a possibilidade de aplicação das causas de
aumento de pena às formas qualificadas de extorsão.
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➢ Formas qualificadas
(§ 1º) ▪ Se o sequestro -Art. 159 – Conduta: sequestrar pessoa (limitar, restringir ou
dura mais de 24horas; impossibilitar o exercício do direito de locomoção). Por qualquer
Sequestrado, menor de meio (uso de violência, grave ameaça, coação, ardil, etc) Doloso, é
18 ou maior de 60; necessário que haja a finalidade de obter, para si ou para outrem,
Cometido por bando ou
qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate (doutrina
quadrilha. Associação:
mín. 3.
majoritária aponta ser necessário que a vantagem seja econômica,
➢ Formas qualificadas
por ser crime contra o patrimônio). Crime formal (prescindível a
pelo resultado (§§ 2º e obtenção da vantagem). Comum, permanente e plurissubsistente .É
3º): Resulta lesão crime de tendência interna transcendente de resultado cortado ou
corporal de natureza de resultado separado, pois o resultado naturalístico (que é
grave (16 a 24); Se resulta prescindível), depende da conduta de um terceiro para se efetivar,
a morte (24 a 30). e não de uma segunda conduta do próprio agente.
Art. 160 - Extorsão -Art. 159,(2º e 3º) prevalece que a lesão grave ou a morte deve ser
Indireta da própria vítima, se for terceiro, responde em concurso.
-Art. 159, § 4º: delação premiada- direito subjetivo do réu. Causa de
Art. 161- Usurpação-
diminuição de pena(1/3 a 2/3). Requisitos: O crime deve ter sido
§ 1º, I, usurpação de
águas; II - esbulho
cometido em concurso de pessoas; O agente deve colaborar com a
§ 2º, Responde em autoridade; Deve ser facilitada a libertação da vítima.
concurso com a - art. 160. Exigir (requerer, demandar, requisitar)- aqui é crime
violência. formal, plurissubsistente na forma escrita, admite tentativa,
§ 3º, Propriedade praticado verbalmente, não admite - ou receber (adquirir, obter) –
particular, sem violência, aqui é material e plurissubsistente - documento que pode dar causa
ação privada. a procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiro, como
Art. 162. Supressão ou garantia de dívida, mediante abuso da situação de alguém.
marca de animais. Tutela a liberdade individual e o patrimônio. Crime comum, doloso.
Art. 163, Dano- Destruir,
Tipo especial penal específico no artigo 246 do CP Militar.
inutilizar ou deteriorar
coisa alheia
Dano Qualificado: - Art. 161 Caput- Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer
Parágrafo único- I a IV. outro (interpretação analógica) sinal indicativo de linha divisória,
De I a III é APPIncond. para apropriar-se, no todo ou em parte, de coisa imóvel alheia. Tipo
Misto, doloso, comum, formal, plurissubsistente.
Art. 164 - Introduzir ou - §1º, I- Usurpação de águas- desvia ou represa, em proveito
deixar animais em próprio ou de outrem, águas alheias. Ação múltipla, doloso,
propriedade alheia, sem comum, formal, plurissubsistentes. Admite tentativa.
consentimento de quem - § 1º, II, Esbulho - invade, com violência a pessoa(vis absoluta) ou
de direito, desde que o grave ameaça (vis relativa), ou mediante concurso de mais de duas
fato resulte prejuízo.
pessoas (divergência: Hungria mínimo 3; Noronha, mínimo 4)
art. 165 e 166 - Doutrina
terreno ou edifício alheio, para o fim de esbulho possessório.
sustenta que houve, Doloso, comum, formal, plurissubsistentes. Consuma-se efetiva
revogação tácita pelos invasão.
arts. 62 e 63 da lei dos - Art. 162. Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou rebanho
Crimes Ambientais. alheio, marca ou sinal indicativo de propriedade. Tipo Misto,
doloso, comum, material, plurissubsistente. Prevalece que basta 1
animal.
- DANO: crime comum, de ação múltipla, plurissubsistente, admite
tentativa, doloso. Não admite modalidade culposa.
- STJ entende que a conduta do preso de danificar a cela para fugir
não configura o crime, devido à ausência de finalidade.
- Dano Qualificado: I - com violência à pessoa ou grave ameaça
(incide o cúmulo material; II - com emprego de substância
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inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais grave


