Você está na página 1de 21

EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA CRIMINAL DA

COMARCA DE XXXXXXX – XX

Processo: 0000000.00.0.00.0000

FELIPE, já devidamente qualificado nos autos, vem perante juízo a fim de


apresentar AGRAVO DE INSTRUMENTO, diante da decisão prolatada nas
fls. Xx e xx.
Pela razões e fundamentos a seguir descritas.

EGRÉGIO TRIBUNAL
Processo: 0000000.00.0.00.0000
VARA CRIMINAL DA COMARCA DE XXXXXXX – XX
1. SINTESE DOS FATOS.

Conforme compulsados nos autos é Felipe réu, em ação que o acusa


do crime de concussão, previsto no artigo 316 do Código Penal, não
havendo outros meios de investigação foi postulado pela Ministério Público
pedido de interceptação telefônica ao magistrado, que assim a deferiu.

Houve desta forma a interceptação e transcrição de todas as


conversas do acusado, inclusive com seu advogado, na qual realizava
consulta e buscava auxilio técnico jurídico, havendo ali então ocorrido
suposta admissão de culpa e confissão.

Com base então na transcrição realizada, e a pedido do Ministério


Público, achou por bem este juízo determinar a realização de pericia de voz
nas interceptações, e intimando o acusado a apresentar material para que
sirva de paradigma para o exame.

Deste modo não foi dado ao acusado tempo hábil e nem a


possibilidade de apresentar anuência ou se contrapor a decisão. Fatos estes
que alicerçam o pedido para o indeferimento do pedido de pericia e o regular
andamento do feito, pelas razões de direito a seguir.

2. DO DIREITO.

É pacificado na doutrina e na jurisprudência a inviolabilidade da vida


privada dos indivíduos conforme postulado na Constituição Federal de 1988

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso,
por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
investigação criminal ou instrução processual penal.

Deste modo pode se alegar a constitucionalidade da decisão


proferida, ocorre que a decisão se demonstra inconstitucional, uma vez
que além de ofender o sigilo entre advogado e cliente, uma vez que
estava o acusado solicitando auxilio do profissional, não podendo ser esta
“prova” relevante no processo, de acordo com a Lei nº. 11.767/2008:

Art. 7º São direitos do advogado:

III - comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo


sem procuração, quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em
estabelecimentos civis ou militares, ainda que considerados incomunicáveis;

Não sendo a suposta prova a ser produzida de caráter cabal não há


requisitos para que o sigilo entre o acusado e seu advogado seja rompido,
não devendo assim a decisão prosperar. E de modo que o artigo 5 da
Constituição nos traz dois pontos relevantes:

LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos;

LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de


permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de
advogado;

A interpretação destes artigos demonstra que o acusado não é obrigado a


produzir provas contra si mesmo, o que pode ser observado nos fatos até
aqui narrado, o privando do direito do contraditório.
Sendo esta prova inadmissível de acordo com o artigo 157 do Código de
Processo Penal:

Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as


provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas
constitucionais ou legais

§ 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo


quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando
as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras.

Fica deste modo evidenciada a ilicitude e a inadmissibilidade das provas até


a aqui discutidas. Neste sentido compreende:

Número: XXXXX-49.2017.4.03.6106
Classe: AÇÃO CIVIL DE IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA
Órgão julgador: 2a Vara Federal de São José do Rio Preto
Última distribuição : 03/04/2017
Valor da causa: R$ 672.574,86
Assuntos: Dano ao Erário
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado MINISTÉRIO
PÚBLICO DA UNIÃO (AUTOR)

JOSE CLAUDIO MARTINS (REU) SILVIO BIROLLI FILHO


(ADVOGADO)

OLIVIO SCAMATTI (REU) LILIAN AMENDOLA


SCAMATTI (ADVOGADO)

RENATO LUCHI CALDEIRA (ADVOGADO) ARMANDO


WATANABE JUNIOR (ADVOGADO)
EDSON SCAMATTI (REU) LILIAN AMENDOLA
SCAMATTI (ADVOGADO)

RENATO LUCHI CALDEIRA (ADVOGADO) ARMANDO


WATANABE JUNIOR (ADVOGADO)

PEDRO SCAMATTI FILHO (REU) LILIAN AMENDOLA


SCAMATTI (ADVOGADO)

RENATO LUCHI CALDEIRA (ADVOGADO) ARMANDO


WATANABE JUNIOR (ADVOGADO)

MAURO ANDRE SCAMATTI (REU) LILIAN AMENDOLA


SCAMATTI (ADVOGADO)

RENATO LUCHI CALDEIRA (ADVOGADO) ARMANDO


WATANABE JUNIOR (ADVOGADO)

