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DOS CRIMES CONTRA A VIDA

LESÃO CORPORAL CULPOSA (Art.129, § 6°CP)


CONCEITO: É o crime caracterizado pela ação ou omissão do agressor, que agindo com
negligência, imprudência ou imperícia acaba por lecionar, causar danos físicos ou
mentais na vítima.

• Pouco importa a gravidade da lesão (leve, grave ou gravíssima), se a mesma foi


praticada na modalidade culposa. Aplicando-se a pena do artigo 129 § 6° CP.

• Pena - detenção, de dois meses a um ano. Caracterizando uma infração penal


de menor potencial ofensivo.

• Condicionada à representação da vítima. “Além das hipóteses do Código Penal


e da legislação especial, dependerá de representação a ação penal relativa aos
crimes de lesões corporais leves e lesões culposas”. Lei 9099/95 Art. 88.

• AUMENTO DA PENA - § 7º. Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer


qualquer das hipóteses do art. 121, § 4º. ”No homicídio culposo, a pena é
aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra
técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato
socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge
para evitar prisão em flagrante. Se o crime é praticado contra pessoa menor de
14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos”.
• Objeto protegido: A integridade física ou fisiopsíquica da pessoa.
• Sujeito Ativo: Qualquer pessoa.
• Sujeito passivo: Qualquer pessoa, salvo nas figuras dolosas qualificadas do §
1º, IV, e do § 2º, V, em que deve ser grávida.
• Tipo objetivo: A autolesão é impunível, exceto quando configurar outro delito:
Exemplos: Fraude para recebimento de seguro (art.171, §2º, V-CP) ou para
criação de incapacidade para se furtar ao serviço militar (art.184 do CPM) casos
em que são sujeitos passivos: a seguradora lesada ou o Estado. O núcleo é
ofender, lesar, ferir, pode ser praticado de forma livre, sendo comissivo ou
omissivo.
• Tentativa: Admissível, salvo em algumas figuras qualificadas como: § 1º IV
(grave-resultando aceleração do parto); §2º V (gravíssima-resultando aborto);
§ 3º (resultando morte).
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA (Lei n° 10.886, DE 17 de 17 de junho 2004).
Artigo 129, §§§ 9°, 10 e 11.
• Art. 1o O art. 129 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 –
Código Penal, passa a vigorar acrescido dos seguintes §§ 9° e 10.
• § 9° - Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão,
cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou,
ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou
de hospitalidade.
➢ Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano.
• § 10 - Nos casos previstos nos §§ 1° a 3° deste artigo, se as circunstâncias são
as indicadas no § 9° deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço).

• Trata-se de uma lesão corporal leve, dolosa e qualificada pela violência


doméstica.

➢ Pena: de 3(três) meses a 3(três) anos.


• Precisa-se de representação da vítima. Condicionada a representação da
vítima.
• Sujeito Passivo: “CADI” – cônjuge, ascendente, descendente e irmãos.
Para que se caracterize a violência doméstica serão necessários dois requisitos, a
saber:
✓ Hospitalidade
✓ Relação doméstica

• Se a violência doméstica for cometida contra portadores de deficiência


aumenta-se a pena de acordo com o § 11. Na hipótese do § 9° deste artigo, a
pena será aumentada de um terço se o crime for cometido contra pessoa
portadora de deficiência.

• Aplicar-se a lei tanto para mulher como para o homem.

• Controvérsia: Por ocasião do julgamento da ADI 4424 DF, o STF firmou a


orientação de que a natureza da ação do crime de lesões corporais, praticadas
no âmbito doméstico, é sempre a pública incondicionada, sem possibilidade de
retratação da vítima, não importando em que extensão (leve, grave ou
gravíssima, dolosa ou culposa). Com isso, o STJ reviu sua jurisprudência e
passou a acompanhar o entendimento do STF sobre a matéria, publicando
então a Súmula 542: “A ação penal relativa ao crime de lesão corporal
resultante de violência doméstica contra a mulher é pública incondicionada”.
• A lesão corporal dolosa é considerada como agravante de pena, nos casos de
criança e idosos. Art. 61 II, h CP.

• Linchamento: Também considera-se como agravante a lesão corporal,


cometida quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade.
Art. 61 II, i. CP.

A Lei 13.142/15 alterou o art. 121, § 2°, do CP, nele acrescentando mais uma
circunstância qualificadora (VII), assim redigida:

➢ Contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição


Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança
Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge,
companheiro ou parente consanguíneo até 3°. Grau, em razão dessa condição.

➢ A justificativa apresentada pelo Congresso para aprovar a novel Lei pode assim
ser resumida: tentar prevenir ou diminuir crimes contra pessoas que atuam na
área de segurança pública, pessoas que atuam no “front” no combate à
criminalidade. A mudança, de acordo com a Casa de Leis, é crucial para
fortalecer o Estado Democrático de Direito e as instituições legalmente
constituídas para combater o crime, em especial o organizado, o qual planeja
criar pânico e o descontrole social, quando um ator do combate à criminalidade
é vítima de homicídio.

Artigo 2° da Lei 8072/90 – LEI DOS CRIMES HEDIONDOS


• A tortura é equiparada ao crime hediondo.
• A tortura é um crime material. O crime material é aquele em que a lei descreve
o tipo de comportamento e também o resultado. No caso, o resultado seria o
sofrimento físico e mental.

✓ Art.2° - Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de


entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de: (Vide
Súmula Vinculante)

➢ I - anistia, graça e indulto;


➢ II - fiança.
Artigo 1° da Lei nº 9.455 de 07 de Abril de 1997.Lei de Tortura.
Art. 1º Constitui crime de tortura:
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe
sofrimento físico ou mental:
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira
pessoa;
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;
c) em razão de discriminação racial ou religiosa;
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão
de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.

➢ O crime de tortura é considerado crime hediondo por equiparação.

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