(meio para a prática do crime)III - contra o patrimônio da Adm.
Art. 168 - Apropriar-se de Direta, Indireta e empresa concessionária de serviços públicos ; IV -
coisa alheia móvel, de por motivo egoístico(sentimento pessoal) ou com prejuízo
que tem a posse ou a
considerável para a vítima. (somente se procede mediante queixa -
detenção.
Formas Majoradas
ação privada)
§ 1º (1/3) recebeu a art. 164→ Crime de forma livre, doloso, comum, material,
coisa: (I a III) ; imprescindível o prejuízo para consumação. (somente se procede
mediante queixa - ação privada)

Art. 168-A
Aprop. indébita APROPRIAÇÃO INDÉBITA
Previdenciária-Caput Art 168 - Protegem-se a propriedade e os direitos reais de garantia.
Formas Equiparadas: A consumação do delito se dá com a inversão do título da posse
§ 1º I a III. (animus dominni – elem subjetivo). Crime doloso, comum
STF e o STJ têm admitido a
extinção da punibilidade (majoritário), material. O STJ já aceitou a configuração deste crime
pelo pagamento integral do em caso de bem fungível. STJ estabeleceu o parâmetro de limite de
débito, consistente no valor valor até 10% do salário mínimo vigente para insignificância. A
das contribuições restituição da coisa, por si só, não implica no reconhecimento do
previdenciárias (e
acessórios, como juros),
crime de bagatela.
mesmo após o trânsito em § 1º, Recebeu a coisa: I Depósito necessário - hipóteses do art. 647,
julgado. Por outro lado, o I., CC.; II - como tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante,
parcelamento implica na testamenteiro ou depositário judicial.(São funções enumeradas em
suspensão da pretensão rol taxativo); III - em razão de ofício, emprego ou profissão (STJ já
punitiva, sendo necessário
que haja a consolidação do decidiu que esta modalidade impede a configuração do crime
parcelamento pela bagatelar.
Administração (não basta o 168- A Deixar de repassar (omissivo próprio, não admite tentativa)
requerimento). STF e STJ à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes (o
atualmente não têm
substituto tributário). Norma Penal em branco. STF fixou
admitido a aplicação do
princípio da insignificância desnecessário elem. sub. especial. STJ também. STF entende
ao crime de apropriação material, citou a SV. 24
indébita previdenciária. → O § 1o do art. 168-A I a III, prevê formas equiparadas. Seriam
hipóteses, de acordo com a doutrina, em que o contribuinte seria o
At. 169 - Apropriar-se próprio empresário ou sociedade empresária.
alguém de coisa alheia
→ Art. 168-A, § 2º, Prevê uma causa de extinção da punibilidade. O
vinda ao seu poder por
erro, caso fortuito ou
termo final para referido benefício é o início da ação fiscal.
força da natureza: → § 3º prevê hipótese de perdão judicial ou de substituição da
Formas Equiparadas: pena privativa de liberdade pela de multa. Exige-se que o agente seja
I – Apropriação de primário e de bons antecedentes. I-Efetuar o pagamento da contribuição
tesouro; social previdenciária e acessórios (incluídos os juros) após o início da
II – apropriação de coisa execução fiscal e antes de oferecida a denúncia; II-Que o valor das
achada. contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele
estabelecido, pela Previdência Social, como mínimo para o ajuizamento
*Art. 170 – Forma das execuções fiscais.
Privilegiada - Nos crimes → § 4º veda a aplicação do § 3º aos casos de parcelamento de
previstos neste Capítulo, contribuições cujo valor seja superior ao estabelecido,
aplica-se o disposto no administrativamente, como mínimo para para o ajuizamento das
art. 155, § 2º § 2º - Se execuções fiscais.
primário e de pequeno
valor a coisa furtada, o Art. 169 O crime de apropriação de coisa havida por erro, caso
juiz pode substituir a fortuito ou força da natureza possui como núcleo do tipo o verbo
pena de reclusão pela de
“apropriar-se” (apoderar-se, assenhorear-se, arrogar-se a posse
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detenção, diminuí-la de de), sendo o objeto material a coisa alheia, que tenha chegado ao
um a dois terços, ou seu poder por erro, caso fortuito ou força maior.
aplicar somente a pena Tutelam-se o patrimônio e a posse legítima. Crime comum,
de multa. material, de forma livre, instantâneo e plurissubsistente, admite a
tentativa.
ESTELIONATO: Art. 171 -
Formas equiparadas: Apropriação de tesouro: A conduta envolve o
Obter, para si ou para
outrem, vantagem ilícita,
“achar” (encontrar, deparar, topar) tesouro em prédio alheio e o
em prejuízo alheio, subsequente “apropriar-se” (apoderar-se, assenhorear-se, arrogar-
induzindo ou mantendo se a posse de), seja no todo ou em parte, da cota a que tem direito
alguém em erro, o proprietário do prédio em que estava tal tesouro. O CCtrata do
mediante artifício, ardil, tema do achado de tesouro em seus artigos 1.264 a 1.266. O crime
ou qualquer outro meio é comum, instantâneo, material, de forma livre e plurissubsistente.
fraudulento. Apropriação de coisa achada: quem acha coisa alheia perdida e dela
§ 1º Estelionato se apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono
privilegiado ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente,
§ 2º- Formas
dentro do prazo de quinze dias. (crime á prazo)
Equiparadas: (I a VI)
§ 2º-A – Inovação
Crime de conduta mista, por envolver uma ação seguida de uma
legislativa omissão, sendo ambos os comportamentos necessários para a sua
§ 2º- B - Inovação configuração.
legislativa
§ 3º Causa de aumento ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES:
§ 4º Estelionato contra
Estelionato: art. 171 - consiste na conduta de “obter” (vir a ter,
idoso ou vulnerável – conseguir, receber), para si ou para outrem, vantagem ilícita, em
Inovação legislativa prejuízo alheio. A prática da conduta se dá por meio de fraude, ou,
como diz a lei, por meio de indução ou manutenção de alguém em
erro, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento.
É crime de ação astuciosa. Crime comum, material, duplo resultado:
vantagem ilícita e prejuízo alheio, de forma livre, doloso e
plurissubsistente.
§ 1º Privilegiado- semelhante ao furto e o art. 170 anterior.
Figuras equiparadas:
I – disposição de coisa alheia como própria- também mantém a
vítima em erro ou a induz a erro para, então, obter vantagem ilícita
em prejuízo alheio. Ações Nucleares: “vender”, “permutar”, “dar
em pagamento", "dar em locação” ou “dar em garantia”. Em todos
os casos, o objeto material é a coisa alheia, que o agente faz a vítima
crer ser de sua propriedade. Exige-se a vantagem ilícita e o prejuízo
da vítima. É crime comum, material, plurissubsistente e doloso.
II - Alienação ou oneração fraudulenta de coisa própria - Mesmas
ações nucleares do inciso I (a exceção é “dar em locação”). São
núcleos do tipo: “vender”, “permutar”, “dar em pagamento” ou
“dar em garantia”. Tipo penal misto alternativo. O objeto material,
entretanto, é a coisa própria, mas da qual o agente não possui a
disponibilidade e, mesmo assim, procede a sua alienação ou
oneração fraudulenta. É aquela inalienável, que seja litigiosa, bem
como imóvel que já tenha prometido vender a terceiro, mediante
pagamento em prestações. Deve silenciar sobre tais circunstâncias.
Crime comum, plurissubsistente, material e doloso.
III- Defraudação de penhor - O núcleo do tipo é “defraudar”
(fraudar, ludibriar, usurpar, espoliar) a coisa dada em garantia
pignoratícia, da qual o agente tem a posse. Crime de forma livre,
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sendo que a defraudação pode ocorrer por meio de alienação não


