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SIMULADO 2ª FASE | PENAL

Grupo 10 | Simulado Regular 4

Instruções gerais
✓ Os Simulados regulares serão disponibilizados às sextas-feiras, na modalidade
online, no link “Diagnóstico e simulados” no Menu da Área do Aluno.
✓ O simulado poderá ser remetido via PDF, diretamente pela Plataforma. Caso o
aluno deseje fazer na forma manuscrita, poderá fazer na folha modelo e após
Como digitalização, remeter o arquivo em PDF.
remeter para ✓ Cada atividade terá que ter 1 arquivo (ou seja, 1 arquivo único para a peça, com
correção? até 5 páginas e 1 arquivo para cada questão). Para a peça, sugerimos o uso do
programa www.pdfjoin.com para a junção dos arquivos.

✓ A correção dos Simulados é individualizada, contendo duas partes: a) análise


pelo professor com a atribuição dos pontos em cada quesito, no formato do
Como recebo espelho FGV e comentários; b) diagnóstico – análise da plataforma, com a
a correção indicação dos gráficos e análise de performance.
✓ A correção poderá ser visualizada no próprio link “Provas e Simulados > Meus
Simulados e Provas”.
✓ O aluno poderá acompanhar o status de correção: a) enviado, b) em revisão c)
revisada (correção realizada).

ENUNCIADOS

PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL

Rita, nascida em 03/03/1995, é trabalhadora rural no Estado de Minas Gerais, e após romper o noivado
com Gilberto, descobre que está grávida pela primeira vez. Envergonhada por estar grávida sem antes ter
formalizado uma união conjugal, Rita esconde a gestação de sua família, e sem buscar apoio de Gilberto,
decide levar a gestação adiante. Ocorre que no curso gestacional Rita passou a enfrentar um quadro
depressivo, fazendo uso de medicamentos controlados de forma constante. Não bastasse isso, Rita ainda
descobre que o bebê dessa gestação é portador de microcefalia, o que contribui para a intensificação de
seu quadro depressivo, pois estava ciente das dificuldades que enfrentaria ao criar, sozinha, uma criança
com inúmeras necessidades especiais. Na 38ª semana de gestação, precisamente no dia 21 de janeiro de
2014, pela manhã, Rita entra em trabalho de parto, vindo dar à luz a uma menina no hospital Santa Julia,
em Belo Horizonte/MG, e com a criança em seus braços, no mesmo dia retorna para casa, na cidade de
Ipatinga/MG. Durante a noite, Rita amamenta a criança e em seguida a posiciona adequadamente para
estimular a saída de gases pela boca do bebê, dando batidinhas nas costas, e logo depois a coloca no
berço, por volta de 20h30min. Antes que esse dia terminasse, porém, Rita é subitamente tomada por
extremo furor, bradando “eu não quero essa criança com defeito, isso não saiu de mim”, e neste ímpeto,
aproximadamente às 22h45min, Rita pega a criança e a atira no chão. Luzia, uma vizinha que morava aos
fundos do quintal, após ouvir os gritos de Rita, entra na casa e lá encontra a criança no chão, já sem vida,
tendo imediatamente acionou a polícia para pedir socorro.
Durante a fase de inquérito policial, foi realizado exame médico-legal, o qual atestou que as alterações
psíquicas de Rita ocorreram pois ela estava sob influência de estado puerperal. Também foi realizado
exame de necropsia da criança, o qual constatou que a causa da morte foi a ocorrência de uma parada
respiratória, resultante da aspiração de leite, e que o óbito teria ocorrido por volta de 21hs. Ante os fatos,
Rita foi denunciada como incursa na prática do art. 123 do Código Penal, tendo ocorrido o recebimento da
denúncia em 02 de setembro de 2015, com a regular citação da ré e apresentação de resposta à acusação.
No curso da ação penal, foram empregadas inúmeras diligências a fim de intimar Lucia, para que ela
prestasse depoimento em juízo, contudo, chegou ao conhecimento do juízo que ela havia se mudado do
local pouco tempo depois do ocorrido, assim, sem êxito nas tentativas de encontrá-la, as partes desistiram
desta testemunha. A audiência de instrução criminal ocorreu de forma regular, tendo a ré afirmado em seu
interrogatório que jogou a criança no chão, mas tudo em razão do seu estado psíquico, afirmando ainda
que se arrependeu daquele ato. Ao final da instrução, tendo em vista a complexidade do caso, o
magistrado abriu vista às partes para que apresentassem alegações finais escritas, de modo que o
Ministério Público se manifestou pela pronúncia, nos termos da denúncia, e a defesa, pela absolvição
sumária. Em seguida, o processo foi concluso ao juízo que decidiu pela pronúncia da ré, afirmando em sua
decisão que “há indícios mais do que suficientes de autoria e materialidade do crime, a ré agiu de forma
cruel ao ceifar a vida de uma criança indefesa, fragilizada pela sua condição de saúde e suas poucas horas
de vida, devendo assim ser julgada pelo Tribunal do Júri, e ao final condenada”. A decisão foi publicada no
dia 18 de abril de 2022 (sexta-feira). Assim, na condição de advogado(a) de Rita, apresente a medida
cabível, diversa de habeas corpus e no último dia do prazo, com todas as teses jurídicas pertinentes.

