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Lei de Tortura

(Lei 9.455/97)

Prof.º Rafael Cardoso de Souza


Constituição Federal de 1988
Proibição da tortura:
Art. 5º, III - tratamento cruel, desumano ou degradante (garantia
absoluta)

Mandado Constitucional de Criminalização:


Art. 5º, XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis
de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes
hediondos, por eles respondendo os mandantes, os
executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
Espécies de Tortura

Art. 1º Constitui crime de tortura:

I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça,


causando-lhe sofrimento físico ou mental:

Tortura Prova
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima
ou de terceira pessoa;

Sujeito ativo e passivo: comum (crime bicomum)


Tortura Crime/para a prática de crime
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;

Sujeito ativo e passivo: comum (crime bicomum)


Sujeito ativo: também responde como autor mediato pelo crime
praticado pelo torturado
Tortura Racial/Preconceito/Discriminação
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;

Sujeito ativo e passivo: comum (crime bicomum)

Tortura por orientação sexual?


Tortura Pena ou Castigo

II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com


emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico
ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de
caráter preventivo.
Pena - reclusão, de dois a oito anos.

Sujeito ativo: que possui guarda, poder ou autoridade


Sujeito passivo: quem está sob guarda, poder ou autoridade

Crime bipróprio
Tortura castigo X Maus tratos

Art. 136, CP - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua


autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino,
tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados
indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado,
quer abusando de meios de correção ou disciplina:
Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa.
Maus tratos Tortura
Intensão de disciplinar (animus Intensão de torturar
corrigendi, disciplinandi)
Excesso nos meios de correção Intenso sofrimento
Crime de perigo Crime de dano
Tortura propriamente dita/equiparada/do encarregado

§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a


medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio
da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida
legal.

Sujeito ativo: comum (divergente)


Sujeito passivo: pessoa presa ou sujeita a medida de segurança

Não há finalidade específica


Tortura imprópria/omissiva/omissão à tortura
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o
dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a
quatro anos.
Evitar: omissivo impróprio (dever legal) – inconstitucional – pena menor
Apurar: omissivo próprio (posterior conhecimento da tortura)

Sujeito ativo: próprio


Sujeito passivo: comum
Não se admite tentativa
Não tem natureza hedionda
Qualificadora

Resultando lesão corporal grave ou gravíssima ou morte:

§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a


pena é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a
reclusão é de oito a dezesseis anos.

Crime preterdoloso: não admite tentativa

Tortura qualificada pela morte X


homicídio qualificado pela tortura?
Penas
Espécie Pena
Tortura omissiva Detenção um a quatro anos
Tortura comissiva Reclusão dois a oito anos
Tortura qualificada pela LC Reclusão quatro a dez anos
grave
Tortura qualificada pela morte Reclusão oito a dezesseis anos
Majorante

O Agente Público sequestrou a criança do GADI


DICA GAS

§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:


I - se o crime é cometido por agente público;
II - se o crime é cometido contra criança, gestante, deficiente e
adolescente;
II – se o crime é cometido contra criança, gestante,
portador de deficiência, adolescente ou maior de
60 (sessenta) anos;
III - se o crime é cometido mediante seqüestro.
Efeito extrapenal obrigatório da condenação

§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego


público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da
pena aplicada.
Crime inafiançável

§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou


anistia.

FIGA

Art. 5º, XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis


de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes
hediondos, por eles respondendo os mandantes,
os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;
Regime inicial de cumprimento de pena

- Regime fechado
- Exceção: Omissão frente à tortura.

§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º,


iniciará o cumprimento da pena em regime fechado.

STF tem considerado o §7º inconstitucional – fere o princípio da


individualização da pena
Princípio da extraterritorialidade

Extraterritorialidade incondicionada

Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não


tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima
brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição
brasileira.
13 Outros aspectos da lei

• Ação Penal: Pública Incondicionada


• Tentativa: é possível (exceto na tortura omissiva própria)
• Não há modalidade culposa
Lei Maria da Penha
(Lei 11.340/06)

Prof.º Rafael Cardoso de Souza


Condições para aplicação da Lei (cumulativas)

1ª) Violência (art. 7º)

Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma


das formas de violação dos direitos humanos.

I – Física: ofensa à integridade ou saúde corporal

II – Psicológica: dano emocional, prejuízo à autoestima,


prejuízo ao desenvolvimento ou controle de ações
III – Sexual: constrangimento a presenciar, manter ou participar a
relação sexual não desejada

IV – Patrimonial: retenção, subtração (Ex: Furto), destruição bens (Ex:


Dano)

V – Moral: prática de crimes contra a honra (calúnia, difamação e


injúria)
Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a mulher, entre
outras:
I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ofenda sua
integridade ou saúde corporal;
II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause
dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o
pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações,
comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento,
humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição
contumaz, insulto, chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização,
exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro
meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à
autodeterminação; (Redação dada pela Lei nº 13.772, de 2018)
III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a
presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante
intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou
a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer
método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à
prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que
limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos;
IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure
retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos
de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos
econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas
necessidades;
V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que
configure calúnia, difamação ou injúria.
2ª) Situações do art. 5º (autorizam os rigores da lei)

Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e


familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no
gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou
psicológico e dano moral ou patrimonial:
a) Doméstica: critério espacial – lugar – dispensa vínculo familiar

I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço


de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar
(dispensa vínculo familiar), inclusive as esporadicamente agregadas
(ex: empregada doméstica ou babá)
b) Familiar: os laços familiares podem ser de quatro espécies:

● Naturais (consanguíneos)
● Afinidade (ex: sogra)
● Vontade expressa (ex: adoção)
● “se consideram aparentados” (filiação sócio-afetiva)

II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada


por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por
laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
c) Relação íntima de afeto (ex: namorados)

III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou


tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.