consentida ou por outro modo. Consuma-se com a perda do direito
real de garantia pelo credor. É crime doloso, plurissubsistente e
material.
IV - Fraude na entrega de coisa - A conduta é “defraudar” (fraudar,
adulterar, ludibriar, alterar) substância, qualidade ou quantidade da
coisa que deve entregar a alguém. O dever de entregar a alguém
pode decorrer de um negócio jurídico, de determinação legal ou
judicial. Crime é comum, é necessário que haja a fraude para a
configuração do delito, que é material, plurissubsistente e doloso.
V - Fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro
(finalidade específica) - “destruir”, no todo ou em parte, ou de
“ocultar” coisa própria. A conduta também pode ser “lesar” ao
próprio corpo ou à saúde, ou “agravar” as consequências da lesão
ou a saúde. O crime é doloso. Não é necessário a efetiva obtenção
da indenização ou valor do seguro para a consumação, se ocorrer
será mero exaurimento. O crime é classificado como próprio por
parte da doutrina, por exigir que o suj. ativo seja o dono da coisa ou
o indivíduo que sofre as lesões ou o agravamento das
consequências da lesão ou doença.
VI- Fraude no pagamento por meio de cheque - As condutas são
emitir cheque, sem suficiente provisão de fundos, ou lhe frustrar o
pagamento. Emitir o cheque, para os fins do artigo, significa colocá-
lo em circulação, não bastando a sua confecção ou assinatura.
Frustrar o pagamento é impedir que o beneficiário obtenha o valor
indicado na cártula. O agente efetua um pagamento, emite o
cheque sem que haja fundo suficiente ou com cria impeditivo ao seu
pagamento sem justo motivo, de forma indevida. (má-fé) Parte da
doutrina entende que só pode ser autor o emitente do cheque,
enquanto outra parte entende que o endossante também pode
cometer o delito.
➢ Fraude eletrônica: formas qualificada e majorada- § 2º-A - traz
uma modalidade qualificada do delito, com pena de reclusão (4 a 8)
e multa. Incide se o estelionato é cometido com a utilização de
informações fornecidas pela vítima ou por terceiro induzido a erro
por meio de redes sociais, contatos telefônicos ou envio de correio
eletrônico fraudulento, ou por qualquer outro meio fraudulento
análogo. A qualificadora se vincula à forma não presencial de prática
do delito, em que a utilização de informações envolve a fraude,
induzindo alguém a erro.
§ 2º-B, causa de aumento de pena (1/3 a 2/3). A fração deve ser
escolhida pelo critério da relevância do resultado gravoso. Essa
forma majorada incide, sobre a forma qualificada do § 2º-A, se o
crime for praticado mediante a utilização de servidor mantido fora
do território nacional. * Há maior gravidade pela dificuldade de
repressão a um delito praticado a partir de um servidor, de um
equipamento de informática central, localizado fora do território
brasileiro.
§ 3º Causa de aumento- aumenta-se de 1/3 se o crime é cometido
em detrimento de entidade de direito público ou de instituto de
economia popular, assistência social ou beneficência. (Por exemplo,
Ana Luiza Aguilar * Fernanda Castro* Fernanda* Gabriel Paraízo Braz *Isabel Cristina Prazeres * Isabela Santana* Ilzyane
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§ 5º -Ação Penal - quando a vítima for o INSS (estelionato previdenciário), Súmula 24