QUESTÕES

QUESTÃO 1

Anderson e André são processados e ao final condenados pela prática do crime de furto qualificado pelo
concurso de agentes (art. 155, §4º, IV do CP). A advogada de Anderson interpôs o recurso cabível contra o
decreto condenatório, no entanto, o advogado de André perdeu o prazo e não pode interpor o recurso em
razão da intempestividade. O Tribunal de Justiça, ao julgar o recurso de Anderson, decidiu que não havia
provas suficientes da existência do fato, absolvendo-o, com fundamento no art. 386, II do CPP. Diante
deste cenário, responda fundamentadamente os itens a seguir:
A) André pode ser beneficiado pela decisão proferida pelo Tribunal?

B) Caso a absolvição de Anderson fosse fundamentada na ausência de provas de autoria delitiva, André
poderia ser beneficiado?

Obs: A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação.

QUESTÃO 02

Em 18 de janeiro de 2013, Ana Laura, à época com 15 anos, foi vítima de estupro praticado por Felipe, um
rapaz da sua turma do curso de inglês, que contava com 19 anos quando do cometimento do crime. Ana
Laura não teve coragem de relatar a ninguém o que havia vivenciado. Contudo, quando completou 24
anos, em 23 de fevereiro de 2021, Ana Laura decidiu que precisava resolver essa questão para se livrar do
trauma que a bloqueava nos relacionamentos afetivos com outras pessoas, tendo então procurado o
Ministério Público e comunicado formalmente o ocorrido. Diante do relato de Ana Laura, foi oferecida
denúncia contra Felipe pela prática do crime previsto no art. 213, §1º do CP. Felipe foi citado e apresentou
resposta à acusação. Após analisar a peça defensiva, o magistrado absolveu sumariamente o acusado, sob
o seguinte fundamento: “No caso concreto operou-se a prescrição da pretensão punitiva. O crime de
estupro contra menor de 18 anos e maior de 14 anos (art. 213, §1º do CP) tem pena máxima de 12 anos,
que prescreve em 16 anos conforme art. 109, inciso II do CP, ocorre que, à época dos fatos o acusado tinha
menos de 21 anos, logo, o prazo prescricional é reduzido pela metade, sendo certo que entre o fato e o
oferecimento da denúncia, transcorreu período superior a 8 anos, impondo-se assim, a absolvição sumária
pela extinção da punibilidade do agente, nos termos do art. 397, IV do CPP”.
Ana Laura tomou ciência desta decisão e, inconformada, foi até seu escritório em busca de orientação
jurídica. Neste sentido, responda fundamentadamente:
A) Qual a medida judicial cabível contra a decisão do magistrado?

B) Qual argumento de direito material deverá ser apresentado?

Obs. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação.

QUESTÃO 3

Stive, delegado de polícia, intimou Gilmar para, na condição de investigado, ser interrogado pela suposta
prática de crime de fraude para recebimento de indenização ou valor de seguro (art. 171, §2º, V do CP).
Acompanhado de seu advogado, e devidamente orientado, Gilmar reportou à autoridade policial que faria
uso do seu direito constitucional ao silêncio. No entanto, a autoridade policial insistiu em formular
perguntas, sob a ameaça de que se Gilmar não falasse o que era perguntado, imediatamente seria feito
requerimento de prisão temporária contra ele, isso tudo com o nítido propósito de constranger o indivíduo
a ceder e responder aos questionamentos. Diante do cenário apresentado, responda fundamentadamente
os itens a seguir:
A) Stive pode ser responsabilizado criminalmente por seu comportamento?

B) Diante da imputação feita, seria possível a decretação da prisão temporária?

Obs. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação.

QUESTÃO 4

Uma equipe da polícia investigativa realizava diligências a fim de identificar a autoria de um possível crime
de homicídio com ocultação de cadáver. Havia indícios de que Thúlio teria matado à tiros Fernando, em
razão de uma rivalidade antiga. O corpo não havia sido encontrado, e em razão disso suspeitava-se da
ocultação de cadáver. Sem maiores êxitos na investigação, o policial Daniel decide empregar violência e
causar sofrimento físico a Thúlio, com o propósito de extrair dele a confissão da prática dos crimes. Thúlio
então cede às agressões e confessa ter matado Fernando, indicando o local em que o corpo tinha sido
enterrado. Com base apenas nas informações do enunciado, responda fundamentadamente os itens a
seguir:
A) A prova constituída após a localização e apreensão do cadáver pode servir de base para oferecimento
da denúncia?

B) Hipoteticamente, se após a confissão a equipe policial se dirigisse até o local, e chegando lá, encontrasse
uma outra equipe policial que descobriu, por meios legais, o paradeiro do cadáver, a prova da apreensão
poderá ser utilizada?

Obs. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação.


Peça prático-profissional - 1/5
Peça prático-profissional - 2/5
Peça prático-profissional - 3/5
Peça prático-profissional - 4/5
Peça prático-profissional - 5/5
Questão 1 – 1/1 (Atenção: digitalizar e remeter cada questão separadamente)
Questão 2 – 1/1 (Atenção: digitalizar e remeter cada questão separadamente)
Questão 3 – 1/1 (Atenção: digitalizar e remeter cada questão separadamente)
Questão 4 – 1/1 (Atenção: digitalizar e remeter cada questão separadamente)

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