Obs1.: “conviva ou tenha convivido”: o STJ entende que deve haver


relação de causalidade entre a violência praticada e a relação rompida,
independente do tempo.

Súmula 600 do STJ: Para a configuração da violência


doméstica e familiar prevista no artigo 5º da Lei n.
11.340/2006 (Lei Maria da Penha) não se exige a
coabitação entre autor e vítima.
Atenção: qualquer dessas relações independe de orientação sexual. Desta
forma, a lei permite a aplicação desta lei em relação homoafetiva entre
mulheres.

Art. 5º, parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo


independem de orientação sexual.
3ª) Sujeito passivo: mulher

O STF já declarou constitucional o art. 1º, da Lei Maria da Penha, pois


trata-se de uma discriminação positiva ou ação afirmativa.
Relação homoafetiva masculina:
Não se aplica esta lei

Relação homoafetiva feminina:


Pode ser aplicada a Lei Maria da Penha

Ex-namorado:
Pode ser aplicada a Lei Maria da Penha: é irrelevante o tempo de
dissolução do vínculo conjugal, se a conduta tida
como criminosa está vinculada à relação de afeto
que houve entre as parte (STJ)
Mulheres transexuais

A Lei Maria da Penha é aplicável a mulheres transgêneros vítimas de violência


doméstica. A argumentação do tribunal se fundamenta na compreensão de
que o diferencial para a aplicação da Lei nº 11.340/2006 é o gênero feminino,
que não deve ser confundido com o sexo biológico. Assim, a identidade de
gênero, que representa a percepção que cada pessoa tem de seu próprio
gênero, é considerada mais importante para a aplicação da Lei Maria da Penha
do que o sexo biológico da pessoa (STJ, REsp 1.977.124/SP, 06/04/2022).
Assistências
1ª) Medidas Integradoras (art. 8º)
● integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério Público e da
Defensoria Pública com as áreas de segurança pública, assistência social,
saúde, educação, trabalho e habitação;
● implementação de atendimento policial especializado para as mulheres
● promoção e a realização de campanhas educativas
● a capacitação permanente dos órgãos
2º) Política Assistencial (art. 9º): assistência à mulher em situação de
violência doméstica e familiar

§ 1º O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher em


situação de violência doméstica e familiar no cadastro de programas
assistenciais do governo federal, estadual e municipal.
§ 2º O juiz assegurará à mulher em situação de violência doméstica e
familiar, para preservar sua integridade física e psicológica:
I - acesso prioritário à remoção quando servidora pública, integrante da
administração direta ou indireta;
II - manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário
o afastamento do local de trabalho, por até seis meses.
III - encaminhamento à assistência judiciária, quando for o caso,
inclusive para eventual ajuizamento da ação de separação judicial,
de divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução de união
estável perante o juízo competente. (Incluído pela Lei nº 13.894, de
2019)
§ 4º Aquele que, por ação ou omissão, causar lesão, violência física,
sexual ou psicológica e dano moral ou patrimonial a mulher fica
obrigado a ressarcir todos os danos causados, inclusive ressarcir ao
Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com a tabela SUS, os
custos relativos aos serviços de saúde prestados para o total
tratamento das vítimas em situação de violência doméstica e familiar,
recolhidos os recursos assim arrecadados ao Fundo de Saúde do
ente federado responsável pelas unidades de saúde que prestarem
os serviços. (Vide Lei nº 13.871, de 2019)
§ 5º Os dispositivos de segurança destinados ao uso em caso de
perigo iminente e disponibilizados para o monitoramento das vítimas de
violência doméstica ou familiar amparadas por medidas protetivas
terão seus custos ressarcidos pelo agressor. (Vide Lei nº 13.871, de
2019)
§ 6º O ressarcimento de que tratam os §§ 4º e 5º deste artigo não
poderá importar ônus de qualquer natureza ao patrimônio da mulher e
dos seus dependentes, nem configurar atenuante ou
ensejar possibilidade de substituição da pena aplicada. (Vide Lei nº
13.871, de 2019)
§ 7º A mulher em situação de violência doméstica e familiar tem
prioridade para matricular seus dependentes em instituição de
educação básica mais próxima de seu domicílio, ou transferi-los para
essa instituição, mediante a apresentação dos documentos
comprobatórios do registro da ocorrência policial ou do processo de
violência doméstica e familiar em curso. (Incluído pela Lei nº
13.882, de 2019)
§ 8º Serão sigilosos os dados da ofendida e de seus dependentes
matriculados ou transferidos conforme o disposto no § 7º deste artigo,
e o acesso às informações será reservado ao juiz, ao
Ministério Público e aos órgãos competentes do poder
público. (Incluído pela Lei nº 13.882, de 2019)
3º) Regras de atendimento (art. 10 ao 12-C):

Art. 10-A. É direito da mulher em situação de violência doméstica e


familiar o atendimento policial e pericial especializado, ininterrupto e
prestado por servidores - preferencialmente do sexo feminino -
previamente capacitados. (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
Art. 11. No atendimento à mulher em situação de violência doméstica e
familiar, a autoridade policial deverá, entre outras providências:

I - garantir proteção policial, quando necessário, comunicando de


imediato ao Ministério Público e ao Poder Judiciário;
II - encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao Instituto
Médico Legal;
III - fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes para
abrigo ou local seguro, quando houver risco de vida;
IV - se necessário, acompanhar a ofendida para
assegurar a retirada de seus pertences do local da
ocorrência ou do domicílio familiar;
V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e os
serviços disponíveis, inclusive os de assistência judiciária para o
eventual ajuizamento perante o juízo competente da ação de
separação judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de
dissolução de união estável. (Redação dada pela Lei nº 13.894, de
2019)
Medida Protetiva de Urgência