LUIZ CARLOS SELLER (REU) LILIAN AMENDOLA


SCAMATTI (ADVOGADO)

RENATO LUCHI CALDEIRA (ADVOGADO) ARMANDO


WATANABE JUNIOR (ADVOGADO)

GUILHERME PANSANI DO LIVRAMENTO (REU)


GERALDO APARECIDO DO LIVRAMENTO (ADVOGADO)

MARLON LUIZ GARCIA LIVRAMENTO (ADVOGADO)


JOAO CARLOS ALVES MACHADO (REU) Luiz Manoel
Gomes Junior registrado (a) civilmente como

Luiz Manoel Gomes Junior (ADVOGADO) Emerson


Cortezia de Souza (ADVOGADO)

FERNANDO JOSE PEREIRA DA CUNHA (REU)


FERNANDO TONISSI (ADVOGADO)
MIRAPAV - MIRASSOL PAVIMENTACAO LTDA (REU)
LILIAN AMENDOLA SCAMATTI (ADVOGADO)

RENATO LUCHI CALDEIRA (ADVOGADO) ARMANDO


WATANABE JUNIOR (ADVOGADO)

CBR - CONSTRUTORA BRASILEIRA LTDA (REU) Luiz


Manoel Gomes Junior registrado (a) civilmente como

Luiz Manoel Gomes Junior (ADVOGADO) Emerson


Cortezia de Souza (ADVOGADO)

MINERACAO GRANDES LAGOS LTDA (REU) LILIAN


AMENDOLA SCAMATTI (ADVOGADO)

RENATO LUCHI CALDEIRA (ADVOGADO) ARMANDO


WATANABE JUNIOR (ADVOGADO)

SCAMATTI & SELLER INVESTIMENTOS O2 S/A (REU)


LILIAN AMENDOLA SCAMATTI (ADVOGADO)

RENATO LUCHI CALDEIRA (ADVOGADO) ARMANDO


WATANABE JUNIOR (ADVOGADO)

dos autos eletrônicos

Autos n.º XXXXX-49.2017.4.03.6106

2a Vara Federal de São José do Rio Preto-SP

Meritíssimo (a) Juiz (íza) Federal,

Trata-se de Ação Civil Pública ajuizada pelo MINISTÉRIO


PÚBLICO FEDERAL em face de JOSÉ CLÁUDIO MARTINS,
OLÍVIO SCAMATTI, EDSON SCAMATTI, PEDRO SCAMATTI
FILHO, MAURO ANDRE SCAMATTI, LUIZ CARLOS SELLER,
GUILHERME PANSANI DO LIVRAMENTO, JOÃO CARLOS
ALVES MACHADO, FERNANDO JOSÉ PEREIRA DA CUNHA,
MIRAPAV - MIRASSOL PAVIMENTAÇÃO LTDA., CBR -
CONSTRUTORA BRASILEIRA LTDA., MINERAÇÃO GRANDES
LAGOS LTDA., SCAMATTI & SELLER INVESTIMENTOS O2
LTDA. e FC RENTAL LOCAÇÃO DE MÁQUINAS E VEÍCULOS
LTDA., com o objetivo, em síntese, de obter provimento judicial
condenando os requeridos ao integral ressarcimento do dano
causado ao patrimônio público em decorrência das fraudes
praticadas nos processos licitatórios nº 60/2010 (Carta Convite nº
07/2010) e 63/2010 (Carta Convite nº 10/2010), ambos do
município de Uchôa/SP (fls. 02/54).

Após notificados, os requeridos apresentaram manifestação por


escrito (fls. 1386/1406, 1523/1530, 1598/1620, 1637/1660,
1684/1691 e 1716/1782).

A inicial foi recebida (fls. 2290/2295).

Os réus apresentaram contestação (fls. 2343/2367, 2455/2488,


2517/2541, 2563/2588, 2611/2623 e 2683/2765).

Em despacho id. XXXXX, determinou-se a abertura de vista dos


autos para que o MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL insira neste
feito, no prazo de 30 (trinta) dias, os arquivos constantes das
mídias dos autos físicos, ocasião em que deverá conferir a
digitalização das peças já inseridas.

É o relatório.

