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PEÇA PROCESSUAL
Marcelino possui condenação transitada em julgado pela prática de roubo simples, cujo cumprimento da
pena findou-se em 2018. No dia 23 de dezembro de 2019, Marcelino incorreu em nova prática delitiva, ao
subtrair o celular de Jonas, mediante grave ameaça e em concurso com Fabiano, razão pela qual foi
regularmente processado e condenado à pena de 6 anos de reclusão em regime fechado pela prática da
conduta tipificado no art. 157, §2º, II do CP. Marcelino respondeu ao processo em liberdade, e após
transitada em julgado a sentença condenatória, o mandado de prisão fora cumprido em 31 de julho de 2021,
e desde então Marcelino efetivamente passou a cumprir pena na penitenciária estadual de Presidente
Prudente/SP, não tendo sido punido pela prática de falta grave em todo o período de cumprimento de pena,
de modo que preenchia os requisitos subjetivos para obtenção dos benefícios da execução penal. No dia 1º
de agosto de 2022, você, advogado(a) de Marcelino, formulou pedido de obtenção de progressão de regime
junto ao Juízo competente. O pedido, contudo, foi indeferido, apesar de, em tese, os requisitos objetivos e
subjetivos estarem preenchidos, sob os seguintes argumentos: a) não houve o preenchimento do requisito
objetivo, pois tratando-se de réu reincidente em crime com violência ou grave ameaça, este deverá cumprir
30% da pena, nos termos do art. 112, IV da LEP; b) não houve preenchimento do requisito subjetivo, pois
analisando todas as circunstâncias sobre o crime que Marcelino fora condenado, conclui-se que a gravidade
do delito impediria o benefício; e c) ainda que os requisitos estivessem presentes, a falta de vagas em colônia
agrícola, industrial ou estabelecimento similar na comarca, impediria a concessão do pleito defensivo. Você,
advogado(a) de Marcelino, foi intimado(a) dessa decisão em 09 de agosto de 2022 (terça-feira). Com base
nas informações acima expostas e naquelas que podem ser inferidas do caso concreto, redija a peça cabível,
excluída a possibilidade de habeas corpus, no último dia do prazo, sustentando todas as teses jurídicas
pertinentes.
Questão 1
Em determinada operação, o exército brasileiro realizou, no Estado do Rio de Janeiro, a apreensão de 58
toneladas de skank, conhecida como “supermaconha”. As substâncias entorpecentes apreendidas foram
levadas para o quartel, localizado na zona Sul do Rio de Janeiro, onde as drogas foram incineradas. Ocorre que a
fumaça decorrente da incineração das drogas foi alastrada pelo vento, invadindo casas e comércios ao redor.
Luan, que possui condenação definitiva por estelionato, saía de casa no exato momento em que a fumaça
circulava intensamente, e tendo tragado-a, passou a comportar-se de maneira diversa da habitual, com
alteração de sua percepção e coordenação motora, situação que o deixou privado de discernimento. Neste
contexto, Luan subtraiu a motocicleta de seu vizinho Paulo, tendo sido preso horas depois. Por essa conduta,
Luan foi processado e condenado como incurso na prática do art. 155, caput, do CP, à pena de 1 ano e 6 meses,
cujo regime prisional fixado fora o fechado, em razão de sua reincidência.
Diante do cenário narrado, responda fundamentadamente aos itens a seguir:
A) Qual a tese de direito material possível de ser alegada, em apelação, para afastar a responsabilização penal
de Luan?
B) Em caso de manutenção da condenação, poderia ser fixado regime prisional diverso do fechado?
B) Qual o argumento de direito material para questionar a capitulação delitiva realizada pela autoridade
policial?
B) Qual a medida processual cabível diante do julgamento realizado pela Câmara Criminal?