Aplicação das medidas

Não há risco atual ou iminente

Mulher realiza pedido ---- Delegado (48 horas para remeter) ---- Juiz
(48 horas para decidir)
Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar contra a
mulher, feito o registro da ocorrência, deverá a autoridade policial
adotar, de imediato, os seguintes procedimentos, sem prejuízo
daqueles previstos no Código de Processo Penal:
III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente
apartado ao juiz com o pedido da ofendida, para a concessão de
medidas protetivas de urgência;
Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da ofendida, caberá ao juiz,
no prazo de 48 (quarenta e oito) horas:
I - conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as medidas
protetivas de urgência;
II - determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de assistência
judiciária, quando for o caso, inclusive para o ajuizamento da ação de
separação judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de
dissolução de união estável perante o juízo competente; (Redação dada
pela Lei nº 13.894, de 2019)
III - comunicar ao Ministério Público para que adote as
providências cabíveis.
IV - determinar a apreensão imediata de arma de fogo sob
a posse do agressor. (Incluído pela Lei nº 13.880, de 2019)
Art. 19. As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas
pelo juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido da ofendida.
§ 1º As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de
imediato, independentemente de audiência das partes e de
manifestação do Ministério Público, devendo este ser prontamente
comunicado.

MP requer ao juiz
Ofendida pede ao juiz
Juiz concede de imediato de ofício
Medidas direcionadas ao agressor:

Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar


contra a mulher, nos termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de
imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, as
seguintes medidas protetivas de urgência, entre outras:
I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com
comunicação ao órgão competente, nos termos da Lei nº 10.826, de
22 de dezembro de 2003 ;
II - afastamento do lar, domicílio ou local de
convivência com a ofendida;
III - proibição de determinadas condutas, entre as quais:
a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas,
fixando o limite mínimo de distância entre estes e o agressor;
b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por
qualquer meio de comunicação;
c) frequentação de determinados lugares a fim de preservar a
integridade física e psicológica da ofendida;
IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores,
ouvida a equipe de atendimento multidisciplinar ou
serviço similar;
V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.
VI – comparecimento do agressor a programas de recuperação e
reeducação; e (Incluído pela Lei nº 13.984, de 2020)
VII – acompanhamento psicossocial do agressor, por meio de
atendimento individual e/ou em grupo de apoio. (Incluído pela Lei nº
13.984, de 2020)
8.1.1.2 Medidas direcionadas à vítima:
Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas:
I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou
comunitário de proteção ou de atendimento;
II - determinar a recondução da ofendida e a de seus dependentes ao
respectivo domicílio, após afastamento do agressor;
III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos
relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos;
IV - determinar a separação de corpos.
V - determinar a matrícula dos dependentes da ofendida em instituição de
educação básica mais próxima do seu domicílio, ou a
transferência deles para essa instituição, independentemente
da existência de vaga. (Incluído pela Lei nº 13.882, de 2019)
Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou
daqueles de propriedade particular da mulher, o juiz poderá determinar,
liminarmente, as seguintes medidas, entre outras:
I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida;
II - proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra,
venda e locação de propriedade em comum, salvo expressa autorização
judicial;
III - suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor;
IV - prestação de caução provisória, mediante depósito judicial, por perdas
e danos materiais decorrentes da prática de violência
doméstica e familiar contra a ofendida.
Há risco atual ou iminente

Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à


integridade física da mulher em situação de violência doméstica e familiar,
ou de seus dependentes, o agressor será imediatamente afastado do lar,
domicílio ou local de convivência com a ofendida: (Incluído pela Lei nº
13.827, de 2019)
Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à
integridade física ou psicológica da mulher em situação de violência
doméstica e familiar, ou de seus dependentes, o agressor
será imediatamente afastado do lar, domicílio ou local de
convivência com a ofendida:
(Redação dada pela Lei nº 14.188, de 2021)
I - pela autoridade judicial;
II - pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede de
comarca; ou
III - pelo policial, quando o Município não for sede de comarca e não
houver delegado disponível no momento da denúncia.
Concessão da MPU: imediata

Prazo para o delegado ou policial comunicar o juiz:


Art. 12-C. § 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste artigo, o
juiz será comunicado no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas e
decidirá, em igual prazo, sobre a manutenção ou a revogação da
medida aplicada, devendo dar ciência ao Ministério Público
concomitantemente.
§ 2º Nos casos de risco à integridade física da ofendida ou à
efetividade da medida protetiva de urgência, não será
concedida liberdade provisória ao preso.
Crime de descumprimento da MPU

Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas


protetivas de urgência previstas nesta Lei: (Incluído pela Lei nº
13.641, de 2018)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos.
Consequências da aplicação da Lei

1ª) Competência

Nunca tramitam no JECRIM (não poderá ser lavrado TC)

Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar


contra a mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica
a Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995.
Penas proibidas (art. 17)

O juiz não pode aplicar três tipos de penas:

● Cesta básica (prestação pecuniária inominada)


● Prestação pecuniária
● Multa, de forma isolada.

Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica e


familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou
outras de prestação pecuniária, bem como a
substituição de pena que implique o pagamento
isolado de multa.
Princípio da insignificância

Súmula 589, do STJ: É inaplicável o princípio da insignificância nos


crimes ou contravenções penais praticados contra a mulher no âmbito
das relações domésticas.
Ação Penal na Lesão Corporal
● Lesão Corporal Leve (art.129, caput, CP), culposa (art.129, §6º, CP), leve
qualificada (art.129, §9º, CP) de acordo com o CP são de AP Pública
Incondicionada.
● O art. 88, da Lei 9.099/95 transforma essas lesões em AP Pública
Condicionada.
● A lei Mª da Penha não permite aplicação da Lei 9.099, portanto, se a lesão leve
ou culposa for cometida de acordo com as condições da Lei Mª da Penha, a
lesão leve e culposa são de AP Pública Incondicionada.
● Súmula 542, do STJ: A ação penal relativa ao crime de
lesão corporal resultante de violência doméstica contra a
mulher é pública incondicionada
Crimes Ambientais
(Lei 9.605/98)
Prof.º Rafael Cardoso de Souza
Responsabilização da PF

Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes


previstos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida da
sua culpabilidade, bem como o diretor, o administrador, o membro de
conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou
mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta criminosa de
outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir para
evitá-la.
Responsabilização da PJ

Art. 225, § 3º, CF - As condutas e atividades consideradas lesivas ao


meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a
sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de
reparar os danos causados.

Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil


e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos em que a infração
seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou
de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da
sua entidade.
Art. 3º, parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não
exclui a das pessoas físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do mesmo
fato.

Informativo 714, STF: É admissível a condenação de pessoa jurídica pela prática


de crime ambiental, ainda que absolvidas as pessoas físicas ocupantes de
cargo de presidência ou de direção do órgão responsável pela prática criminosa.
Desconsideração da personalidade jurídica

Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua


personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos
causados à qualidade do meio ambiente.
Atenuantes (art. 14) e agravantes (art. 15)

Art. 14. São circunstâncias que atenuam a pena: B AR CO CO


I - baixo grau de instrução ou escolaridade do agente (não exclui a
culpabilidade)
II - arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea reparação do
dano, ou limitação significativa da degradação ambiental causada;
III - comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de degradação
ambiental;
IV - colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do controle
ambiental (delação premiada ambiental)
Art. 15. São circunstâncias que agravam a pena, quando não constituem ou
qualificam o crime:

I - reincidência nos crimes de natureza ambiental (reincidência específica);


II - ter o agente cometido a infração:
a) para obter vantagem pecuniária;
b) coagindo outrem para a execução material da infração;
c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde pública ou o meio
ambiente;
d) concorrendo para danos à propriedade alheia;
e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas
sujeitas, por ato do Poder Público, a regime especial de uso;
f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos humanos;
g) em período de defeso à fauna;
h) em domingos ou feriados;
i) à noite;
j) em épocas de seca ou inundações;
l) no interior do espaço territorial especialmente protegido;
m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de animais;
n) mediante fraude ou abuso de confiança;
o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou autorização ambiental;
p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente, por verbas públicas
ou beneficiada por incentivos fiscais;
q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais
das autoridades competentes;
r) facilitada por funcionário público no exercício de suas funções.
Penas para a PJ

I – multa (pena pecuniária);


II - restritivas de direitos;
III - prestação de serviços à comunidade.

● Podem ser aplicadas isoladamente, cumulativamente ou


alternativamente.
Transação Penal

Art. 27. Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a proposta


de aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multa, prevista no
art. 76 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, somente poderá ser
formulada desde que tenha havido a prévia composição do dano
ambiental, de que trata o art. 74 da mesma lei, salvo em caso de
comprovada impossibilidade.
Prova emprestada em Crimes Ambientais

Art. 19, parágrafo único. A perícia produzida no inquérito civil ou no


juízo cível poderá ser aproveitada no processo penal, instaurando-se
o contraditório.
Ação Penal

Art. 26. Nas infrações penais previstas nesta Lei, a ação penal é pública
incondicionada.
Aplicação subsidiária do CP e do CPP

Art. 79. Aplicam-se subsidiariamente a esta Lei as disposições do Código


Penal e do Código de Processo Penal.
Crimes abrangido pela lei

● Fauna (art. 29 ao 37)


● Flora (art. 38 ao 53)
● Poluição (art. 54 ao 61)
● Ordenamento urbano e patrimônio cultural (art. 62 ao 65)
● Administração ambiental (art. 66 ao 69-A)
1 Crimes contra a fauna (art. 29 ao 37)

Fauna: é o conjunto de animais que vivem em uma determinada região


incluindo a fauna aquática.
Crime contra animais silvestres (art. 29)

Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna


silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença
ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida:
Pena - detenção de seis meses a um ano, e multa.

Sujeito passivo: o animal não é sujeito passivo de crime. O Estado e a


coletividade e proprietário, se o animal for propriedade de alguém.
Objeto material do crime: espécimes da fauna silvestre. Espécime é um
exemplar da espécie. Ex: Uma onça, um leão.
● Protege animais aquáticos, mas não se aplica à pesca (§6º)
● Exercício de caça profissional: pena aumentada até o triplo (§5º)
● Perdão judicial: guarda doméstica de animal silvestre não considerada
ameaçada de extinção (§2º)

Obs.: Este artigo não abrange animais domésticos ou domesticados (art. 32).
Perdão judicial

§ 2º No caso de guarda doméstica de espécie silvestre não


considerada ameaçada de extinção, pode o juiz, considerando as
circunstâncias, deixar de aplicar a pena.
Maus-tratos (art. 32)

● Abrange abusos, maus-tratos, ferir ou mutilar


● Protege também animais domésticos
● Ex: briga de galo, vaquejada, farra do boi.

Art. 32. Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais


silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Conduta equiparada – experiência científica (vivissecção)
§ 1º Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa
ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos,
quando existirem recursos alternativos.