Alterado pelo Pacote do STJ.
anticrime ➢ Estelionato contra idoso ou vulnerável: Nova redação § 4º A
ATENÇÃO: direito
pena aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se o crime é cometido
intertemporal, a norma
que diz respeito à
contra idoso ou vulnerável, considerada a relevância do resultado
titularidade da ação gravoso. Com relação ao crime cometido contra idoso, a lei penal é
penal, tem natureza mais favorável, já que a fração de aumento, antes fixava no dobro
híbrida. Por isso, a norma da pena, agora passa a ser de um terço até o dobro. O critério para
mais benéfica se aplica escolha da fração de aumento deve ser a relevância do resultado
de imediato. A dúvida gravoso.
que surge é quanto à No caso de crime cometido contra vulnerável, o aumento é o
ação penal já iniciada. No mesmo, de um terço até o dobro da pena, a ser escolhido pelo juiz
STJ pacificou, por meio com base na relevância do resultado gravoso. Por ausência de
da Terceira Seção, a tese
previsão anterior no caso de vulnerável, cuida-se de majorante que
do ato jurídico perfeito,
não exigindo
só pode incidir, para os crimes cometidos após o início de vigência
representação se a ação da lei, por constituir novatio legis in pejus. A lei não definiu, tal como
já havia sido proposta no caso do furto mediante fraude eletrônica, quem é o vulnerável.
(HC 610.201/SP) No STF ➢ Ação penal § 5º Agora a regra é APPC. Somente se procede
A Primeira Turma possui mediante representação, salvo se a vítima for: a Administração
precedente no mesmo Pública, direta ou indireta; criança ou adolescente; III - pessoa com
sentido (HC 187341 ). Já a deficiência mental; - maior de 70 (setenta) anos de idade ou
Segunda Turma decidiu incapaz. Nestas hipóteses APPIncondicionada.
de forma diversa,
abrindo a divergência.
Considerou que deve Ar. 172 - Duplicata simulada - A conduta incriminada “emitir”, ou
haver aplicação seja, colocar em circulação ou lançar fatura, duplicata ou nota de
retroativa, até o trânsito venda de forma simulada. O documento deve não corresponder à
em julgado, do artigo quantidade ou qualidade da mercadoria vendida ou ao serviço
171, § 5º, do CP (STF, HC prestado. O parágrafo único prevê a forma equiparada de
180421). “falsificar” (desvirtuar, alterar os dados) ou “adulterar” (modificar,
Dia 25/03/23, o STF em corromper) a escrituração do Livro de Registro das Duplicatas.
julgamento em plenário Crime comum, doloso, formal, comissivo e plurissubsistente. O STJ
virtual no Ag Reg HC possui precedente em que reconhece possível a existência do crime
208.817 decidiu que a
no caso de a duplicata ser emitida sem que haja venda de
norma deve retroagir em
benefício do réu, desta mercadoria ou serviço prestado.
feita deve ser exigido a
representação Art. 173 - Crime de abuso de incapazes - A conduta nuclear é
aos
processos em curso. “abusar” (usar de maneira inadequada, tirar vantagem de). O abuso
Devendo a vítima ser pode ser efetuado em proveito próprio ou alheio, recaindo sobre: •
intimada para se desejar a necessidade, paixão ou inexperiência da vítima menor de 18 anos;
oferecer a representação • da alienação da vítima; • da debilidade mental do sujeito passivo.
em 30 dias. Parte considerável da doutrina entende que o prejuízo causado à
vítima deve ser patrimonial, já que se trata de um crime contra o
Art. 172 – Duplicata patrimônio. O dano pode ser potencial (ato suscetível de produzir
Simulada. Parágrafo
efeito jurídico, em prejuízo próprio ou alheio), o proveito obtido
único forma equiparada.
Art. 173 - Crime de abuso pode ser de qualquer natureza. O crime é comum, formal, doloso e
de incapazes plurissubsistente.
Art. 174 Induzimento à
especulação Art. 174 Induzimento à especulação: A conduta nuclear é “abusar”
Art. 175 - Delito de (usar de maneira inadequada, tirar vantagem de). O abuso pode ser
fraude no comércio efetuado em proveito próprio ou alheio, recaindo sobre a
inexperiência, a simplicidade ou inferioridade mental da vítima. O
Ana Luiza Aguilar * Fernanda Castro* Fernanda* Gabriel Paraízo Braz *Isabel Cristina Prazeres * Isabela Santana* Ilzyane
Lima Silva * Licia Reis * Lucas Gabriel* Marcus Vinicius Soares * Mariana Malta *Pedro Klein* Tatiane Barreto *Thiago
Pinheiro