Visando à economia processual, o MINISTÉRIO PÚBLICO


FEDERAL, antes de se manifestar acerca da virtualização dos autos
e juntadas dos arquivos constantes nos autos físicos, manifesta-se,
desde já, acerca da decisão proferida no Habeas Corpus nº 129.646.
No citado HC, transitado em julgado após recente decisão da 2a
Turma que negou provimento ao recurso de agravo interposto pelo
Ministério Público Federal, entendeu o E. Supremo Tribunal
Federal, em síntese, pela invalidade das decisões proferidas pelo
Juízo de Direito da 1a Vara Criminal da comarca de Fernandópolis,
nos autos das medidas cautelares nº 606/08 e 292/10,
determinando, ainda, em consequência, a exclusão, por ilicitude,
das provas que se produziram em razão de tais atos decisórios, bem
como das demais cautelares levadas a feito nos autos XXXXX-
80.2013.8.26.0189, por serem provas contaminadas pela ilicitude
por derivação, qualificando-se como elementos instrutórios
inadmissíveis em juízo.
Inicialmente, é importante observar que o referido Habeas Corpus,
até porque de cognição restrita, sequer determinou o trancamento
da ação penal nas quais foram juntadas as provas tidas por
inválidas, apenas determinou que fossem excluídas as consideradas
ilícitas por força da anulação das decisões citadas, de modo que, à
evidência, não tem o decidido no citado HC o condão de ensejar a
extinção daquela ação penal ou da presente ação civil pública.

Ainda que assim não fosse, é importante atentar para o fato de que
a presença de prova considerada ilícita em determinado processo
não tem o condão de, por si só e automaticamente, ensejar a
nulidade de todo o processo, mas apenas implicar o
desentranhamento da prova, em consonância com o disposto no
art. 157, caput, do CPP.
Assim, a decisão proferida no citado HC restringe-se aos pedidos
nele feitos, não tendo aptidão, portanto, para gerar a nulidade da
presente ação civil pública em razão da decretação da nulidade
da interceptação telefônica autorizada pelo Juízo de Direito da 1a
Vara Criminal da comarca de Fernandópolis.

A propósito, vejamos o que diz doutrina e jurisprudência


consolidada do Supremo Tribunal Federal:

"A presença de prova ilícita não repercute automaticamente na


nulidade da investigação ou da ação penal: Mesmo que se esteja
diante de situações em que produzidas provas ilícitas, essa
circunstância, por si só, não autoriza que se declare a nulidade da
investigação criminal ou do processo na qual juntada. É
fundamental para a declaração de nulidade (e a extensão dos seus
efeitos, conforme o caso - art. 573 CPP) que a prova tenha sido
efetivamente considerada pelo julgador na formação de sua
convicção ou que dela tenha decorrido a apuração das demais
provas (contaminação pela ilicitude)." (Comentários ao Código de
Processo Penal e sua Jurisprudência/Eugênio Pacelli, Douglas
Fischer - 7 ed.rev. e atual. - São Paulo: Atlas, 2015, pág. 1447).
"Agravo regimental no recurso ordinário em mandado de
segurança. PAD. Provas ilícitas por derivação. Não ocorrência.
Prescrição. Inovação recursal. Agravo regimental não provido. A
declaração de nulidade de interceptação eletrônica não gera a
nulidade dos elementos probatórios colhidos nos mesmos autos
que possam ser obtidos por fonte independente, por se tratar de
provas autônomas, tal como se dá com autos de fiscalização
conduzidos pelo impetrante como auditor da Receita Federal. (...)
Agravo não provido."
( RMS 31767 AgR, Relator (a): Min. DIAS TOFFOLI, Segunda
Turma, julgado em22/09/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-
210 DIVULG 20-10-2015 PUBLIC 21-10-2015)

Outro ponto de grande relevância a ser observado no presente caso


é que, mesmo desentranhando dos autos os diálogos interceptados
em razão da escuta telefônica realizada com autorização da Justiça
Estadual de Fernandópolis, considerados ilícitos pelo STF,
remanescem diversas outras provas plenamente suficientes e
oriundas de fontes independentes e inevitáveis, para comprovação
do fracionamento licitatório narrado na inicial, as quais não se
derivam das provas declaradas ilícitas pelo STF, pois foram obtidas
por fontes totalmente independentes daquelas (artigo 157, § 2º,
do CPP).
A propósito, vejamos o que a doutrina dispõe sobre o tema em
análise:

"O novo art. 157, § 1º, do CPP, sem precedentes na legislação


anterior, tratou da conhecida prova ilícita por derivação, também
chamada de teoria dos frutos da árvore envenenada (fruits of the
poisonous tree), advinda do direito norte-
americano. Prova ilícita por derivação seria aquela prova que, em
si mesma, é lícita, mas cuja origem se baseia em
uma prova ilícita. Por exemplo: apreensão de droga feita
regularmente, mas cuja notícia se originou de
uma interceptação telefônica clandestina. O STF adotou, por
maioria, a teoria dos" frutos da árvore envenenada "[1], segundo
a qual a prova lícita, derivada de uma ilícita, também é
contaminada por esta. Ou seja, em metáfora comumente
utilizada, o veneno da árvore se transmite a todos os seus frutos
(...). Com a nova redação, não há nenhuma dúvida acerca da
inadmissibilidade também das provas derivadas das ilícitas. Urge
estabelecer, porém, quando uma prova é ou não derivada de
uma prova ilícita. Neste sentido, a nova legislação trouxe, do
direito norte-americano, limites à adoção da teoria da provas
ilícitas por derivação. Vejamos, separadamente. Limites
à prova ilícita por derivação Neste ponto, trataremos de analisar
quais os limites da prova ilícita por derivação, ou seja, quando é
possível afirmar que uma prova não é contaminada por outra.
Em outras palavras, em que hipóteses será possível não aplicar a
teoria da ilicitude por derivação. Neste ponto, a legislação se
inspirou claramente no direito norte-americano, como dito.
Justamente por isto vale analisar ao menos três limites à teoria
da prova ilícita por derivação, todos de criação jurisprudencial
americana: a) limitação da fonte independente (" independent
source limitation "); b) limitação da descoberta inevitável ("
inevitable discover limitation "); c) limitação da contaminação
expurgada (" purged taint limitation ") ou conexão atenuada ("
attenuated connection limitation ") [2]. Em cada teoria, veremos a
possibilidade de sua aplicação no direito brasileiro. Pela limitação
da fonte independente, a ilicitude da prova fica afastada se se
demonstrar que a prova não é decorrente da prova ilícita, ou seja,
se comprovado que não há nexo de causa e efeito com
a prova ilícita. Deverá o magistrado verificar se a prova é
originada ou não de fonte independente da prova ilícita. O
fundamento desta teoria, como bem leciona Antonio Magalhães
Gomes Filho, é que" na hipótese de haver uma fonte independente,
a prova derivada tem concretamente duas origens - uma ilícita e
outra -, de tal modo que, ainda que suprimida a fonte ilegal, o
dado probatório trazido ao processo subsiste e, por isso, pode ser
validamente utilizado "(...). Por sua vez, a limitação da descoberta
inevitável será aplicável caso se demonstre que a prova seria
produzida de qualquer forma, independentemente da prova ilícita
(ao menos normativo) deste nexo. A depender do caso concreto, a
teoria da contaminação expurgada poderia ser enquadrada na
hipótese ampla do § 1.º do art. 157". (Mendonça, Andrey Borges
de. Nova reforma do Código de Processo Penal: comentada artigo
por artigo/Andrey Borges de Mendonça. - 2. ed. - Rio de Janeiro :
Forense; São Paulo: MÉTODO, 2009, pp. 164-172)

Conforme entendimento doutrinário acima transcrito, verifica-se


que a presente ação civil pública está embasada em inúmeras
provas em nada atingidas pelo julgamento do citado Habeas
Corpus, as quais, ou derivaram de fontes independentes, tais como
a interceptação telefônica válida e lícita realizada pela Polícia
Federal no final de 2012 e início de 2013 (operação "Betume") ou
seriam inevitavelmente obtidas por este órgão ministerial em razão
de seu caráter púlico (cópias dos procedimentos licitatórios
realizados pela Prefeitura de Uchoa e as cópias dos contratos
sociais das empresas requeridas), nos termos da teoria da
descoberta inevitável.

Ambas teorias citadas foram adotadas pelo ordenamento jurídico


pátrio, consoante exceções previstas no artigo 157, §§ 1º e 2º,
do CPP.
Em relação às interceptações telefônicas realizadas no âmbito
federal, é importante registrar que o Egrégio Tribunal Regional
Federal da 3a Região, no julgamento de recurso interposto nos
autos XXXXX- 09.2018.403.0000, convalidou as investigações
levadas a cabo pela Polícia Federal no final do ano de 2012 e o
início do ano de 2013, no feito XXXXX- 73.2012.403.6124
(operação "Betume"), o qual foi processado sem qualquer vício ou
nulidade.

Os processos licitatórios do município de Uchôa, que embasaram a


presente ação, por sua vez, são documentos públicos. Tendo a
natureza de "documento público", toda a sua formação, desde o
edital até a adjudicação do contrato administrativo; e todos os seus
procedimentos são passíveis de cognição por qualquer pessoa do
povo, e muito mais pelos entes e autoridades detentores do poder
de polícia para averiguação, fiscalização e investigação.

Por tais razões, os convênios que levaram à abertura dessas


licitações seriam de todo modo fiscalizados pelo Ministério do
Turismo, bem como seriam passíveis de averiguação posterior pela
CGU - Corregedoria Geral da União e pelo TCU - Tribunal de
Contas da União; sem falar nas atribuições fiscalizatórias do
próprio Ministério Público Federal, que ajuizou a presente ação.