Majorante
§ 2º A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do
animal.
Pesca:
● em período ou local proibido (art. 34) – definido por órgão ambiental
(SISNAMA)
● por meios proibidos (art. 35): pesca predatória

Art. 34. Pescar em período no qual a pesca seja proibida ou em lugares


interditados por órgão competente:
Pena - detenção de um ano a três anos ou multa, ou ambas as penas
cumulativamente.
Art. 35. Pescar mediante a utilização de:
I - explosivos ou substâncias que, em contato com a água, produzam
efeito semelhante;
II - substâncias tóxicas, ou outro meio proibido pela autoridade
competente:
Pena - reclusão de um ano a cinco anos.
Excludentes de ilicitude (art. 37)

I - em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de sua


família; (caça famélica)
II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória ou
destruidora de animais, desde que legal e expressamente autorizado
pela autoridade competente;
IV - por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo
órgão competente.
Crimes contra a flora (art. 38 ao 53)

Flora: é a totalidade das espécies vegetais de uma determinada região,


incluindo as algas e fitoplânctons marinhos.
Destruir ou danificar floresta de preservação permanente (art. 38)

Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de preservação


permanente, mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência das
normas de proteção:
Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas
cumulativamente.
Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade.
Destruir ou danificar vegetação (art. 38-A)

Art. 38-A. Destruir ou danificar vegetação primária ou secundária, em


estágio avançado ou médio de regeneração, do Bioma Mata Atlântica,
ou utilizá-la com infringência das normas de proteção:

Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, ou multa, ou ambas as penas


cumulativamente.

Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será


reduzida à metade.
Provocar incêndio em mata ou floresta (art. 41)

Art. 41. Provocar incêndio em mata ou floresta:


Pena - reclusão, de dois a quatro anos, e multa.

Parágrafo único. Se o crime é culposo, a pena é de detenção de seis


meses a um ano, e multa.
Soltar balões (art. 42)
● Crime de perigo abstrato

Art. 42. Fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar
incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, em áreas
urbanas ou qualquer tipo de assentamento humano:

Pena - detenção de um a três anos ou multa, ou ambas as penas


cumulativamente.
Desmatamento (art. 50-A)

Art. 50-A. Desmatar, explorar economicamente ou degradar floresta,


plantada ou nativa, em terras de domínio público ou devolutas, sem
autorização do órgão competente:

Pena - reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa.

§ 1o Não é crime a conduta praticada quando necessária à subsistência


imediata pessoal do agente ou de sua família.
3 Crimes de poluição (art. 54 ao 61)

Poluição (art. 54): é aquela emita de substâncias na atmosfera em níveis


que provoquem risco para o meio ambiente (art. 3º, III, l. 6938/81)

Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que


resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que
provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da
flora:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

§ 1º Se o crime é culposo:
Pena - detenção, de seis meses a um ano, e multa.
4 Crimes contra o ordenamento urbano e patrimônio cultural (art. 62 ao 65)

Pichação

Art. 65. Pichar, grafitar ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento
urbano:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.

Art. 65. Pichar ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento


urbano: (Redação dada pela Lei nº 12.408, de 2011)
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
Excludente de ilicitude
§ 2o Não constitui crime a prática de grafite realizada com o objetivo de
valorizar o patrimônio público ou privado mediante manifestação
artística, desde que consentida pelo proprietário e, quando couber,
pelo locatário ou arrendatário do bem privado e, no caso de bem público,
com a autorização do órgão competente e a observância das posturas
municipais e das normas editadas pelos órgãos governamentais
responsáveis pela preservação e conservação do patrimônio histórico e
artístico nacional.
CRIMES
CONTRA O
PATRIMÔNIO
Furto
1 Furto Simples

Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem,


coisa alheia móvel:

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.


Furto de coisa comum

Art. 156 - Subtrair o condômino, co-herdeiro ou


sócio, para si ou para outrem, a quem
legitimamente a detém, a coisa comum:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou
multa.
§ 1º - Somente se procede mediante
representação.

§ 2º - Não é punível a subtração de coisa


comum fungível, cujo valor não excede a quota
a que tem direito o agente.
Qual o objeto material do furto?
● Coisa alheia móvel

● Energia elétrica ou com valor econômico

(radioatividade, genética – sêmen de animal)

§ 3º - Equipara-se à coisa móvel a energia


elétrica ou qualquer outra que tenha
valor econômico.
Subtração de cadáver é furto?

Art. 211 - Destruir, subtrair ou ocultar cadáver


ou parte dele:
Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.

Exceto se tiver finalidade específica


(museu, faculdade) – furto
Qual a diferença entre furto e apropriação
indébita?

Art. 168 - Apropriar-se de coisa alheia móvel,


de que tem a posse ou a detenção
Na apropriação indébita não existe subtração
ou fraude. O indivíduo tem a posse anterior e
passa a agir como se fosse dono da coisa.

Cuidado: se a detenção do bem for vigiada,


haverá furto, pois o agente não tem a livre
disponibilidade do bem.
Apropriação de coisa achada
Art. 169, II - quem acha coisa alheia perdida e
dela se apropria, total ou parcialmente, deixando
de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou
de entregá-la à autoridade competente, dentro no
prazo de quinze dias.
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.
2 Furto Privilegiado

§ 2º - Se o criminoso é primário, E é de pequeno


valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena
de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a
dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.

