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15/05/2018 EMERJ - Casos Concretos

Casos Concretos

Referência
Data:17/05/2018
Turma:CPI C 1 2018
Tema:CP08.01.01 - Sistemas Processuais: 1- Sistema acusatório, inquisitorial e misto. Conceito de sistema; 2- Sistema acusatório na Grécia e
em Roma: acusação penal privada (qualquer do povo/ofendido); iudex secundum allegata et probato partium decidire; 3- Sistema inquisitorial.
O processo penal na Idade Média. O processo penal fascista. Características do sistema inquisitorial: princípio unificador; gestão das provas nas
mãos do juiz. Juiz-inquisidor: as funções de acusar e julgar. A parcialidade do juiz. A busca da "verdade real" (o mito da verdade real). O
acusado como objeto de investigação. A confissão como "rainha das provas". A forma escrita. O sistema da prova tarifada: tentativa de
limitação dos poderes do juiz. A influência da cultura inquisitorial na Europa continental. Resquícios do princípio inquisitivo no CPP.
Epistemologia Autoritária. 4- Sistema acusatório público: características. Publicização: acusação a cargo de um órgão público. O Ministério
Público como garantia da imparcialidade do órgão julgador; A repartição de funções. O réu como sujeito de direitos. A verdade processual como
verdade aproximativa. O sistema anglo-saxão. Epistemologia Garantista. Sistema processual no Brasil. A Constituição Federal de 1988, A
permanência do Código de Processo Penal de 1941: a influência do Códice Rocco. A Escola Positiva. A ideologia da defesa social. A inspiração
fascista do CPP brasileiro. Interpretação conforme a Constituição. A Teoria do Garantismo Penal no Brasil.

1ª - Questão:
NEGAN foi denunciado com outros três corréus pelo Ministério Público Federal, sob a acusação de terem praticado o delito de inserir dados
falsos em sistema informatizado do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), vez que a finalidade era possibilitar a concessão indevida de
aposentadoria por tempo de contribuição.
Verificada a ausência de indicação de provas pelo parquet na denúncia, o Juízo de Direito da 10ª Vara Criminal Federal intimou-o para que, no
prazo de cinco dias, esclarecesse se pretendia a produção de provas em Juízo, o que foi efetuado com a indicação do rol de testemunhas de
acusação.
Todavia, após o recebimento da denúncia e em resposta à acusação, a defesa do acusado sustentou nulidade decorrente do arrolamento de
testemunhas depois do oferecimento daquela, o que foi rechaçado pelo Juízo de primeiro grau.
Irresignada, a defesa impetrou habeas corpus perante o TRF da 2ª Região objetivando a declaração de tal ilegalidade, o que restou denegado.
Então, foi interposto recurso ordinário perante o STJ, ao argumento de que a decisão judicial recorrida estaria revestida de nulidade por admitir
rol de testemunhas apresentado de forma extemporânea pelo MP e que teria ocorrido a preclusão consumativa da referida faculdade
processual, bem como haveria violação ao sistema de atividade supletiva do juiz na produção dos elementos probatórios, sem falar que a
denúncia seria inepta; tudo a contrariar o sistema acusatório constitucional.
Responda, fundamentadamente, se a ordem deve ser concedida.

2ª - Questão:
O Ministério Público denunciou VIRGÍLIO e LAERTE pela suposta prática do crime previsto no art. 157, §2º, I e II, CP, em virtude de terem,
consciente e voluntariamente, em comunhão de ações e desígnios, mediante grave ameaça exercida com emprego de arma de fogo, subtraído
para si a motocicleta da vítima, FÉLIX.
Em sede policial, VIRGÍLIO confessou a prática delituosa, enquanto LAERTE negou a autoria do fato, afirmando tão somente conhecer o
acusado VIRGÍLIO. Além disso, a vítima, FÉLIX, em seu depoimento extrajudicial, reconheceu LAERTE como sendo um dos autores do delito.
Em juízo, ambos negaram a prática do crime de roubo.
O Promotor de Justiça, em alegações finais, postulou a absolvição dos acusados, pois não restou suficientemente comprovada a imputação
realizada na denúncia.
O magistrado, diante da confissão de VIRGÍLIO e do reconhecimento realizado pela vítima, FÉLIX, proferiu sentença condenatória, nos
termos constantes na denúncia.
Com base na situação hipotética acima descrita, esclareça, com base no sistema processual adotado pelo Brasil e nos princípios constitucionais
e processuais penais, se agiu corretamente o magistrado. Responda fundamentadamente a questão, com a indicação dos dipositivos
constitucionais e/ou legais aplicáveis ao caso em comento.

3ª - Questão:
Após investigações policiais, ZÉ ALFREDO e MARIA MARTA foram denunciados como incursos no art. 1º, I e II, da Lei 8.137/90 c/c art. 71 do
Código Penal, porque, na condição de diretores e representantes legais da empresa IMPÉRIO LTDA., efetuaram operações nas quais omitiram
informações às autoridades fazendárias, bem como prestaram informações falsas em notas fiscais.
O magistrado de primeira instância recebeu a denúncia e determinou a remessa dos autos da ação penal para a Delegacia de Polícia de origem,
a fim de que se procedesse ao indiciamento formal dos acusados.
Insurgindo-se contra essa decisão, a defesa de ZÉ ALFREDO e MARIA MARTA impetrou habeas corpus, no qual sustentou a existência de
flagrante coação ilegal, em razão do requerimento do magistrado de primeiro grau à autoridade policial para o indiciamento formal dos
pacientes. Aduziu, para tanto, a desnecessidade do indiciamento formal dos pacientes, tendo em vista o exaurimento da fase inquisitorial com o
regular recebimento da denúncia. Requereu, assim, a concessão da ordem para reconhecer a ilegalidade da decisão que determinou à
autoridade policial o formal indiciamento dos pacientes.
Na qualidade de Relator, decida a questão. Resposta devidamente fundamentada.

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