As irregularidades nas licitações objetos da presente ação seriam


passíveis de cognição, portanto, por qualquer dos órgãos de
fiscalização atuantes sobre os convênios que originaram os
certames.

Dessa forma, inúmeros elementos de convicção que levaram à


propositura da presente ação foram (ou poderiam ser)
inevitavelmente obtidos por fontes independentes das provas
declaradas nulas pelo STF, sendo tais descobertas inevitáveis em
face do mecanismo fiscalizatório estatal.

De toda forma, no presente caso, as evidências da improbidade


administrativa são, notadamente: i) as provas documentais, que
demonstram a adoção da modalidade "convite" em duas licitações
em razão do fracionamento indevido do mesmo objeto licitado
(recapeamento asfáltico) em um mesmo exercício (ano de 2010); ii)
a continuidade dos procedimentos e a celebração dos contratos
administrativos; e iii) a interceptação telefônica realizada pela
Polícia Federal (operação "Betume").

Todos esses elementos documentais vieram aos autos (ou poderiam


ter sido descobertos) independentemente
da interceptação telefônica declarada nula pelo HC 129.646.
Nessa linha, é preciso chamar atenção, e pode ser conferido com o
simples exame dos autos, que o inquérito civil que instrui a
presente ação foi instaurado no âmbito do Ministério Público
Federal em São José do Rio Preto, e não tem nenhuma relação com
os processos e procedimentos referidos na decisão do HC citado.

Em consequência, a presente ação está instruída com diversos


outros elementos aptos a demonstrar as ilegalidades descritas na
inicial (cartas convite com o mesmo objeto e abertas com poucos
dias de intervalo), as quais podem ser constatadas sem a
necessidade de se recorrer às provas relacionadas ou decorrentes
das interceptações telefônicas consideradas ilícitas.
Nesse contexto, é importante ressaltar que, conforme demonstrado
nos autos, a Prefeitura Municipal de Uchôa/SP, por intermédio do
requerido e então prefeito, JOSÉ CLÁUDIO MARTINS, realizou, no
ano de 2010, duas licitações públicas, tendo como objeto a
contratação de serviços de recapeamento asfáltico no município,
viabilizados em razão da celebração dos Contratos de Repasse nº
0305028-76 e XXXXX-52, firmados entre o município de Uchôa e
a União, por intermédio do Ministério do Turismo, representado
pela Caixa Econômica Federal.

Após a instauração dos procedimentos licitatórios noticiados na


inicial (convites 07/2010 e 10/2010) para a aplicação da verba
federal relativa aos mencionados repasses, a Prefeitura Municipal
de Uchôa firmou contratos administrativos com a empresa
MINERAÇÃO GRANDES LAGOS LTDA., vencedora de ambas
licitações, para a execução de serviços de recapeamento asfáltico no
município.

Como afirmado na inicial, com o claro objetivo de frustrar a


competitividade nos procedimentos licitatórios, o objeto licitado
(recapeamento asfáltico) foi fracionado para permitir a licitação na
modalidade convite, com arrimo no artigo 23, inciso II, alínea a, da
Lei nº 8.666/93, e, por conseguinte, limitar as empresas
participantes àquelas previamente escolhidas para a perpetração
da fraude, conforme apurado nos procedimentos licitatórios acima
citados, que são objeto da presente demanda.
A Lei nº 8.666/93 veda o fracionamento de despesas como forma
de permitir a realização de licitação em modalidade mais
simplificada ou fugir do devido processo licitatório, e, com efeito,
dispõe o artigo 23, inciso I, alínea a, do aludido diploma legal, que,
nas compras e serviços de até R$ 150.000,00 (cento e cinquenta
mil reais), deve-se adotar a modalidade de convite; a alínea b, por
sua vez, determina que nas compras até R$1.500.000,0 (um
milhão e quinhentos mil reais) deve-se adotar a modalidade de
tomada de preços.
A interpretação sistemática e teleológica das normas da Lei
nº 8.666/93 leva ao entendimento inexorável de que não podem os
agentes públicos fracionar despesas para fugirem do devido
processo de licitação para a consecução de uma
obra/serviço/compra com o mesmo objeto em um mesmo exercício
financeiro.
No caso dos autos, os Convites nº 07/2010 e 10/2010, abertos com
pouquíssimos dias de diferença, tinham, todos, o mesmo objeto: o
recapeamento asfáltico.