● Primariedade (não reincidente)


● Pequeno valor (até um salário mínimo)
Privilégio é FERA

Furto
Estelionato
Receptação
Apropriação indébita
3 Furto Majorado

§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o


crime é praticado durante o repouso noturno.
4 Furto Qualificado

§ 6o A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5


(cinco) anos se a subtração for de semovente
domesticável de produção, ainda que abatido
ou dividido em partes no local da subtração.
(Abigeato)
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos,
e multa, se o crime é cometido:

I - com destruição ou rompimento de obstáculo


à subtração da coisa;
Arrebentar a janela do carro para furtá-lo?
● Não incide porque o obstáculo é parte

integrante do objeto
Arrebentar a janela do carro para furtar um
celular que está dentro?
II - com abuso de confiança, ou mediante
fraude, escalada ou destreza;
Furto mediante fraude x Estelionato

Art. 171 - Obter, para si ou para outrem,


vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo
ou mantendo alguém em erro, mediante
artifício, ardil, ou qualquer outro meio
fraudulento:
Furto mediante Estelionato
fraude
A fraude busca A fraude busca
diminuir a fazer a vítima
vigilância da incidir em erro e
vítima sobre a entregar a posse
coisa, facilitando desvigiada da
a subtração coisa ao agente
Furto mediante Estelionato
fraude
O bem é retirado A posse do bem
sem que a vítima passa para o
perceba (posse agente de forma
alterada de forma bilateral (a vítima
unilateral) concorda)
§ 4º-B. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8
(oito) anos, e multa, se o furto mediante fraude
é cometido por meio de dispositivo eletrônico
ou informático, conectado ou não à rede de
computadores, com ou sem a violação de
mecanismo de segurança ou a utilização de
programa malicioso, ou por qualquer
outro meio fraudulento análogo.
(Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
§ 4º-C. A pena prevista no § 4º-B deste artigo,
considerada a relevância do resultado gravoso:
(Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
I – aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços),
se o crime é praticado mediante a utilização de
servidor mantido fora do território nacional;
II – aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro, se o
crime é praticado contra idoso ou
vulnerável.
III - com emprego de chave falsa;
● Todo instrumento destinado a abrir
fechaduras. Ex: grampo de cabelo, chave de
fenda, mixa ou gazua
IV - mediante concurso de duas ou mais
pessoas.
● Engloba participação e coautoria

● Engloba o inimputável
§ 5º - A pena é de reclusão de três a oito anos,
se a subtração for de veículo automotor que
venha a ser transportado para outro Estado ou
para o exterior.
§ 4º-A A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10
(dez) anos e multa, se houver emprego de
explosivo ou de artefato análogo que cause
perigo comum.
§ 7º A pena é de reclusão de 4 (quatro) a 10
(dez) anos e multa, se a subtração for de
substâncias explosivas ou de acessórios que,
conjunta ou isoladamente, possibilitem sua
fabricação, montagem ou emprego.
Roubo
1 Roubo simples ou próprio

Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si


ou para outrem, mediante grave ameaça ou
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por
qualquer meio, reduzido à impossibilidade de
resistência:
Pena - reclusão, de quatro a dez
anos, e multa.
2 Roubo impróprio

Art. 157 - § 1º - Na mesma pena incorre quem,


logo depois de subtraída a coisa, emprega
violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim
de assegurar a impunidade do crime ou a
detenção da coisa para si ou para terceiro.

Pena - reclusão, de quatro a dez anos,


e multa.
Formas de execução: Grave Ameaça ou
Violência

● Essas formas de execução são utilizadas


após a subtração, para fins de garantir a
impunidade do crime ou a detenção da coisa
● Se consuma com o emprego da
violência ou grave ameaça
3 Roubo majorado

Pena aumentada de 1/3 até a metade (157, §2º):

● Concurso de duas ou mais pessoas


● Vítima em serviço de transporte de valores e
o agente conhecia tal circunstância (Ex:
carro forte)
● Subtração de veículo automotor que venha a
ser transportado para outro Estado ou País;
● Se o agente mantém a vítima em seu poder,
restringindo (A LEI NÃO FALA PRIVANDO)
sua liberdade.

● VI – se a subtração for de substâncias


explosivas ou de acessórios que, conjunta
ou isoladamente, possibilitem sua
fabricação, montagem ou emprego.
● VII - se a violência ou grave ameaça é
exercida com emprego de arma
branca; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Pena aumentada de 2/3 (157, §2º-A):

● se a violência ou ameaça é exercida com


emprego de arma de fogo
Obs: arma de brinquedo não é arma e
simulação de arma também não é roubo
majorado/circunstanciado.
● destruição ou rompimento de obstáculo
mediante o emprego de explosivo ou de
artefato análogo que cause perigo comum
§ 2º-B. Se a violência ou grave ameaça é
exercida com emprego de arma de fogo de uso
restrito ou proibido, aplica-se em dobro a pena
prevista no caput deste artigo. (Incluído pela
Lei nº 13.964, de 2019)
4 Roubo qualificado

Art. 157, § 3º Se da violência:


I – lesão corporal grave, a pena é de reclusão
de 7 (sete) a 18 (dezoito) anos, e multa;
II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a
30 (trinta) anos, e multa.
(LATROCÍNIO)
Crime de latrocínio será julgado no Tribunal do
Júri?
Não, pois é crime contra o patrimônio e não
crime contra a vida
Súmula 603, STF: A competência para o
processo e julgamento de latrocínio é do juiz
singular e não do tribunal do júri.
Extorsão
Art. 158 - Constranger alguém, mediante
violência ou grave ameaça, e com o intuito de
obter para si ou para outrem indevida vantagem
econômica, a fazer, tolerar que se faça ou
deixar de fazer alguma coisa:

Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

Possui um fim especial: obter


indevida vantagem econômica
É crime material ou formal?
Formal: se consuma com o constrangimento +
realização do comportamento pela vítima
Súmula 96, STJ: O crime de extorsão consuma-
se independentemente da obtenção da
vantagem indevida.
Extorsão majorada

Art. 158, § 1º - Se o crime é cometido por duas


ou mais pessoas, ou com emprego de arma,
aumenta-se a pena de um terço até metade.
Extorsão qualificada

Art. 158, § 3o Se o crime é cometido mediante a


restrição da liberdade da vítima, e essa condição é
necessária para a obtenção da vantagem econômica, a
pena é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da
multa; se resulta lesão corporal grave (16 a 24 ANOS)
ou morte (24 a 30 ANOS), aplicam-se as penas previstas
no art. 159, §§ 2o e 3o, respectivamente.
Obs.: A vantagem depende da
colaboração da vítima
Extorsão
mediante
sequestro
1 Extorsão mediante sequestro

Art. 159 - Seqüestrar pessoa com o fim de


obter, para si ou para outrem, qualquer
vantagem, como condição ou preço do resgate:

Pena - reclusão, de oito a quinze anos.