Art. 176 –
Outras sujeito passivo deve, ainda, ser compelido à prática do jogo ou da
fraudes aposta ou à especulação com títulos ou mercadorias. Exige-se que
o agente saiba ou deva saber que a conduta é ruinosa. O crime
Art. 177 - Crime de comum, doloso, formal, de forma livre e plurissubsistente.
fraudes e abusos na
fundação ou Art. 175 - Delito de fraude no comércio
administração de O núcleo do tipo é “enganar” (induzir em erro, mentir, iludir) o
sociedade por ações adquirente ou consumidor, no exercício de atividade comercial.
crime de forma vinculada, 2 formas: • Vendendo, como verdadeira
Art. 178 - delito de ou perfeita, mercadoria que seja falsificada ou que esteja
emissão irregular de deteriorada; • Entregando uma mercadoria por outra. Alguns
conhecimento de doutrinadores entendem que houve revogação em razão do artigo
depósito ou warrant 7º, IV, da Lei 8.137/90, complementado pelo artigo 18, § 6º, do CDC.
Entretanto, entende-se que não houve a regulamentação total da
Art. 179 - A fraude à matéria, sendo que o conflito aparente de normas deve ser
execução analisado caso a caso. O crime é doloso e plurissubsistente. Além
disso, é crime material.
➢ Forma qualificada: O núcleo do tipo é “alterar” (modificar,
causar alteração, mudar); “substituir” (colocar no lugar de outra
coisa, trocar) ou “vender” (efetuar a alienação mediante
pagamento de preço). As condutas são de alterar, em obra que lhe
é encomendada, a qualidade ou o peso de metal ou substituir, no
mesmo caso, pedra verdadeira por falsa ou por outra de menor
valor. Além disso, incrimina-se o ato de vender pedra falsa por
verdadeira ou de vender, como precioso, metal de outra qualidade.
➢ Forma privilegiada Aplica-se à fraude no comércio a hipótese de
privilégio prevista no artigo 155, § 2º, do Código Penal.