Assim, e independentemente do reconhecimento da ilicitude das


provas referidas no HC XXXXX/SP, há nos autos farto acervo
probatório, sem qualquer relação com as mesmas, seja na origem
ou por derivação, para demonstrar as ilegalidades descritas na
inicial.
Em face do exposto, considerando que a inicial desta Ação Civil
Pública acha-se também instruída com inúmeros elementos
comprobatórios das ilicitudes perpetradas e que não derivam das
interceptações telefônicas declaradas ilegais pelo Supremo
Tribunal Federal no Habeas Corpus 129.646/SP, o MINISTÉRIO
PÚBLICO FEDERAL requer o prosseguimento da presente ação
civil pública em relação aos requeridos a seguir apontados (ex-
Prefeito, empresa vencedora e seus respectivos sócios):
JOSÉ CLÁUDIO MARTINS

MINERAÇÃO GRANDES LAGOS LTDA.

EDSON SCAMATTI

PEDRO SCAMATTI FILHO

MAURO ANDRÉ SCAMATTI

A título de esclarecimento, JOSÉ CLÁUDIO MARTINS era o


prefeito de Uchôa à época dos fatos. Os requeridos EDSON
SCAMATTI, PEDRO SCAMATTI FILHO e MAURO ANDRÉ
SCAMATTI eram os sócios da MINERAÇÃO GRANDES LAGOS
LTDA. à época.

A presente ação deve seguir apenas em relação a tais indivíduos,


pois o fracionamento indevido do objeto licitado (recapeamento
asfáltico), praticado pelo ex-prefeito de Uchôa em conluio com os
administradores da empresa MINERAÇÃO GRANDES LAGOS
LTDA., encontra-se suficientemente comprovado
pela interceptação telefônica realizada pela Polícia Federal no final
de 2012 e início de 2013 (operação "Betume"), pelas cópias dos
procedimentos licitatórios realizados pela Prefeitura de Uchôa
(documentos públicos), bem como pelas cópias dos contratos
sociais das empresas requeridas (documentos públicos) (provas
obtidas de forma independente da interceptação telefônica deferida
pelo Juízo da 1a Vara criminal de Fernandópolis).

O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL requer, ainda, que Vossa


Excelência determine que todas transcrições de interceptações
telefônicas declaradas nulas pelo STF no HC 129.646/SP e os
depoimentos que as mencionam, transcritos na inicial da presente
ação civil pública (ID XXXXX), a seguir indicados (são citadas as
páginas inseridas no rodapé da petição inicial), sejam cobertos em
preto ou desentranhados (se vierem a configurar uma folha por
inteiro de transcrições):
Nota de rodapé inserida na página 05 da inicial;

20081015103203 (áudio transcrito na página 17 da inicial);

9608 2765_XXXXX00623152817 (áudio transcrito na página


21/22 da inicial);

9619 8097_XXXXX80910090247 e 9619


XXXXX01681111199_20080904143757 (citados na página 22 da
inicial);

9608 XXXXX00000000000_20100630092310 (áudio transcrito


na página 27 da inicial);

DCRSXXXXX00210527092.939 (áudio transcrito na página 28 da


inicial);

DCRSXXXXX00210527121.929 (áudio transcrito na página 28 da


inicial);
Depoimento de Leonardo Pereira de Menezes (transcrito na página
29 da inicial);

20100629162513 (áudio transcrito na página 30/31 da inicial);

20100630111328 (áudio transcrito na página 32 da inicial);

20100707093930 (áudio transcrito na página 33 da inicial);

00708729170.254, 20080805140810, 20080805144406,


20080807100343, 20080825150635, 20080827152241,
20081007083525, 20081013102558,
DCRSXXXXX00210518104.701, DCRSXXXXX00210518105.140,
DCRSXXXXX00210520123.909, DCRSXXXXX00210521152.511,
DCRSXXXXX00210525122.640, DCRSXXXXX00210528123.429,
DCRSXXXXX00210623122.048, DCRSXXXXX00210716115.818,
DCRSXXXXX00210716133.606, DCRSXXXXX00210716192.056,
DCRSXXXXX00210820100.958, DCRSXXXXX00210827091.134,
00708729171.107, 20080828081947,
DCRSXXXXX00210527114.224, DCRSXXXXX00210625162.602,
DCRSXXXXX00210720182.435, 00708729171.916,
20080804153142, 20080812144603, 20080818085011,
20080819151215, 20080819164046, 20080819191621,
20080822070942, 20080827145749, 20080828101134,
20080829154622, 20080902081808, 20080908113711,
20080910094408, 20081009113630, 20081013163328,
20081013164535, 20081013180608, 20081009181521,
20081014082205, 20081014093027, 20081014133832,
20081014152345, 20081015092613, 20081015121513,
20081015143146, 20081015172802, 20081020144634,
20081020145145, 20081020150354, 20081023111902,
DCRSXXXXX00210517143.527, DCRSXXXXX00210517154.912,
DCRSXXXXX00210518080.451, DCRSXXXXX00210518104.017,
DCRSXXXXX00210519094.150, DCRSXXXXX00210520174.619,
DCRSXXXXX00210521170.907, DCRSXXXXX00210524155.452,
DCRSXXXXX00210525185.829,