Quando se consuma?
Quando o agente priva a liberdade da vítima
(crime formal)

O que é o recebimento do resgate?


Mero exaurimento
Crime permanente:
- momento consumativo se prolonga no tempo
- A prisão em flagrante é possível em qualquer
momento enquanto não cessada a permanência

Obs: É crime hediondo, em todas as suas


modalidades
Extorsão mediante sequestro qualificada

§ 1o Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e


quatro) horas, se o sequestrado é menor de 18
(dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se
o crime é cometido por bando ou quadrilha.
Pena - reclusão, de doze a vinte anos.
§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de
natureza grave:
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro
anos.

§ 3º - Se resulta a morte:
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos.
Delação Premiada

§ 4º - Se o crime é cometido em concurso, o


concorrente que o denunciar à autoridade,
facilitando a libertação do sequestrado, terá
sua pena reduzida de um a dois terços.
Dano
Dano simples

Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa


alheia:

Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.

• Não existe modalidade culposa


Dano qualificado

Parágrafo único - Se o crime é cometido:


I - com violência à pessoa ou grave ameaça;
II - com emprego de substância inflamável ou
explosiva, se o fato não constitui crime mais
grave
III - contra o patrimônio da União, de Estado, do
Distrito Federal, de Município ou de autarquia,
fundação pública, empresa pública, sociedade
de economia mista ou empresa concessionária
de serviços públicos;
IV - por motivo egoístico ou com prejuízo
considerável para a vítima:
Pena - detenção, de seis meses a
três anos, e multa, além da pena
correspondente à violência.
Ação Penal

Art. 167 - Nos casos do art. 163, do inciso IV do


seu parágrafo e do art. 164, somente se
procede mediante queixa.

Dano simples e dano qualificado por motivo


egoístico: Ação Penal Privada
Estelionato e
outras fraudes
Art. 171 - Obter, para si ou para outrem,
vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo
ou mantendo alguém em erro, mediante
artifício, ardil, ou qualquer outro meio
fraudulento:

Pena - reclusão, de um a cinco anos,


e multa, de quinhentos mil réis a dez
contos de réis.
Estelionato previdenciário

§ 3º - A pena aumenta-se de um terço, se o


crime é cometido em detrimento de entidade de
direito público ou de instituto de economia
popular, assistência social ou beneficência.
Estelionato contra idoso ou vulnerável

§ 4o Aplica-se a pena em dobro se o crime for


cometido contra idoso. (Incluído pela Lei nº 13.228,
de 2015)

§ 4º A pena aumenta-se de 1/3 (um terço) ao dobro,


se o crime é cometido contra idoso ou vulnerável,
considerada a relevância do resultado
gravoso. (Redação dada pela
Lei nº 14.155, de 2021)
Estelionato privilegiado

§ 1º - Se o criminoso é primário, e é de
pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a
pena conforme o disposto no art. 155, § 2º.

Não pune modalidade culposa


Ação Penal

A DICA 70
§ 5º Somente se procede mediante representação,
salvo se a vítima for: (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019)
I - a Administração Pública, direta ou indireta;
II - criança ou adolescente;
III - pessoa com deficiência mental; ou
IV - maior de 70 (setenta) anos de idade
ou incapaz.
Fraude
Eletrônica
Art. 171, § 2º-A. A pena é de reclusão, de 4
(quatro) a 8 (oito) anos, e multa, se a fraude é
cometida com a utilização de informações
fornecidas pela vítima ou por terceiro induzido
a erro por meio de redes sociais, contatos
telefônicos ou envio de correio eletrônico
fraudulento, ou por qualquer outro meio
fraudulento análogo.
(Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021)
§ 2º-B. A pena prevista no § 2º-A deste artigo,
considerada a relevância do resultado gravoso,
aumenta-se de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois
terços), se o crime é praticado mediante a
utilização de servidor mantido fora do território
nacional. (Incluído pela Lei nº 14.155, de
2021)
Receptação
1 Previsão legal

Art. 180 - Adquirir, receber, transportar,


conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou
alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou
influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira,
receba ou oculte:

Pena - reclusão, de um a quatro


anos, e multa.
Desconhecimento ou isenção de pena do autor
do crime antecedente
§ 4º - A receptação é punível, ainda que
desconhecido ou isento de pena o autor do
crime de que proveio a coisa.
4 Receptação qualificada

Art. 180, 1º - Adquirir, receber, transportar,


conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar,
montar, remontar, vender, expor à venda, ou de
qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou
alheio, no exercício de atividade comercial ou
industrial, coisa que deve saber ser produto de
crime:
Pena - reclusão, de três a oito anos, e
multa.
§ 2º - Equipara-se à atividade comercial, para
efeito do parágrafo anterior, qualquer forma de
comércio irregular ou clandestino, inclusive o
exercício em residência.
5 Receptação culposa

Art. 180, § 3º - Adquirir ou receber coisa que,


por sua natureza ou pela desproporção entre o
valor e o preço, ou pela condição de quem a
oferece, deve presumir-se obtida por meio
criminoso:

Pena - detenção, de um mês a um


ano, ou multa, ou ambas as penas.
6 Benefícios

§ 5º - Na hipótese do § 3º, se o criminoso é


primário, pode o juiz, tendo em consideração as
circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na
receptação dolosa aplica-se o disposto no § 2º
do art. 155.
Receptação culposa – perdão judicial
- Primariedade
- Circunstâncias indicarem desnecessidade da
pena (culpa levíssima)
Receptação dolosa – privilégio