Art. 176 – Outras fraudes -


O tipo penal tem como núcleos do tipo “tomar” refeição, “alojar-
se” em hotel ou “utilizar-se” de meio de transporte. Refeição inclui
bebidas e o hotel abrange também pensões e albergues, segundo a
doutrina. Em todos os casos, exige-se que o agente não disponha de
recursos para efetuar o pagamento.
A ação penal é pública condicionada à representação e há
possibilidade de aplicação do perdão judicial. Neste caso, não se
preveem os requisitos para a incidência de referida causa de
extinção da punibilidade, sendo que cabe ao juiz analisar caso a
caso. O crime é de dano e material, exigindo o efetivo prejuízo da
vítima para a sua configuração. É comum, doloso e
plurissubsistente.

Art. 177 - Crime de fraudes e abusos na fundação ou administração


de sociedade por ações
O crime é o de promover a fundação de sociedade por ações,
fazendo, em prospecto ou em comunicação ao público ou à
assembleia, afirmação falsa sobre a constituição da sociedade.
Também de configura se o agente ocultar, em referidos
documentos, fraudulentamente, fato relativo à constituição da
sociedade. É subsidiário, sendo que só se configura se não se
configurar o crime contra a economia popular. Há delitos do artigo
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3º, incisos VII a X, da Lei 1.521/51, a Lei de Economia Popular, que


são próximos dos delitos tratados no artigo 177 do Código Penal,
devendo se analisar os casos com base na subsidiariedade expressa
do crime em estudo. O parágrafo primeiro traz formas equiparadas,
sendo que são crimes próprios, que exigem qualidade específica do
sujeito ativo. Em todos se protege o patrimônio societário. O
parágrafo segundo prevê o chamado crime de acionista ou de
negociação de voto, que pune a conduta do acionista que negocia o
voto nas deliberações de assembleia geral, exigindo-se o elemento
subjetivo especial do tipo consistente no fim de obter vantagem
para si ou para outrem. O voto é trocado por determinado interesse
do sujeito ativo. Neste caso, a pena é mais leve, consistente em
detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

Art. 178 - delito de emissão irregular de conhecimento de depósito


ou warrant - A emissão, no caso, significa colocar o título em
circulação. O objeto material é o conhecimento de depósito ou
warrant. A emissão deve ocorrer em descordo com disposição legal,
o que torna o artigo 178 do Código Penal uma norma penal em
branco, devendo ser complementada por normas de Direito
Empresarial que regulam o conhecimento de depósito ou warrant.
A regulamentação está prevista basicamente no Decreto
1.102/2003. Qualquer pessoa pode praticar o delito, já que se trata
de emissão irregular. Ainda que a prática seja de a emissão ser feita
pelos proprietários de armazéns gerais, como depositários, o delito
é comum. O crime é formal e doloso. A doutrina tem entendido que
o crime é unissubsistente, não admitindo a modalidade tentada do
delito.

Art. 179 - A fraude à execução tem como núcleo do tipo o verbo


“fraudar” (adulterar, ludibriar, alterar), sendo que a fraude deve
Art. 180 – Próprio e ocorrer de uma das seguintes maneiras: • Alienando bens; •
Impróprio. Desviando bens; • Destruindo bens ou • Simulando dívidas. Cuida-
§1º,§2º Qualificada se de crime material, pois se exige a efetiva fraude à execução, por
§ 3º - Culposa meio da alienação, desvio ou destruição de bens ou simulação de
§ 4º - É punível, ainda
dívidas. Se ele continuar solvente, sem prejudicar a execução, não
que desconhecido ou
isento de pena o autor do
se consuma o delito. O crime é próprio. É plurissubsistente,
crime. admitindo a tentativa. Além disso, é doloso, exigindo a vontade livre
§ 5º Culposo: pode e consciente de fraudar a execução, sendo apontado pela doutrina,
aplicar o perdão judicial, ainda, o elemento subjetivo especial consistente na finalidade de
se doloso atendidos os prejudicar os credores. É crime de dano e não transeunte. A ação
requisitos pode ser penal é privada exclusiva.
privilegiado.
§ 6º Majorado- pena em RECEPTAÇÃO
dobro. Receptação PRÓPRIA: Tipo misto alternativo- adquirir, receber,
transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio,
art.180-A Receptação de
animal, especial -
coisa que sabe ser produto de crime (exclui a contravenção);
Adquirir, receber, receptação IMPRÓPRIA: influir para que terceiro, de boa-fé,
transportar, conduzir, adquira, receba ou oculte coisa que sabe ser produto de crime.
ocultar, ter em depósito Crime material, plurissubsistente, sendo possível a tentativa. O
ou vender, com a crime é comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa, menos
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finalidade de produção o coautor ou partícipe do crime antecedente. (prevalece na