DCRSXXXXX00210527085.056, DCRSXXXXX00210527094.606,
DCRSXXXXX00210528105.927, DCRSXXXXX00210616085.319,
DCRSXXXXX00210616094.144, DCRSXXXXX00210619102.942,
DCRSXXXXX00210619103.819, DCRSXXXXX00210715090.217,
DCRSXXXXX00210715090.450, DCRSXXXXX00210715110.928,
DCRSXXXXX00210624113.955, DCRSXXXXX00210720085.254,
00708730210.005, 20080821135043, 20080904171428,
20081013122945, 20081020113222, 20081023113532,
20081023180206, DCRSXXXXX00210517142.834,
DCRSXXXXX00210517143.015, DCRSXXXXX00210517143.402,
DCRSXXXXX00210521162.145, DCRSXXXXX00210525111.303,
DCRSXXXXX00210525124.028, DCRSXXXXX00210525185.637,
DCRSXXXXX00210527083.018, DCRSXXXXX00210527183.150,
DCRSXXXXX00210527183.750, DCIRSXXXXX00210528131.206,
DCRSXXXXX00210528145.935, DCRSXXXXX00210528184.141,
DCRSXXXXX00210531141.157, DCRSXXXXX00210616085.915,
DCRSXXXXX00210616094.144, DCRSXXXXX00210619093.216,
DCRSXXXXX00210621155.822, DCRSXXXXX00210622210.339,
DCRSXXXXX00210623123.510, DCRS3745210714193.454,
DCRSXXXXX00210715114.726, DCRSXXXXX00210715162.405,
DCRSXXXXX00210720105.916, DCRSXXXXX00210819114.043,
DCRSXXXXX00210511911.832, DCRSXXXXX00210526134.955 e
DCRSXXXXX00210616111.526 (citados nas páginas 36/38 da
inicial e transcritos nas folhas 252/354 e 837/892 dos autos
eletrônicos);

DCRSXXXXX00210617071.109 (citado na página 39 da inicial e


transcrito na folha 895 dos autos eletrônicos);

DCRSXXXXX00510618132.243, DCRSXXXXX00510622192.149
DCRSXXXXX00510624094.220 (citados na página 39 da inicial e
transcritos nas folhas 896/897 e 1190 dos autos eletrônicos);

9608 2765_000000000000_20100630092310 (áudio transcrito


na página 51 da inicial);

DCRSXXXXX00310716174.545 (áudio citado na página 60 da


inicial e transcrito na folha 920 dos autos eletrônicos);

DCRSXXXXX00210720134.256 (áudio citado na página 61 da


inicial e transcrito na folha 922 dos autos eletrônicos);
DCRSXXXXX00310712084.807 (áudio citado na página 61 da
inicial e transcrito na folha 924 dos autos eletrônicos);

DCRSXXXXX00310715100.536 (áudio citado na página 61 da


inicial e transcrito na folha 925 dos autos eletrônicos);

9602 XXXXX00000000000_20100802113819 (áudio citado na


página 61 da inicial e transcrito na folha 926 dos autos eletrônicos);

DCRSXXXXX00310714144.911 (áudio citado na página 61 da


inicial e transcrito na folha 927/928 dos autos eletrônicos);

DCRSXXXXX00210715162.405 (áudio citado na página 82 da


inicial e transcrito na folha 839, 884 e 929 dos autos eletrônicos);

DCRSXXXXX00510823182.128 (áudio citado na página 82 da


inicial e transcrito na folha 930 dos autos eletrônicos);

DCRSXXXXX00510824073.745 (áudio citado na página 82 da


inicial e transcrito na folha 931 dos autos eletrônicos);

DCRSXXXXX00210617071.109 (áudio transcrito na folha 95 da


inicial);

DCRSXXXXX00510618132.243,

DCRSXXXXX00510622192.149 e DCRSXXXXX00510624094.220
(áudios transcritos na folha 96 da inicial);

DCRSXXXXX00510618132.243,

DCRSXXXXX00510622192.149 e DCRSXXXXX00510624094.220
(áudios transcritos na folha 96 da inicial);

DCRSXXXXX00510618132.243,
DCRSXXXXX00510622192.149 e DCRSXXXXX00510624094.220
(áudios transcritos na folha 96 da inicial).