- Primariedade
- Pequeno valor da coisa

Obs.: É possível receptação qualificada


privilegiada
7 Receptação majorada

Art. 180, § 6o Tratando-se de bens do


patrimônio da União, de Estado, do Distrito
Federal, de Município ou de autarquia, fundação
pública, empresa pública, sociedade de
economia mista ou empresa concessionária de
serviços públicos, aplica-se em
dobro a pena prevista no caput
deste artigo.
8 Receptação de animal

Art. 180-A. Adquirir, receber, transportar, conduzir,


ocultar, ter em depósito ou vender, com a
finalidade de produção ou de comercialização,
semovente domesticável de produção, ainda que
abatido ou dividido em partes, que deve saber ser
produto de crime: (Incluído pela Lei nº 13.330, de
2016)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco)
anos, e multa.
Crimes Hediondos
(Lei 8.072/90)
Prof.º Rafael Cardoso de Souza
1 Previsão Constitucional

Art. 5º, XLIII - a lei considerará crimes


inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou
anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os
definidos como crimes hediondos, por eles
respondendo os mandantes, os
executores e os que, podendo
evitá-los, se omitirem;
2 Sistema

Sistema judicial: o magistrado define o que é


crime hediondo na análise do caso concreto.
Crítica: gera insegurança jurídica.
Sistema Legal: somente é considerado crime
hediondo aquele previsto em lei, é um rol
taxativo. Crítica: engessa o sistema. É o
sistema adotado pelo Brasil.

Sistema misto: o legislador cria um rol


exemplificativo, mas permite que o magistrado
acrescente um crime hediondo de
acordo com o caso concreto.
3 Crimes Hediondos

3.1 Previstos no Código Penal

Art. 1o São considerados hediondos os


seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-
Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código
Penal, consumados ou tentados:
I - homicídio (art. 121), quando praticado em
atividade típica de grupo de extermínio, ainda
que cometido por um só agente, e homicídio
qualificado (art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V,
VI, VII, VIII e IX) (Redação dada pela Lei nº
14.344, de 2022)
Homicídio simples: como regra não é hediondo
• Somente se praticado em atividade típica de
grupo de extermínio (homicídio
condicionado)
• Pode ser praticado por um único agente
• Não abrange o homicídio praticado por
milícia privada
I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima
(art. 129, § 2o) e lesão corporal seguida de morte (art.
129, § 3o), quando praticadas contra autoridade ou
agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força
Nacional de Segurança Pública, no exercício da
função ou em decorrência dela, ou contra seu
cônjuge, companheiro ou parente
consanguíneo até terceiro grau, em
razão dessa condição;
(Incluído pela Lei nº 13.142, de 2015)
II - roubo:
a) circunstanciado pela restrição de liberdade da
vítima (art. 157, § 2º, inciso V);
b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo
(art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego de arma
de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-
B);
c) qualificado pelo resultado lesão
corporal grave ou morte (art. 157, § 3º);
III - extorsão qualificada pela restrição da
liberdade da vítima, ocorrência de lesão
corporal ou morte (art. 158, § 3º);
IV - extorsão mediante sequestro e na forma
qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o);
V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o);

VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§


1o, 2o, 3o e 4o);

VII - epidemia com resultado morte (art. 267, §


1o).
VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou
alteração de produto destinado a fins
terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e §
1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação dada pela Lei
no 9.677, de 2 de julho de 1998)
VIII - favorecimento da prostituição ou de outra
forma de exploração sexual de criança ou
adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput,
e §§ 1º e 2º). (Incluído pela Lei nº 12.978, de
2014)

IX - furto qualificado pelo emprego de explosivo


ou de artefato análogo que cause
perigo comum (art. 155, § 4º-A).
3.2 Não previstos no Código Penal

Parágrafo único. Consideram-se também


hediondos, tentados ou consumados:

I - o crime de genocídio, previsto nos arts. 1º, 2º


e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de outubro de 1956;
II - o crime de posse ou porte ilegal de arma de
fogo de uso proibido, previsto no art. 16 da Lei
nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
III - o crime de comércio ilegal de armas de
fogo, previsto no art. 17 da Lei nº 10.826, de 22
de dezembro de 2003;

IV - o crime de tráfico internacional de arma de


fogo, acessório ou munição, previsto no art. 18
da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
V - o crime de organização criminosa, quando
direcionado à prática de crime hediondo ou
equiparado.
3.3 Crimes equiparados à hediondos

• Tortura (exceto tortura omissiva)


• Terrorismo
• Tráfico ilícito de entorpecentes (art. 33, caput
e §1º)
4 Consequências da aplicação da Lei

Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da


tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis
de:
I - anistia, graça e indulto* (não previsto na CF);
II - fiança.

STF entende que não é cabível o indulto para


crimes hediondos.

Atenção: cabe liberdade provisória sem fiança


para crimes hediondos.
Regime de cumprimento da pena

§ 1º A pena por crime previsto neste artigo será


cumprida integralmente em regime fechado.
§ 1o A pena por crime previsto neste artigo será
cumprida inicialmente em regime fechado.
(Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

STF declarou inconstitucional


Apelação em liberdade

§ 3o Em caso de sentença condenatória, o juiz


decidirá fundamentadamente se o réu poderá
apelar em liberdade.
Prazo da prisão temporária

§4º A prisão temporária, sobre a qual dispõe


a Lei no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos
crimes previstos neste artigo, terá o prazo de
30 (trinta) dias, prorrogável por igual período
em caso de extrema e comprovada
necessidade.

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