ou de comercialização, doutrina que a venda posterior seria pós fato impunível) Haveria
semovente Consunção. Bittencourt e Greco: no caso do agente cometer a
domesticável de receptação própria e a imprópria, é misto cumulativo, havendo a
produção(abatido ou
configuração de concurso. Admite-se a receptação em cadeia,
dividido) que deve saber
ser produto de crime.
desde que o agente saiba da origem ilícita. É crime acessório.
Delito comum, doloso ➢ Forma Qualificada: °§ 1º tipo penal misto alternativo, cujos
(finalidade específica de núcleos do tipo são adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar,
produção ou ter em depósito, desmontar, montar, remontar, vender, expor à
comercialização) não venda, ou de qualquer forma utilizar coisa que deve saber ser
admite forma culposa. produto de crime. Exige-se que a conduta seja realizada em proveito
Plurissubsistente, admite próprio ou alheio. Como especializante, exige-se que a conduta do
tentativa, exceto na agente seja realizada no exercício de atividade comercial ou
forma de “ocultar”, em
industrial.§2º Equipara à atividade comercial qualquer forma de
que é considerado
omissivo. Tipo misto
comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em
alternativo. residência, exercido nos moldes do parágrafo anterior. Nesta
hipótese o agente deveria saber que o produto advém do crime,
elemento subjetivo: dolo eventual. (majoritária) .
➢ Forma Culposa - É um tipo fechado. São indícios que o agente
atuou com culpa (em sentido estrito) ao receber ou adquirir a coisa:
• a natureza da coisa; • a desproporção entre o valor e o preço; • a
condição de quem oferece.
➢ Disposição sobre a punibilidade: § 4º A receptação é punível,
ainda que desconhecido o autor do crime antecedente, bem como
se o autor for isento de pena.
➢ Perdão judicial: No caso do § 3º(culposa), se o agente for
primário, o juiz pode deixar de aplicar a pena.
➢ Forma privilegiada: No caso de receptação dolosa aplica-se o
diposto para o furto privilegiado.
➢ Forma majorada: Aplica-se em DOBRO a pena: se a conduta
recair sobre bens do patrimônio da Adm. Direta, Indireta ou
empresa concessionária de serviços públicos.
➢ Efeito da condenação:Condenados por receptação, conforme
art. 278-A do CTB, terá cassada a habilitação ou será proibido de
obtê-la pelo prazo de 5 (cinco) anos.

DISPOSIÇÕES GERAIS PARA OS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO


(arts. 181, 182 e 193, CP)
Imunidades Absolutas- Exclui a punibilidade dos crimes cometidos
no seio familiar. Art. 181 - É isento de pena quem comete qualquer
dos crimes previstos neste título, em prejuízo: I - do cônjuge, na
constância da sociedade conjugal; II - de ascendente ou
descendente(legítimo ou ilegítimo, civil ou natural.)
A ação penal é pública condicionada à representação: Art. 182 -
Somente se procede mediante representação, se o crime previsto
neste título é cometido em prejuízo: I - do cônjuge desquitado ou
judicialmente separado; II - de irmão, legítimo ou ilegítimo; III - de
tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores: I - se
o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja
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emprego de grave ameaça ou violência à pessoa; II - ao estranho


que participa do crime. III – se o crime é praticado contra pessoa
com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.

SÍNTESE: Este capítulo é muito importante na atuação prática do promotor de justiça. Houve
muitas inovações legislativas, principalmente pelo pacote anticrime e pela Lei nº 14.155/21
Atentar para a sucessão de leis no tempo, a retroatividade da lex mitior. Atenção ao crime
de fraude eletrônica e as mudanças sobre estelionato, e também quanto às regras de
competência. O tema foi abordado nas duas fases do concurso.

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