Da mesma forma, requer-se o desentranhamento das demais


transcrições declaradas nulas pelo STF no HC 129.646/SP e que
foram juntadas às fls. 233/235, 240/354, 837/892, 895/898 e
918/931, assim como dos depoimentos de Guilherme Pansani do
Livramento (fls. 77/80 dos autos eletrônicos) e Leonardo Pereira
de Menezes (fls. 81/85 dos autos eletrônicos) e auto de apreensão
cumprido na sede da empresa "Transterra Engenharia e Comércio
Ltda.", uma vez que derivadas das interceptações declaradas nulas
na citada decisão do STF (fls. 960/1059 dos autos eletrônicos).
Em razão da retirada das interceptações declaradas ilícitas pelo
STF no HC129.646/SP, bem como das provas derivadas de tais
interceptações, o MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL requer o
reconhecimento da nulidade do recebimento da inicial em relação
aos requeridos a seguir apontados, extinguindo-se o feito em
relação a eles:
OLÍVIO SCAMATTI

MIRAPAV - MIRASSOL PAVIMENTAÇÃO LTDA

GUILHERME PANSANI DO LIVRAMENTO

LUIZ CARLOS SELLER

CBR - CONSTRUTORA BRASILEIRA LTDA

JOÃO CARLOS ALVES MACHADO

FERNANDO JOSÉ PEREIRA DA CUNHA

EMPRESA SCAMATTI & SELLER INVESTIMENTOS O2

FC RENTAL LOCAÇÃO DE MÁQUINAS E VEÍCULOS LTDA.


No que pertine à virtualização dos autos, o MINISTÉRIO PÚBLICO
FEDERAL informa que, após conferência dos documentos
digitalizados, não verificou a existência de equívocos ou
ilegibilidades.

Já em relação à inserção dos arquivos constantes das mídias dos


autos físicos, necessárias algumas ponderações.

Inicialmente, em razão da citada decisão proferida nos autos


do Habeas Corpus nº 129.646, o MINISTÉRIO PÚBLICO
FEDERAL requer o desentranhamento das mídias juntadas às fls.
357/366 do apenso dos autos físicos, uma vez que, em sua grande
maioria, há arquivos contendo provas declaradas nulas ou que
delas derivam.
Por outro lado, o MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL gravou em
mídia, arquivos não atingidos pela nulidade decretada no Habeas
Corpus nº 129.646, sobretudo pertinentes à investigação realizada
pela Polícia Federal, por meio da operação "Betume", a qual
encaminhará junto do processo físico a ser restituído, requerendo,
assim, sua guarda em secretaria para consulta das partes.
Nesse ponto, impende deixar consignado que se mostra inviável a
juntada no PJe dos arquivos contidos na mídia encaminhada, uma
vez que totalizam mais de 9 (nove) Gigabytes de dados, o que pode,
inclusive, sobrecarregar o sistema, isso sem contar na instabilidade
que o sistema apresenta em algumas ocasiões, o que, em muitos
casos, faz com que seja necessária a inserção de todos os arquivos
novamente.

Caso Vossa Excelência entenda ser impertinente a guarda dessa


mídia em secretaria para eventual consulta das partes, requer seja
determinado sua inserção no PJE diretamente pelos funcionários
deste Juízo, ou empresa contratada para digitalização.

Portanto, o MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL requer a guarda,


em secretaria, da mídia encaminhada junto dos autos físicos
contendo documentos não atingidos pela nulidade decretada
no Habeas Corpus nº 129.646, a fim de que as partes possam
consultar se assim entenderem necessário, ou, assim não
concordando, a determinação da inserção da mesma no PJE a
cargo da própria Justiça Federal.
Por fim, o MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL informa que os
arquivos relativos às mídias de fls. 40 e 1229 1 dos autos
eletrônicos foram inseridas no Pje.

São José do Rio Preto, 11 de janeiro de 2021.

ANNA FLÁVIA NÓBREGA CAVALCANTI UGATTI

PROCURADORA DA REPÚBLICA

1 Em relação aos áudios constantes da mídia de fls. 1229 dos autos


eletrônicos, apenas

as interceptações não declaradas nulas pelo STF ( HC 129.646/SP)


foram juntadas.

1. DOS PEDIDOS

a) Que seja designada audiência de instrução e julgamento.


b) Que sejam as provas derivas das interceptações das ligações entre
o acusado e seu advogados declaradas nulas e desentranhadas do
processo.
c) Que seja indeferida a realização de pericia
d) Que seja intimada a Ordem dos Advogados do Brasil, para se
manifestar sobre a ofensa as prerrogativas do advogado ocorridas.
e) Requer que todas as intimações e publicações sejam realizadas
para este advogado, sob pena de nulidade.

São Paulo, 27/08/2022

Você também pode gostar