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TORTURA
PRIMEIRA PARTE
b) para provocar ação ou omissão de natureza
criminosa;
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
[...]
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
[...] § 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave
ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez
anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a
dezesseis anos.
TORTURA, PRIMEIRA PARTE
- Bem jurídico penalmente tutelado: a incolumidade física e mental
das pessoas;
- Sujeitos ativo e passivo: qualquer pessoa;
- A motivação de cada uma das três condutas é o que as diferencia;
- No caso da segunda modalidade, o sujeito ativo responde pela
tortura e pelo crime que o sujeito passivo tenha eventualmente
praticado. O sujeito passivo, obviamente, não responde pelo crime;
- Se dá por consumado com a provocação do sofrimento físico ou
mental da vítima, sendo possível a tentativa;
Art. 1º Constitui crime de tortura:
[...] II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou
autoridade, com emprego de violência ou grave
ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como
forma de aplicar castigo pessoal ou medida de
TORTURA
SEGUNDA PARTE
caráter preventivo.
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
[...]
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou
gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez
anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a
dezesseis anos.
TORTURA, SEGUNDA PARTE
- Bem jurídico penalmente tutelado: a incolumidade física e mental das
pessoas;
- Sujeitos ativo e passivo: qualquer pessoa, desde que haja o vínculo de
guarda, poder ou autoridade entre os sujeitos, isto é, do sujeito ativo
para o sujeito passivo; Logo, o cônjuge não pode ser vítima do crime
de tortura (nesta modalidade) praticado pelo outro cônjuge!
- É crime de ação livre, ou seja, pode se dar das mais diversas maneiras;
- Se diferencia do crime de maus-tratos (artigo 136 do Código Penal)
pelo fato de que, na tortura, a vítima é exposta ao elemento normativo
“intenso sofrimento físico e mental”, o que não ocorre nos maus-tratos;
- Se dá por consumado com a provocação do sofrimento físico ou mental
da vítima, sendo possível a tentativa;
Art. 1º, §1º Na mesma pena incorre quem submete
pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a
sofrimento físico ou mental, por intermédio da
prática de ato não previsto em lei ou não resultante
TORTURA
TERCEIRA PARTE
de medida legal.
[...]
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou
gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez
anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a
dezesseis anos.
TORTURA, TERCEIRA PARTE
- Se difere da modalidade de abuso de autoridade, prevista no art. 13, II, da Lei n.
13.869/2019, pois aqui a finalidade do agente é provocar sofrimento físico ou mental na
vítima; já no abuso de autoridade, o agente público constrange o preso ou o detento,
mediante violência, grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a submeter-
se a situação vexatória ou a constrangimento não autorizado em lei. A finalidade, portanto, é
submeter o preso a vexame ou constrangimento;
- Bem jurídico: incolumidade física e mental das pessoas;
- Sujeito ativo: qualquer pessoa (geralmente o carcereiro, o agente penitenciário, o diretor do
estabelecimento, etc.);
- Sujeito passivo: quem está preso ou submetido a medida de segurança. Não é o caso do
adolescente submetido a medida socioeducativa!
DIFERENÇA ENTRE TORTURA QUALIFICADA PELO RESULTADO MORTE
(ART. 1º, §3º) E HOMICÍDIO QUALIFICADO PELA PRÁTICA DA
TORTURA (ART. 121, §2º, III DO CP)
O que as diferencia é o elemento volitivo:
No primeiro caso, o agente deseja unicamente causar
intenso sofrimento à vítima, que, contudo, vem a falecer
em decorrência de tal sofrimento;
No segundo caso, o agente deseja matar a vítima e o
faz empregando intenso sofrimento a ela, ou seja, a
tortura é mero meio para obtenção do resultado
pretendido.
ANOTAÇÕES FINAIS
•§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou
apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.
•§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço: I - se o crime é cometido por agente
público; II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência,
adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos; (Redação dada pela Lei nº 10.741, de
2003) III - se o crime é cometido mediante seqüestro.
•§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a
interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.
•§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.
•§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o
cumprimento da pena em regime fechado. Nos termos do art. 2º, § 1º, da Lei n.
8.072/90, regime inicial deve ser necessariamente o fechado. O Plenário do STF,
todavia, declarou a inconstitucionalidade desse dispositivo. Assim, devem ser seguidas as
regras comuns do Código Penal para a fixação do regime inicial.