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Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Faculdade de Direito
Estágio Obrigatório de Processo Penal
Aluno: Gustavo Terra Stangler, 00244207
Comentários de Sessão da 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça

Habeas Corpus n.º 617.577/SP

Impetrante: VICTOR HUGO ANUVALE RODRIGUES.

Advogado: VICTOR HUGO ANUVALE RODRIGUES.

Agravado(s): MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL.

Impetrado: TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO.

Paciente: LUIZ FELIPE FURINI BENITO (PRESO).

Interessado: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO.

Ministros: MIN. REYNALDO SOARES DA FONSECA (RELATOR), MIN.


FELIX FISCHER, MIN. RIBEIRO DANTAS, MIN. JOÃO OTÁVIO DE
NORONHA E MIN. JOEL ILAN PACIORNIK.

Turma: 5ª TURMA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA.

Data e horário: 02 de fevereiro de 2021, às 14 horas.

Link da Sessão: https://www.youtube.com/watch?v=EBMUTwC11PQ

A presente análise tratará a respeito da sessão ordinária realizada


em 02 de fevereiro de 2021, por videoconferência, pela 5ª Turma do Superior
Tribunal de Justiça, composto pelos excelentíssimos ministros: Min. Ribeiro
Dantas, Min. Joel Ilan Paciornik, Min. Felix Fischer, Min. Reynaldo Soares da
Fonseca e Min. João Otávio Noronha.

1) Do Habeas Corpus:

O Habeas Corpus é toda ação judicial que protege o direito da


liberdade de locomoção lesado ou ameaçado por qualquer ato visto como
abusivo de uma autoridade, este instituto está previsto no inciso LXVIII, artigo
5º, da Constituição Federal de 1988:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém sofrer ou


se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade
de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;

O procedimento ao qual será realizado para o habeas corpus está


regulamentado pela Lei n.º 8.038, de 1990, em seus artigos 23, 30 e 32 da
mesma lei.

2) Do caso em tela:

Trata-se de uma ação de habeas corpus impetrado pelo


advogado Dr. Victor Anuvale em favor de seu cliente ora preso, o Sr. Luiz
Felipe Benito. O caso trata da deflagração da Operação Quinau, realizada pela
Polícia Civil de São Paulo e deflagrada no dia 05 de março de 2020, que
culminou na prisão de 17 mandados expedidos, não sendo o paciente deste
habeas um dos detidos.

Após o cumprimento das prisões, um dos investigados, Welington


Massaroto Ricardo, teria também seu aparelho celular apreendido em meio às
medidas. Em posse deste aparelho a Polícia Civil pediu pelo exame do celular,
gerando laudo pericial que constatou provável associação criminosa para o
tráfico de drogas em 15 contatos telefônicos dentro da plataforma WhatsApp.

Em posse destes contatos suspeitos, a autoridade policial pediu


pela interceptação telefônica e de dados telemáticos, contabilizando-se os
quinze contatos no total. Interessante salientar que para alguns contatos
conseguiu-se fazer as qualificações, já outros restaram apenas em codinomes.

O pedido de interceptação telefônica fora determinado pelo juízo


de primeiro grau, na 1ª Vara da Comarca de Osvaldo Cruz, em São Paulo. A
decisão apresentou quatro laudas, constando referências ao laudo pericial e
demais peças informativas carreadas ao longo do inquérito policial.

Por fim, teria sido o paciente Luiz Felipe Benito preso por provas
colhidas em face das interceptações por envolvimento em associação
criminosa para tráfico de entorpecentes.

3) Da sustentação oral e do acórdão:

A sustentação do defensor Dr. Victor Anuvale revelou seu pedido


de nulidade das provas obtidas em sede das interceptações telefônicas colocou
em discussão uma série de irregularidades acerca do procedimento de pedido
e determinação da medida cautelar.

Defendeu alguns pontos: a falta de fundamentação suficiente para


decretação da quebra de sigilo, afirmando ser a decisão demasiada genérica.
Também afirmou que tal medida só poderia ser aprovada se esgotados os
demais meios probatórios para obtenção de provas. Aduziu a necessidade de
completa qualificação de todos os investigados lá envolvidos para fins de
quebra.

Desta forma, solicitou à Quinta Turma do Superior Tribunal de


Justiça pela nulidade das provas oriundas da medida de interceptação, bem
como sua prorrogação por mais 15 dias.
Após breve fala do subprocurador geral da República, os
ministros, por unanimidade, decidiram pelo não conhecimento do pedido.
Entenderam os eméritos julgadores, contra o entendimento da defesa, que a
determinação teria sido suficientemente bem fundamentada, atrelando a
decisão aos autos e às peças informativas nele gerados de forma clara.

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