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Ante o exposto, ratifico a liminar deferida (fls. 42/44 – doc. único) para
CONCEDER PARCIALMENTE A ORDEM, a fim de isentar o paciente
do pagamento da fiança arbitrada, mantendo as condições fixadas
quando do deferimento da medida liminar.
Não há necessidade da expedição do alvará de soltura, pois o
paciente já foi solto por ocasião da apreciação da medida de urgência.
Oficie-se, o Juízo a quo certificando-se nos autos.
Sem custas”
ou
8. Ilegalidade do flagrante: esse tipo de tese vai se referir aos casos em que
há uma suposta ilegalidade no decorrer da prisão em flagrante. São várias as
hipóteses de ilegalidade que podem ter ocorrido, exemplos: agressão policial,
violação de domicílio; busca pessoal ilegal, etc. Portanto, dependendo da
ilegalidade que for alegada sobre o flagrante, o modelo poderá se alterar um
pouco. Essa tese acaba sendo, no meu ponto de vista, muito caso a caso.
Entretanto, mesmo que o modelo se altere um pouco na estrutura, o
entendimento é praticamente o mesmo para todas as hipóteses, aqui o
entendimento é de que se houve a conversão da prisão em flagrante
para a prisão preventiva, todas as eventuais ilegalidades dos flagrantes
ficam superadas.
a. Modelo para liminar ou relatório do mérito (negado o direito ao
silêncio):
“Inicialmente, sustenta a impetrante a ocorrência de ilegalidade da
prisão, haja vista que não foi garantido ao paciente o direito de ficar
em silêncio, tampouco foi assegurada a assistência familiar e do seu
advogado”
b. Modelo para corpo do mérito (negado o direito ao silêncio):
“No que se refere à alegação de ilegalidade da prisão em flagrante do
paciente devido a inobservância do direito ao silêncio e da ausência da
assistência do advogado, verifico que razão não assiste à Defesa.
Isso porque, a prisão em flagrante do paciente foi convertida em
preventiva, sendo dominante na jurisprudência o entendimento de que,
uma vez decretada a custódia preventiva, eventual vício no flagrante
resta superado, porquanto o paciente encontra-se, agora, segregado
por força de outro título judicial, o qual possui requisitos diversos.
Destaco precedentes deste Egrégio Tribunal de Justiça:
9. Medidas cautelares diversas da prisão (art. 319 do CPP): essa não tem
muito segredo, aparece com bastante frequência e é tranquila. Sempre que o
advogado citar “medidas cautelares suficientes para o caso” ou “respeito ao
art. 319 do CPP” ou algo do tipo, ele vai estar defendendo essa tese. Nos
casos em que for concedido o HC normalmente vai ser aplicada algumas
dessas medidas, mas quais delas vão ser aplicadas acaba variando para
cada gabinete e de acordo com as particularidades do caso. Já nos casos em
que for denegado o HC essa tese vai ser sempre afastada.
a. Modelo para liminar ou para relatório do mérito (denegando):
“Por fim, informa que o paciente possui condições pessoais favoráveis
para responder ao processo em liberdade ainda que mediante a
aplicação das medidas cautelares previstas no artigo 319 do
Código de Processo Penal” (modelo de condições pessoais
favoráveis e 319 juntos)
10. Mãe de menor - pede prisão domiciliar: a tese de que a paciente é mãe de
criança menor de 12 anos e a única responsável pelo seu sustento,
normalmente, vem acompanhada de um pedido de prisão domiciliar ou
liberdade provisória. Essa tese vem sendo arguida baseada em um HC
coletivo concedido pelo STF. O entendimento daqui é que a mera alegação
de ser mãe de menor não é suficiente para conceder a prisão domiciliar,
é necessário que o impetrante junte aos autos provas que sustentem
essa alegação. O modelo do corpo do mérito explica bem o nosso
entendimento e a decisão do STF.
a. Modelo para liminar ou para relatório do mérito:
“Alega que a paciente faz jus à concessão da liberdade provisória,
tendo em vista que é mãe de 02 (duas) crianças menores de 12 (doze)
anos, sendo a responsável pelo sustento e cuidado de seus filhos”
11. Doença grave: ocorre essa tese quando o impetrante afirma que o paciente
possui alguma doença grave que necessita de algum cuidado especializado,
fator que inviabiliza a sua permanência no presídio. O impetrante deve
comprovar que aquela doença realmente é grave e não pode ser tratada no
presídio. Sendo assim, laudos médicos devem ser juntados aos autos. Em
alguns casos, é possível até consultar o diretor do presídio para que ele
possa informar se o presídio tem condições de realizar o tratamento.
a. Modelo de liminar ou relatório de mérito:
“Alega que o increpado se encontra internado aguardando cirurgia e
que após a realização desta necessitará de atendimento
especializado, não sendo o presídio, portanto, local adequado para
sua recuperação”.
13. Segregação nula (art. 282, §6º, do CPP): essa tese surgiu depois das
modificações do Projeto Anticrime. Com as alterações do projeto, a nova
redação do artigo 282, §6º, do CPP prevê que o juiz deve fundamentar o
porquê não irá conceder as medidas cautelares diversas da prisão e que a
prisão preventiva só pode ser decretada quando não for cabível as medidas
do art. 319 do CPP. Observe que essa tese só será presente e deverá ser
rebatida se o impetrante mencionar que a segregação do paciente é nula por
não respeitar o artigo 282, §6º, do CPP ou porque de alguma forma esse
artigo foi desrespeitado. O artigo deve ser mencionado, mas a sua simples
menção não configura essa tese.
a. Modelo para liminar ou para relatório do mérito:
“Sustenta a impetrante, inicialmente, que a decisão que determinou a
segregação preventiva do increpado é inválida, ante a inobservância
do art. 282, § 6º, do Código de Processo Penal”
Fim.